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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - M.PESCA
Museu de Pesca... e sua baleia (2)

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Um resumo da história do Museu de Pesca, destacando seu prédio e o acervo, foi feito em página Web criada em 2004 pela Prefeitura Municipal de Santos:
 

O esqueleto da baleia, como era exposto desde a reabertura do museu em 1998
Foto: Antonio Vargas/PMS, publicada com a matéria

Museu de Pesca

Exibe o esqueleto de uma baleia de 23 metros e animais empalhados da fauna marinha, processados na Seção de Taxidermia do museu. A Sala de Areias e Conchas reúne amostras de areia de várias praias do litoral brasileiro.

No térreo, a Ala Lúdica Petrobrás compreende três espaços temáticos: a Sala do Mar simula os ecossistemas que englobam o mar - fundo arenoso, praia arenosa, costão rochoso e manguezal; animais e plantas de resina podem ser observados através de vidros, no solo e no porão do aposento; na Sala do Barco, a sensação na proa de um barco a vela é simulada ao se manusear um timão antigo, que move uma plataforma e altera o curso registrado na bússola.

Em final de montagem, a Sala do Capitão vai exibir as vestimentas usadas pelos marinheiros e um diário de bordo. Nos jardins do museu destacam-se os belos portões de ferro e um canhão originário da Fortaleza da Barra.

Inaugurado em 1909, para instalação da Escola de Aprendizes de Marinheiro, o prédio do Museu de Pesca foi erguido em terreno que anteriormente fora área do Forte Augusto, equipamento que cruzava fogo com a Fortaleza da Barra.

De arquitetura eclética, tem janelas em arco pleno no térreo e arco abatido no andar superior. O bloco central - destacado com sacada e portas duplas centrais, valorizadas por arco e cornija curva - apresenta frontão triangular, ladeado por grifos (animais fantásticos). O caráter militar do edifício é marcado pelas ameias da platibanda.

Em 1931, a antiga escola cedeu lugar à Escola de Pesca, que só começou a tomar forma e denominação de museu em 1942, quando foi incorporado ao acervo o esqueleto da baleia, encalhada morta em Peruíbe.

Em plena época da Segunda Guerra Mundial, os pescadores confundiram o cetáceo com um submarino alemão. A missão de conduzi-la até a praia contou com o auxílio da maré e de cordas, amarradas nos chifres de dois bois. Fechado em 1989, o museu foi reaberto em 1998, após obras de restauro.


Tubarões empalhados, entre outros espécimes marinhos, são um dos destaques do museu
Foto: Antonio Vargas/PMS, publicada com a matéria

Av. Bartolomeu de Gusmão, nº 192. Tel.: 3261-5260. Funciona de quarta a domingo, das 9h às 17h. Ingresso: R$2,00. Entrada franca para menores de 6 anos e maiores de 65 anos. Estudantes pagam meia.

O museu também foi enfocado em 1996 - quando estava fechado, aguardando a reforma geral - na obra conjunta História de Santos/Poliantéia Santista, de Francisco Martins dos Santos e Fernando Martins Lichti (volume III, 1996, São Vicente/SP):


Prédio do Museu de Pesca, restaurado, no início do século XXI
Foto: Antonio Vargas/PMS, in Diário Oficial de Santos, 28/8/2002

Museu de Pesca

A história do terreno onde hoje está instalado o Museu de Pesca começa com o antigo Forte Augusto, pertencente ao Ministério da Marinha. Essa fortificação, que entrou em atividade a partir de 1734, não passava de uma amurada de pedra, armada com algumas peças de artilharia. Quanto ao prédio, foi construído em 1908 para a instalação da Escola de Aprendizes Marinheiros, inaugurada em 1909. Em 1931 a antiga escola cedeu lugar à Escola de Pesca, que veio do Guarujá.

Um Gabinete de História Natural, ligado à então Escola de Pesca, é que dá início à história do Museu de Pesca. Esse Gabinete também veio do Guarujá e foi crescendo, lentamente, sem uma linha definida de trabalho. A grande transformação do Gabinete ocorreu em 1942, com a montagem de um enorme esqueleto de baleia (23 metros), e recebeu, nesse mesmo ano, a denominação de Museu.

Somente em 6 de fevereiro de 1950, ao especializar o seu acervo, a entidade recebeu o nome de Museu de Pesca. O Museu de Pesca é uma seção vinculada à Divisão de Pesca Marítima do Instituto de Pesca (Coordenadoria da Pesquisa Agropecuária - Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo). Este Instituto desenvolve pesquisa visando ao melhor conhecimento, à preservação e à exploração racional da fauna e flora aquáticas.


Vista externa do prédio do Museu de Pesca
Foto: Carlos Pimentel Mendes, em 17 de junho de 2007

O museu tem finalidades culturais e objetiva a divulgação de conhecimentos originados do estudo do ambiente aquático e da tecnologia aplicada para a exploração racional de recursos marinhos e de águas continentais. É sua função, ainda, desenvolver atividades educativas, com o intuito de criar ou descobrir e estimular mentalidades dirigidas à preservação dos recursos naturais.

Mantém um serviço educativo desenvolvido por professores especializados da área de Ciências Biológicas, com a finalidade de acompanhar escolas e grupos de estudantes, com visitas previamente marcadas; de orientar trabalhos de estudantes de 1º e 2º graus em assuntos ligados à bio-ecologia marinha e à pesca; de programar, em conjunto com professores interessados, outras atividades extraclasses (educacionais e/ou recreativas) na área de atuação do Museu de Pesca e de desenvolver trabalhos no campo da educação ambiental.

Essa instituição possui, ainda, uma galeria de artes visuais, com mostras temporárias de fotografia, pintura, tapeçaria, com temática ligada à área de especialização do Museu; ciclos anuais de palestras, destinados a estudantes universitários e de 2º grau; concurso anual de desenhos "O mar visto pela criança" e projeção periódica de filmes científicos sobre o mar e o meio-ambiente.

Espécimes marinhos expostos, em 1998
Foto: Prefeitura Municipal de Santos

Suas principais atrações são: o esqueleto de uma baleia da espécie Balaenoptera phusalus, exemplares taxidermizados de tubarões, leões-marinhos etc. A baleia, cujo esqueleto está montado no Museu de Pesca, foi encontrada encalhada, numa praia de Peruíbe, litoral Sul do Estado de São Paulo. A montagem foi executada por Max Wunsche, em 1942.

Seu acervo apresenta diversas espécies de peixes, crustáceos, aves e mamíferos marinhos taxidermizados, conchas de moluscos, corais etc., além de maquetes de embarcações, aparelhos e equipamentos utilizados na pesca, obras artísticas etc. A nível de grande público, sua principal atração é o esqueleto da baleia, seguida de exemplares de tubarões.

Lamentavelmente, esse importante patrimônio esteve interditado ao público, em virtude de o imóvel necessitar de uma reforma geral. Nesses oito anos de seu fechamento, milhares de crianças e jovens - em uma fase fundamental de sua formação - perderam a oportunidade de conhecer e refletir sobre as tantas imagens e informações que davam identidade ao Museu de Pesca.

Quem o conheceu nos últimos anos anteriores à sua interdição pôde testemunhar a diversidade de atividades que ali fluíam, transformando um simples cenário com peixes empalhados em um dinâmico centro de expressão e formação de mentalidade da comunidade. Havia espaço tanto para assistir como para participar. E assim o Museu ia se abrindo mais e mais a esse verdadeiro trabalho comunitário, criando propostas e desenvolvendo atividades que estavam no rumo de propostas de instituições museológicas de vanguarda a nível mundial, no que diz respeito à função social e educacional dos museus.


Prédio do Museu de Pesca, já restaurado, em 1998
Foto: Prefeitura Municipal de Santos

A interdição do Museu de Pesca à visitação pública deu-se a 5 de fevereiro de 1987, a partir do laudo técnico apresentado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O motivo foi o estado precário de alguns componentes da estrutura da cobertura do edifício principal e dos sanitários públicos, por infestação de cupins.

O início de novas obras de recuperação do imóvel deu-se em 13 de junho de 1988, sendo que tais obras já passaram por quatro fases, interrompidas sempre em função da demora de liberação dos recursos financeiros e diluição pela inflação dos valores autorizados.

Independentemente de se constituir em uma das maiores atrações da cidade de Santos, o Museu de Pesca tenta se transformar num importante instrumento para a complementação do ensino formal. A sua equipe técnica se ocupou da reavaliação permanente do papel da Instituição, transformando-a num centro de reflexão através da transferência de conhecimentos ligados ao seu acervo, fundamentados numa filosofia ambientalista e de exploração sustentada dos recursos naturais renováveis.

A nova forma de comunicação com o público adotada pela Instituição, multiplicando as abordagens sobre o meio aquático (e, conseqüentemente, do próprio acervo estático e dos conhecimentos ligados à Biologia) tornou obrigatória a utilização de técnicas ligadas a várias especialidades como a Pedagogia, a História, a Geografia, as Artes Plásticas, a Comunicação etc., dando ao Museu um caráter multidisciplinar.

A idéia de diversificação das técnicas e abordagens visou sobretudo a satisfazer interesses heterogêneos do público visitante, porém de forma a fazer confluir esses interesses para um objetivo comum: uma visão mais ampla e harmoniosa da Natureza. Visando ao aprimoramento de serviços para a comunidade, foi implantado no Museu um Serviço Educativo que conta atualmente com a participação de duas professoras (da área de Ciências Biológicas) cedidas pela Secretaria de Educação do Estado. Esse serviço atende a estudantes de escolas públicas e particulares de todo o Estado, e continua em plena atividade mesmo com o Museu fechado.

A nova dinâmica imposta ao Museu pode ser medida pelo número de visitantes atendidos (crianças, estudantes e pagantes): 38.822, em 1979; 59.526, em 1980; 66.424, em 1981; 103.063, em 1982; 85.740, em 1983; 132.615, em 1984; 98.004, em 1985; e 66.474, em 1986 - última em que a instituição recebeu público visitante.

Finalmente, o Museu de Pesca procura assumir o verdadeiro papel de uma instituição museológica, passando de um simples arquivo de objetos a uma instituição dinâmica, onde o patrimônio natural e cultural do Homem seja posto a serviço do contínuo aperfeiçoamento da comunidade.

O Museu de Pesca é importante como veículo de divulgação científica na área da pesca e maricultura e como atração turística, características essas que assumem maior importância ainda em função do reduzido número de entidades do gênero existentes no País.

Mantém também o Laboratório de Taxidermia e Técnicas Afins, onde inclusive interessados recebem treinamento na área. Lamentavelmente, há mais de um ano foi afastado o único taxidermista disponível para a confecção do acervo biológico do Museu de Pesca. De lá para cá, o que se tem procurado fazer é apenas evitar a deterioração das peças biológicas que foram salvas. O museólogo Antonio Carlos Simões é o chefe de seção que responde pela administração e assistência do Museu de Pesca de Santos, em 1996.

Em decorrência do abandono das obras de restauração do museu, deflagrou-se uma intensa campanha popular, liderada pelo jornal A Tribuna e pelo Rotary Club de Santos, objetivando levantar recursos financeiros para a retomada e aceleração das obras. Foi constituída uma Associação de Amigos do Museu de Pesca para cuidar não apenas da restauração, mas, também, para zelar pelo seu bom funcionamento e para prover as suas necessidades. Oxalá os seus magníficos objetivos correspondam à expectativa do povo santista.


Vista externa do prédio do Museu de Pesca
Foto: Carlos Pimentel Mendes, em 17 de junho de 2007


Canhão remanescente do antigo Forte Augusto, que ali existia nos primeiros anos do século XX
Foto: Carlos Pimentel Mendes, em 17 de junho de 2007


Canhão do Forte Augusto trocava tiros com a Fortaleza da Barra Grande (vista ao longe),
impedindo a passagem de inimigos pelo canal de navegação santista
Foto: Carlos Pimentel Mendes, em 17 de junho de 2007

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