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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - OS DIRIGENTES
Antonio Carlos da Silva Telles
De 15/11/1889 a 21/2/1890 (Junta Governativa)
De 18 a 28-30/12/1891

Num conturbado período, Santos teve como prefeito a Associação Comercial de Santos, através de seu presidente, que pouco tempo antes também já havia participado de uma junta governativa da Cidade. No Almanaque Santos 1971 (1971, Prodesan Gráfica, Santos/SP), do falecido jornalista Olao Rodrigues, consta o relato do episódio, aqui resumido:

A ditadura implantada no Brasil por Deodoro da Fonseca (e continuada por Floriano Peixoto após a renúncia do primeiro presidente brasileiro, em 23/11/1891), que era apoiada pelo dirigente da Província de São Paulo, Americo Braziliense de Almeida Mello (deposto em 15/12/1891), causou forte reação em Santos. Houve resistência, pregação na rua, crítica da imprensa e ato público no dia 14 de dezembro de 1891, na Praça da República (onde então funcionavam Câmara e Prefeitura municipais).

Naquela oportunidade, o povo exigiu a deposição do presidente da província, bem como do intendente e dos vereadores municipais, por meio de moção lida por Martim Francisco (3º dos irmãos Andradas), segundo a qual a administração do Município deveria ser entregue à diretoria da Associação Comercial, que se encarregaria de exercê-la até "que o novo Presidente do Estado resolva a tal respeito as atribuições da atual Intendência, cuja competência fica terminada".

Em face desse pronunciamento popular, a Associação Comercial, no mesmo dia, assumiu a direção do município, mas no dia seguinte transmitiu-a ao Dr. Almeida Morais, que renunciou ao cargo a 18, três dias depois, passando-o ao organismo representativo do Comércio Santista, que era presidido pelo Dr. António Carlos da Silva Teles. Santos foi governada pela Associação Comercial de Santos até o dia 30 de dezembro de 1891.


Antonio Carlos da Silva Teles
Imagem: bico-de-pena de Lauro Ribeiro da Silva (Ribs), publicado no Almanaque Santos 1971 e no livro Veja Santos!, ambos editados por Olao Rodrigues

Um resumo biográfico foi feito pelo falecido jornalista Olao Rodrigues, na publicação Veja Santos! (2ª edição, 1975, Santos/SP):

Antonio Carlos da Silva Teles nasceu a 21 de setembro de 1854. Depois de dedicar-se à lavoura, ingressou na política e foi um dos participantes da famosa Convenção de Itu. Passando a residir em Santos, tornou-se comissário de café e chefe político. Quando na presidência da Associação Comercial de Santos, coube-lhe receber Rui Barbosa, ministro da Fazenda, que aqui viera a 11 de fevereiro de 1890 inspecionar os serviços de carga e descarga e armazenamento de mercadorias.

Desempenhava o mandato de vereador na ocasião em que, proclamada a República, em 1889, foi a administração do Município confiada a uma junta governativa, da qual ele também fez parte.

Além de propugnador da Abolição, foi republicanista de primeira linha. O coronel Antônio Carlos da Silva Teles presidiu o Conselho Administrativo da Caixa Econômica do Estado e viu-se eleito senador estadual pelo Partido Republicano Paulista, na vaga de Bento Bicudo. Faleceu em São Paulo a 24 de janeiro de 1925.


Na sessão da Câmara Municipal de Santos realizada a 14 de fevereiro de 1891, o vereador dr. Carvalho de Mendonça apresentou indicação, aprovada, nos seguintes termos:

"Atendendo aos relevantes e patrióticos serviços prestados a esta Cidade desde 15 de novembro de 1889 até hoje pelo ilustre cidadão Antônio Carlos da Silva Teles, indicamos que se denomine Antônio Teles a nova Praça em frente aos armazéns da Alfândega."

A Praça não se denominou Antônio Teles, mas sim Silva Teles e depois Teles. A denominação atual foi sustentada no parecer nº 142, da Comissão de Justiça e Poderes, da Câmara Municipal, relatado pelo vereador dr. B. Moura Ribeiro e aprovado na sessão de 18 de junho de 1919, a que se seguiu a lei nº 647, de 16 de fevereiro de 1921, que entrou em vigor a 1º de janeiro de 1922, sancionada pelo prefeito municipal, cel. Joaquim Montenegro.

Em tempo recuado, ou durante a visita de inspeção que Rui Barbosa fizera a Santos a 11 de fevereiro de 1890, na qualidade de ministro da Fazenda do Governo Provisório de Deodoro da Fonseca, fora determinada a construção de armazéns alfandegados; por esse motivo desaparecera o Largo de Ladislau que, em parte, ocupava a atual Praça Antônio Teles, no ponto em que está a antiga Recebedoria de Rendas do Estado. Figurava na Planta sob nº 46.

Dois dias depois do seu passamento, ou na sessão realizada a 26 de janeiro de 1925, a Câmara Municipal de Santos reverenciou a memória do coronel Antônio Carlos da Silva Teles. O vereador Benedito Pinheiro fez-lhe o necrológio e requereu a suspensão dos trabalhos, propondo o vereador Manuel Ribeiro Azevedo Sodré que o requerimento fosse aprovado de pé.

Na sessão ordinária que a Câmara Municipal realizou a 2 de outubro de 1901, sob a presidência do sr. José Carneiro Bastos, foi aprovado o parecer nº 38, da Comissão de Obras e Viação, que autorizou o intendente municipal a mandar executar o serviço de calçamento da Praça Teles, como se chamava o logradouro.