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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ESTRADAS
Caminhos e monumentos da Serra do Mar

A situação, em 1965

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Em 1965, o arquiteto Benedito Lima de Toledo realizou pesquisas sobre o antigo Caminho do Mar, entre Santos e a capital paulista, publicando este trabalho (arquivo em formato PDF, faltando a página 44, o mesmo ocorrendo com outra publicação da USP). A página 44 foi recuperada de terceira publicação desse original (acessos em 24/5/2014 - ortografia atualizada nestas transcrições):

[GRÁFICO] Situação dos monumentos da Serra do Mar - desenho esquemático sem escala

Imagem publicada com o texto de Benedito Lima de Toledo

O Caminho do Mar

Por Benedito Lima de Toledo [*]

1ª Parte

Apontamentos sobre o tema "Os Caminhos do Mar"

"Toda história pré-piratiningana é um enigma indecifrável para quem não atenda ao grande papel dos caminhos índios. A falta de localização do seu trajeto, desde Piratininga até o golfo de Santos, torna insolúveis uma série de problemas capitais para a nossa história. Sob o aspecto político, o seu papel é único. Fechou o acesso dos espanhóis ao litoral. Equivaleu à chave de uma porta com que Portugal os tivesse trancado nos seus remotos domínios" [01].

Esse curioso "aspecto político" contido na expressão "fechou o acesso dos espanhóis" fica mais evidenciado se acolhermos a tese sugerida por Affonso Arinos de Mello Franco na sua obra Desenvolvimento da Civilização Material do Brasil.

"A política romana dos bons caminhos, que acompanhou de perto a grande expansão imperialista de Roma, não parece ter sido seguida pelos conquistadores ibéricos. Talvez porque os povos hispânicos, principalmente o português, fossem dados sobretudo às conquistas através do mar. Eis aí a sugestão para um estudo da importância de tais caminhos para a política do militarismo conquistador e da tendência dos povos que vivem na defensiva para não aperfeiçoar suas vias de acesso, que podem ser outras tantas vias de invasão" [02].

Essa preocupação política presidindo o uso das estradas transparece em outros episódios, como na decisão de Tomé de Sousa, em 1532, mandando obstruir os caminhos de Cananéia, ficando com isso os índios confinados no sertão. Ou na drástica decisão de Mem de Sá mandando fechar a antiga Trilha dos Tupiniquins, sob inspiração dos jesuítas, o que ocasionou o fim de Santo André e uma derrota política de João Ramalho; esse caminho, posteriormente, foi reaproveitado pela Inglesa em seu traçado, mas naquela época, 1560, subsistiu o do Cubatão, do Padre José, Estrada do Lorena, hoje, como já naquela época, também designado Caminho do Mar.

Assim, por vezes era a Coroa que, por exemplo no século do ouro, via a necessidade de manter "caminhos, então só os indispensáveis, pois quanto mais caminhos houvesse mais se facilitariam os descaminhos do metal e das pedras, em prejuízo do fisco vigilante" [03].

Por vezes eram os contribuintes: "Acrescente-se que os habitantes do campo cegavam às vezes os caminhos, para tolher a ação das autoridades serra abaixo, representantes do poder real ou senhorial" [04].

Esse fato, essa verdadeira "tradição portuguesa das péssimas estradas" [05] trazida ao Brasil, é observado repetidamente pelos viajantes como Saint-Hilaire, em 1822, no Vale do Paraíba: "Achamos os caminhos muito melhorados. Trata-se de uma reparação porque o príncipe, que neste momento está em Minas, deve vir logo a São Paulo" [06]. Em outras palavras, a melhoria que surpreende o viajante é por ele mesmo explicada: um importante acontecimento político motivará uma "reparação".

Poderíamos, ainda, lembrar a tese de Batista Pereira, pela qual a distribuição das aldeias jesuíticas em pontos estudados à volta de Piratininga estaria vinculada a uma preocupação defensiva [07]. Sem esquecer que essa intenção já entrava nas preocupações dos próprios índios: "A preocupação de defesa, um motivo de natureza estratégica, em última análise, justificaria a escolha dos sítios dessas aldeias", como observa o professor Aroldo Azevedo [08].

No caso, porém, seria o próprio padre Anchieta a aconselhar a escolha dos locais para formar uma rede de proteção em torno de Piratininga.

Ou, ainda, as providências tomadas por Tomé de Sousa com relação ao intercâmbio com a América espanhola: "Foi Tomé de Sousa quem ordenou a cessação desse intercâmbio, através das futuras costas brasileiras, e também quem aconselhou a Nóbrega as comunicações de ordem religiosa, que se desejavam estabelecer entre as missões jesuíticas da Capitania de S. Vicente e o Paraguai espanhol, pelos aspectos de ordem política que daí poderiam ocorrer  [09].

Sem com isso supor que fossem dessa época aquelas ligações: "Possuía com efeito o gentio as suas vias de comunicação, rudimentares todas, mas nem por isso menos extensas e verdadeiras. Algumas, como esse caminho do sertão, tinham o caráter de estrada nacional para a raça guarani", segundo expressões de Teodoro Sampaio [10].

Mas, de todos os caminhos, o caminho do mar, através da Mantiqueira, parece o mais importante exemplo de influência de estrada na formação de caráter de uma povoação.

Em primeiro lugar, sendo os nossos primeiros aglomerados urbanos marítimos "a vila de S. Paulo de Piratininga aparecia como verdadeira e única exceção" e "no decurso de todo quinhentismo, foi a mais avançada boca de sertão estabelecida pelos colonizadores à entrada daquele mundo desconhecido, que era o interior de nosso país". Fato observado pelo geógrafo  [11].

Essa circunstância marcou um traço característico dos primeiros povoadores de Piratininga. "Estava, porém, reservado aos paulistas como desbravadores de nossos sertões, o estabelecimento dos grandes caminhos e roteiros, seguido em suas sucessivas entradas no ciclo despovoador assim como a construção das grandes primeiras estradas do interior, no ciclo repovoador" [12].

A precedente observação encontra ampla confirmação nas expressões de Saint Hilaire, em 1818: "O interior do Brasil não foi sempre cortado por estradas e nem semeado por habitações hospitaleiras; houve um tempo em que nele não havia nem uma cabana, nem um sinal de cultura, e em que os animais ferozes se disputavam o domínio; então os paulistas o percorriam em todos os sentidos". E, mais adiante, depois de enumerar as regiões atingidas: "Sente-se uma espécie de estupefação e como se é obrigado a reconhecer que estes homens pertenciam a uma raça de gigantes" [13].

As consequências desse isolamento seria outro assunto correlacionado com o caminho do mar que poderia ser ventilado, ainda que brevemente, aqui. No entanto, daremos apenas algumas sumárias referências.

Capistrano de Abreu chama atenção para as consequências desse isolamento nos costumes [14]. Benedito Calixto, para a influência no temperamento do piratiningano [15]. J. F. de Almeida Prado para as relações mútuas entre os primitivos habitantes de diversas raças [16], enquanto Paulo Prado, em seu famoso estudo, analisa essa influência na formação étnica e sociológica. É neste estudo que transcreve um manuscrito da coleção José Bonifácio, o Patriarca, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o qual também é utilizado por Sérgio Buarque de Holanda no seu estudo Caminhos do Sertão [17] [18].

Em suma, um dos mais úteis pode ser o estudo dos Caminhos do Mar, a nosso ver; dele aqui tentamos dar breve notícia, para o esclarecimento do caráter das primitivas povoações dessa região do País, onde "tudo lembra os grandes feitos da formação de nossa nacionalidade: o trabalho do povoamento, a conquista territorial, a emancipação política" [19].

[1] Placa de granito existente no Pouso de Paranapiacaba com a inscrição

WASHINGTON LUÍS P. DE SOUSA

PRESIDENTE DO ESTADO

SET. 1922

VICTOR DUBUBRAS    ANNITA DUBUGRAS  ERNESTO DUBUGRAS

ENGENHEIROS E ARCHITECTOS

Imagem publicada com o texto de Benedito Lima de Toledo

2ª Parte

O CAMINHO DO MAR - Os pousos e belvederes

À vista da breve abordagem precedente do problema, oferecemos, a seguir, algumas sugestões para o restauro e conservação do Caminho do Mar, "a primeira estrada brasileira revestida com concreto", como vai registrado na placa comemorativa existente no pontilhão da base da serra.

Esse fato e outros emprestam àquela rodovia quase o significado de marco de uma era tecnológica, o que bem se pode avaliar na preocupação de quem fez transcrever no azulejo de um dos pousos a frase: "As grandes linhas férreas de penetração de pouco valem sem todo um sistema de bons caminhos por onde possam vir às estações os produtos de toda sorte. A estrada de rodagem é hoje em toda parte do mundo civilizado tanto ou mais importante que a via férrea. Basta lembrar que o automóvel será o principal meio de locomoção no futuro... Tropas e Tropeiros, junho 1904. Afonso Arinos".

É oportuno, aqui, lembrar a proeza que Antônio Prado Júnior e alguns amigos realizaram em abril de 1909 (N. E.: o ano correto é 1908), quando nos dias 16 e 17, pela primeira vez, fizeram o percurso Santos-São Paulo de automóvel, utilizando um bravo Motobloc de fabricação francesa, pelo antigo Caminho do Mar.

Ora, não obstante o otimismo dos entusiastas do automóvel, as máquinas da época exigiam paradas durante a árdua arrancada serra acima e daí os diferentes "pousos" e "belvederes" colocados à margem da rodovia, com admirável senso da paisagem. Todos eles com fácil acesso à nascente de água, com óbvia utilidade no resfriamento dos motores e das gargantas secas pelo calor abafadiço da serra.

Esses pousos, de simples pontos de descanso na serra, são, a nosso ver, monumentos arquitetônicos significativos de uma fase da arquitetura paulista, merecedores de restauro à forma primitiva e conservação atenta.

Como é sabido, constituem obra do arquiteto Victor Dubugras e colaboradores (foto 1) e enquadram-se em sua experiência de fazer uma "arquitetura tradicional brasileira", a qual "tinha um caráter de pitoresca elegância, possuía o cunho de sua personalidade; suas obras eram inconfundíveis".

A observação é do professor Silva Neves, seu ex-aluno, que se refere carinhosamente ao mestre como "o genial arquiteto Dubugras", o qual "oferecia uma arquitetura de elevado padrão artístico" e que "era muito evoluído para a mentalidade medíocre da época em que viveu", o que lhe causava dissabores com clientes e alunos.

Merecem cuidados específicos as seguintes obras que tornamos a visitar para a confecção do presente trabalho:

1 - Pouso de Paranapiacaba (Casa de Pedra) Km 43.

2 - Belvedere do Km 45.

3 - Pouso da Serra (Segunda Casa de Pedra), bem próximo ao precedente.

4 - Belvedere da baixada.

5 - Pontilhão na base da serra, com placas comemorativas.

6 - Cruzeiro na raiz da serra.

7 - Pontilhões sobre o Rio das Pedras, no planalto, obras de arte da engenharia da época.

8 - Capela de S. Lázaro, próxima ao pontilhão da base da serra (ver gráfico).

[2] Placa afixada ao pontilhão da raiz da serra

Imagem publicada com o texto de Benedito Lima de Toledo

Os pousos e belvederes

a) Implantação

A implantação dos pousos na Serra é feita com grande respeito à paisagem e de todos eles a vista da serra é deslumbrante, além de, como já dissemos, marcarem pontos de oportuna pausa para os automóveis da terceira década deste século.

a) No pouso de Paranapiacaba o arquiteto pretendeu unir a arquitetura à paisagem de forma mais íntima, criando acesso direto à serra por meio de escadas de pedra na meia encosta (foto 5). Não seria esse fato revelador da intenção do arquiteto em fazer daquele pouso um ponto de reuniões festivas para quem quisesse passar um dia aprazível na serra? Parece claro este aspecto e deve ser respeitado na restauração (fotos 6 e 8).

b) No pouso da Serra a vista sobre o Cubatão é insuperável e os azulejos de Wasth Rodrigues ali empregados rememoram etapas da vida do Caminho do Mar, sendo, portanto, elementos de educação histórica para os visitantes, além de obras de azulejaria merecedoras de destaque como tal (foto 12).

Esse pouso, edificado em acentuada curva da estrada, apresenta uma derivação para maior facilidade de acostamento e, além disso, um banco de pedra (exedra) ao longo da mureta representa uma comodidade para quem quiser observar o sítio (foto 11).

Há, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, uma maquete em gesso deste pouso, para ali levada por iniciativa do prof. Flávio Motta.

c) Em dois outros pontos da serra foram situados belvederes de construção mais sumária que as "casas", porém não de inferior qualidade arquitetônica (foto 10). No belvedere da Baixada (foto 20) pode-se observar na azulejaria o retrato de Bernardo José Maria de Lorena, a quem o Caminho do Mar deveu grandes melhoramentos (foto 21). Neste monumento podem ser vistas duas pedras com inscrições que pertenceram ao monumento mandado erigir, em 1790, por Lorena em homenagem à rainha D. Maria I (fotos 22 e 24).

d) No sopé da serra, o grande cruzeiro de granito evoca o significado histórico do caminho. A cruz, de magnífico lavor, situa-se ao centro de uma pequena praça resultante da bifurcação da pista, a qual, portanto, envolve a cruz. Dois bancos curvos de pedra, simétricos, colocados de cada lado, dão um sentido espacial autônomo a essa área e ambientam o monumento. Portanto, na expressão "cruzeiro" pretendemos incluir essas obras complementares que, com a cruz propriamente dita, formam um conjunto harmônico (foto 27).

No pedestal estão gravados os nomes insignes de Tibiriçá, Anchieta, Mem de Sá, Nóbrega, Leonardo Nunes, Martim Afonso, João Ramalho, Braz Cubas e as datas 1500 e 1922; o azulejo de Wasth Rodrigues, colocado á volta da base, nos mostra, em uma face, a figura do padre José de Anchieta, cujo nome ficou ligado ao antigo caminho; em outra face, são representadas caravelas, homenagem aos navegantes descobridores (foto 29).

Há, na biblioteca da Faculdade de Arquitetura, uma cópia heliográfica do desenho original do arquiteto.

e) O início da ascensão da pista se dá após o pontilhão em que foram colocadas duas placas comemorativas; uma delas, como já dissemos, atribui o pioneirismo no uso do concreto para pavimentação de estradas (foto 2). Esta pequena ponte dispõe de pináculos com forma de obelisco em suas muretas. Um destes pináculos foi arrancado, vítima provável de algum acidente rodoviário; porém, acha-se ainda tombado à beira da estrada (foto 26).

É neste ponto que se encontra situada a pequena capela de São Lázaro (foto 25).

Ainda, como implantação, nesta altura da estrada se atinge, depois de uma caminhada, um lugar onde podem ser vistas algumas lajes de pedra, tidas como de algum primitivo caminho.

[3] Pouso de Paranapiacaba

Imagem publicada com o texto de Benedito Lima de Toledo

b) Técnica

Os pousos, como ocorre em obras de Dubugras, revelam apurada técnica construtiva; inegavelmente, sua característica "rompeu com a tradição procurando e realizando com rara felicidade novas formas arquitetônicas, aplicando e trabalhando os materiais de maneira diferente da rotina" [20].

No aproveitamento do granito, a habilidade do mestre fica mais evidenciada. O aparelho da pedra é primoroso, além de atingir, em alguns pontos, inegável sentido escultural. Hoje, castigada pelos rigores dos intemperismos da serra, a pedra se apresenta escurecida e de cor ricamente variegada, fato este que, associado à vegetação que se insinua à sua volta, contribui para a assimilação dos monumentos à paisagem, como se ali sempre houvessem existido (fotos 3 e 14).

No Pouso de Paranapiacaba, na parte voltada para a serra, no piso resultante do desnível do terreno, há uma arcada que deveria prover a varanda de excelente vista. Todavia, o Departamento de Estradas de Rodagem fechou os vãos da arcada com parede de tijolo para aí fazer depósito de materiais! (foto 7).

Com grande propriedade, foram usados os azulejos e neles figuram datas, versos, retratos, mapas, alegorias e diversas referências históricas através de desenhos e inscrições (foto 4).

As escadarias que levam aos patamares da serra estão em total abandono. Porém, não seria difícil restaurá-las à sua forma original (fotos 6 e 8).

Mais abaixo, no pouso da serra, uma barra de azulejos contorna o edifício e nela vemos sucessivamente as figuras históricas de Antônio Carlos, Martim Francisco, senador Vergueiro, regente Feijó, brigadeiro Tobias, duque de Caxias, brigadeiro Machado, marquês de S. Vicente, marquês de M. Alegre, Paula Souza (foto 18). Na pedra, em inscrição central, figura a palavra Maioridade (foto 15). No alpendre, os azulejos mostram dentro de primorosa cercadura uma vista de Itanhaém, na qual se veem duas igrejas históricas daquela cidade (foto 12).

No belvedere da Baixada vê-se no intradorso do arco central um medalhão de azulejo com a figura de Bernardo José Maria Lorena. Neste pouso, de engenhosa organização espacial, os trabalhos na pedra ostentam grande apuro (foto 23).

[4] Mural de azulejos com mapa rodoviário. Pouso de Paranapiacaba

Imagem publicada com o texto de Benedito Lima de Toledo

c) Outras observações

Em alguns pontos da serra o viajante poderá, após caminhar algumas dezenas de metros, atingir pontos onde ainda podem ser vistos vestígios do primeiro caminho do mar.

Ao longo da rodovia, encontram-se ainda diversos monumentos de certo interesse; por exemplo, a Capela de S. Lázaro, ao sopé da serra, à qual já nos referimos e onde eram realizados, em outros tempos, festas populares. Havia ali também um cemitério, removido com a construção da Refinaria do Cubatão. Segundo o que nos foi narrado, com grande mágoa, por antigo morador do local, ossos do cemitério puderam ser vistos durante o revolver da terra por meio de máquinas no preparo do terreno para as obras da refinaria. Estas obras acabaram por espantar do local os antigos festeiros daquela capela e, hoje, os festejos não têm nem de longe, o brilho de outrora.

No planalto, sobre o Rio das Pedras e Rio Pequeno (represa), situam-se três pitorescas pontes arqueadas, muito frequentadas por pescadores dominicais.

Em Ribeirão Pires, onde há uma capela de certo interesse arquitetônico, constrói-se atualmente um hotel para exploração e uso de conhecida água mineral.

Existem, ainda, outros locais de interesse histórico e, entre eles, a árvore das lágrimas, a sinuosa estrada do Vergueiro - antigo acesso à serra - e no Bairro do Sacomã subsiste ao arrasamento da especulação imobiliária sobranceira mansão. Trata-se de prédio que mereceria conservação, dadas suas características, porém não nos parece ser este o momento para examinar aquela obra.

[5] Vista do Pouso de Paranapiacaba. Atente-se para a implantação e situação das escalas

Imagem publicada com o texto de Benedito Lima de Toledo

d) Utilidade atual da rodovia

Após a construção da Via Anchieta, o Caminho do Mar caiu num relativo desuso. Contudo, alguns anos atrás, sua pista, no trecho do planalto, recebeu novo capeamento asfáltico e hoje o estado do piso é satisfatório. Mas, ainda assim, a estrada é pouco movimentada, pois, além de um tráfego de pouca intensidade, sua maior utilização parece feita por pescadores que, nos fins de semana, vão tentar a sorte nas águas da represa.

Igualmente, nas casas de pedra, sempre pode ser visto grande número de pessoas que vão "passear na serra", com grande dificuldade de estacionamento. No Pouso Paranapiacaba existe um bar, mantido em precárias condições.

[6] Escada de granito no Pouso de Paranapiacaba

Imagem publicada com o texto de Benedito Lima de Toledo

e) Proposta

Após propormos o presente tema, pudemos verificar na pesquisa que mereceria ele um desenvolvimento bem superior ao inicialmente pensado. Nossa ideia é desenvolver o tema Os caminhos do mar e fazer, futuramente, uma proposta mais ampla, capaz de abranger todos os caminhos de acesso a Piratininga, partindo não só do Cubatão, mas ainda de outros pontos do litoral. A Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, marco ferroviário de uma época, que aproveitou, como vimos, o primitivo caminho dos silvícolas abandonado em 1560, por suas características, mereceria igualmente cuidadoso estudo.

Entretanto, a futura proposta fica condicionada a estudo mais profundo de documentos existentes e a um estudo da região visando esclarecer muitos aspectos do problema.

Pelas conclusões que pudemos tirar no momento, podemos propor o seguinte:

1) Preservar o Caminho do Mar, entendido como a autoestrada que definiu o início de uma época, com a restauração do revestimento de concreto original. Isto, sem cogitar em saber se é uma estrada de emergência, questão que foge ao âmbito do presente trabalho.

A exuberante vegetação, à margem da pista, merece ser carinhosamente preservada, para tanto devendo-se proibir qualquer tipo de publicidade, que, sabemos, é feita em clareiras obtidas pela derrubada de parte da mata. Placas, somente as indispensáveis à sinalização para segurança da estrada e assim mesmo não precisarão ultrapassar as muretas das margens.

2) Restaurar os pousos, recolocando-os em sua forma original. Quanto à sua utilização, sugerimos que seja respeitada a intenção inicial, ampliando o sentido de convívio com a paisagem e, para tanto, no Pouso de Paranapiacaba:

a) Reconstruir telhados, o que poderá ser executado com toda fidelidade ao original;

b) Restaurar a antiga arcada, na face voltada para a serra, removendo os muros de tijolos que fecham os vãos. Assim, teremos reconquistado a varanda, facultando excelente vista para a paisagem.

c) Restaurar as escadas que demandam a encosta da serra, colocando os patamares em condições de uso para fins recreativos, inclusive refeições ao ar livre.

d) Estudar a maneira de criar mais área para estacionamento de veículos junto aos pousos. Os atuais são insuficientes. Esta obra depende de cuidadoso estudo das condições locais para conseguir solução harmoniosa, sem a qual esta proposta fica prejudicada. Uma vez executado este trabalho, poderiam ser retirados os trilhos colocados à volta da casa para proteção e apenas reconstruir a valeta ali existente.

3) Quanto ao uso dos prédios, repelimos a proposta já feita pelos jornais de transformar os pousos em "Museus Rodoviários" e propomos seu uso efetivo dentro da intenção do arquiteto, que dotou um dos prédios de restaurante, com alpendres à sua volta, havendo num deles vitrine, até hoje utilizada, destinada a expor garrafas, indicação segura de sua destinação inicial. Este restaurante poderá ter salões em dois níveis: o da estrada e inferior da arcada a que nos referimos. Para dias frios existe o salão de refeições totalmente fechado, muito aprazível pelo seu revestimento, no qual figuram azulejos de W. Rodrigues representando os diversos meses do ano.

4) Semelhante utilização, porém em menor escala, poderia ter o pouso de baixo, cujos azulejos são uma aula de história para os visitantes. Daqui, a vista da paisagem e, principalmente, de Cubatão, é das mais favoráveis.

Na face voltada para o mar, há uma porta de ferro ondulada de enrolar acrescida à obra e que prejudica o sentido espacial da mesma. Na maquete existente na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, essa porta não existe e aí se percebe claramente a intenção do arquiteto em fazer desse arco a entrada da parte inferior do pouso, dando-lhe maior liberdade de circulação interna e justificando a existência de uma escada de pedra que, desse arco, nos conduz ao pátio superior do pouso.

Parece que essa porta foi colocada com a finalidade de formar um depósito de materiais para o DER. Propomos sua retirada, o que viria franquear o acesso desse lado aos visitantes e restituir a transparência e o sentido arquitetônico original ao monumento.

5) O Belvedere da Baixada merece especial atenção. É neste monumento que poderemos ver as mencionadas pedras que outrora pertenceram ao monumento mandado erigir por Lorena.

[7] Pouso de Paranapiacaba, face voltada para a serra. Note-se o estado da cobertura e os vãos da arcada fechados com tijolos

Imagem publicada com o texto de Benedito Lima de Toledo

A Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional teve a gentileza de nos enviar o seguinte documento de seus arquivos:

Estrada de Lorena

Declarou o dr. Ernesto Dubugras, filho do engenheiro Victor Dubugras, autor das construções e pousos do caminho da serra de Santos, que seu pai fez certo dia uma excursão com o dr. Washington Luís e outras pessoas pelas matas, subindo um trecho da serra, a partir de um dos pousos em construção, e descobriram um caminho de pouca largura, calçado de pedras irregulares, que subia pela encosta em linha reta até o alto e todo fechado de mato. Nesse caminho ou ao lado, encontraram uma pedra, com inscrição, gravada à moda antiga, e que se referia à estrada e ao governador conde de Sarzedas. O dr. Washington já sabia da sua existência. A pedra foi aplicada no dito pouso, e lá se acha. Quanto ao resto da estrada, pela parte de baixo, isto é, do pouso para baixo, não foi procurada devido aos precipícios e matas. Tanto no planalto como na raiz da serra, não se descobriu indícios da continuação daquela primitiva estrada, pois a estrada nova, então já existente, cortara-a naturalmente em vários pontos da serra e reformara-a tanto no Planalto como no Cubatão.

Maio de 1955

(a) José Wasth Rodrigues

Este depoimento, do autor dos azulejos dos pousos da serra e assíduo colaborador de Dubugras, mostra-nos que Washington Luís, além do respeito pela obra pública, demonstrado na preocupação com a sua qualidade arquitetônica, esteve presente também na qualidade de historiador. Da procedência das pedras, encontramos alguns dados:

A Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo, vol. VI, 1900-1901, à página 478, reproduz o ofício da Câmara Municipal de 22 de setembro de 1790 em que essa comunica ao governador sua decisão de mandar erigir "no alto da dita serra do mar" um monumento em sinal de "gratidão e reconhecimento" por suas obras, principalmente pelo "primeiro canal de seu comércio, que V. Exa. acaba de segurar-lhe terraplanando e calçando-lhe a serra mais bravia e intransitável que a natureza como barreira impenetrável, dividente da sua tão precisa marinha". O ofício conclui com a inscrição latina constante do monumento.

Na Revista do Arquivo Municipal de fevereiro de 1940 há uma "Biografia de D. Bernardo José de Lorena" escrita por M. L. Franco da Rocha, na qual consta uma relação das obras executadas por Lorena em seu governo, e que traz, inclusive, "um plano para guiar a cidade no seu desenvolvimento". Nesse artigo, consta que a estrada foi feita com auxílio em dinheiro dado pelos comerciantes de Santos. Parece-nos de particular interesse o seguinte trecho:

"De todos os seus trabalhos, o mais importante foi, sem dúvida a construção da Estrada da Serra, em zigue-zague, com 180 ângulos, numa largura de 3 metros, com um comprimento de 9 quilômetros, e toda calçada de pedras, trazidas de grande distância.

"Essa estrada era tão bem feita que excitou a admiração dos contemporâneos de sua construção e, mais tarde, até de viajantes estrangeiros que por ali passaram. Kidder, norte-americano que a viu em 1839, a descreveu com grandes elogios. Além de Kidder, outros viajantes como o norueguês Boyer, o inglês Mawe e o francês Hermes Florence (N. E.: correto é Hercules Florence), todos se referiram com entusiasmo sobre as obras gigantescas da Estrada do Lorena".

[8] Escadas que unem o pouso à serra

Imagem publicada com o texto de Benedito Lima de Toledo

Consta, a seguir, a decisão da Câmara em mandar erigir um monumento em homenagem ao governador, acrescentando:

"Com toda diplomacia d. Bernardo endereçou essa homenagem a Maria I, mandando erguer no mesmo lugar um padrão, cuja base era formada por quatro pedras lavradas, nas quais mandou gravar:

1ª Omnia vincit amor subditorun

2ª Maria Regina

3ª Anno 1790

4ª Fez-se este caminho no feliz governo do Illm. Exm. Snr. Bernardo José de Lorena, General desta Capitania".

A seguir lembra o interesse de Washington Luís pela estrada e que este, "em companhia dos srs. Antonio Prado Júnior e Bento Canabarro, e com turmas de trabalhadores, conseguiu desvendar a célebre calçada, e encontrar duas pedras do padrão que jaziam enterradas na lama. Essas duas pedras, a primeira e a quarta, foram colocadas, ad perpetuam rei memoriam, em 1922, no segundo dos monumentos coloniais, que no governo do dr. Washington Luís foram erigidos na estrada do mar" (fotos 22 e 24).

Por aí vemos a importância daqueles documentos existentes no monumento, fato que deveria ser evidenciado ao visitante através, por exemplo, de uma pequena placa móvel a ser deixada no local.

6) A Capela de S. Lázaro, no Cubatão, merece ser conservada. Num primeiro exame parece necessitar apenas reparos no revestimento e na porta, a qual é, em parte, vazada com balaustres.

7) Propomos que seja estabelecida sinalização indicando os pontos da estrada de onde se possam atingir, com maior facilidade, os locais em que existem vestígios dos antigos caminhos, com dizeres explicativos. Igualmente, a sinalização poderia apontar os locais que por qualquer razão apresentem interesse histórico.

8) O pontilhão da base da serra, cuja parte danificada restringe-se quase ao pináculo de pedra arrancado, que por felicidade ainda se encontra nas proximidades, poderia, com relativa facilidade, ser recolocado em sua forma original.

9) Quanto ao cruzeiro, pouco há a restaurar; porém, é preciso zelo para que não seja prejudicado o agenciamento do local, uma vez que o monumento, com sua pequena praça, seus bancos curvos de pedra, sofreria grandemente com qualquer proposta de alargamento das vias, feita empiricamente, o que poderia destruir seu sentido espacial (foto 28). A esse respeito, devemos ter em conta que nesse trecho ocorre intenso tráfego de caminhões de grande tonelagem, de uso da refinaria e usinas locais, sendo que os repetidos recapeamentos asfálticos prejudicam sensivelmente a praça.

Nesse sentido, é oportuno lembrar a preocupação de Dubugras com a natureza e configuração do piso e revestimentos em geral, o que pode ser observado em outros logradouros executados sob seu projeto, como a Ladeira da Memória e a estação de Mairink.

À vista do exposto, propomos que o piso, cuja forma é sugerida pela configuração do bloco central e bancos laterais, seja totalmente refeito em concreto - material a que alude a placa da estrada - com juntas de dilatação, esse elemento discreto, próprio do material, útil para definir superfícies, em disposição que resulte num desenho a ser estudado. Quanto a este último aspecto, um estudo local poderia revelar se, sob o capeamento asfáltico, ainda subsiste o pavimento original. Quanto à urgência dessas providências, queremos registrar que, há poucos dias, um caminhão trabalhava no desmonte do terreno posterior a um dos bancos de pedra desse logradouro.

[9] Banco de pedra e mureta do Belvedere do km 45

Imagem publicada com o texto de Benedito Lima de Toledo

Nota final

O restaurador que pretender trabalhar em qualquer obra de Victor Dubugras deverá dedicar particular atenção aos materiais e acabamentos. As publicações da época e o relato das pessoas, que conviveram com o mestre, insistem no grande critério com que se havia nesses pontos. Apenas a título de exemplo, registramos aqui alguns trechos de um exemplar da Revista Politécnica de 1908, referindo-se à Estação Ferroviária de Mairink:

"A bela composição do sr. Dubugras tem, sobre todos, este grande mérito - o de convencer da possibilidade de fazer bela uma obra de cimento armado os descrentes da estética do novo sistema de construção, os que acreditam que o único meio de tornar atraente uma obra executada com esse material é esconder a natural rigidez geométrica das formas que decorrem da construção da mesma..."

E mais adiante: "As paredes do W. Closet são revestidas de vidro civer de juntas perfeitas, os tabiques divisórios são isolados dos muros, tendo apenas nestes pontos metálicos de retenção. O pavimento é de cerâmica vermelha, hexagonal, de Marseille. Os encanamentos aparentes são de cobre.

"A Sala de Espera das Damas tem paredes revestidas de placas de vidro e ornamentadas de um friso de painéis de fotografias de pontos interessantes da Estrada.

"Todo o envidraçamento é de vidro catedral verde claro, dando uma luz interna agradável e ao exterior um tom harmônico com a cor geral das paredes. Estas no interior foram ligeiramente coloridas num tom violáceo".

Referindo-se ao revestimento externo: "O reboco exterior é de cimento branco Lafarge e areia grossa, obtida depois de duas peneirações, oferecendo assim um grão homogêneo" [21].

[10] Aspecto exterior do Belvedere do km 45

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Adendo

Há algum tempo atrás, indo a Santos, pudemos ver no Pouso da Serra os azulejos de S. Wasth Rodrigues sendo arrancados da parede a golpes de marreta.

"Estão velhos e vão ser substituídos por novos", foi o que nos informou o marreteiro.

De fato, agora alguns azulejos novos podem ser vistos naquele local. De execução bisonha, depreciam o monumento.

Acreditamos numa boa intenção de quem mandou motivar esse atentado contra aquela obra, mas não atinamos com o critério.

Esse fato nos faz insistir em nossa proposta: os monumentos do Caminho do Mar devem ser imediatamente tombados pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a fim de que nenhuma obra de conservação possa ser feita sem supervisão daquele órgão.

A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo promoveu um curso sobre conservação de monumentos; por que não consultar-se seu Departamento de História em tais casos?

As providências a serem tomadas são urgentes.

São Paulo, março de 1965

[11] Pouso da Serra (inferior)

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[12] Banco de pedra e mural de azulejo mostrando vista de Itanhaém. Pouso da Serra

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[13] Pouso da Serra. Face voltada para o mar

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[14] Vista do Pouso da Serra, implantado com admirável senso de paisagem

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[15] Pouso da Serra, escultura que evoca a Maioridade

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[16] Carranca que arremata cobertura de alpendre no Pouso da Serra

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[17] Tropeiros. Barra de azulejos do Pouso da serra

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[18] O primitivo Caminho do Mar. Barra de azulejos do Pouso da serra

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[19] Vista da serra a partir do Belvedere da Baixada

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[20] Belvedere da Baixada. No muro, em primeiro plano, pode-se ver uma das placas que pertenceu ao monumento erigido por B. J. M. de Lorena. No intradorso do arco central vê-se medalhão com retrato de Lorena

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[21] Medalhão do azulejo com retrado de B. J. M. de Lorena

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[22] Pedra que pertenceu ao monumento erigido em 1790 encontrada por Washington Luís. Pode-se ler a inscrição OMNIA VINCIT AMOR SUBDITORUM

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[23] Trabalho em pedra. Belvedere da Baixada

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[24] Placa que pertenceu ao monumento erigido em 1790. Pode-se ler: FESSE ESTE CAMINHO NO FELIS GOVERNO DE JLL EES SR BERNARDO JOZE DE LORENA GENERAL DESTA CAPITANIA

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[25] Capela de São Lázaro na raiz da Serra

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[26] Pontilhão na raiz da serra com placas comemorativas (v. fig. 2).

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[27] Cruzeiro na raiz da serra com placas comemorativas

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[28] Banco em pedra com azulejos. Cruzeiro da raiz da serra

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[29] Inscrição no supedâneo da cruz

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Notas:

[*] O presente trabalho é um estudo apresentado ao professor Eduardo Kneese de Mello, coordena[do]r da disciplina "Restauro e Conservação de Obras de Arte" do Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da universidade de São Paulo.

Foi debatido em seminário do qual participaram, além do coordenador, os professores Flávio Motta, Augusto da Silva Teles, e o diretor da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN), dr. Rodrigo de Mello Franco de Andrade, que foi relator deste trabalho.

[01] Pereira, Baptista: "A Cidade de Anchieta", Revista do Arquivo Municipal, S. Paulo; Publicação do Dep. de Cultura e Recreação, XXIII, maio, 1936.

[02] Melo Franco, Afonso Arinos: Desenvolvimento da Civilização Material do Brasil, publ. SPHAN, Rio de Janeiro, 11, 1944.

[03] Id. Ibid.

[04] Abreu, J. Capistrano de: Caminhos Antigos e Povoamento do Brasil, Soc. Capistrano de Abreu, Rio de Janeiro 1930.

[05] Melo Franco, Afonso Arinos: Ibid.

[06] Saint Hilaire, Augusto de: Segunda Viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a S. Paulo, Trad. de Affonso de E. Taunay, S. Paulo, 1932.

[07]. Pereira, Baptista: Ibid.

[08]. Azevedo, Aroldo de: Aldeias e Aldeiamentos de Índios. Boletim Paulista de Geografia, S. Paulo, 23, out. 1959.

[09] Simonsen, Roberto C.: História Econômica do Brasil, Cia. Editora Nacional, S. Paulo, 1962.

[10] Sampaio, Theodoro: Rev. Inst. Hist. S. Paulo, 4º.

[11] Azevedo, Aroldo de: Velas e Cidades do Brasil Colonial, Bol. Fac. Fil. Cl. Letras, Univ. S. Paulo, 208, 1956.

[12] Simonsen, Roberto: Ibid.

[13] Saint Hilaire, Augusto de: Ibid.

[14] Abreu, J. Capistrano de: Ibid.

[15]. Calixto, Benedito: Capitanias Paulistas, Casa Duprat & Casa Mayença, S. Paulo, 1927.

[16]. Prado, J. F. de Almeida: Primeiros Povoadores do Brasil, Cia. Editora Nacional, S. Paulo, 1954.

[17]. Prado, Paulo: Caminhos do Mar. Paulística 1925 in A Tribuna, Santos, 26-3-1964.

[18]. Holanda, Sérgio Buarque de: Caminhos do Sertão, Rev. de Hist., S. Paulo, 1964.

[19] Moura, Gentil de Assis: Discurso de Posse no Inst. Histórico, Rev. Inst. Histórico, Rio de Janeiro, 141, 1921.

[20] Neves, José Maria Silva: Mestres da Arquitetura Neoclássica, do Estilo Colonial da Arquitetura Tradicional Brasileira. Depoimentos, Grêmio Fac. Arquit. Urb. Univ. S. Paulo, I, 1960.

[21] P. J.: Uma Estação Modêlo. Rev. Politéc. S. Paulo, 22, junho-agosto, 1908.

[30] Vista da Serra do Mar em dia de neblina. Bem ao centro, um pouso

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[30-a] No detalhe central da imagem acima, o pouso entrevisto na neblina. No alto da serra, é visto o Castelo D'água

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