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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - TIROS DE GUERRA
Tiros de Guerra santistas (2)

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Um dos tiros de guerra de Santos era o Tiro Naval, fundado em 21/10/1917 e extinto após a Revolução Constitucionalista de 1932. A documentação destas páginas pertence ao acervo da família do comandante Armando Erbisti, sendo as imagens cedidas a Novo Milênio por Sérgio Barros de Moura, residente na cidade de Peruíbe/SP:


Armando Erbisti, examinando as posições no fronte de batalha de Sobreira, em agosto de 1932


Campanha durante a Revolução de 1932


No fronte, em 1932, lendo o Diário da Manhã, em foto de Pedro Peressin, de Santos/SP


Grupo no fronte, estando Armando Erbisti assinalado na imagem original


Outro grupo de soldados no fronte, estando Armando Erbisti assinalado na imagem original


Grupo de combatentes, na trincheira, em 1932


Armando Erbisti e seu certificado de desincorporação do Batalhão de Tiro Naval



Trecho de matéria publicada pela revista santista Flama em abril de 1954

Quando Armando Erbisti faleceu, a revista santista Flama publicou esta matéria, na edição de abril de 1954 (ortografia atualizada nesta transcrição):

Armando Erbisti

Surpreendeu e causou consternação na cidade a morte de Armando Erbisti, cidadão de magníficos predicados, que exercia, há muito tempo, o cargo de comandante da Guarda Noturna de Santos.

De origem simples, subiu pelo seu próprio esforço e indiscutível valor, sendo um dos peritos em contabilidade mais renomados. Na Guarda Noturna foi notável o seu trabalho. Reorganizou essa corporação, dedicando-se-lhe inteiramente. Porque não era um chefe apenas. Era um homem de ação, que se via, altas horas da noite, a fiscalizar os seus auxiliares. E prejudicava a sua própria saúde em se dedicar, como o fazia, àquela instituição.

Era um comandante de dotes excepcionais, que se impunha ela energia, e, ao mesmo tempo, pela bondade. Pois, exigindo dos subalternos o cumprimento exato dos seus deveres, punindo quando assim se tornava necessário, ninguém, entretanto, cuidou mais da situação dos humildes vigilantes noturnos, que tantos benefícios prestam à população, sendo pessimamente remunerados. E isto porque ainda não se considerou o valor da Guarda Noturna, que constitui, por assim dizer, o único policiamento da cidade, de certas horas em diante. Quando a população dorme, os guardas vigiam, dando inestimável colaboração à polícia.

E Armando Erbisti acompanhava-os nesse trabalho meritório. Doente, em conseqüência de um desastre em serviço, não deixava, entretanto, de realizar a sua ronda habitual.

Natural de Minas Gerais, foi ele o reorganizador do Tiro Naval, comandando-o na gloriosa jornada de 32. A valorosa mocidade santista teve em Armando Erbisti um comandante admirável, valente, intrépido.

À atuação brilhantíssima que o nosso Tiro Naval teve na epopéia constitucionalista, ligou Armando Erbisti, para sempre, o seu nome, como condutor de fibra extraordinária. E, depois, em momentos difíceis que se atravessaram, a sua ação fez-se ainda sentir, na manutenção da ordem, como colaborador eficaz das autoridades. Santos deve-lhe benefícios indiscutíveis, prestados sempre com um alto sentido de patriotismo.

A morte colheu-o prematuramente. E pode-se dizer, sem exagero, que foi a dedicação com que exercia as suas funções, ultrapassando, em muito, o limite do normal, que lhe comprometeu a saúde.

Merece, por isso, a memória desse cidadão, com relevantes trabalhos à causa pública, a consideração dos que sabem reconhecer o verdadeiro mérito. E Armando Erbisti colocou, em muitas oportunidades, acima dos seus, e até da própria vida, os interesses da coletividade.


Documentação fotografada por Carlos Pimentel Mendes em 16/12/2007

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