Impressões do Brazil no Seculo Vinte

Antonio Vianna & Cia.: 1) Exterior do Bazar Japão; 2) Casa Limoges, 120 Avenida Rio Branco; 3) O edifício na esquina das ruas 1º de Março e Ouvidor
Foto publicada com o texto, página 615. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

A capital federal (cont.)

Comércio

Casa Vianna - A Casa Vianna, de propriedade dos srs. Antonio Vianna & Cia., foi fundada em 1894. São seus sócios os srs. Antonio dos Santos Vianna, fundador e chefe da firma, e Manoel Antunes de Meira, gerente. Esta casa importa em grande escala toda a sorte de louças, porcelanas da China, objetos de vidro, de Christofle e outros metais, cristais, brinquedos, jogos, artigos de fantasia e bazar. As suas importações são em grande parte procedentes do Japão, França, Itália, Inglaterra, Áustria, Alemanha, Bélgica, Holanda, Estados Unidos etc.

A firma faz avultadas operações, vendendo não só no Rio de Janeiro, como para diversos estados da União, e traz cinco viajantes em constante serviço. A Casa Vianna negocia por atacado e a varejo; e o seu movimento anual vai, em média, a Rs. 2.000:000$000.

A sede da firma fica à Rua 1º de Março, 87, e fronteiros, na mesma rua, os seus depósitos. A firma tem no Rio várias sucursais: a primeira delas, a Casa Vianna, fica à Rua do Ouvidor, 50, esquina da Rua 1º de Março, no edifício em que teve início o estabelecimento e o qual foi comprado e reedificado pelo fundador em 1904. A segunda sucursal tem a denominação de Bazar Japão, e está situada à Avenida Rio Branco, 118. Há ainda uma terceira sucursal, denominada Casa Limoges, à Avenida Rio Branco, 120.

A casa Vianna tem 28 empregados. O chefe do escritório é o sr. Manoel Gonçalves de Souza. O chefe da firma, sr. Antonio dos Santos Vianna, nasceu em Portugal e veio para o Brasil em 1869, com apenas 12 anos de idade. Depois de trabalhar algum tempo como empregado, tornava-se sócio duma firma de que era chefe um seu irmão, a firma Felix dos Santos Vianna & Cia. Retirando-se desta, passou a fazer parte da casa Torres Vianna & Cia., e finalmente, adquirindo esta casa, situada à Rua do Ouvidor, 50, foi sucessivamente alargando o seu campo de ação até a converter no importantíssimo estabelecimento de hoje. O sr. Vianna faz parte de várias sociedades religiosas e beneficentes.

O sr. Manoel Antunes de Meira é também português e acha-se no Brasil há 25 anos. Tem estado sempre com esta casa. Entrou para sócio em 1900 e desde 1912 tem a gerência da casa.

Norton, Megaw & Co. Ltd. - Esta empresa foi fundada no Rio pelo falecido sr. Stephen Busk, no no de 1844, sob o nome de Stephen Busk & Co.; em seguida abriram-se diversas agências em Londres e Manchester. Em1873, a firma no Rio tomou o nome de Norton, Megaw & Youle; em 1878 mudou para Norton, Megaw & Co., e em 1895 para Norton, Megaw & Co. (N.E.: SIC). Em Londres e Manchester os negócios foram transferidos para a firma Megaw & Norton (composta do falecido M. G. Megaw e sr. R. Norton), que exerceram as funções de agentes e dirigentes das companhias do Rio até 1908, data em que este último, em Londres, começou a trabalhar por conta própria. O sr. Megaw morreu em 1908 e os atuais diretores são os srs. R. Norton, H. K. Brodie, F. S. Hampshire e G. E. Gillespie. O gerente em Londres é o sr. G. F. B. de Gruchy, e o gerente no Rio é o sr. G. H. Brodie.

O primeiro negócio desta firma foi importação para o Brasil de porcelana e louça de manufatura inglesa; mas este negócio foi abandonado há muito tempo, bem como a importação de lãs e algodão, que o foi em 1907, data em que se fechou a casa de Manchester.

Em 1863, quando a companhia de vapores de Lamport & Holt estabeleceu carreiras para o Rio, a firma foi nomeada sua agente. Os seus principais negócios, atualmente, compreendem a importação de mercadorias à comissão, exportação de café do Rio para todas as partes do mundo, fornecimento de materiais de toda espécie necessários aos caminhos de ferro do Brasil, incluindo fornecimentos para caminhos de ferro da E. F. Central do Brasil e outras exploradas pelo governo brasileiro.

São agentes de vapores da companhia Lamport & Holt, e agentes exclusivos no Brasil da companhia Baldwin Locomotive Works, de Philadelphia, e de outros fabricantes da América e Inglaterra, e negociam também em vapores e diques flutuantes novos ou em segunda mão.

 Borlido Maia & Cia.
Foto publicada com o texto, página 616. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Borlido Maia & Cia. - Esta casa foi fundada em 1878, sob a firma J. J. G. Borlido, que teve como sucessores em 1890 Borlido Moniz & Cia., aos quais sucedeu, em 1907, a presente firma. São seus sócios os srs. Antonio Borlido Maia, Conrado Henrique Niemeyer e Francisco Xavier Gomes Flores.

A firma, que fornece às principais estradas de ferro e companhias de navegação do Brasil, importa, em larga escala, trilhos e acessórios, ferramentas, material para vagões, locomotivas, caldeiras, vagões, óleos lubrificantes e graxas; máquinas de toda a sorte para a agricultura, indústria; ferro galvanizado, tubos de ferro; tintas, cores; maquinismos elétricos e acessórios; louça sanitária etc. etc.

Os srs. Borlido Maia & Cia. são também representantes das seguintes firmas inglesas e americanas: R. & J. Dick Ltd., Glasgow, correias Balata; Mander Brothers, Londres, tintas de água Olsina; Bliven & Carrington, New York, óleos lubrificantes e graxas; Enfield Cycle Co. Ltd., Redditch, bicicletas Royal Enfield; Wm. Simons & Co. Ltd., Renfrew, construtores de dragas; Bickford Smith & Co. Ltd., Tuckingmill, fusíveis de segurança; W. B. Brown & Co. (Bankhall) Ltd., cabos de arame de aço; The Vaporite Strawson Co., Ltd., Vaporite, para a destruição de insetos; J. B. White & Brothers, cimento Portland; e Hobbs, Hart & Col, cofres.

A sede da firma é à Rua do Rosário, 58; o seu depósito fica situado à Rua da Misericórdia, 43, e Rosário, 55; e o seu trapiche à Rua da Gamboa, 70, 72, 74, 76 e 78. O capital desta importante casa é de Rs. 1.000:000$000 e as suas vendas anuais atingem a Rs. 6.000:000$000. Os empregados da casa são em número de 40.

O sr. Antonio Borlido Maia, chefe da firma, de nacionalidade brasileira, faz parte da casa há 25 anos, tendo entrado como sócio em 1893. O sr. Borlido Maia, que é também fazendeiro, possui a fazenda Boa União, no estado do Rio de Janeiro, com 250 hectares de extensão, e onde tem um esplêndida criação de bovinos de raças tais como Hereford, Shorthorn e outras. Um parte da fazenda é inteiramente reservada à lavoura. O sr. Borlido Maia faz parte das diretorias do Banco do Comércio, do Banco Comercial, da Companhia de Tecidos Santo Aleixo e ainda d'outras empresas mais.

Interior do estabelecimento de Cunha, Guimarães & Cia.
Foto publicada com o texto, página 617. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Cunha, Guimarães & Cia. - Esta importante casa de sirgueiros e fabricantes de uniformes militares foi fundada em 1826. Tem tido várias mudanças de firmas, até à presente firma, Cunha, Guimarães & Cia., sucessora de Viúva Guimarães & Cia. Atualmente, a firma tem como sócios a comanditária d. Elvira Cabello Guimarães e os solidários Miguel Candido da Silva Cunha e Vicente Cabello Guimarães.

Esta casa tem sempre um completo sortimento de galões de ouro e prata, canotilhos e fios para bordar, espadas, claques, floretes, e encarrega-se da confecção de dragonas, fiadores, talins, chapéus armados, quepes, correames, mantos, arreios etc. Encarrega-se também de executar bordados de todas as qualidades e possui um variado estoque de oleados para mesas e bandeiras de todas as nações.

Emprega um pessoal de 28 pessoas, não contando 200 a 300 alfaiates que trabalham fora. Importa o seu material da Inglaterra, França e Alemanha, comprando também tecidos nacionais, principalmente à Fábrica de Fiação e Tecidos Porto-Alegrense, no estado do Rio Grande do Sul.

O sr. Miguel Candido da Silva Cunha é português, natural do Minho, estando no Brasil há 29 anos. Foi durante 20 anos guarda-livros em diferentes casas, entrando para sócio desta firma em 1909. O sr. Vicente Cabello Guimarães é filho da comanditária e de nacionalidade brasileira, tendo entrado para sócio por morte de seu pai em 1909.

Bazar America - Baptista e Fonseca
Foto publicada com o texto, página 617. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Bazar America - O Bazar America é propriedade da firma Baptista & Fonseca, de que são sócios os srs. Luiz Augusto Baptista e Antonio Alves da Fonseca. Este estabelecimento, situado à Rua Uruguaiana, 38 e 40, faz uma larga importação, diretamente do Japão, de objetos de fantasia, e, naquele país, tem uma casa compradora, de que é gerente o sr. S. Midzushima, à Rua Misiami Ota, 2.197, Yokohama. Daí recebe a casa porcelana japonesa, serviços de mesa para jantar, chá etc., cortinas, brinquedos, marfim, leques e outros artigos orientais.

O Bazar America recebe também da Europa louças, cristais, metais, utensílios de cozinha, tapetes e artigos de fantasia. Esta firma faz um volume avultado de vendas a varejo e por atacado no Rio de Janeiro e em diversos estados da União, mantendo representantes nos principais estados. O seu movimento anual vai a cerca de Rs. 1.000:000$000. O edifício ocupado pelo estabelecimento foi especialmente construído e dispõe de todos os melhoramentos modernos.

O sr. Luiz Augusto Baptista é de nacionalidade portuguesa e está no Brasil desde 1882. O sr. Antonio Alves da Fonseca é brasileiro e está no comércio há 40 anos. Em 1894 fundaram esse estabelecimento, que hoje é incontestavelmente o primeiro no seu gênero.

Azevedo Alves, Carvalho & Cia. - Antiga Casa Firmino
Foto publicada com o texto, página 618

Azevedo Alves, Carvalho & Cia. - Esta casa foi fundada em 1859, sob a denominação de Casa Firmino. Era seu proprietário o sr. Firmino de Azevedo Alves e girava com o capital de Rs. 1:000$000. Teve sucessivamente as firmas Azevedo Alves & Carvalho; Azevedo Alves, Carvalho & Cia.; Azevedo Alves & Carvalho; Azevedo Alves & Irmão; Azevedo Alves, Irmão & Cia.; Azevedo Alves & Mattos; Azevedo Alves, Mattos & Cia.; até a presente razão social de Azevedo Alves, Carvalho & Cia.

O capital da casa, à medida que se alargava o seu campo de operações, ia também aumentando, e hoje é representado pela soma de Rs. 1.500:000$000. Os sócios atuais são os srs. Oscar Ferreira de Carvalho, Eduardo de Azevedo Alves Mattos, Alexandre Herculano Rodrigues e Francisco Ferreira de Mesquita.

Faz esta importante firma o comércio e confecção de objetos de sirgueiro e uniformes militares, e tem grande sortimento de galões, gregas, rendas, franjas, borlas, estrelas, lantejoulas, fios, canotilhos de ouro e prata, fios para bordar e outros artigos para armadores.

Os srs. Azevedo Alves, Carvalho & Cia., que fornecem artigos militares para os governos da União e estados, recebem todo o seu material diretamente da Europa, sobretudo da Inglaterra, França e Alemanha. Empregam em seu estabelecimento, situado à Rua Nova do Ouvidor, 29 e 29A, 20 pessoas, além de numerosos alfaiates que trabalham fora. Qualquer dos sócios da firma dispõe de perfeita educação comercial e longa prática, pelo que só se pode esperar que a Casa Firmino continue em franca prosperidade.

Exposição de roupas feitas com tecidos nacionais, pelas quais os srs. Ferreira Passarello & Cia. obtiveram um Grande Prêmio na Exposição Nacional de 1908
Foto publicada com o texto, página 618. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Ferreira Pasarello & Cia. - Esta importante casa de fornecimentos militares foi fundada em 1905. São seus sócios os srs. Vicente Ferreira Passarello, Humberto Taborda e Antonio Ferreira Neves, este último comanditário e residente em Paris. Este importante estabelecimento de sirgueiro e alfaiataria militar e civil fica situado à Travessa do Ouvidor, 15; fornece ao governo da União e também aos governos estaduais, e a sua capacidade de produção anual vai a 10.000 ternos cortados no estabelecimento e cosidos fora pelos numerosos alfaiates que trabalham para a firma.

Do material empregado, parte é importado da Inglaterra e França e parte é nacional, da Companhia União Fabril no Rio Grande do Sul. A firma dispõe de quatro cortadores de obra fina, quatro de obra mais grosseira, e ocupa fora do estabelecimento 25 alfaiates de trabalhos finos e de 100 a 300 em trabalhos diversos. Tem sempre grande sortimento de espadas, talins, dragonas, canotilhos, fios de ouro e prata etc.

O sr. Vicente Ferreira Passarello é de nacionalidade italiana e acha-se no Brasil há 27 anos. Tendo feito parte de várias firmas, entrou para a sua atual casa em 1905. O sr. Humberto Taborda, de nacionalidade portuguesa, acha-se no Brasil há 15 anos; foi guarda-livros e faz parte da firma como sócio desde 1905. O sr. Antonio Ferreira Neves, o sócio comanditário, foi o chefe d'outra firma congênere, de que também fizeram parte os dois outros sócios; é também comanditário da casa Salgado Zenha e capitalista conhecido. Atualmente reside em Paris.

Oscar Machado: 1) Seção de manufatura; 2) Gravadores; 3) O edifício; 4) Polimento e montagem; 5 e 6) Mostruários
Foto publicada com o texto, página 619. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Joalheria Oscar Machado - A Joalheira Oscar Machado, antiga Casa Moreira, é uma das mais antigas e conhecidas nesta cidade. A sua fundação remonta a 1875. Encontra-se sempre neste estabelecimento à Rua do Ouvidor, 101 e 103, um sortimento grande e variado de jóias com brilhantes, pérolas, rubis, safiras etc., além duma grande variedade, tanto de relógio de bolso, como de relógios artísticos para mesa. Possui também a Joalheria Oscar Machado grande variedade de artigos de prata, obras de arte em bronze, tudo do mais fino e apurado gosto e diretamente importado dos centros produtores.

Os brilhantes da casa Oscar Machado são importados de Diamantina e Caravelas (Bahia) e enviados em bruto para Amsterdam, onde são lapidados. Importa também a firma brilhantes de procedência sul-africana.

Nas vitrinas da casa Oscar Machado podem ser admirados grandes brilhantes avulsos da mais pura água, assim como pérolas belíssimas e de grande valor, importadas da Índia. A casa faz todas as suas compras a dinheiro, obtendo assim vantagens de que beneficia a sua numerosa e seleta clientela.

Possui também esta joalheira uma bem montada oficina com 40 operários, os quais trabalham exclusivamente para a casa. Esta importante casa, uma das que gozam de melhor nome no Rio de Janeiro, tem visto o volume de seus negócios aumentar cerca de 20% de ano para ano.

O proprietário da casa é o sr. Oscar Machado, que tem como interessados os srs. Arthur Lima, Bernardo Gonçalves e Carlos Medeiros. O sr. Oscar Machado é brasileiro e está no comércio há 32 anos. Tendo entrado para esta casa com 16 anos de idade, veio a ser interessado e depois sócio durante 20 anos. Desde 1902, é o único proprietário da casa.

Silva Araujo & Cia. - Vista dos laboratórios
Foto publicada com o texto, página 620. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Silva Araujo & Cia. - Esta importante farmácia, drogaria, laboratório e fábrica de produtos químicos e farmacêuticos foi fundada em 1871 pelo sr. Luiz Eduardo da Silva Araujo, que ainda hoje é o chefe da firma. O laboratório da casa Silva Araujo é um dos mais bem montados no Rio de Janeiro: compreende 12 alas, todas revestidas de ladrilhos, de branco esmaltado, fechando-se hermeticamente, sendo a ventilação feita por ar filtrado.

Na 1ª sala, fica a seção de pastilhas e comprimidos, com uma capacidade de 200 quilos diários e maquinismos modernos de tipo americano ou alemão. A sala 2 é ocupada pela câmara frigorífica, onde se mantém uma temperatura entre 0º e 5º. A sala 3 é constituída pelo laboratório de evaporações, destilações e concentrações, sendo os fogões de tipo variado e possuindo um forno de revérbero, que alcança 1.200º. A sala 4 constitui o laboratório de esterilização; tem os cantos arredondados e possui cinco autoclaves aquecidos por fontes térmicas de gás ou de vapor. Na sala 5 fica uma chaminé para ventilação do ar e grandes filtros de água. A sala 6 é coberta de vidro e aí está montada a estufa elétrica, com 4 metros de altura, para dissecação e endurecimento dos produtos gelatinosos e açucarados.

A sala 7 constitui a chamada sala das pílulas, gelatinosas e açucaradas, e é provida dos melhores aparelhos modernos. A sala 8 é a seção de rotulagem, empacotamento e preparativos internos. A sala 9 é reservada à fabricação da afamada farinha láctea Ingesta, especialidade dos srs. Silva Araujo & Cia. A sala 10 constitui um laboratório acessório e aí ficam os aparelhos para a limpeza do ar e as caixas de água filtrada. A sala 11 é a câmara escura, onde se faz a elaboração de certos sais em ampolas, como a morfina. A sala 12, ou terraço, é usada para secagem ao ar livre. Há ainda uma sala 13, ou arquivo, onde são colecionados todos os trabalhos modernos sobre farmacologia, e a sala 14, ou biblioteca, com as mais modernas obras sobre ciências farmacêuticas.

Os produtos do Laboratório Silva Araujo são numerosíssimos; entre eles sobressaem a Ingesta e o Guaraná Iodo Kola Granulado, cuja venda é cada vez maior, devido aos excelentes resultados com eles obtidos. Possui também a firma uma fábrica à Rua D. Anna Nery, 374 e 376, onde são fabricados os conhecidos e afamados tônicos de Silva Araujo & Cia. Um deles é o vinho reconstituinte de Silva Araujo, vendido não só por todo o Brasil como também exportado para o estrangeiro.

Os srs. Silva Araujo & Cia. figuram entre os maiores fabricantes de ampolas par uso hipodérmico, cápsulas gelatinosas, pílulas drageadas, pastilhas comprimidas, extratos fluídos de plantas medicinais, com especialidade das plantas do Brasil, cuja riquíssima flora exploram largamente, e enorme variedade de específicos, soros e preparados que constituem especialidade da firma.

O sr. Luiz Eduardo da Silva Araujo, chefe da firma, tem como sócios os srs. Luiz Eduardo da Silva Araujo Junior, dr. Julio Eduardo da Silva Araujo, seus filhos, e Francisco Antunes, que, há perto de 30 anos, tem sido um seu valiosíssimo auxiliar.

O chefe da firma, sr. Luiz Eduardo da Silva Araujo, nasceu no estado do Rio de Janeiro, em 1851; ocupou-se em farmácia desde muito moço, sendo empregado em diversos estabelecimentos até 1871, ano em que, como dissemos, fundou o seu atual estabelecimento, de sociedade com seu irmão, hoje falecido, sr. Francisco Manoel da Silva Araujo.

A casa Silva Araujo possui ainda várias outras seções, tais como uma tipografia, onde são impressas todas as suas publicações e rotulagem, e vários depósitos e sucursais, em diversas localidades do Brasil. Dentre as publicações da casa, sobressai o seu Boletim Pharmaceutico, de distribuição trimestral, com muito interesse procurado pela classe médica. Para bem informar da importância dessa casa, é bastante apontar que na maior Exposição havida no Brasil, em 1908, mereceram os seus produtos, do Supremo Conselho Julgador, uma menção única e especial, à falta de maior prêmio.

Além da sua suprema direção pelo chefe sr. Luiz Eduardo da Silva Araujo, são seus diretores parciais os demais sócios: sr. Luiz Eduardo da Silva Araujo Junior, da parte financeira; farmacêutico dr. Julio Eduardo da Silva Araujo, da parte profissional, inclusive a direção das suas publicações; e os seus bem montados laboratórios estão a cargo do sr. Francisco Antunes, seu diretor técnico.

Auxilia ainda a direção, na seção de farmácia, o farmacêutico Guilherme Silva Araujo, também filho do chefe da casa. Possui ainda essa casa um amplo laboratório clínico, de análises, sob a competente direção do conhecido médico clínico dr. Paulo Silva Araujo, também filho do sr. Luiz Eduardo da Silva Araujo.