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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - IMPRENSA
A imprensa santista (2-b12)

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Na sua edição especial de 26 de janeiro de 1939, comemorativa do centenário da elevação de Santos à categoria de cidade - exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda -, o jornal santista A Tribuna publicou esta matéria (grafia atualizada nesta transcrição):
 


Imagem: reprodução de trecho da matéria original
Demais fotos desta página: publicadas com a matéria

Galeria dos poetas, prosadores e jornalistas de Santos

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Affonso Schmidt - Nasceu em Santos, no bairro histórico do Cubatão, a 29 de junho de 1890, como filho de João Affonso Schmidt e de d. Odila Bruncken Schmidt.

Fez seus primeiros estudos em Santos, passando depois a São Paulo, onde os completou tanto quanto possível. Manifestou, desde a meninice, irresistível vocação para a vida da imprensa, à qual, aliás, devia consagrar-se inteiramente. Aos doze anos já distribuía jornaizinhos manuscritos, de um só exemplar, que fazia na escola com alguma colaboração dos companheiros mais talentosos, e, aos 13 anos, instalava uma tipografia no porão da casa de seu pai, publicando aí o seu primeiro jornal impresso, do qual era, a um tempo, diretor, redator, gerente, tipógrafo, revisor e distribuidor.

Um ano apenas, mais tarde, fundou em São Paulo, com Oduvaldo Vianna, um semanário, que não teve longa duração. Aos quinze já era secretário do Commercio de São Paulo, cujos diretores eram Affonso Celso, Garcia da Luz e o ilustrado santista Alberto de Sousa. Não se conhece maior precocidade no gênero. Daí por diante passou pela redação de todos ou quase todos os jornais de Santos e São Paulo, e de alguns do Rio de Janeiro, deixando em todos eles os melhores sinais de seu talento e capacidade literária.

Trabalhou na A Tribuna e no Diário de Santos, em sua terra, aí deixando sinais indeléveis de sua passagem.

Criança ainda, partiu sozinho para a Europa, embarcando em curiosas circunstâncias, como clandestino, obrigado a servir a bordo para pagar com serviços a sua passagem forçada. Perambulou então pelo Velho Mundo, na mais aventurosa e arrojada das peregrinações, como um espírito ansioso por embeber-se nos ensinamentos da velha civilização, passando imensas privações e dificuldades, cadinho em que temperou as suas idéias, desenvolvendo, assim, as suas tendências sociais.

Mais tarde, depois dessa primeira peregrinação aventurosa, que durou quase dois anos, tornou à Europa, dirigindo-se desta vez à Itália, onde residiu alguns anos, freqüentando os meios boêmios e cultos da Cidade Eterna e de outras províncias daquele país. Levado por uma imensa simpatia para com os explorados e oprimidos, interessou-se muito pelas massas anônimas e sofredoras, vivendo, com elas, horas sem pão e plenas de incertezas para o amanhã.

Tornou-se um dos estudiosos e conhecedores das doutrinas populares, o anarquismo e o socialismo. Fez parte da redação de A Plebe e de A Lanterna, ao lado de Edgard Leurenroth e Orestes Ristori. Foi um dos fundadores da Voz do Povo, jornal proletário do Rio de Janeiro, tendo sido preso várias vezes, no Rio e em Santos, por delitos de pensamento. Vem se consagrando há muitos anos e com o maior entusiasmo, à luta contra o clericalismo e o fascismo, fazendo intensa propaganda por meio de artigos em jornais, livros, peças teatrais, panfletos etc.

Por muitos anos, Affonso Schmidt ocupa um lugar na redação do Estado de São Paulo, onde sua pena brilha na crônica cotidiana.

Seus primeiros livros foram: Lírios Roxos e Miniaturas, versos. Sua extensa bibliografia, porém, começa com Janelas Abertas, vindo a seguir: Mocidade, versos; Garoa, versos; Brutalidade, prosa; Os impunes, O dragão e as virgens, Pirapora, As levianas, Passarinho verde, Ao relento, Conto de fadas, Kellani, A revolução brasileira, A nova conflagração, O evangelho dos livros, Os negros, Carne para canhão (traduzida em várias línguas), Lusitania (poema), Poesias, Curiango, A sombra de Júlio Frank, Zanzalá e mais alguns, muitos em segundas e terceiras edições e outros esgotados.


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