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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [39-C]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho informa sobre a capital paulista, nas páginas 655 a 669, a seguir reproduzidas (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

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London and Brazilian Bank, Ltd., São Paulo
Foto-montagem publicada com o texto, página 661

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A capital (B)

Sociedade Paulista de Agricultura, Comércio e Indústria - Esta sociedade organizada em 22 de fevereiro de 1902 teve como um dos principais fundadores dr. Carlos Botelho, ex-secretário da Agricultura do Estado de São Paulo. É uma agremiação que trabalha e se empenha pelo progresso da Agricultura, Comércio e Indústria em São Paulo e no Brasil, e o seu fim consiste em defender todos os interesses ligados à distribuição, circulação e consumo da produção brasileira. Além disso, trata de promover a organização de centros de atividade e solidariedade em diferentes pontos do Estado, com o intuito de manter o princípio da associação e união duma classe que tanto nobilita o trabalho nacional.

A sua atual diretoria é composta dos srs. dr. A. Silva Telles, professor da Escola Politécnica, presidente; senador Jorge Tibiriçá, ex-presidente do Estado, primeiro vice-presidente; coronel José Paulino Nogueira, presidente da Companhia Mogiana, segundo vice-presidente; dr. Francisco Ferreira Ramos, secretário geral; dr. Horacio Lane, primeiro secretário; coronel Arthur Dudvichsen, segundo secretário; dr. Raul de Rezende Carvalho, tesoureiro; e o cavaleiro Alexandre Siciliano, segundo tesoureiro.

Centro Agrícola de São Paulo - O Centro Agrícola, que deve a sua fundação ao sr. Amos L. Post, é o comitê executivo do Congresso Agrícola do Estado de São Paulo, reunido, a primeira vez, há quatro anos, na cidade de São João da Boa Vista, e cujas reuniões, de então para cá, se têm realizado semestralmente. O sr. Post tem sido sempre presidente do congresso, cujo objetivo é discutir todos os assuntos de interesse para os fazendeiros de café e que já conseguiu do Governo Federal o estabelecimento duma lei reguladora do trabalho, a primeira, em seu gênero, no Brasil. Atualmente, está sendo promovida a decretação de outra lei, criando um tribunal para as classes operárias que não disponham de meios para arcar com as despesas do foro comum.

O congresso presta relevantes serviços de proteção, auxílio e guia aos lavradores de café e dedica especial cuidado à compilação de dados estatísticos, cuja necessidade, atualmente, tanto se faz sentir. Fazem parte do Centro os srs. dr. Jorge Tibiriçá, Amos L. Post, dr. Padua Salles, dr. Alfredo Ellis, dr. Antonio Candido Rodrigues, Joaquim Candido de Oliveira, Augusto Guimarães e João Pedro Jesus. O sr. Post, natural da Califórnia, Estados Unidos da América do Norte, é fazendeiro de café em São Paulo, há mais de 20 anos. É proprietário de uma fazenda a légua e meia de São João da Boa Vista, a qual tem cerca de 120.000 pés de café.

Instituto Pasteur de São Paulo - Este Instituto, como todos os similares, tem por fim o tratamento das pessoas mordidas por animais hidrófobos, procedendo também à vacinação anti-rábica e preparando os seus soros, vacinas e outros produtos. O Instituto Pasteur de São Paulo tem os mais modernos e completos aparelhos necessários aos seus diferentes serviços; e estes são executados de acordo com os princípios modernos da ciência. Tem também uma boa biblioteca de obras que tratam da sua especialidade.

O Instituto está instalado em um bom prédio, que acaba de ser reconstruído e aumentado. Tem o Instituto um ótimo serviço de bacteriologia e microscopia, onde são feitos os exames, não só da sua própria atribuição como também a pedido dos clínicos da capital; e há também um curso de Bacteriologia a cargo do ilustre professor A. Carini. O estabelecimento é custeado por subvenções votadas pelas Câmaras Municipais do Estado, por donativos de particulares e ainda pelo produto das vendas de vacinas, soros etc., renda de análises etc.

A receita total do Instituto foi em 1910 de Rs. 100:240$983, incluindo um pequeno saldo, que passara do exercício anterior. A sua despesa com os diversos serviços foi de Rs. 74:882$210. Foram vacinadas, durante o ano, 420 pessoas dos dois sexos, da Capital e Interior; e feitos cerca de 800 exames bacteriológicos de toda a sorte.

O pessoal técnico é o mais competente. É diretor técnico do Instituto o ilustre professor dr. Antonio Carini e a sua administração é exercida por um Conselho Diretor, composto dos srs. dr. Ignacio Wallace da Gama Cochrane, presidente; dr. Antonio Bettencourt-Rodrigues, vice-presidente; dr. Albert Labra, primeiro secretário; dr. J. J. da Nova, segundo secretário; e desembargador José Maria do Valle, tesoureiro.

Partido Civilista - O Partido Republicano Paulista tem a sua sede na Capital do Estado e a sua diretoria compõe-se dos srs. dr. Bernardino de Campos, presidente; dr. Jorge Tibiriçá, vice-presidente; dr. João Rubião Junior, tesoureiro; dr. José Cesario da Silva Bastos e dr. Adolpho A. da Silva Gordo. A secretaria do partido na capital do Estado é composta pelos srs. dr. Horacio Gonçalves Pereira, secretário, e dr. Floriano Antonio de Moraes, auxiliar. O partido tem um diretório local nos diversos municípios do Estado, diretório que é eleito anualmente para reger a política local.

O dr. Jorge Tibiriçá, vice-presidente do partido, nasceu em Itu, São Paulo, e cursou as universidades de Zurique e de Hohenheim, Stuttgart, onde obteve, em 1879, o grau de doutor em Filosofia. Voltando a São Paulo, abraçou a carreira política. Foi nomeado governador do Estado, no período do governo provisório. Tem sido eleito senador várias vezes. Exerceu o cargo de secretário de Estado de 1892 a 1895. Foi eleito presidente do Estado de São Paulo para o período 1904 a 1908; e, terminado este período, foi novamente eleito senador, cargo que exerce presentemente. É um dos mais prestigiosos membros dirigentes do Partido Civilista.

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O São Paulo Club
Foto-montagem publicada com o texto, página 656

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Clubes

Jockey Club - A Sociedade Jockey Club de São Paulo, primitivamente Club de Corridas Paulistano, foi fundada em 14 de março de 1875, por iniciativa dos srs. conselheiro dr. Antonio Prado, barão de Piracicaba, dr. Eleuterio Prado, dr. Elias Antonio Pacheco Chaves, Antonio Aguiar de Barros, Camilo Gavião Peixoto, dr. Nicolau de Souza Queiroz, dr. Francisco Antonio de Souza Queiroz Filho, Raphael de Barros, Antonio Paes de Barros, barão de Tatuí, Antonio Dias Novaes, dr. Bento de Paula Souza.

Esses e outros cavalheiros, reunidos, naquela data, no edifício do extinto Teatro São José, então existente no antigo Largo da Cadeia, hoje Praça Dr. João Mendes, procederam à eleição de uma diretoria provisória encarregada da confecção dos estatutos sociais e de tratar da definitiva organização da sociedade que tinha por objetivo a instituição do turfe na então província de São Paulo e o conseqüente desenvolvimento e aperfeiçoamento da raça cavalar. Essa diretoria, composta de três membros, ficou constituída dos srs. barão de Piracicaba, presidente; dr. Bento de Paula Souza, secretário; e dr. Eleuterio Prado, tesoureiro.

A sociedade assim formada teve o seu quadro social rapidamente aumentado com os melhores elementos da província; e a 29 de outubro de 1876 dava a primeira corrida inaugurando o seu hipódromo, construído no campo da Moóca, distante do centro da cidade cerca de dois quilômetros.

O programa dessa primeira corrida constituiu um verdadeiro êxito, cujo prêmio principal foi oferecido pelo governo da Província. Serviram como juízes da corrida os srs. com. Felicio Pinto de Mendonça, para a chegada; barão de Três Rios, saída; dr. Elias Fausto Pacheco Jordão, pesagem; drs. Paulo de Souza Queiroz e Bento de Paula Souza, arquibancadas. Para as três primeiras corridas, a distância era de 1.609 metros, e os pesos de 52½ quilos; para as duas últimas, de "pungas", a distância era de 1.600 metros e o peso qualquer. Apesar de serem admitidos, no segundo, animais de qualquer país, todos os páreos foram disputados por cavalos ou éguas nacionais.

No primeiro páreo (prêmio 1:000$, entrada 60$), correram Macaco, preto, 8 anos, do Rio Grande do Sul, propriedade do dr. João Tobias, secretário do Clube, e Republicano, pangaré, 7 anos, do Paraná, propriedade do sr. Brazilico de A. e Castro.

O segundo (prêmio 500$, entrada 40$) foi disputado por quatro animais, todos de São Paulo: Brancão, tordilho, 7 anos, do barão de Piracicaba; Corsario, zaino, 10 anos, do sr. Brazilico de Castro; Pangaré, pangaré, 7 anos, do sr. Antonio Bento da Silva; e Relampago, pampa, 9 anos, do sr. Antonio Queiroz dos Santos.

Na terceira corrida (prêmio uma taça de prata e as entradas da corrida; entrada 25$) figuraram: Piracicaba, tordilho, 6 anos, do dr. João Tobias; Creoulo, zaino, 9 anos, do sr. A. Queiroz dos Santos; Corisco, mouro, 8 anos, de d. Maria de A. e Castro - todos três igualmente de São Paulo.

Os parelheiros da quarta corrida (prêmios 100$ e as entradas da corrida, entrada 10$) foram: Cabrito, douradilho, 8 anos, do Paraná, propriedade do dr. João Tobias; Beija-Flor, tordilho, 6 anos, São Paulo, do sr. José Antonio Mariano; Kalifa, mouro, 6 anos, São Paulo, do sr. A. Queiroz dos Santos.

Na quinta e última (prêmios 50$ e as entradas; entrada 5$) correram: Picassinho, picasso, 8 anos, São Paulo, do sr. Antonio Bento da Silva; Cutello, tordilho, 7 anos, Paraná, A. Queiroz dos Santos; Pangaré, pangaré, 8 anos, São Paulo, do sr. Costa Lima.

Nos primeiros anos da sua existência, realizava a sociedade poucas corridas, regulando uma média de quatro reuniões anuais, até o ano de 1891, quando, por deliberação da assembléia geral, realizada em 9 de junho, foram reformados os antigos estatutos sociais, e adotado para a sociedade o título de Jockey Club. Neste ano, devido ao crescente desenvolvimento da criação e da importação de animais estrangeiros, que desde algum tempo se observava, conseguiu a Sociedade realizar vinte corridas, distribuindo em prêmios a quantia de Rs. 144:510$000.

No ano seguinte, isto é, a 18 de setembro de 1892, foi inaugurada a atual arquibancada do Hipódromo que substituiu a modesta arquibancada de madeira construída em 1892. Para solenizar esse importante melhoramento, que custou aos cofres sociais a importância de Rs. 243:560$000, foi realizado um Grande Prêmio do valor de Rs. 12:000$000, sob a denominação de Jockey Club.

Desde então para cá, tem havido uma média anual de 30 corridas. No ano próximo findo realizaram-se 28 corridas, distribuindo-se em prêmios a quantia de Rs. 133:485$000. Desta importância, convém salientar um auxílio de Rs. 16:000$000, concedidos pelos poderes públicos; isto é, 10 contos do Governo do Estado e 6 contos da Municipalidade, que, desta forma, reconhecem os serviços prestados pela sociedade em prol do desenvolvimento e aperfeiçoamento da raça cavalar.

Dentre os diversos criadores que mais se salientaram pelos produtos apresentados, destacam-se os srs. conselheiro dr. Antonio Prado, barão de Piracicaba, Raphael de Barros (pai e filho), dr. José Bento de Paula Souza, coronel Bento Bicudo, José Guathemozim Nogueira, dr. Raphael de Aguiar, coronel Juliano Martins de Almeida, dr. Francisco Villela de Paula Machado e Filho, Candido Egydio de Souza Aranha e outros.

Dentre os garanhões importados, sobressaem incontestavelmente, já pela sua esplêndida linhagem, já pelo grande número de extraordinários produtos que se distinguiram, os três seguintes: Sans Pareil, inglês, por Speculum e Princess; Petersham, inglês, por Galopin e Peace e Bend'Or, inglês, por Bend'Or e Filha de Hermit, sendo este último importado com o nome de Orinoco. Além destes três, que eram reputados os mais célebres, foram também importados outros reprodutores, tais como: Osman, Carnaval, Fils d'Artois, Mousigny, Twickenham, Kirsh, Zut, Ovian e Clam Chatam.

Dos produtos nacionais são incontestavelmente inigualáveis os cavalos Guayanaz, por Sans Pareil e Kittie, esta, importada da Inglaterra, por Trupeter e Jessel, que, além de bater todos os animais nacionais da sua época, chegando a correr com o máximo do peso, isto é, 65 quilos, passou a correr com animais estrangeiros, vencendo-os e levantando muitos prêmios, entre os quais várias provas clássicas. Em seguida, destacaram-se muitos outros produtos, tais como: Hercules, Ratazzi, Judéa, Ibitina, Kaffina, Jacobino, Marcial, Fritz, Lord Like, Casulo, Helvetia, Hydra, Iris, Medéa, Albatrós, Adonis, Aragon, Cicero, Bien-Aimée, Dolman, Evohé, Boreas, e muitos outros que seria longo enumerar.

O Jockey Club é uma das associações mais antigas do Brasil e altamente considerada pelos elementos que a compõem. O seu Quadro Social de 31 de dezembro de 1910, compreende 455 sócios, divididos em três categorias: efetivos, honorários e beneméritos. A administração social é confiada a uma diretoria de 5 membros, eleita bienalmente.

São Paulo Club - O São Paulo Club, fundado em 1889, para proporcionar aos seus membros diversões tais como jogos lícitos, leituras de jornais etc., é composto de três classes de sócios: os remidos, os contribuintes e os beneméritos. Os primeiros pagam a quantia de Rs. 5:000$000 de uma só vez, ficando dispensados da contribuição mensal; os contribuintes pagam a jóia de 500$000 e a mensalidade de 10$000. Os beneméritos, em número de quatro até hoje, são os que prestaram relevantes serviços ao clube ou fizeram donativos não inferiores a Rs. 5:000$000.

São estes sócios o conde de Prates, o dr. Francisco Dias Novaes, que foi o primeiro presidente do clube, o coronel Urbano de Azevedo e o coronel Joaquim de Toledo Piza e Almeida. Atualmente conta o clube 307 sócios, a saber: 25 fundadores, 4 beneméritos, 3 remidos e 278 contribuintes. Durante o ano de 1910, o patrimônio social elevou-se a Rs. 160:700$000, e as mensalidades montaram a Rs. 10:268$000.

O clube funciona num elegante prédio situado à Rua 15 de Novembro e ocupa dois andares. Destes, comporta o primeiro um vasto salão de recepção, sala de bilhares com três bilhares franceses, sala para jogo de xadrez, sala de leitura, um bar, uma sala reservada para correspondência e um salão de barbeiro; no segundo andar encontram-se duas vastas salas para jogos, quatro menores par o mesmo fim e um bar.

A diretoria do clube é composta dos srs.: dr. José de Souza Queiroz, presidente; dr. Candido Motta, vice-presidente; coronel Joaquim de Toledo Piza e Almeida, secretário; dr. Alvaro de Souza Queiroz, tesoureiro. A administração do clube está a cargo do sr. Domingos Massicano. O presidente, dr. José Queiroz, filho dos barões de Souza Queiroz, é formado em Direito e importante lavrador de café. O dr. Candido Motta, vice-presidente, é deputado federal e professor na Faculdade de Direito de São Paulo. O coronel Joaquim Piza, secretário, é um importante lavrador e comissário de café. O dr. Alvaro de Souza Queiroz, tesoureiro, é advogado e proprietário.

Automóvel Club de São Paulo - Sob a denominação de Automóvel Club de São Paulo fundou-se, em 1910, uma sociedade destinada a conseguir dos Poderes Públicos a conservação das antigas e a abertura de novas estradas de rodagem, bem como a regularização do tráfego das mesmas; tomar a seu cargo os serviços de conservação das referidas estradas de rodagem por intermédio de uma comissão técnica; obter maiores facilidades para a entrada no Brasil de automóveis e seus pertences desde que não haja similares de fabricação nacional; desenvolver o automobilismo no Estado de São Paulo; proteger qualquer indústria de automóveis e seus pertences, e organizar concursos de automóveis, corridas e quaisquer outros certames que animem o desenvolvimento do automobilismo.

A sede atual do clube, que é provisória, está situada à Rua São Bento, 77, mas brevemente será transferida para a Rua Líbero Badaró, 46, onde o clube adquiriu um terreno de 16 por 30 metros, para nele ser edificado um prédio de três andares, comportando: salão de leitura, salão de dança, salão de recepção, restaurante, salão de chá para famílias, sala para bilhar, sala de jogo, barbeiro etc. Será, enfim, um edifício com todo o luxo e conforto possíveis.

O Automóvel Club de São Paulo conta 230 sócios e a sua diretoria é composta dos seguintes senhores: presidente, dr. João Baptista da Rocha Conceição; vice-presidentes, Luiz Alves de Almeida, dr. Plinio da Silva Prado e José Paulino Nogueira Filho; secretários, Francisco da Cunha Bueno, dr. Estevam de Rezende; tesoureiros, dr. Ernesto Rudge da Silva Ramos e dr. João Baptista Pereira de Almeida; secretário-caixa, Diogo de Assis Pacheco.

Club Internacional - Este clube, o mais antigo de São Paulo, fundado em 1884 pelos srs. F. Upton, conde de Prates, Alberto de Menezes Borba, dr. Lins de Vasconcellos, dr. Francisco  Paes de Barros e outros, com o fim de proporcionar aos seus sócios divertimentos e distrações, funciona num elegante prédio do qual ocupa dois andares, à Rua 15 de Novembro. No primeiro andar, encontra-se um vasto salão de 14 m x 14 m, reservado aos bailes, concertos etc., um salão para banquetes, uma sala de conversação e outra onde há três bilhares; e no segundo pavimento há seis salas de jogo e um bem montado bar.

Duas vezes por ano o clube dá, em alguns dos jardins públicos da cidade, festas em benefício da Santa Casa de Misericórdia, festas essas que produzem ordinariamente cerca de 120 contos. Os sócios fundadores pagam 20$000 de jóia e 8$000 mensalmente; e os efetivos, 50$000 de jóia e 8$000 mensalmente. A atual diretoria compõe-se dos srs. Alberto de Menezes Borba, presidente; dr. Aurélio de Toledo Braga, vice-presidente; Alvaro Augusto de Carvalho, secretário; e José Veriano Pereira, tesoureiro.

São Paulo Athletic Club - No alto de uma colina, sobranceiros à cidade e facilmente acessíveis pelos carros elétricos via Rua da Consolação, ficam situados os grounds do São Paulo Athletic Club. Foi este fundado em 1888, por um pequeno grupo de ingleses, entre eles o atual presidente do clube, sr. W. Fox Rule.

O objetivo do clube era adquirir um ground apropriado ao jogo do críquete; para isto foi adquirido um terreno pertencente ao Governo e situado próximo ao rio, no bairro da Luz, e aí, apesar das circunstâncias pouco favoráveis, foram jogadas muitas partidas de críquete.

Foi por esta ocasião que veio a São Paulo um time argentino disputar um match com o São Paulo Athletic Club; choveu, porém, tanto, por essa ocasião, que, depois de cerca de 10 minutos de críquete e 12 dias de chuva incessante, voltou para a Argentina o time, sem que fosse disputado o match.

Foi depois transferido o clube para um campo pertencente à chácara Dulley, sendo construído um pavilhão, provido de vestiário e de chuveiro. Por esta época, tomou o clube um caráter definitivo, sendo organizados matches de críquete, com as cidades vizinha, sendo ainda hoje a cidade de Santos uma das mais fortes competidoras nos matches que o clube realiza.

Em 1899, o São Paulo Athletic Club adquiriu ainda melhor ground e foi arrendado o presente local, por um período de 10 anos. As empresas estrangeiras comerciais e industriais auxiliaram muito o clube para a aquisição de uma sede e o estabelecimento de grounds, parques para tênis etc.

Em 1906, o ground, com todos os seus melhoramentos, foi definitivamente comprado pelo clube, que tem aumentado muitíssimo o número de seus sócios. Atualmente, tem o clube grounds para críquete, futebol e beisebol, 6 parques para tênis e vários outros para croquet.

O edifício do clube compreende salão de dança, salas para bilhares e jogos de cartas, vestiários para senhoras e para cavalheiros, banheiros, restaurante e dependências para os empregados. O mobiliário é apropriado e a iluminação toda elétrica. O clube organiza freqüentemente bailes e reuniões entre os seus membros, cujo número atinge várias centenas, de nacionalidades diversas.

Fazem parte do clube tanto senhoras como cavalheiros e somente para fazer parte da diretoria é necessário o conhecimento da língua inglesa. O time de futebol está fortemente organizado e as suas cores, azul marinho e branco, são respeitadas e conhecidas por todo o Estado.

O clube ganhou a primeira taça disputada no Brasil; foi, durante três anos sucessivos, o campeão de futebol; e tem ainda grande número de vitórias em tênis e críquete. São diretores do clube os srs. W. Fox Rule, presidente; I. Hobbs, vice-presidente; A. Mortimer, secretário honorário; J. I. Weale, segundo secretário honorário; Basil Ball, tesoureiro honorário; e os srs. P. W. Crewe, H. D. Weale, C.C. Mackenzie e C. P. Tomkins.

O sr. W. Fox Rule, de descendência inglesa, nasceu em São Paulo em 1869; iniciou os seus estudos em São Paulo e terminou-os na Inglaterra. Está ligado a negócios bancários desde a sua mocidade; fez o seu tirocínio no London & Brazilian Bank e em outro banco local. Em 1900, foi nomeado corretor oficial e tem negociado vários empréstimos municipais e outros; e exerce há três anos o cargo de secretário da Bolsa. Capitaneou o time de críquete do São Paulo Athletic Club durante três anos, período esse em que o time obteve várias vitórias. O sr. Fox Rule foi por três anos tesoureiro do clube; durante outros três anos, vice-presidente; e é presidente há oito anos.

Club de Regatas São Paulo - Fundou-se este clube, em 1903, para se promover o desenvolvimento dos exercícios do remo, natação e outros esportes. A sua sede fica na Chácara Floresta, na Ponte Grande, distante 15 minutos, em bonde elétrico, do centro da cidade. O clube conta cerca de 600 sócios, os quais pagam a mensalidade de 5$000 e a jóia de 20$000, no ato da admissão. São admitidas pessoas de qualquer nacionalidade, contanto que moralizadas e maiores de 18 anos.

O clube, conhecido por Palmeira Football, composto de 20 membros todos sócios do Club de Regatas, é uma dependência deste. A seção esportiva é gerada pelos srs. Augusto Brante de Carvalho, Edgar A. de Campos, Alvaro S. dos Santos e pelo diretor esportivo sr. Urbano de Moraes. É presidente honorário do clube o sr. Alberto de Menezes Borba. A diretoria do Club de Regatas São Paulo é composta dos srs. Alberto de Menezes Borba, presidente; dr. Raphael Ribeiro dos Santos, diretor secretário; Alvaro de Carvalho, tesoureiro; e Salvador Pastor, diretor esportivo.


Escola de Farmácia e Odontologia, São Paulo
Foto-montagem publicada com o texto, página 657

Estabelecimentos de ensino

Faculdade de Direito de São Paulo - O Curso de Ciências Jurídicas e Sociais de São Paulo foi criado, conjuntamente com o de Olinda, pela lei de 11 de agosto de 1827; e a sua instalação efetuou-se em 1828. Os primeiros estatutos da Faculdade, organizados pelo visconde de Cachoeira, foram alterados por decreto nº 714, de 19 de setembro de 1853, passando os cursos a ter a denominação de faculdades de Direito, que foram regulamentados por decreto nº 1.568, de 24 de fevereiro de 1855.

O decreto nº 7.247, de 19 de abril de 1879, que declarou livre o ensino superior no então império do Brasil, dividiu as faculdades de Direito em duas seções: a seção de Ciências Jurídicas, compreendendo o Direito Natural, o Direito Romano, o Constitucional, Civil, Criminal e Comercial, a Medicina Legal etc.; e a seção de Ciências Sociais, compreendendo o Direito Natural, Público, Universal, Constitucional, Eclesiástico, Diplomacia etc.

A lei nº 314, de 30 de outubro de 1895, deu a esta faculdade a organização que ela até hoje conserva. O curso geral ficou dividido em 5 anos e foi suprimida a separação em Ciências Jurídicas e Sociais. As aulas funcionam de 15 de março a 15 de novembro e as preleções dos lentes duram uma hora. A faculdade está instalada em magnífico edifício, na Capital do Estado, e aparelhada com todos os requisitos dos cursos, que são os de nível mais elevado no país. A sua freqüência foi em 1911 de 530 alunos, oriundos de todos os Estados da República.

O seu corpo docente, que constitui a Congregação, é composto dos nomes mais conhecidos na magistratura e advocacia. É diretor da faculdade o dr. Antonio Dino da Costa Bueno. A faculdade publica anualmente uma Revista da Faculdade de Direito de São Paulo, cuja redação está confiada a uma comissão de lentes.

Escola de Farmácia, Odontologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo - A Escola de Farmácia, Odontologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo foi oficialmente inaugurada a 11 de fevereiro de 1899, em um prédio à Rua Tobias Barreto, 7, onde por algum tempo continuou funcionando. o primeiro grupo inaugurado, o de Farmácia, seguiram-se, a pequenos intervalos, o de Odontologia e o de Obstetrícia. Foi pela Congregação da Escola concedido unanimemente o título de diretor honorário ao dr. Braulio Gomes, um dos que mais haviam concorrido para a sua fundação.

Em 12 de outubro de 1905, inaugurou a escola o seu novo edifício à Rua Três Rios, na antiga chácara Dudley, edifício este que custou Rs. 165:394$800. Ficou assim perfeitamente instalada, com vastas salas para as aulas e esplêndidos laboratórios caprichosamente montados. Os diversos cursos da escola têm programas cuidadosamente organizados pela Congregação, constituída pelo seu corpo docente sob a presidência do diretor, que podem ser considerados modelares.

O número de alunos matriculados para o ano letivo de 1911 foi de cerca de 350, divididos pelos diversos cursos; alunos esses naturais não só do Estado de São Paulo, como também de outros Estados da União.

O diretor da escola é o dr. Antonio Amancio Pereira de Carvalho, que para esse cargo tem sido reeleito por várias vezes, desde a morte do fundador, dr. Braulio Gomes, em 1903. O dr. Antonio Pereira de Carvalho tem ocupado o elevado posto com a maior distinção e inexcedível dedicação, e os lentes que regem as diversas cadeiras são todos profissionais da mais alta competência.


Mackenzie College, São Paulo - Congregação de 1911
Foto-montagem publicada com o texto, página 657

Mackenzie College - O Colégio Mackenzie em São Paulo é governado por uma diretoria que funciona em Nova York, composta dos srs. H. M. Humphrey, tesoureiro; W. Dulles Junior, secretário; reverendo George Alexander, Donald Mac Laren, Edwin Packard, Robert C. Ogden, Dumont Clarke e Robert Speer. O colégio foi fundado em 1886 e definitivamente organizado em 1890, quando foi incorporado, por carta do regente da Universidade do Estado de Nova York.

O edifício destinado às aulas foi donativo do sr. John T. Mackenzie, de Nova York, que em 1891 ofereceu 50.000 dólares para a sua edificação. O vasto dormitório, que importou em 19.275 dólares, foi edificado por meio de uma subscrição entre os amigos desta instituição e tomou o nome do reverendo G. W. Chamberlain, que foi um colaborador devoto na fundação do colégio. O colégio possui vastos terrenos, parte dos quais reservados para recreios e exercícios físicos, dos quais o futebol é o mais apreciado.

Os alunos vêm de todos os pontos do Brasil; e muitos, uma vez terminados os cursos do colégio, vão continuar os estudos nas universidades de Itália, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Em 1911, 906 alunos de ambos os sexos e da idade de 6 a 29 anos se matricularam na Escola Americana e Colégio Mackenzie. Destes, 475 eram brasileiros, 163 italianos, 73 portugueses, 53 alemães, 41 americanos, 39 ingleses, 18 franceses e 44 de outras nacionalidades; 159 foram aceitos a preços reduzidos e 173 grátis. Durante os 27 anos da presente administração, 14.381 alunos passaram pela instituição e 3.672 foram educados grátis.

O sr. Horace M. Lane, presidente do colégio, nasceu no Estado de Maine, Estados Unidos, e educado em Massachusetts. Formou-se na Universidade de Nova York e praticou a Medicina durante 12 anos. Vindo para o Brasil em 1884, foi aconselhado a ficar e ocupar-se de educação. Diversas pessoas que ocuparam cargos importantes na República dedicam ao dr. Lane grande afeição. Embora já em avançada idade, o dr. Lane conserva ainda uma bela robustez física e mental. Os seus filhos são bem conhecidos na cidade de São Paulo.

Colégio Anglo-Brasileiro - Desde a sua fundação em 1899, o Colégio Anglo-Brasileiro tem sempre progredido e ocupa um dos primeiros lugares entre os institutos de educação no Brasil. O seu edifício à Avenida Paulista é um dos melhores no país, como sede de casa de ensino. Quando o sr. Charles W. Armstrong fundou o seu colégio, eram em número de 14 os filhos de ingleses ocupados em construções de estradas de ferro no distrito. Em 1911 havia 310 rapazes no Colégio em São Paulo e mais 155 em uma sucursal estabelecida no Estado do Rio de Janeiro.

Este último colégio foi primeiro aberto em Niterói, em 1910, porém em 1912 será mudado para um edifício expressamente construído para esse fim próximo ao Rio de Janeiro. O edifício está sendo construído em um parque muito arborizado com uma área de cerca de 2 milhas quadradas e frente ao longo do litoral além de Ipanema. Neste parque fica a chamada Chácara do Vidigal e se ergue o pico dos Dois Irmãos, um dos marcos mais salientes do Sul da afamada baía do Rio.

É, pois, fora de dúvida que nem colégio nem edifício algum do mundo poderia estar melhor situado. A carreira de sucessos ininterrompidos que constitui a história desse colégio deve em grande parte ser atribuída à competência e tino administrativo do fundador. De ano para ano, o número de professores tem sido aumentado com mestres vindos da Europa e, quanto ao aumento do edifício, tem ele sido contínuo.

No fim de 1911 havia nos dois colégios acomodações para 400 alunos nos refeitórios. O programa de estudos presta uma atenção especial ao ensino de línguas modernas e prepara os rapazes para entrar em qualquer universidade inglesa. O bem estar físico dos estudantes é tomado em grande consideração. Uma parte do dia é destinada à prática de esportes, e esplêndidos atletas têm saído desse colégio. Em ginástica e exercícios militares, o brilhantismo dos alunos do Colégio Anglo-Americano é bem conhecido e por ocasião de exercícios públicos há sempre uma concorrência numerosa e entusiasta. Ministra também o colégio o agradável e saudável ensino de horticultura.

O sr. Charles W. Armstrong é natural de Nottingham e foi educado aí e em Lancaster. Depois de se demorar por algum tempo com uma afamada firma de armadores, veio para o Brasil estudar os usos, costumes e indústrias do país. Depois de pequena estadia em um colégio de São Paulo, fundou o seu presente colégio, sendo-lhe de muito auxílio a sua variada experiência para a escolha dos métodos apropriados à educação dos rapazes no Brasil ou em qualquer outra parte. A despeito da crítica e sem privilégios ou proteções, poucos anos lhe bastaram para trazer o colégio ao presente estado de prosperidade e eficiência.

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Colégio Anglo-Brasileiro: 1) A Casa do Colégio; 2) Avenida da Entrada; 3) O Recreio; 4) Exercícios; 5) Uma aula; 6) O Parque; 7) Alunos brincando
Foto-montagem publicada com o texto, página 658

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Escola Politécnica de São Paulo - É um dos mais notáveis institutos de ensino técnico, não só de São Paulo, como de toda a República. Fica situado próximo do Jardim Público da Luz, e das estações de estradas de ferro, em magnífico edifício expressamente construído para o seu uso. A Escola Politécnica de São Paulo dá aos seus cursos uma forma eminentemente prática, de grande vantagem para os que aí vão buscar o preparo técnico nos diversos ramos de Engenharia. Seus gabinetes de Física, Engenharia Civil, Mineralogia e outros são completos, e os seus laboratórios de Química, além de muito bem montados e aparelhados, são de um arranjo luxuoso e afamados em todo o país. Há uma fundição e também oficinas onde os estudantes modelam e executam peças, que antes projetam e desenham.

A Escola Politécnica goza de uma justa fama em toda a República, e não só de São Paulo mas também dos estados do Sul e do Norte vêm estudantes freqüentar os seus vários cursos de Engenharia. Em sua Congregação tomam parte engenheiros e professores distintos dos mais conhecidos no país. Entre esses lentes estão os drs. Paula Souza, Ramos de Azevedo, Pereira Ferraz, Souza Shelders, Ferreira Ramos, Fonseca Rodrigues, Ataliba Valle, Alvaro de Menezes, Duarte Junior, Maximiliano Hehl, Brant de Carvalho, Rodolpho de S. Thiago. Victor Freire, Edgard de Souza, Mario Borges, Rogerio Fajardo.

Entre os professores de ciências físico-naturais e aplicações contam-se os drs. Silva Telles, Nunes Rabello, Magalhães Gomes, R. Hottinger, Barros Barreto e Affonso Taunay. Há também um corpo de lentes substitutos de que fazem parte os drs. Clodomiro Silva, Lucio Rodrigues, Cerqueira Cezar, Alfredo Porchat, Hippolyto Pujol, Jorge Krug, Otto Pitsch e diversos professores de trabalhos.

O dr. Antonio Francisco de Paula Souza, diretor da escola, tem uma brilhante carreira. Nasceu em Itu, São Paulo, em 1843, fez sua educação primária na capital do Estado, indo depois para a Europa onde fez o seu curso de Engenharia em Karlsruhe, Baden e Zurique, formando-se em Engenharia Civil na Alemanha em 1866. Foi diretor de Obras Públicas do Estado em 1868, indo para os Estados Unidos da América em 1869, onde trabalhou como engenheiro em Missouri e no Illinois. Voltando ao Brasil, foi nomeado inspetor da Estrada de Ferro Paulista e depois inspetor geral da Estrada de Ferro Ituana. Em 1890 foi diretor geral das Obras Públicas, lugar que deixou para ocupar uma cadeira de deputado estadual. Foi ministro das Relações Exteriores da República em 1893 e, no governo do marechal Floriano Peixoto, ministro das Obras Públicas. Em 1894 foi nomeado para o cargo que exerce atualmente, sendo também lente da cadeira de Resistência dos Materiais.

A administração da escola é simples, tendo o diretor como seu principal auxiliar o secretário e para informá-lo sobre vários assuntos de interesse para o ensino, uma comissão de lentes eleita anualmente pelo corpo docente do Instituto. O cargo de secretário é atualmente ocupado pelo dr. Rodolpho de S. Thiago.

Escola Normal. Colégio Modelo - Esta importante instituição foi fundada em 1846, expressamente para a formatura de professores de escolas públicas. Funcionou primeiramente sob a jurisdição da Secretaria do Interior do Estado. O seu vasto edifício atual está situado num belo local, entre jardins caprichosamente tratados; e foi inaugurado em 1892. No ano da sua fundação, teve o estabelecimento apenas 19 alunos; atualmente, o número destes vai a 2.200 mais ou menos. Ali se formam anualmente cerca de 250 professores.

O estabelecimento está dividido em Jardim da Infância, cursos primários e cursos secundários, pelos quais passam os candidatos ao professorado. Existe um curso especial de quatro anos, ao qual são admitidos alunos aos 14 anos e alunas aos 15. O programa dos estudos seguidos na Escola foi organizado pela professora norte-americana miss Brown; e o atual diretor do estabelecimento, dr. Ruy Paula Souza, foi discípulo dessa distinta educadora. Existem cerca de 45 salas de aula que funcionam de manhã, de tarde ou à noite. A instrução ministrada por esta instituição atende a todos os requisitos que devem formar um professor moderno.

O dr. Ruy Paula Souza nasceu em Itu (Estado de São Paulo) e fez os seus estudos em Paris, onde obteve o grau de bacharel em Ciências. Em 1893, voltou para o Brasil e durante algum tempo se ocupou de agricultura. Depois de prestar os necessários exames de suficiência, foi nomeado professor da Escola Normal, em 1904. Quando ele começou a ensinar, contava a Escola apenas 100 estudantes. Em 1908 foi o dr. Paula Souza nomeado diretor interino da Escola e desde então se acha à testa da útil instituição.

Ginásio da Capital do Estado de São Paulo - Esta instituição foi fundada a 16 de setembro de 1894, funcionando primeiramente à Rua da Boa Morte, em seguida à Travessa da Glória; em 1898 veio para a Escola de Artes e Ofícios, fronteira à Estação da Luz, onde hoje ainda provisoriamente se acha. Foram seus fundadores os srs. Miguel Alves Feitosa, dr. Bento Bueno, dr. Augusto Freire da Silva e Armando Pinto Ferreira; atualmente, são os dois últimos, respectivamente, diretor e secretário. O Governo concedeu já o crédito necessário para a instalação definitiva do Ginásio em edifício próprio.

Os estudantes só são aceitos depois de um exame de admissão; e no Ginásio cursam as matérias necessárias à matrícula nos cursos superiores. As línguas modernas são lecionadas por professores dos países onde elas são faladas. Feitos os respectivos cursos, recebem os estudantes os títulos de bacharel em Ciências ou bacharel em Artes. O Ginásio compreende em seu programa aulas de Ginástica e de Mecânica. O corpo docente compõe-se de 17 professores. O número dos alunos matriculados em 1911 foi de 334.

O diretor, dr. Freire da Silva, escreveu e publicou vários livros sobre a Língua Portuguesa e sobre Direito. As suas obras, Gramatica Portugueza, Novos Methodos de Escrever e Systema Stenographico são de alto valor e muito conhecidas no Brasil. Conceituado professor, o dr. Freire da Silva interessa-se muitíssimo pelo estabelecimento cuja direção lhe foi confiada. Professa o magistério há 44 anos. Nasceu no Estado do Maranhão, a 17 de outubro de 1836, e aí recebeu a sua primeira instrução. Estudou depois no Rio e em São Paulo; e formou-se, nesta última capital, em Direito, em 1862. Foi juiz no distrito de Batatais, durante curto período, indo em seguida para Limeira, onde exerceu o mesmo cargo durante quatro anos.

Já quando estudante começou o dr. Freire da Silva a exercer o magistério no Colégio do dr. Ferrão; e por morte deste último, passou a dirigir o estabelecimento, de colaboração com o dr. Galvão Bueno. Mais tarde, depois de resignar o cargo de juiz, foi o dr. Freire da Silva para Santos, onde abriu um colégio que teve de fechar, por ocasião duma grande epidemia de febre amarela naquela cidade. Veio então para São Paulo, onde fundou o colégio Freire. Foi também por essa época nomeado lente de Português da Faculdade de Direito, e aí lecionou durante 25 anos até 1898, quando foi nomeado para o cargo que atualmente exerce.

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Escola de Comércio Conde de Alvares Penteado, mostrando o edifício e várias aulas
Foto-montagem publicada com o texto, página 660

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Escola de Comércio Álvares Penteado - A idéia da criação duma escola prática comercial em São Paulo nasceu de uma palestra, entre diretores e sócios da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio, da qual era presidente o prestimoso cidadão sr. Raymundo Duprat. Pouco depois, a 25 de abril de 1902, ficava definitivamente constituída e instalada a Sociedade Escola Prática de Comércio, tendo como presidente honorário o sr. Antonio Alvares Leite Penteado; presidente efetivo, o sr. Rodolpho N. da Rocha Miranda; e diretor da escola, o senador Antonio de Lacerda Franco.

A Escola Prática de Comércio começou a funcionar no sobrado do prédio à Rua Libero Badaró, 36, de propriedade do conde de Prates, que gentilmente o ofereceu à Sociedade. Abriram-se as aulas a 15 de julho de 1902, com 216 alunos, divididos em duas turmas, devido à exigüidade das salas onde funcionavam. ornando-se cada vez mais sensível essa exigüidade, a Escola Prática de Comércio requereu ao dr. J. J. Seabra, então ministro do Interior, a concessão dos aposentos desocupados da Faculdade de Direito de São Paulo, para neles funcionar a mesma escola. Deferido este requerimento, foi nos referidos aposentos instalada a Escola Prática.

Em 1907, o benemérito paulista conde Alvares Penteado fez à Escola donativo de um esplêndido prédio cuja pedra fundamental foi lançada em 30 de maio desse ano. Hoje, magnificamente instalada em seu soberbo prédio e com excelente biblioteca, é a Escola de Comércio Álvares Penteado, sem dúvida, uma das primeiras instituições do seu gênero no Brasil. Os cursos da Escola compreendem as matérias: Português, Francês, Inglês, Aritmética, Geografia etc., que constituem o Curso Geral; e Geografia Comercial, Estatística, Contabilidade Mercantil, Direito Comercial, Economia Política e outras mais que compõem o Curso superior.

O conde Alvares Penteado, benemérito patrono da Escola, era um dos industriais mais importantes do Estado de São Paulo. Espírito moderno e laborioso, amigo do progresso, o conde Alvares Penteado fez da sua fábrica de jutas Palmares um estabelecimento modelo. Ocupa essa fábrica uma área de 15.000 metros quadrados. Começando modestamente, com 50 teares, a empresa é hoje um colosso; e o seu proprietário, milionário, um dos mais generosos patronos das instituições de utilidade pública.

O senador Antonio de Lacerda Franco, diretor da Escola de Comércio Álvares Penteado, nasceu em Itatiba, em 13 de junho de 1853. Até 1882, consagrou a sua atividade à lavoura. Dirigiu depois a casa comissária Lacerda Franco & Cia. Na vida pública, ocupou os cargos de presidente e vereador da Câmara de Itatiba; e exerce o elevado mandato de senador ao Congresso Estadual desde 1892. As Santas Casas de Misericórdia devem-lhe relevantes serviços. É atualmente diretor da Companhia Vias Férreas e Fluviais, presidente da Companhia Telephonica e diretor da Escola de Comércio, da qual, pelos seus esforços e inexcedível dedicação, é um verdadeiro benemérito.

Liceu do Sagrado Coração - Este Liceu, uma das muitas instituições que no Brasil tem a ordem dos Salesianos, foi fundado em São Paulo, no bairro dos Campos Elíseos, em 1886, pelo reverendo padre L. Lasagna, festejando assim este ano o seu 25º aniversário. O edifício, de grandes proporções, em que funciona o Liceu, está admiravelmente situado, e as suas instalações são as mais completas e aperfeiçoadas. Possui o estabelecimento oficinas de sapataria, alfaiataria etc., otimamente montadas e dirigidas com a competência que sempre mostram os Salesianos. A tipografia está também perfeitamente montada e produzo os melhores trabalhos de impressão, gravura, fotogravura etc.

Os alunos artistas do Liceu Salesiano do S. Coração encontram facilmente emprego ao saírem da sua escola, tal é o conceito de que goza este instituto e o grau de preparo que nele é ministrado. O Liceu festejou este ano, com grande pompa, o seu 25º aniversário, com a presença de várias altas autoridades civis e eclesiásticas.

Aos padres Lasagna e Giordani, fundador e primeiro diretor do Liceu, reverte a honra de muitas dificuldades vencidas para a criação desta grande obra, que a sua iniciativa e a perseverança de seus auxiliares e sucessores fizeram surgir de um berço modesto. Desde 1909, é diretor do Liceu o padre Dyonisio Giudici, que, com a maior competência e dedicação, dirige os destinos desta bela e útil obra dos Salesianos no Brasil.

Ginásio Macedo Soares - Este estabelecimento, um dos mais reputados institutos particulares de educação e instrução da capital do Estado de São Paulo, divide-se em Internato e Externato. O Ginásio foi, por decreto nº 3.890, de 1º de janeiro de 1901, equiparado ao Ginásio Nacional. O Internato fica situado na bela chácara da Conceição, à Rua Senador Vergueiro, 300, em magnífico edifício, perfeitamente apropriado ao fim a que se destina, e recebe só alunos; o Externato funciona à Rua do Arouche, 28, e recebe alunos e alunas.

Os cursos são professados conjuntamente, havendo, porém, lugares separados, nas aulas, para as alunas, assim como uma sala especial para o seu recreio. As matérias lecionadas são as mesmas do programa do Ginásio Nacional; e, como este, o Ginásio Macedo Soares prepara para a admissão aos cursos das escolas superiores da República.

Quer o Internato, quer o Externato, estão admiravelmente instalados e providos de todo o material escolar moderno, necessário ao seu funcionamento. No Internato há também, com o objetivo higiênico, o ensino de Ginástica. Os recreios são excelentemente situados na parte arborizada da bela chácara da Conceição. O Ginásio tem grande número de alunos numa e outra das seções, e o seu corpo docente é constituído pelos nomes mais considerados do professorado paulista. É diretor do Internato o bacharel J. E. de Macedo Soares d do Externato o dr. José Carlos de Macedo Soares.

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Brasilianische Bank Für Deutschland
Foto publicada com o texto, página 662

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Finanças

London & Brazilian Bank. Ltd. - Das onze agências do London & Brazilian Bank Ltd., na República do Brasil, tem a de São Paulo o segundo lugar em importância, cabendo o primeiro à do Rio de Janeiro. Àquela agência cabe a grande honra de ser a mais velha casa bancária inglesa de São Paulo; foi estabelecida há 30 anos. Em 1912, celebrará o banco o seu jubileu de existência no Brasil, fato de que nenhum outro estabelecimento deste gênero se pode ufanar em todo o país.

Outrora, foi a agência de Santos mais importante que a de São Paulo; mas, com a centralização das empresas comerciais e industriais na capital do Estado, tomou esta agência incremento e é hoje de maior importância. Com relação à agência de São Paulo, o balanço do ano findo a 29 de abril de 1911 (incluindo a agência do Braz) mostrou um movimento de Rs. 142.411:682$000. O banco, tendo inaugurado a sua nova e esplêndida instalação, proporciona agora mais facilidades ao público no seu movimento.

Notável coincidência é que o banco mais velho de São Paulo seja dirigido por um dos mais velhos banqueiros, o sr. F. C. Stoneham-Ford, que alcançou esta honrosa posição em 1903. O sr. Ford é natural de Dorsetshire, e, após a sua primeira prática bancária em Londres, serviu em Lisboa, no corpo de funcionários do banco, por 3 anos. Dali, veio para o Brasil e trabalhou na Bahia e Rio Grande do Sul, esteve depois em Buenos Aires e Rosario, donde foi transferido para São Paulo. O sr. Ford tem bons e leais auxiliares no subgerente sr. Thomas B. Mujir e no contador sr. Thomas Hobbs.

London & River Plate Bank - Em 1899, o London & River Plate Bank estabeleceu uma filial em São Paulo, como fim de empreender toda a espécie de negócios bancários. A alta reputação desta empresa, conjuntamente com a maneira expedita pela qual os negócios são feitos e as vantagens que oferecem, lhe asseguram uma grande parte das transações efetuadas neste importante centro.

O London & River Plate Bank é, sem dúvida, um dos estabelecimentos financeiros mais sólidos que operam na América do Sul. O seu capital é de £2.000.000, das quais £1.000.000 já realizadas; e o seu fundo de reserva consta de nada menos de  £1.300.000. O capital da filial é de 500 contos. A gerência desta filial está entregue ao sr. F. O. Quennell.

Brasilianische Bank für Deutschland - Esta conhecida e influente instituição financeira ocupa em São Paulo, à Rua 15 de Novembro, um belo edifício, pela sua arquitetura um dos mais dignos de nota naquela capital. A descrição completa das suas operações bancárias, e da posição financeira que ocupa, se encontra noutra parte desta obra.

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Banque Brèsilienne Italo-Belge
Foto-montagem publicada com o texto, página 663

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Banque Brésillienne Italo-Belge - Esta sociedade anônima, com o capital de Fr. 20.000.000, foi fundada no dia 11 de janeiro de 1911, em Antuérpia, com o concurso da Société Générale de Belgique, de Bruxelas; Credito Italiano, de Milão; Banque de l'Union Anversoise, de Antuérpia; Bunge & Co., em Antuérpia - empresas essas que figuram entre os mais importantes bancos e casas comerciais da Bélgica - e de um grupo de capitalistas brasileiros.

A sua Caixa Central foi estabelecida em São Paulo, com sucursal em Santos e agências em Campinas, Jaú e Ribeirão Preto. Representando este banco um grupo muito poderoso, está em condições de fazer todos os negócios com o Comércio, Indústria, Lavoura e capitalistas do país.

A direção do banco é exercida pelo Conselho Local Consultivo e Diretoria, inspecionado pelo Conselho Administrativo. Compõem-se estas corporações dos seguintes senhores: Conselho Administrativo: Fernand Carlier, administrador da Banque Nationale de Belgique, em Antuérpia; comendador Guillaume Prizmaier, diretor central do Crédito Italiano em Milão; comendador Frederic Hector Balzarotti, diretor central do Crédito Italiano, em Milão; George Born, da casa Bunge & Born, em Buenos Aires, administrador da Banque de l'Union Anversoise, em Antuérpia; Edouard Bunge, da casa Bunge & Cie., em Antuérpia, presidente do Conselho de Administração na Banque de l'Union Anversoise e administrador do Anglo-South American Bank, Ltd., em Londres; Hector Carlier, administrador delegado da Banque de l'Union Anversoise, em Antuérpia; Auguste de Lantsheere, administrador da Banque de l'Union Anversoise e administrador do Anglo-South American Bank, Ltd., em Londres; Georges Deprez, industrial em Liège, inspetor geral da Société Anonyme des Cristalleries du Val Saint Lambert; Leon Elsen, em Antuérpia, administrador da Banque de l'Union Anversoise; Jules Jadot, engenheiro em Bruxelas, administrador da Compagnie Auxiliaire de Chemins de Fer au Brésil; Emmanuel Janssen, industrial em La Rociére e La Hulpe, membro da casa Solvay et Cie., em Bruxelas; Edouard Thys, administrador delegado da Banque de Reports, de Fonds Publics et de Dépôts em Antuérpia.

Conselho Local Consultivo: coronel Antonio Carlos da Silva Telles, dr. Francisco de Paula Ramos de Azevedo, dr. Francisco Ferreira Ramos, Ermelino Matarazzo. Diretoria: Felix Delaborde, Umberto Lombroso, Richard Elmenhorst.

A Banque Bresilienne Italo-Belge tem, como principais correspondentes no estrangeiro, em Londres, Anglo South American Bank, Ltd., Comptoir National d'Escompte de Paris, Fredk. Huth & Co., I. Henry Schroeder & Co.; em Paris, Banque de l'Union Parisienne, Comptoir National d'Escompte de Paris, Crédit Lyonnais; na Alemanha, Commerz und Disconto Bank, Berlim e Hamburgo, L. Behrens & Sönne, Hamburgo; na República Argentina e Uruguai, Banco Francés del Rio de la Plata; em Espanha, Credit Lyonnais; em Portugal, Crédit Franco-Portugais; e em Itália, Credito Italiano.

Banca Francese e Italiana per l'America del Sud - Entre as filiais estabelecidas por este banco, cuja sede é em Paris, avulta a de São Paulo pela importância das suas transações, sobre toda sorte de operação bancária. O conselho administrativo da filial consta dos srs. Eduardo Noetzlim, presidente; senador Cesare Wangili, vice-presidente; e Giuseppe Balduino. Noutra parte desta obra, encontra-se minuciosa descrição dos negócios realizados pelo banco.

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Banca Francese e Italiana per L'America del Sud
Foto-montagem publicada com o texto, página 664

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Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola de São Paulo - O Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola do Estado de São Paulo, sociedade anônima fundada em 14 de junho de 1909, tem garantia de juros de 6%, isentos de todos os impostos federais e estaduais, dada pelo Estado de São Paulo, sobre o seu capital, ações e obrigações.

O banco tem por fim:

1º Descontos e redescontos de saques agrícolas representados por produtos agrícolas de escoamento rápido e não suscetíveis de deterioração, de letras e saques à ordem feitos pelos agricultores sobre os comissários ou exportadores dos ditos produtos;

2º Empréstimos e adiantamentos feitos aos agricultores e comissários, garantidos por hipoteca agrícola, por caução comercial dos títulos da Dívida Pública federal ou estadual, de produtos agrícolas, de ouro, prata e pedras preciosas e com aprovação preliminar do Governo, e também dos títulos de Dívida Pública municipal, de ações, letras e obrigações de bancos e companhias do Estado, por warrants emitidos de acordo com a lei e por primeiras hipotecas sobre bens imóveis rurais ou urbanos diretamente ou por cessão;

3º Emissão de obrigações;

4º Recebimento de depósitos a prazo fixo ou em conta corrente, com ou sem juros.

O banco, que foi registrado com a denominação de "Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola do Estado de São Paulo", tem as suas operações limitadas ao território do Estado de São Paulo; e a sua sede social e jurídica funciona em São Paulo, com agências em Santos e Ribeirão Preto e um Comitê" em Paris. A duração do banco é de 30 anos, a contar da data de sua instalação, prazo que poderá ser prolongado por determinação da assembléia geral, caso seja feito com o Governo do Estado um acordo relativo à prolongação dos privilégios concedidos à Sociedade.

O capital social deste banco é de Rs. 6.360:000$000 ou 10.000.000 de francos, dividido em 20.000 ações do valor nominal de 500 francos cada uma, havendo já uma entrada de 25%. Os dividendos distribuídos têm sido de 5%, Fr. 3.125 por ação no primeiro semestre de 1910 e Fr. 3.125 no segundo semestre do mesmo ano.

O banco é administrado por um conselho formado por cinco diretores, Conselho de Diretores, quadro dos quais possuidores de 25 ações, no mínimo, são eleitos pelos acionistas em assembléia geral; o quinto, que pode não ser acionista, é nomeado pelo Governo do Estado. Os diretores eleitos pela assembléia geral o são para um período de 6 anos, e podem ser reeleitos; o diretor de nomeação do Governo ocupará o cargo pelo prazo que ao mesmo Governo parecer conveniente.

O Comitê de Paris compõe-se de cinco membros, dos quais quatro eleitos por assembléia geral dos acionistas e um escolhido pelo Governo do Estado de São Paulo, nas mesmas condições que o representante do Governo no Conselho de Diretores. O Comitê funcionará como Conselho Fiscal das emissões, formulando com cuidado a sua opinião junto à diretoria e à assembléia geral sobre todas as operações do banco. A Comissão de Contas compõe-se de três membros efetivos e de três suplentes, eleitos anualmente pela assembléia geral, os quais são reelegíveis e devem possuir 20 ações no mínimo.

A assembléia geral ordinária reunir-se-á na sede social no dia 30 de abril de cada ano; o ano social é contado do 1º de janeiro a 31 de dezembro. Feita a dedução de todas as despesas, os lucros líquidos serão distribuídos da maneira seguinte:

1º, 5% para constituir um fundo de reserva social.

2º, a soma que, a juízo dos diretores, for julgada conveniente, para complemento das amortizações ou para constituir um fundo de reserva extraordinário.

3º, uma soma suficiente, para poder distribuir aos acionistas um dividendo de 10% sobre o capital realizado.

4º, deduzidas estas três parcelas, 25% do excedente serão destinados a indenizar o Estado das somas que tiver pago a título de garantia de juros.

5º, o restante será dividido entre o Comitê de Paris e os acionistas, na proporção de 10% para aquele primeiro, que fará entre os seus membros a divisão que bem entender e de 90% para os portadores de ações.

As obrigações emitidas pelo banco são em número de 80.000, títulos do valor nominal de Fr. 500 cada um; a emissão foi de Fr. 40.000.000. Destas, foram amortizadas 2.468, no valor de Fr. 1.234.000, restando em circulação Fr. 38.766.000 de obrigações a 30 de junho de 1910. Estas obrigações foram emitidas em junho de 1909, ao tipo de 81%, pelos srs. J. Loste & Cia., banqueiros em Paris; e vencem juros de 5% ao ano, pagáveis em duas cotas em 1º de janeiro e 1º de julho. As ações têm cotação nas Bolsas de São Paulo e do Rio de Janeiro e as obrigações nas Bolsas de Paris, São Paulo e Rio de Janeiro.

Os diretores são os srs. Ferdinand Pierre, presidente; Emile Quoniam de Schompré, vice-presidente; Gabriel Prestes, diretor-fiscal; Ernesto Rudge da Silva Ramos e Charles Peyredieu du Charleat, diretores. Os membros do Comitê de Paris são os srs. J. Loste, presidente; Henri Bousquet, Vicomte du Breteuil, Dutasta e dr. Paulo da Silva Prado, fiscal do Governo do Estado de São Paulo.

Os membros da Comissão de Contas são os srs. José de Queiroz Lacerda, João Alvares Rubião Junior e Gabriel Chouffour, e suplentes os srs. Christiano P. Vianna. Pierre Collete e Guilherme Vallim A. Rubião. As ações do banco tinham na Bolsa de Paris, em 30 de junho de 1911, a cotação de Fr. 491,50. O seu balanço semestral a 31 de dezembro de 1910 foi o seguinte:

Ativo:

Ações 4.770:000$000
Prêmio de reembolso 4.803:390$000
Descontos 2.883:355$040
Contas correntes garantidas 2.270:829$910
Empréstimos feitos 9.853:809$160
Crédito agrícola 197:987$150
Valores de propriedade do banco 1.220:458$200
Imóveis 350:000$000
Ações caucionadas 31:800$000
Valores em Garantia 27.725:620$223
Contas correntes sem prazo 271:457$099
Correspondentes no estrangeiro 1.523:885$207
Correspondentes no país 5.127:630$930
Em caixa 70:909$850

Total Rs.

61.101:132$769

Passivo:

Capital, ações 6.360:000$000
Capital, obrigações 25.281:000$000
Fundo de amortização das obrigações 238:581$250
Fundo de garantia das ações 17:950$162
Fundos de reserva 127:726$040
Juros de ações 37:187$500
Juros de obrigações 591:281$250
Contas correntes credoras 73:742$895
Pequenos depósitos 127:061$700
Depósitos a prazo fixo 8:400$000
Caução da Diretoria 31:800$000
Garantias diversas 27.725:620$223
Contas à ordem 479:559$823
Saldo da Conta de Lucros e Perdas 1:221$926

Total Rs.

61.101:132$769


Projeto para o novo edifício do Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola do Estado de São Paulo
Foto-montagem publicada com o texto, página 665

Banco Español del Rio de la Plata - A sucursal deste banco em São Paulo foi inaugurada pelo inspetor sr. Vigliani, a 4 de fevereiro de 1912. Fica situada à Rua da Quitanda, esquina da Rua Álvares Penteado. O gerente em São Paulo é o sr. Joaquim da Costa Ramalho Ortigão. Noutra seção desta obra, se encontram notas detalhadas sobre as operações deste banco e sua situação financeira.

Sociedade Incorporadora - A Sociedade Incorporadora, fundada em 25 de agosto de 1906, tem como associados os homens mais eminentes de São Paulo. O objetivo principal da Sociedade é a fundação, as diversas cidades do Estado, de Bancos de Custeio Rural, formando entre si uma federação, de modo que cada um receba a orientação da maioria e o apoio de todos, o que, junto ao prestígio da Sociedade, os torna igualmente fortes e inabaláveis.

A lei, sancionada pelo Governo do Estado, logo após a constituição da Sociedade, concedendo o auxílio de Rs. 50:000$000, em apólices, a cada um dos bancos por ela organizados, muito veio facilitar a obra da Incorporadora. Assim é que, em 1907, a Sociedade incorporava e punha em funcionamento nove bancos, que todos receberam o mencionado auxílio. Nesse mesmo ano foi elevado de Rs. 50:000$000 a Rs. 500:0000$000 o capital da Sociedade.

Em 1908, foram organizados mais doze bancos, dez dos quais entraram, ainda no mesmo ano, em funcionamento, e foram incorporados à Sociedade. O capital desta foi, então, elevado a Rs. 1.000:000$000. Atualmente, tem a Sociedade Incorporadora, em federação, 37 Bancos de Custeio Rural e o seu capital é de Rs. 2.000:000$000 divididos em ações de Rs. 100$000 cada uma.

As cidades do Estado onde existem Bancos de Custeio Rural em funcionamento são as seguintes: Piraju, Jaboticabal, Ribeirão Preto, Ribeirão Bonito, Sertãozinho, Itapira, Serra Negra, Taubaté, Jaú, São José do Rio Pardo, Jacareí, Botucatu, Descalvado, Pirassununga, Pindamonhangaba, Taquaritinga, Campinas, Limeira, Lorena, Santa Cruz do Rio Pardo, São Manoel do Paraíso, Santa Rita do Passa Quatro, Caçapava, Caconde, São Simão, Rio Claro, Casa Branca, Piracaia, Itatinga, Agudos, Bauru, São Carlos, Palmeiras, Ibitinga, Araraquara, Franca e Piracicaba.

Os Bancos de Custeio Rural, federados na Sociedade Incorporadora, são, entretanto, autônomos, tendo cada um o seu capital; e, em conseqüência do auxílio prestado pelo Governo, estão também sujeitos à sua fiscalização. Estes bancos só fazem concessões de crédito para o custeio da lavoura, mediante garantia de penhor agrícola de frutos de 3 safras.

A Sociedade Incorporadora tem encontrado o mais caloroso acolhimento e os seus bancos gozam de grande confiança. A aspiração da Sociedade Incorporadora consiste na fundação de Bancos de Custeio Rural em todas as cidades importantes do Estado. A diretoria da Sociedade é formada pelos srs. dr. Pedro de Vicente Azevedo, presidente, advogado; dr. José Antonio Marcondes Machado, vice-presidente, também advogado; e Antonio Machado Cesar, gerente.

Companhia Paulista de Seguros Marítimos, Terrestres e de Vida - Esta sociedade brasileira, com sede social em São Paulo, foi fundada em 1906, com o capital de 2.000:000$000 em ações do número de 10.000, no valor de 200$000 cada uma. Durante o ano de 1910, montavam a Rs. 171.656:393$894 os contratos de seguros, verificando-se para mais uma diferença de 27.870 contos nos efetuados em 1909. Neste mesmo ano, a Companhia indenizou segurados no valor de Rs. 188:412$550, ao passo que em 1910, apesar do grande aumento na soma dos contratos realizados, os sinistros não passaram de Rs. 173:129$389, inclusive Rs. 10:000$000 na seção de seguros de vida.

As operações da seção de seguros marítimos e terrestres aumentaram extraordinariamente, demonstrando assim que a Companhia tem sabido impor-se à confiança do público, não só pelas sólidas garantias que oferece, como pela lisura e correção com que tem procurado encaminhar suas relações com os segurados. A Companhia pagou um dividendo de 80 contos, correspondente a 10% do capital realizado, montando já a Rs. 360:000$000 a importância de dividendos pagos pela Companhia.

O fundo de reserva, que em 31 de dezembro de 1909 era de Rs. 159:200$320, e as reservas técnicas e reservas especiais da seção de seguros de vida, que, na mesma data, eram de Rs. 133:034$100, tiveram sensível aumento no correr do ano de 1910, ficando elevadas, respectivamente, a reserva da seção de fogo a Rs. 250:000$000 e as reservas da seção de vida a Rs. 198:750$410, destinando-se também Rs. 50:000$000 para a integralização das ações.

A Companhia tem Rs. 2.600:000$000 em apólices da União e do Estado de São Paulo, em ações da Paulista e Mogiana, em dinheiro depositado no Banco de São Paulo e em outros haveres para garantia de seus contratos. A receita geral em 1910 foi de Rs. 1.079:341$603 e a despesa foi de Rs. 568:045$141, havendo um lucro líquido de Rs. 511:296$462.

Os diretores da Companhia são os srs. coronel José Paulino Nogueira, dr. José Cardoso de Almeida, Augusto SA. de Carvalho Rodrigues e Urbano Azevedo. O Conselho Fiscal é composto dos srs. coronel Antonio Carlos da Silva Telles, Joaquim Gomes Estella e dr. Henrique de Souza Queiroz, membros efetivos, e dos srs. dr. José de Paula Leite de Barros, Floriano Alvaro de Souza Camargo e coronel Camillo A. de Moraes, suplentes.

O Conselho Consultivo é composto dos srs. dr. M. J. de Albuquerque Lins, cons. dr. Fr. de Paula Rodrigues Alves, conde Alvares Penteado, conde de Prates, Bento Quirino dos Santos, Joaquim da Cunha Bueno, dr. Antonio Mercado, Francisco Nicolau Baruel, João Alvares Rubião Junior, dr. Antonio de Padua Salles, Alexandre Siciliano, dr. Antonio Silverio de Alvarenga, dr. A. M. Bettencourt Rodrigues, Manoel Garcia da Silva, C. P. Vianna, José de Barros Poyares, dr. Nicolau de Moraes Barros, Antonio Alfredo Vaz Cerquinho, José Borges de Figueiredo e Antonio Marques Bento de Souza.

A Companhia tem agência funcionando regularmente no Rio de Janeiro, à Avenida Central, 117, primeiro andar; em Santos e em Campinas, e o seu escritório central funciona à Rua de São Bento, 35, sobrado, na Capital de São Paulo.

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Banco Agrícola de São Paulo: 1) O edifício do banco, Rua 15 de Novembro, 33; 2) A Caixa; 3) Escritório dos diretores (com os srs. Amos L. Post e dr. Afrodisio Sampaio Coelho, diretores)
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Banco Agrícola de São Paulo - Veio preencher uma grande lacuna esta instituição, destinada a facilitar à grande e à pequena lavoura do Estado de São Paulo todos os meios de se desenvolverem independente e altivamente, com recursos próprios. O Centro Agrícola do Estado de São Paulo, que foi solenemente inaugurado em 10 de março próximo passado, perante as altas autoridades do Estado, e o qual conta, entre os seus aderentes e sócios, nomes gloriosos na história política e financeira do Estado de São Paulo, foi ideado pelo seu principal organizador, sr. Amos L. Post.

Este senhor viu coroados de brilhante êxito os esforços empregados em levar avante o grandioso plano que concebera: primeiro, fundação de Congressos Agrícolas, reunindo-se periodicamente em diversos pontos do Estado e constituindo-se em Comissão de Agricultura para estudar os meios eficazes de protegê-la; segundo, reunião e associação de todos esses elementos em torno dum grupo central que, sob o nome de Centro Agrícola do Estado de São Paulo, forma a cabeça dessa instituição que dirige os destinos de toda a comunhão de lavradores.

Não parou aí, porém, o plano do sr. Amos L. Post. Precisava ainda dar mais um passo para final coroação da sua obra. Reunida a lavoura, esparsa e abandonada, em torno do centro pensante, procurou o sr. Post o meio prático para utilizar toda essa soma enorme de energias e fundou o Banco Agrícola de São Paulo, corolário lógico, que completa a grande obra iniciada.

Acha-se o banco instalado confortavelmente num prédio novo e de aparência elegante, à Rua 15 de Novembro, 33, uma das artérias principais da cidade e centro do seu movimento comercial e bancário. Ocupa o banco todo o andar térreo e parte do primeiro, achando-se a instalação para o expediente geral colocada no andar térreo que, com suas divisões elegantes, forma um conjunto harmonioso e do mais agradável efeito. Aí se encontram as bancas de trabalho dos empregados, a gerência e gabinete da diretoria, tudo mobiliado com bom gosto e conforto. No primeiro andar, luxuosamente instalado, vêem-se espaçosas salas reservadas para as deliberações da diretoria e assembléias de acionistas.

O Banco Agrícola de São Paulo, como o nome o indica, dedica-se com especialidade a fazer empréstimos à lavoura, com penhor agrícola, a juro moderado. Compra e vende café a termo, por conta de terceiros, imóveis, títulos e valores; faz orçamentos e construções por conta de terceiros; contrata e lança empréstimos por conta de governos estaduais e municipais, sociedades anônimas comerciais e particulares e faz, finalmente, todas as operações bancárias usuais.

O capital inicial é de Rs. 5.000:000$000 dividido em 25.000 ações de 200$000 cada uma; esse capital pode, porém, ser elevado a 10.000:000$000, por deliberação da assembléia geral. Os seus incorporadores, homens eminentes e conhecidos, tanto na política como na indústria e lavoura do Estado de São Paulo, são os srs. Jorge Tibiriçá, Amos L. Post, dr. Afrodisio Sampaio Coelho, dr. Ignacio M. Uchoa, Alfredo Ellis, dr. Francisco de Paula Barbosa.

Sociedade Tranqüilidade Seguros de Vida por Mutualidade - Esta companhia foi fundada na Capital de São Paulo, com autorização do governo federal, por decretos nº 7.548, de 16 de setembro de 1909, e 7.898, de 1º de março de 1910 (Carta Patente nº 36), com o capital social de Rs. 500:000$000, em 500 ações de 1:000$000 cada uma, com desembolso de 50%. e tem depositada no Tesouro Federal, para garantia das suas transações, a quantia de Rs. 200:000$000.

Os seus incorporadores foram os srs. Thomaz Alberto Alves Saraiva, chefe da firma Ferreira Junior & Saraiva, comendador J. A. L. Pereira Coutinho e coronel José de Amorim Lima, hoje diretores. A Sociedade Utilidade (N.E.: SIC: ou Tranqüilidade?) opera em seguros de vida por mutualidade e tem séries abertas para os seguintes planos de seguro: Misto Dotal. - série de 3.000 mutualistas, adquirindo estes o direito ao pecúlio de Rs. 30:000$000, por morte, e a importantes prêmios em vida por sorteio. Inscrição Rs. 1:000$000 de pronto ou em prestações semestrais ou trimestrais. Vinte Pagamentos - Esta série compreende 2.000 mutualistas com o pecúlio de 5 até Rs. 100:000$000, por morte, e prêmios por sorteio. Há tabelas de prêmios anuais, semestrais, trimestrais e mensais muito reduzidas.

No último exercício 1910-1911 distribuiu a Sociedade um dividendo de Rs. 100$000 por ação ou 20%. A sede da Sociedade Utilidade fica, em São Paulo, à Rua José Bonifácio, 11A, e a sua sucursal no Rio de Janeiro à Avenida Central, 40.

A Economisadora Paulista - A Economisadora Paulista, Caixa Internacional de Pensões Vitalícias, foi fundada pelo dr. Claudio de Souza em 20 de outubro de 1907 e instalada em 15 de março de 1908, com o capital de 50:0000$000 que, elevado gradualmente, se cifra hoje em Rs. 3.200:000$000. Tem por fim estabelecer uma renda vitalícia mensal em dinheiro aos sócios que, no fim de 10 ou 15 anos, de acordo com a mensalidade paga, recebem uma pensão mensal em dinheiro para o resto da vida.

O modo de organização das pensões é o mais simples, como tudo quanto já esteja aprovado pela prática. A contribuição do mutuário é aplicada em prédios, primeiras hipotecas e outras colocações garantidas, a juros de 10 e 12$ ao ano. Durante 10 anos ou 15, conforme a Caixa, vão esses prédios rendendo aluguéis, as hipotecas e títulos dando juros, e estes aluguéis e juros vão-se acumulando a favor do mutuário. A Economisadora Paulista tem atualmente para cima de 56.860 mutuários. Mensalmente é publicado um jornal de propaganda, do qual se distribuem 100.000 exemplares.

A diretoria é composta dos seguintes srs.: presidente, senador dr. Luiz Piza; secretário, comendador Leoncio Gurgel, diretor-gerente da Companhia Fabril S. Bernardo; tesoureiro, dr. Gabriel Dias da Silva; diretor-gerente, dr. Claudio de Souza, médico e capitalista. A sede da Economisadora fica em São Paulo à Rua São Bento, 21, sobrado. Há uma filial no Rio de Janeiro, Rua 7 de Setembro, 113, sobrado, e agências em todos os Estados da República.

O senador dr. Luiz de Toledo Piza e Almeida, atual presidente da companhia, nasceu em Capivari, Estado de São Paulo, aos 19 de agosto de 1858. Filho de lavradores, fez os seus primeiros estudos na propriedade agrícola de seus pais e mais tarde veio completá-los em São Paulo. Matriculando-se, em princípios de 1879, na Faculdade de Direito de São Paulo, recebeu o grau em 31 de outubro de 1883, e, pouco depois, aliou-se, pelo casamento, à não menos ilustre família Campos Salles, de Campinas. Iniciou a carreira profissional na Comarca de Jaú. Depois de algum tempo, transferiu a sua residência para esta capital. Exercendo sempre a sua profissão de advogado, iniciou-se na política, logo depois de proclamada a República, e tem sido sucessivamente deputado, presidente da Câmara dos Deputados Estadual, deputado federal, chefe de polícia, secretário da Agricultura e Senador.

O dr. Claudio de Souza nasceu em São roque, perto de São Paulo, em 1876. Fez os seus estudos no Rio de Janeiro e ainda estudante dedicou-se ao jornalismo, sendo na idade de 18 anos secretário da Cidade do Rio, o que lhe permitiu ganhar suficientemente para terminar os seus estudos. Aos 21 anos, formou-se em Medicina, seguindo então para Paris, onde acompanhou os serviços de diversos hospitais durante dois anos. Daí voltou para São Paulo e começou a sua carreira profissional. Foi o fundador de uma liga contra o álcool e casos sifilíticos, e também um dos fundadores dum hospital que tomou o nome de Dispensário Claudio de Souza, para tratamento grátis do alcoolismo e moléstias célticas. Este hospital é atualmente subvencionado pelo Governo e Municipalidade.

O dr. Claudio de Souza publicou diversas obras de literatura e Medicina. Em 1909, foi eleito à Academia de Letras de São Paulo. Até 1910, exerceu a clínica, que então abandonou para se dedicar ao comércio e indústria.

Caixa Mútua de Pensões Vitalícias - Esta próspera associação de previdência, a primeira do gênero surgida no Brasil e que hoje conta perto de 8 anos de existência, foi fundada em São Paulo, no dia 30 de julho de 1903, por iniciativa do capitão Heitor Amerio, italiano, coadjuvado por um grupo de seus compatriotas.

A Caixa Mútua de Pensões Vitalícias só começou a funcionar a 8 de janeiro de 1904, isto é, quando conseguiu a inscrição dos seus Estatutos no Registro Geral de Hipotecas de São Paulo, sendo legalizada como pessoa jurídica na forma da lei. Desde o seu início, teve a Sociedade que sustentar diversas e ásperas lutas contra adversários de toda espécie, mas conseguiu sair vitoriosa sempre, graças à constância dos seus fundadores, à sua boa organização e ao ótimo e escrupuloso emprego do capital social.

Um ano depois da sua inauguração, isto é, em março de 1905, abriu a Caixa Mútua a sua primeira filial no Rio de Janeiro e desde aquela data o seu progresso continua sem interrupção. Em todos os Estados do Brasil foram instituídas agências, do extremo Amazonas até Rio Grande do Sul, e em breve os milhares de associados puderam ver o considerável capital coletivo, produto dos pequenos esforços individuais, transformar-se em sólidos e inalienáveis edifícios, como o da Travessa da Sé, nesta cidade, onde fica a sede central, inaugurado em fevereiro de 1910, e que é um dos melhores e mais sólidos que embelezam São Paulo.

A segunda fase da Caixa Mútua de Pensões Vitalícias começa com a emanação do decreto n. 6.908, de 2 de abril de 1908, do Governo do dr. Affonso Penna, concedendo-lhe autorização para funcionar na República e aprovando os seus estatutos. Reconhecida e protegida, afinal, pelos poderes da Nação, a Sociedade viu assegurado o seu brilhante futuro e logo, tendo cumprido a disposição do artigo 3º do citado decreto, com o depósito de 200 contos no Tesouro Federal, para garantia das suas operações, as adesões triplicaram.

O público, sem distinção de categoria social ou de nacionalidade, compreendeu que a Caixa Mútua merecia a máxima confiança. Outra prova da utilidade e seriedade da Caixa Mútua de Pensões Vitalícias, é a sucessiva fundação, no país, a exemplo desta, de diversas sociedades congêneres, todas elas compostas de pessoas eminentes e respeitáveis.

Em 16 de abril deste ano viu a Caixa Mútua realizado outro importante empreendimento, isto é, a inauguração do seu edifício social no Rio de Janeiro, à Rua José Maurício, grandioso e esplêndido prédio, que apesar de ser em parte ocupado pela filial, oferece ainda renda compensadora para o elevado capital de Rs. 461:107$436, despendido com a respectiva construção.

Até o dia  31 de maio de 1911 a Caixa Mútua de Pensões Vitalícias contava 55.560 associados, inclusive 1.511 beneméritos, e tinha um fundo inamovível de Rs. 2.451:824$207, assim repartido: prédios e terrenos de propriedade, Rs. 913:416$576; hipotecas, Rs. 1.202:842$800; caução no Tesouro, Rs. 200:000$000; banco e agências, Rs. 135:564$021, e um capital subscrito de Rs. 16.074:360$000. Compõem a diretoria da Caixa Mútua de Pensões Vitalícias os srs. Henrique Gallina, presidente; Menotti Falchi, vice-presidente; Ardelio Guidi, secretário; Luiz Travaglio, Luiz Grancoli, Antonio Picosse e Arnaldo Ricci.

Montepio da Família - Esta Sociedade de Auxílios Mútuos foi fundada em 8 de dezembro de 1909 para seguro de vida por mutualidade, pagando aos herdeiros do sócio falecido, seja qual for o número de sócios inscritos na data do seu falecimento, o pecúlio mínimo de 30 contos. Até a presente data, 450 contos foram pagos em pecúlios; e os associados em pleno vigor de seus direitos até 31 de julho de 1911 alcançaram 1.850.

As condições de admissão na sociedade são as seguintes: submeter-se a exame médico; ter de 21 a 55 anos de idade; pagar a jóia de 1:000$000, de uma só vez ou por prestações; pagar 15$000 cada vez que falecer um associado dentro do prazo de 20 dias. A companhia não tem outros encargos nem compromissos, além dos que decorrem das obrigações contraídas com os seus associados. Fiscalizada pelo Governo Federal, com um depósito de 200 contos no Tesouro e avultada soma em fundo de pecúlio, o Montepio da Família é, evidentemente, uma útil e garantida associação.

O fundo de pecúlio é destinado exclusivamente ao pagamento de pecúlios aos beneficiários ou herdeiros do sócio falecido, não sendo permitido o desvio de qualquer quantia desse fundo para fim diverso. O de despesas é destinado a fazer face a todos os gastos gerais da Sociedade, como seja ordenados, comissões, propaganda etc., e uma porcentagem a cada diretor, de um por cento sobre o total das jóias a partir desta data, a qual será retirada mensalmente, à proporção que novos sócios forem sendo admitidos.

Quando se achar completo o número de 3.000 sócios, far-se-á unificação dos dois fundos, correndo desde então as despesas da Sociedade por conta dos rendimentos do seu capital unificado. O pecúlio é pagável depois de quinze dias da data do falecimento do associado e da devida habilitação do seu sucessor. Quando os fundos sociais dispuserem de recursos suficientes, poderão ser estabelecidos pecúlios progressivos até ao máximo de 100 contos.

A atual diretoria da Sociedade é composta dos srs. dr. Arthur Fajardo, presidente; dr. Claro Homem de Mello, vice-presidente; barão de Bocaina, diretor-tesoureiro; dr. J. J. Cardoso de Mello Netto, diretor-secretário; dr. Antonio Murtinho Nobre, diretor-médico; Horacio Ovidio de Oliveira, diretor-gerente; e Carlos Augusto Peçanha, diretor da sucursal no Rio de Janeiro, situada à Avenida Central, 50. A sede da companhia, em São Paulo, acha-se na Rua Direita, 31.

A União Mútua - A União Mútua, companhia Construtora e de Crédito Popular, premiada com duas medalhas no Primeiro Congresso de Mutualismo Sul-Americano, é uma empresa que tem por objeto dar um prédio de moradia e um capital em dinheiro aos seus sócios. Em suas séries de pecúlios em vida, a União Mútua, mediante a contribuição de 5$000 ou 10$000 mensais, distribui em cada mês um pecúlio de Rs. 20:000$000, três pecúlios de Rs. 10:000$000, três pecúlios de Rs. 2:000$000 e diversas bonificações em dinheiro, devolvendo as contribuições mensais pagas pelos sócios não sorteados, acrescidas de 10$ de juros na série cumulativa.

A sede da sociedade fica no Palacete União Mútua, Rua 15 de Novembro, 53. Até janeiro de 1912 a União Mútua pagou Rs. 557:500$000 de pecúlios; o capital mutuário subscrito é de Rs. 25:000$000 e o capital acionista é de Rs. 1.000:000$000. A União Mútua adianta dinheiro, aos senhores proprietários, sobre aluguéis de casa ou imóveis, podendo o débito ser pago em pequenas prestações mensais.

A União Mútua constrói prédios para os seus mutuários ou compra prédios por eles indicados e que sejam de sólida construção, adiantando o capital necessário, para lhe ser restituído em pequenas prestações mensais. Desde que o mutuário possua o terreno, não terá que fazer nenhuma entrada inicial. No caso, porém, da Companhia ter de fornecer terreno e prédio, o mutuário deverá entrar no ato do contrato com 15% sobre o valor do terreno e casa, e pagará o resto em prestações mensais, equivalentes ao aluguel, ficando o inquilino dono do prédio no fim de alguns anos.

O seu capital empregado em São Paulo, Santos, Rio e Belo Horizonte, em construções, a prazo, sobe a mais de três mil contos de réis. A sua diretoria é assim composta: presidente, dr. Claudio de Souza, diretor da Companhia Parque Balneário de Santos, Economisadora e Mutua Brazil; diretor-tesoureiro, dr. Manoel Ferraz da Costa Aguiar, diretor da Companhia urbana Predial; diretor jurídico, dr. Ismael O. Soares de Souza.

Mutua Brazil - A Mutua Brazil foi constituída em 1910 com o capital de 100 contos, para o fim de doar, com o pecúlio de Rs. 20:000$000, à família de cada mutuário quando este vier a falecer. Atualmente, há duas séries de mutuários, cada qual com 1.500 membros: uma para mutuários de 21 anos e outra para mutuários de 55 a 65 anos.

A jóia de entrada é de Rs. 40$000, incluindo despesas médicas. Por ocasião do falecimento de um mutuário, têm os outros de pagar 18$000 cada um, o que faz um total de Rs. 27:000$000, dos quais 20 contos são pagos à viúva ou herdeiros, e o restante, ou sejam 7 contos, entra para a Companhia, destinado a despesas de administração.

A diretoria da Mutua Brazil é composta dos srs. barão Brazilio Machado, presidente; dr. Claudio de Souza, diretor médico; e sr. Julio Silva, tesoureiro. Esta importante e humanitária sociedade já pagou a elevada soma de 219.570$000, de pecúlios.

Companhia Urbana Predial - A Companhia Urbana Predial, fundada em 1910, com o capital de 3.000:000$000, é proprietária de vastos terrenos da área de 2.000.000 de metros quadrados, dos quais a maior parte (1.500.000 metros quadrados) situados em Água Branca.

Estes foram divididos em lotes de 700 metros, onde a Companhia está edificando prédios modernos e confortáveis, cercados de jardins e que são vendidos do modo seguinte: um décimo pago na ocasião de se tomar posse da casa e o restante a prazo, para ser efetuado em pagamentos mensais dentro de 10 anos, cobrando a Companhia o juro de 8% ao ano.

Companhia Mutua de Crédito Predial - Esta Companhia, com sede em São Paulo, tem por fim aplicar capitais em construções de prédios para os seus mutuários, imóveis esses de valor efetivo perfeitamente garantidos.

Os mutuários da Companhia gozam das vantagens seguintes: tornam-se proprietários mediante pagamento de prestações mensais; realizam grande economia pela aquisição da propriedade, iniciando o pagamento da quantia de 41$000 para cada matrícula, importância essa relativa aos juros, somente depois de habitado o prédio; deixam a seus herdeiros, livre de qualquer ônus, o direito de propriedade sobre o imóvel e o valor total do seguro de vida de 30:000$000; deixam a seus herdeiros o imóvel e o pecúlio de 30:000$000, se o falecimento ocorrer após o prazo do contrato; recebem o valor do seguro de vida, se acontecer ficarem sem recursos para a sua subsistência, sem perder o direito ao título de propriedade; são favorecidos com a construção antecipada do prédio conforme os seus desejos e indicações, o fornecimento gratuito das plantas e orçamentos necessários à mesma construção e a conservação do prédio contra os efeitos do uso e do tempo; e recebem gratuitamente todas as indicações e informações relativas às questões de aquisição de terrenos e de construção em geral.

A Companhia organizou dois grupos de 2.500 sócios cada um. Cada mutuário paga mensalmente a quantia de 15$000 para cada matrícula que subscrever, e 15$000 toda vez que falecer um associado do grupo a que pertence. Os serviços da Companhia compreendem as cidades de São Paulo, Santos, Campinas, Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Niterói, Pernambuco, Bahia, Pelotas e Porto Alegre.

Na ocasião da entrega do prédio, o mutuário paga mais 41$000 até o fim do contrato, para cad matrícula que tiver subscrito. Todas as construções efetuadas pela Companhia são feitas segundo as regras da arte e com material novo de primeira qualidade.

A diretoria é composta dos srs. dr. M. M. de Araripe Sucupira, presidente; Urbano de Mello, diretor-tesoureiro; dr. A. Prudente de Moraes, diretor técnico; e dr. Araripe Sucupa, diretor médico; e do seu Conselho Fiscal fazem parte os srs. dr. Theodoro Bayma, Otto Armbrust, dr. Francisco de Toledo Malta, dr. A. B. de Paiva Azevedo e dr. Ed. Rodrigues Alves. A sede da Companhia fica à Rua 15 de Novembro, 20, em São Paulo (altos do London and River Plate Bank).

Companhia Construtora e de Crédito Popular - A Companhia Construtora e de Crédito Popular, fundada em 1906, com o capital de 500:000$000, em sociedade anônima, foi a primeira que se instalou em São Paulo para edificar prédios para os seus mutuários, mediante prestações mensais. A sua seção construtora encarrega-se de quaisquer construções, consertos e reformas de casas; edifica prédios modernos e de sólida construção, com pagamento a prazo longo por prestações mensais e a juros módicos.

Durante o ano 1910, executou esta Companhia a construção de 115 casas, no valor total de 1.014:264$000, ou sejam Rs. 8.819$000, na média, cada casa. E cumpre notar que naquele número não estão incluídas as construções por administração, pelas quais a Companhia percebeu uma porcentagem certa. No ano de 1910 distribuiu um dividendo de 8%.

A sede social em São Paulo acha-se à Rua Direita, 14, sobrado; e há agências em Santos e Campinas. Os diretores da Companhia são os seguintes srs.: presidente, coronel Alfredo Duprat; tesoureiro, dr. Aristides de Campos Seabra; diretor técnico, dr. Tito Martins Ferreira.

Devido ao grande desenvolvimento que tomarão os negócios, sempre florescentes, da Companhia Construtora e de Crédito Popular, ficou deliberada, em assembléia geral dos acionistas, a elevação do capital para Rs. 2:000:000$000, dois mil contos de réis, podendo ser elevado ainda a Rs. 5:000:000$000, cinco mil contos, para atender aos inúmeros pedidos de construções que lhe são feitos, desenvolver a sua seção de crédito popular, abrir agências em todos os Estados do Brasil e contratar obras de todos os gêneros.

Companhia Iniciadora Predial - A Companhia Iniciadora Predial, sociedade mutuária de construções, fundou-se com o capital de 1.350:000$000 correspondente a 6.750 ações do valor nominativo de 200$000 cada uma. Deste capital, 70% estão já realizados.

O fim da Companhia é edificar, mediante empréstimos por conta de terceiros, em terrenos pertencentes a estes, prédios até o valor de Rs. 25:000$000 ou 30.000$000, dependendo a operação de concessão especial da diretoria, sempre que o terreno representar um terço do valor da construção. A Companhia organiza ou aceita projetos oferecidos pelos próprios mutuários e cobra 1½ por cento sobre o valor das obras pelos projetos de orçamentos. As suas construções obedecem às melhores regras da arte e são executadas com material de primeira qualidade.

Os juros cobrados pelo adiantamento da importância da construção são de 10%; e há também uma comissão de administração. Para garantir o valor da construção, dá o mutuário, em primeira hipoteca, a construção e o terreno. Os pagamentos das prestações de amortização, juros e comissão começam a ser feitos na data em que o prédio for entregue ao mutuário. Um prédio de Rs 10:000$000, para ser amortizado em 10 anos, pagará mensalmente de juros, amortização e comissão Rs. 164$330, ou sejam Rs. 16$443 por cada conto de réis amortizável em 120 vezes.

A Companhia adquiriu por compra, em boas condições de preço, terrenos em vários bairros da cidade, nos quais tem em construção grupos de habitações de um só pavimento, para operários, e de sobrados de tipo popular, também para pequeno aluguel. Estas operações representam um emprego lucrativo de capital. Até hoje, tem a empresa efetuado construções de obras no valor de Rs. 1:012.621$000, sendo Rs. 777:221$102 de construções com contrato hipotecário e Rs. 235:400$000 de construções segundo contrato simples. A companhia, em fins de 1910, distribuiu um dividendo de 8%.

A sua diretoria compõe-se dos membros seguintes: presidente, dr. F. Vergueiro Steidel; vice-presidente, dr. F. P. Ramos de Azevedo; secretário, dr. Arnaldo Vieira de Carvalho; e gerente, dr. Ricardo Severo. A sua sede social em São Paulo funciona à Rua da Boa Vista, 26, primeiro andar.

Leonidas Moreira e dr. Oscar Moreira - O escritório Leonidas Moreira foi fundado em 1885 sob a direção imediata do ativo e conceituado corretor oficial sr. Leonidas Moreira, o infatigável business-man que tanto concorreu para o desenvolvimento financeiro do Estado de São Paulo. Em 1906, o dr. Oscar Moreira, irmão do sr. Leonidas, entrou para a firma como sócio.

A firma dedica-se a transações cambiais com outros países; a lançar empréstimos estaduais e municipais e para companhias; e à compra e venda de ações e apólices. Tem uma seção de informações financeiras e outros assuntos concernentes ao Brasil à disposição dos clientes e visitantes. As melhores referências sobre a firma podem ser fornecidas por todos os bancos de São Paulo. O escritório dos srs. Moreira é instalado à Rua Álvares Penteado, 50.

O fundador da casa, sr. L. Moreira, nasceu em 1867, na cidade de São Sebastião, pequeno porto na costa do Estado, perto de Santos; depois de sua educação concluída, principiou a vida como corretor e, desenvolvendo rara atividade, conseguiu captar e cultivar inúmeras relações sociais, tornando-se depositário da confiança pública e gerindo grandes fortunas particulares. As indústrias em São Paulo encontraram nele um forte braço de apoio para o seu progresso, pois pelos seus esforços tem conseguido a organização de várias companhias. Iniciador da Bolsa Livre e mais tarde fundador da Bolsa de São Paulo criada por lei, o sr. Leonidas Moreira tem ocupado várias vezes o cargo que hoje exerce, de síndico-presidente da Câmara Sindical de Corretores de São Paulo. É proprietário de diversos terrenos e da fazenda São Benedicto, no Município de Rio Claro.

O dr. Oscar Moreira nasceu em Rio Claro em 1881; educou-se em São Paulo, onde se formou em Direito em 1901. Praticou como advogado durante dois anos e, por essa época, foi nomeado delegado de polícia nesta Capital, cargo em que ficou dois anos. Depois, associou-se ao seu irmão.

Os mais importantes títulos emitidos e empréstimos lançados pelos srs. Moreira são os seguintes: Câmara Municipal de Santos, 2.500:000$000, tipo de emissão 75$, juros 8%; Câmara Municipal de Ribeirão Preto, 2.000:000$000, tipo de emissão de 85%, juros 8%; Câmara Municipal de São Carlos, 1.250:000$000, tipo de emissão 93%, juros 8%; Companhia Estrada de Ferro Dourado, 8.000:000$000, tipo de emissão 82%, juros 7%; Companhia Estrada de Ferro Araraquara, 4.000:000$000, tipo de emissão 82%, juros 8%; Empresa Paulista Melhoramentos do Paraná, 2.000:000$000, tipo de emissão 85%, juros 8%; Fábrica Tecidos Santa Rosália, 2.500:000$000, tipo de emissão 95%, juros 8%; Melhoramento de São Paulo, 2.000:000$000, tipo de emissão 85%, juros 8%; Companhia Termal Poços de Caldas, 3.000:000$000, tipo de emissão 85%, juros 8%.

Alberto de Menezes Borba - O sr. Alberto de Menezes Borba desempenha as funções de corretor, com escritório à Rua 15 de Novembro, 34, e aceita somente comissões especiais. Iniciou a sua vida de corretor em 1881; mas. em 1896, abandonou esta atividade, que só recomeçou em 1904. É proprietário de grandes terrenos, inclusive da situação ocupada pelo Clube de Regatas de São Paulo, de que é presidente desde 1905. Tem também ocupado a presidência do Club Internacional e do Club de Football de Palmeiras. É filho do falecido major Francisco Antonio de Borba.

Francisco de Azevedo Junior - Descendente de antiga família paulista, o sr. Francisco de Azevedo Junior nasceu em São Paulo em 1875 e aí fez os seus estudos. É corretor oficial desde 1897 e tem sido secretário da Bolsa de São Paulo por várias vezes. O seu escritório fica à Travessa do Comércio, na capital paulista.

Jayme Pinto S. Novaes - O sr. Jayme P. S. Novaes, corretor oficial em São Paulo, nasceu em Piracicaba, a  5 de outubro de 1872, e fez os seus estudos naquela cidade. Veio para São Paulo em 1903 onde pelo seu exclusivo esforço e aptidão fez a sua carreira. Preposto de corretor, quando houve em 1910 uma vaga, foi escolhido para corretor oficial. O sr. Novaes, que se interessa por todos os esportes e em particular pelo futebol, é membro do São Paulo Athletic Club. O seu escritório fica à Rua de São Bento, 57, São Paulo.

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Sede da Economisadora Paulista
Foto publicada com o texto, página 667

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