Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g38o.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 09/24/10 11:54:37
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [38-O]

Leva para a página anterior

Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho informa, nas páginas 607 a 615, a seguir reproduzidas (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

Clique na imagem para ampliá-la

Salinas dos srs. Vieira Mattos & Cia.
Foto publicada com o texto, página 608. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

A capital federal (cont.)

Comércio

J. & R. Zeising - Embora as casas comerciais norte-americanas não tenham ainda, no Brasil, o mesmo desenvolvimento das grandes empresas financeiras da mesma origem, tais como as construtoras de estradas de ferro, obras do porto etc., já grandes esforços estão sendo empregados para que os Estados Unidos ocupem, no comércio do Brasil, posição equivalente à das outras grandes nações.

Entre as poucas casas norte-americanas que têm já considerável desenvolvimento neste país, está a dos srs. J. & R. Zeising, a qual, relativamente nova, assume lugar eminente no seu gênero.

Foi esta casa fundada em 1908 pelo sr. John M. Zeising, natural de Hamburgo, mas cidadão norte-americano, que, anteriormente, tinha estado no Brasil durante 6 anos; pouco depois, entrou para sócio o sr. Richard Zeising, seu irmão e também cidadão norte-americano. A casa abria, em junho de 1910, em Nova York, uma sucursal que opera como casa compradora e agência despachante e pela qual quase todas as espécies de manufaturas norte-americanas passam a caminho do Brasil.

Os srs. J. & R. Zeising são também agentes comissários, assim como importam por conta própria. Entre as muitas empresas manufatoras norte-americanas que a firma representa, e de que é agente em todo o Brasil, podem-se mencionar: a Manhattan Electric Supply Co., de Nova York, que fornece toda a sorte de acessórios de eletricidade, tais como telefones, aparelhos aquecedores etc., artigos esses que - é digno de se notar - estão sendo comprados por quase todas as casas importadoras de material elétrico no Brasil; a Edgarton Manufacturing Company, de Shirley (Massachusetts), cujos suspensórios e ligas, marca President, são usados no Brasil por todas as classes de cidadãos; a J. B. Williams Co., de Glastonbury (Connecticut), de fama universal pelas suas manufaturas de sabonetes finos, sabões especiais para barba, perfumes etc.; a Parsons Trading Company, de Nova York (que, por sua vez, representa as principais manufaturas norte-americanas de artigos para escritório, entre estas a American Writing Paper Company); a America Lead Pencil Co., cujos artigos são conhecidos em todo o litoral do Brasil; a S. S. Staffords Inks (tintas); a Crown Ribbon and Carbon Paper Manufacturing Co., de Rochester (estado de Nova York), fabricante de papel, papel-carbono e acessórios de toda a sorte para máquinas de escrever; a America Optical Co., fabricante de objetos de ótica etc. etc.

Além deste negócio de representações, faz a firma o de importação de jóias, materiais elétricos,novidades, canetas-tinteiro e artigos de borracha das melhores e mais conhecidas casas norte-americanas. Além disso, vendem os srs. J. & R. Zeising toda a sorte de vidros e ferragens, objetos para escritório; e é especialidade sua apresentar no mercado novidades e reclamos, ramo de negócio este a que ligam a maior atenção e do qual esperam grande futuro no Brasil.

Tem a casa numerosos viajantes e agentes em todas as cidades importantes da República; e o sr. J. Zeising justamente se orgulha de ter viajado todo o país, durante 12 anos, de Manaus ao Rio Grande do Sul. Estabeleceu, portanto, relações íntimas com todos os fregueses da firma e conhece, por assim dizer, tão bem como eles, os fornecimentos de que necessitam; e a isto é devido, em boa parte, o êxito desta casa, relativamente tão nova, mas tão empreendedora.

A firma J. & R. Zeising faz parte da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Os seus escritórios e armazéns ficam à Rua da Quitanda, 158.

Eugenio Meyer & Cia. - Estabelecida há cerca de 40 anos esta casa, que gira sob uma das mais conhecidas firmas comerciais, ocupou-se sempre com a importação de fazendas em peça, realizando cerca de 70% do seu comércio total com Manchester e Bradford e o restante com a Alemanha e outros países da Europa. Manchester supre a casa de toda a sorte de fazendas em peça, assim como de camisas, fazendas estampadas e chitas; e Bradford lhe fornece todos os artigos de lã de consumo no país.

Uma vez por ano, a firma faz o seu sortimento na Europa, comprando diretamente, por intermédio de um dos sócios; e as suas importações atingem 3.500 caixas anualmente. A firma tem uma sucursal em São Paulo e agência em várias outras cidades do país. O maior volume de seu comércio é feito no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Pernambuco.

Os srs. Eugenio Meyer & Cia. vendem somente às grandes casas comerciais destas cidades. Em seus grandes depósitos e escritórios, à Rua da Alfândega, 67, 69 e 71, há sempre um estoque de cerca de 1.000 caixas em média.

A casa faz todo o seu negócio por conta própria e com capital próprio; não aceita nenhuma qualidade de negócio em comissão ou consignação. Os sócios da firma são os srs. Verner Eugenio Meyer, de descendência suíça, mas nascido no Brasil, e Fritz Bussmann, natural de Basiléia, Suíça.

Santos, Moreira & Cia. - Esta importante firma, com armazém central à Rua Visconde Inhaúma, 38, e depósitos às ruas Candelária, 84, 1º de Março, 137 e Municipal, 22, mantém uma seção de importação de fazendas e manufatura de roupas grossas, que vende por atacado para todos os estados da União, e também uma seção bancária de saques para os países do Sul da Europa.

Foi esta casa primitivamente fundada na cidade de Campos, estado do Rio de Janeiro, em 1882, pelo seu atual chefe sr. Antonio Fernandes dos Santos. Dirige também este senhor as companhias Tecidos de Linho de Sapopemba e Tecidos Industrial Campista.

A firma faz ainda largo movimento em comissões de café e outros gêneros do país. Atualmente, os sócios são os srs. Antonio Fernandes dos Santos, Domingos Baptista da Gama, Carlos José Martins Moreira, Josias Santos, Francisco José Antunes e José Caetano Ribeiro da Silveira.

Vieiras, Mattos & Cia. - Em 27 de abril de 1866, estabeleceu-se José Joaquim Vieira, natural de Portugal, fundador da casa Vieiras, Mattos & Cia., à Travessa do Comércio, 6, antigo Arco do Telles, no Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, deu José Joaquim Vieira sociedade a José Bento Martins, formando a firma Vieira & Martins, que dentro de dois meses era alterada para Vieira, Martins & Balthazar, com a entrada do novo sócio Balthazar Ribeiro de Mattos.

Pouco mais dum ano, porém, durou a firma Vieira, Mattos & Balthazar, em virtude da morte de Balthazar em 21 de novembro de 1867. Voltou a firma a funcionar sob a anterior razão social de Vieira & Martins, trabalhando alguns anos com evidente progresso, até que entrava como sócio Francisco Moreira Duarte Mattos e como interessado Antonio de Barros Freire, falecendo este ano e meio depois.

Em 1876, retirava-se da firma Bento José Martins, e em 1880 entravam como interessados Adriano José de Magalhães e Frederico Silveira. Dentro de cinco anos, retiravam-se da casa estes dois interessados. Em 1885, era alterada a firma para Vieira, Mattos, Albano & Cia., com a entrada dos novos sócios, empregados da própria casa, Manoel Joaquim Vieira de Mattos e Albano de Souza Pereira de Meirelles.

Em dezembro de 1890, retirava-se do negócio o sócio fundador José Joaquim Vieira, deixando firmada em poderosos alicerces uma casa de grande futuro. A firma continuou com os outros sócios, entrando como sócio também, nessa ocasião, Manoel Martins Ferreira de Mattos, antigo empregado, até que em dezembro de 1896 se retirava Francisco Moreira Duarte Mattos e entrava como sócio Vicente Martins Ferreira e como interessado Ernesto Gonçalves da Costa Lima.

Em 1898, entravam mais, como interessados, Americo Augusto Vieira e Alvaro Henrique Vieira. Em 1900, era a firma alterada para Vieira, Mattos & Irmãos, retirando-se nessa ocasião do negócio os sócios Manoel Joaquim Vieira de Mattos e Albano de Souza Pereira de Meirelles e entrando como sócios Americo Augusto Vieira, Alvaro Henrique Vieira e José Martins Ferreira de Mattos. Em 1901, retirava-se o interessado Ernesto Gonçalves da Costa Lima.

Em fins de 1902, por incompatibilidade de gênios com o sócio José Martins Ferreira de Mattos, retiravam-se da firma os sócios Americo Augusto Vieira e Alvaro Henrique Vieira, assim como todo o pessoal da casa, e instituíam a firma Vieira, Irmão & Cia. Nessa ocasião, entraram para a antiga firma, como sócios, A. M. de Souza e Arthur Martins.

Tão bem se houve, entretanto, a firma Vieira, Irmão & Cia., que, dada a atividade e conhecimentos de seus principais sócios no comércio de sal, dentro de curto prazo de três anos tomavam todos os mercados, estabelecendo-se então um acordo entre os chefes das duas firmas, do que resultou a fusão das respectivas casas.

Organizou-se então - fevereiro de 1906 - a atual firma Vieiras, Mattos & Cia., da qual fizeram parte como solidários Manoel Martins Ferreira de Mattos, Americo Augusto Vieira, Alvaro Henrique Vieira, J. M. Miranda, Arthur M. Souza e Arthur Martins, e como comanditário José Martins Ferreira de Mattos. Três meses depois, retirava-se da firma Arthur Martins. Em 1908 retiravam-se também Manoel Martins Ferreira de Mattos e José Martins de Mattos, entrando em 1909 para sócio Arnaldo Eurico Vieira. Em dezembro de 1909, retirava-se da firma Arthur M. Souza e em maio de 1911, o sócio J. M. Miranda.

Continuou, porém, sempre a mesma firma de Vieiras, Mattos & Cia., da qual fazem parte atualmente os srs. Americo Augusto Vieira, Alvaro Henrique de Mattos Vieira, todos como sócios solidários.

A firma Vieiras, Mattos & Cia., em progresso sempre crescente, possui filiais em diversos estados do Brasil. É proprietária do melhor sal que se vende em todos os mercados nacionais; dona exclusiva da Fábrica de Cerâmica S. José, sita em Mendes, dentro da grande fazenda de sua propriedade, denominada Boa Esperança; arrendatária, por trinta anos, das Águas Minerais Naturais de S. Lourenço, que figuram entre as mais conhecidas do país.

A casa possui um completo serviço de transporte rodante, fluvial e marítimo, para o que dispõe de enorme material, e acaba de adquirir o arrendamento, por cinqüenta anos, das Salinas Geraes do Estado do Maranhão, as mais férteis e maiores do Brasil.

Clique na imagem para ampliá-la

Santos, Moreira & Cia. - Escritório geral na Rua Visconde de Inhaúma, Rio de Janeiro
Foto publicada com o texto, página 609. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Alvares Pollery & Cia. - A empreendedora firma Alvares Pollery & Cia., que negocia, por atacado e a varejo, em toda a classe de mantimentos, importa, em grande escala principalmente da Inglaterra, Alemanha, Noruega, Portugal e Chile, bacalhau, azeite, feijão, aveia etc., e grande quantidade de arroz, vindo diretamente de Rangoon, via Londres e Hamburgo. Os produtos nacionais importados do interior do Brasil são: arroz, feijão, farinha, banha, carne seca, café e açúcar.

A maior parte das transações da firma são efetuadas no Rio de Janeiro, conquanto ela também faça considerável negócio com casas importantes do interior. O escritório central da firma fica à Rua de São Bento, 22, havendo depósitos e armazéns em vários pontos do Rio. Esta firma, que tem hoje um grau de prosperidade invejável, foi fundada em 1859 pelo sr. Bernardino Alvares Pollery, que, com grande aptidão e perseverança, tem dirigido os negócios da casa e ainda hoje é o seu chefe, tendo como sócio o sr. José Antonio de Mattos. A casa tem um capital de Rs. 600:000$000 e faz um movimento anual de Rs. 5.000:000$000.

Faria, Placido & Cia. - Esta importante firma, estabelecida à Rua do Hospício, 54, com armazéns de couros, arreios e artigos de viagem, possui sempre no seu estabelecimento variado sortimento de solas, atanados, carneiras, marroquins, oleados e tapetes, assim como ferramentas e acessórios para sapateiro, correeiro, segeiro e encadernador. A firma foi organizada em 1910 e são seus sócios os srs. Manoel da Cruz Faria e José Placido do Valle Rego Junior, solidários, e José Placido do Valle Rego, comanditário.

Importa da Europa e América do Norte e também de alguns dos estados da União. Mantém agentes e viajantes em vários pontos do Brasil. O movimento da casa sobe a cerca de Rs. 1.000:000$000 anualmente.

O sócio comanditário, sr. José Placido do Valle Rego, conhecido capitalista no Rio de Janeiro, é português, nascido no Minho, e está no Brasil há 40 anos. O sr. Manoel da Cruz Faria é também português e minhoto; veio para o Brasil há cerca de 18 anos; e foi sócio da firma Guimarães Pinto & Cia., antes de estabelecer a presente casa. O sr. José Plácido do Valle Rego Junior é filho do sócio comanditário e nasceu no Brasil. Esteve empregado em várias estabelecimentos congêneres, antes de entrar, como sócio, para esta casa.

Casa Doux - A casa Doux, propriedade dos srs. J. Teixeira & Cia., negociantes em tapeçarias e móveis, foi fundada no Rio de Janeiro em 1888, pelos srs. Alfredo Doux e Antonio Affonso Ferreira, com a denominação Casa Oriental e sob a firma Doux & Ferreira. Mais tarde, passou a casa a girar sob a razão individual A. Doux; depois para Benac Teixeira & Cia., para Doux & Teixeira e, finalmente, por morte do fundador, sr. A. Doux, em 1905, começou no ano seguinte a operar sob a razão atual.

Ocupa a firma um edifício de dois andares e pavimento térreo, à Rua Uruguaiana, 9. A casa Doux negocia em tapeçarias e estofos e importa o que há de mais moderno em mobílias, quadros e toda a sorte de artigos para ornamentação de residências; e é bem conhecida a excelência dos seus artigos e a moderação dos seus preços. A firma importa diretamente da Europa e tem sempre grande estoque de objetos de fantasia e outros para a montagem de casas. A casa Doux obteve o Grande Prêmio na Exposição de 1908, no Rio de Janeiro, e uma medalha de prata na Exposição de São Luiz em 1904.

Os sócios da firma são o dr. Emile Grandmasson, banqueiro e capitalista, proprietário do prédio em que fica o estabelecimento comercial, sócio comanditário; sr. José Peixoto Teixeira, gerente da casa e único sócio solidário; e srs. Alberto Gouveia Wan Meyel e José Peixoto Teixeira Junior, interessados.

O sr. José Peixoto Teixeira nasceu em Portugal na cidade de Braga; veio para o Brasil com 14 anos de idade e trabalhou neste mesmo ramo de negócio, nas firmas Silveira de Souza e Alfredo Eloy, fornecedor da Família Imperial. Entrou par a sua atual casa em 1892 como interessado e foi feito sócio em 1902.

Companhia de Loterias Nacionais do Brasil - Esta companhia tem a concessão federal para a extração de loterias em todo o território da República. A companhia faz correr loterias diariamente, obedecendo a planos variados, que são submetidos à aprovação do ministro, com a antecedência de um mês. Estes planos deverão, por lei, conter pelo menos cinqüenta prêmios. As extrações das loterias são feitas em público e habitualmente atraem grande concorrência.

Conquanto excepcionalmente sejam as loterias extraídas pelo sistema de urnas e esferas, o processo adotado pela companhia é o de rodas. Estas rodas, em número correspondente às casas decimais do número total de bilhetes que correm na loteria, são impelidas por meninas de dez ou doze anos e o número premiado é formado pelos algarismos combinados das diversas rodas no momento da sua parada.

Independente dos prêmios que diariamente distribui a companhia, é reservada uma cota importante do produto da venda dos bilhetes para subvencionar inúmeros asilos, escolas, casas de caridade e outras instituições em todo o território da República.

Financeiramente, goza a Companhia de Loterias Nacionais do Brasil duma situação muito próspera e os seus títulos obtêm alta cotação na Bolsa. Os seus atuais diretores são os srs. Alberto Saraiva da Fonseca, também secretário da Associação Comercial do Rio de Janeiro; dr. Antonio Olintho dos Santos Peres, ex-ministro de Estado; Augusto da Rocha Monteiro Gallo e João Antonio de Almeida Gonzaga. O secretário é o sr. João Carlos de Oliveira Rosario.

Clique na imagem para ampliá-la

Edifício da Cia. de Loterias Nacionais do Brasil
Foto publicada com o texto, página 610. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Buschmann & Cia. - Esta firma, estabelecida no Rio de Janeiro, em 1904, com escritório de patentes (Patent-Bureau), encarrega-se de obter, no Brasil e no estrangeiro, patentes de invenção, direitos de autor, registros de marcas de fábrica e de comércio, trabalhos de engenharia e advocacia e traduções juramentadas de todas as línguas. O escritório da firma fica à Rua General Câmara, 34. A firma tem já registrado, no Brasil e no estrangeiro, mais de 800 patentes, e tem também feito instalações de maquinismo em numerosas fábricas.

O sr. Carlos Buschmann, único sócio solidário da firma, nasceu no Rio de Janeiro, em 1875. Cursou a Escola Técnica de Viena, Áustria. Voltando ao Brasil em 1897, empregou-se como engenheiro técnico da Companhia Brasileira Industrial e fez instalações em várias fábricas de tecidos. Em 1904, estabeleceu-se como ficou dito. É proprietário; é membro do Verband Deutscher Patentanwalte e membro, desde 1906, da Associação Comercial do Rio de Janeiro; faz também parte do Clube de Engenharia da mesma capital.

O. Minnich - Esta firma individual é sucessora da firma Minnich & Co. estabelecida em 1908 como agente comissária. Durante alguns anos, fez a firma o comércio de importação, que depois abandonou. Presentemente, faz só fornecimentos ao governo brasileiro, especialmente em materiais para arte gráfica, papel, tintas, máquinas, tipos etc.

Desde 1911, negocia o sr. O. Minnich sob a sua firma individual; e tem também feito diversas construções, destacando-se entre estas as duas casas fortes de aço, construídas na Casa da Moeda, para guardar valores, uma 12 x 4m e 6m de altura, e a outra de 12 x 4 x 6m.

A firma tem o capital registrado de Rs. 500:000$000. O sr. Othmar Minnich nasceu em 1875, em Agram, capital da Croácia, província da Hungria. Fez o curso da Academia Comercial em Viena, e esteve durante um ano em França e igual tempo na Inglaterra. Alguns anos trabalhou com uma firma desta praça, depois do que se estabeleceu. Tem o seu escritório à Rua General Câmara, 120, sobrado. O sr. Othmar Minnich é negociante matriculado, comendador da ordem de Vila Viçosa e cavalheiro da Cruz Humanitária.

Avellar & Cia. - Esta importante firma da praça do Rio de Janeiro foi fundada em 1868. Os srs. Avellar & Cia. negociam como comissários de café e outros gêneros, tanto nacionais como estrangeiros; e têm, além disto, armazém de carne seca, mantimentos e molhados, situado à Rua da Quitanda, 195. O depósito, propriedade da firma, fica situado à Rua Conselheiro Saraiva, 33.

Esta firma obteve na Exposição de São Luiz uma medalha de ouro. Os seus sócios atuais são os srs. Victorino Gomes de Avellar, Antonio Gomes de Avellar (conde de Avellar), João da Silva Relvas e Francisco Gomes de Avellar.

Casa Edison - A casa Edison, cuja fundação remonta a 1897, negocia em fonógrafos, gramofones, máquinas de escrever e artigos de novidade. É agente, entre outras firmas, das seguintes: The Royal Typewriter Co. (New York); The Eaton Crane & Pike Co. (Pittsfield, Mass.), fabricantes de papel para máquinas de escrever; Carl Lundström A. G. (Berlim), fabricantes de gramofones; e também da Odeon, Jumbo & Fonotipia (discos).

Além da casa matriz, à Rua do Ouvidor, 135, tem a firma várias sucursais no Rio: a Casa Edison, à Rua Marechal Floriano, 66; a Casa Fonotipia, à Rua da Carioca, 54; a Casa Edison, à Rua 7 de Setembro, 90; e a Figura Risonha, à Rua do Ourives, 58; a Casa Figuer, para venda exclusiva de máquinas de escrever, à Rua dos Ourives, 61. Tem também sucursais: na Bahia, à Rua Conselheiro Dantas, 46; e no Pará, à Rua Santo Antonio, 26.

O proprietário, sr. Fred. Figuer, está no Brasil desde 1891. Iniciou a sua casa da Rua do Ouvidor em 1897, quando a indústria fonográfica começava a aparecer. É natural da Boêmia, Áustria. Muito moço, foi para os Estados Unidos da América do Norte, onde se naturalizou cidadão norte-americano.

David & Cia. - Foi esta casa fundada em 1873. A firma é grande importadora e grande fabricante de papéis pintados, confetti e serpentinas. As suas fábricas no Largo dos Leões ocupam uma área de mais de 2.000 metros quadrados e estão montadas com os maquinismos mais modernos. A produção diária, na estamparia de papéis pintados, anda por cerca de 20.000 metros de extensão, em diversos desenhos e qualidades.

Os armazéns e escritórios ficam situados à Avenida Rio Branco, 102, onde são vendidos os produtos para todo o Brasil, em grosso e a retalho. Esta firma possui também uma grande seção de comissões, de conta própria e alheia, administração de prédios situados no Distrito Federal, títulos do governo da União, municipalidade, bancos e companhias, e outros, tendo atualmente sob a sua administração bens e valores próprios e alheios em valor superior a Rs. 10.000:000$000.

Os atuais chefes da firma são os srs. Alberto David Pereira Braga e Darke David de Oliveira Mattos, que são, também, fundadores da Empresa Comércio e Indústria, com usinas para fabricação do clorureto de etila. Um dos seus produtos é o acreditado Perfumador Vlan, artigo para carnaval, que concorre com grande vantagem com o similar das melhores fábricas da Europa e Estados Unidos.

Barbosa, Albuquerque & Cia. - Fundou esta casa, em 1864, sob a sua firma individual, o sr. José Joaquim de Oliveira Barbosa, falecido em 1894; sucedeu-lhe a firma atual, organizada no mesmo ano. Os sócios atuais são os srs. João Duarte de Albuquerque, Bernardo de Oliveira Barbosa e Constantino Soares Valente.

A firma é estabelecida com armazém de molhados por atacado, carne seca, açúcar, arroz, bacalhau e mantimentos, que importa em larga escala. Recebe em consignação e exporta café, fumo, queijos e mais gêneros do país. Os seus escritórios e armazéns ficam situados à Rua do Rosário, 101, 102 e 104; Quitanda, 174, e Rua da Saúde, 333.

O sr. João Duarte de Albuquerque, chefe da firma, tem 50 anos de idade e está na casa há 31 anos. O sr. Bernardo Barbosa, filho do fundador, nasceu no Rio de Janeiro em 1876 e por morte de seu pai entrou para sócio da casa. O sr. Barbosa é também sócio da firma Sampaio Corrêa & Cia. e d'outras casas.

O sr. Constantino Soares Valente tem 52 anos de idade, é português e está no Brasil há 38 anos. É sócio da casa desde 1894. O capital integralizado da firma é de R. 1.000:000$000. A casa deu interesse, em 1912, aos seus antigos empregados srs. Raul Carneiro Barbosa, João José Barbosa Junior e Acrisio Luiz de Miranda.

V. Moreira - Esta firma individual, que realiza importantes negócios nas praças do Rio de Janeiro, Santos e São Paulo, sucedeu, em 1908, às firmas A. Abreu & Cia. e A. Ribeiro & Cia., a primeira estabelecida em 1882. A firma ocupa-se especialmente do negócio de representações de casas e fábricas européias e em particular da importante casa comissária de Paris, dos srs. A. Thomas & Cie. (15, Rue Martel), cujos negócios, naquelas cidades, se acham sob a direção do sr. Moreira.

É a firma agente ou representante da casa Schnellpressefabrik Frankenthal Albert & C. Act.-Ges., de Frankenthal (Alemanha); Philippe & Canaud, grandes fábricas de conservas em Nantes (França); Marie Brizard & Roger, licores e conhaques, de Bordéus; L. A. Price & Cia., conservas de todos os gêneros, de Bordéus; Geo. G. Sandeman & Sons, de Londres: Sandeman & C., de Porto; Delahaye Companyh, Limited, de Paris; Méran Frères (Filtros Nallié) de Paris, e outros estabelecimentos, principalmente de materiais de construção, máquinas para vários usos, perfumarias e gêneros alimentícios, artigos estes para os quais dispõe a casa de grande clientela.

Representando a importante fábrica de automóveis de Delahaye Co., Limited, tem a firma V. Moreira vendido no Rio, desde 1908, mais de 250 automóveis de diversos tipos, e variando entre 12 e 60 hp, inclusivamente os fornecidos à Saúde Pública e Assistência Pública, e que têm feito o melhor serviço na capital do Brasil.

O sr. V. Moreira, único responsável por esta firma, é de nacionalidade portuguesa. Veio para o Brasil há 28 anos e começou a sua carreira comercial como empregado da extinta firma Montenegro & Cia., que vendia para o interior do país, por onde o sr. Moreira viajou durante alguns anos. Tendo chegado a ser sócio dessa casa, dela se desligou ao cabo de 14 anos, para se estabelecer por conta própria. Passados mais dois anos, entrou para a casa A. Abreu & Cia., como interessado; foi depois a sócio; e em 1908, com a retirada dos seus associados e amigos, ficou, sozinho, com o estabelecimento. Este fica à Avenida Rio Branco, 14.

Almeida Rabello - Esta firma individual, proprietária duma das principais alfaiatarias do Rio de Janeiro, foi fundada em 1885 com o título acima. O estabelecimento, que principiou em pequena escala, foi se desenvolvendo continuamente e hoje ocupa 7 cortadores, que trabalham sob a direção do proprietário, e 80 alfaiates em suas oficinas, dando ainda trabalho para fora a cerca de 100 pessoas.

Produz mensalmente cerca de 700 peças de roupa, distribuídas entre a sua vasta freguesia, que abrange o presidente da República, os ministros e homens da mais alta posição no Brasil.

O sr. Almeida Rabello acaba de inaugurar uma sucursal do seu estabelecimento para a venda de chapéus, camisas e roupa branca para homem, tudo importado dos mais afamados centros da Europa, o que também se dá com toda a sorte de fazendas e material diverso em uso na sua alfaiataria, que são recebidos diretamente das manufaturas. O estabelecimento fica situado no centro da cidade, num magnífico edifício de quatro andares, de construção moderna e bela arquitetura, propriedade do sr. Almeida Rabello.

O sr. Almeida Rabello nasceu em Vizeu, Beira Alta, Portugal, em 1863. Veio para o Brasil em 1880, e esteve empregado nas principais alfaiatarias do Rio de Janeiro até 1885, ano em que, como dissemos, fundou o seu estabelecimento. O sr. Almeida Rabello superintende e dirige a sua casa comercial. Além do edifício em que funciona esse estabelecimento, possui sete propriedades diversas. É sócio benemérito da Sociedade de Beneficência Portuguesa, do Gabinete Português de Leitura, da Caixa de Socorros D. Pedro V, da Irmandade da Candelária etc.

Clique na imagem para ampliá-la

Alfaiataria Almeida Rabello
Foto publicada com o texto, página 611. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

João Ramos & Cia. - Esta antiga casa, cuja fundação remonta a 1852, começou a girar sob a firma Vierling & Cia., mudada mais tarde para João Ramos & Cia., sob a qual opera atualmente. O escritório e o depósito principal da firma ficam situados à Rua de São Pedro, 124, havendo mais dois depósitos, um à Rua Theophilo Ottoni e outro à Rua Barão de São Felix, 18, onde se encontra grande e variado estoque dos artigos importados pela firma, tais como óleos lubrificantes, cabos, tintas, ocras etc.; artigos para o Exército e Marinha e serviço de campanha; material para oficina, fábricas, estradas de ferro e empresas industriais e agrícolas; aparelhos e acessórios para eletricidade; automóveis, pneumáticos e vernizes.

O estoque da firma compreende também: cabos de origem inglesa, amarras, artigos de asbestos e de borracha. Esta lista de artigos, que não é ainda completa, dá uma idéia da importância dos negócios da firma, que vende também cobre puro, importado do Chile e do Japão, zinco, antimônio, fósforo, líquido etc.; parafusos e válvulas de todos os tipos, canos e tubos de ferro para água, gás e vapor; bombas centrífugas e de incêndio e máquinas para trabalhar ferro ou madeira. A firma fornece material a várias repartições públicas e é também agente geral representante de várias casas.

Zenha, Ramos & Cia. - É esta uma das mais antigas casas do alto comércio do Rio de Janeiro. Fundada em 1873 por José Salgado Zenha, há muito retirado da firma e já falecido, dedicou-se, no seu início, sobretudo ao ramo de consignações de vinhos e outros produtos estrangeiros.

Instalada primitivamente à Rua da Alfândega, 33, mudou-se em 1896 para a Rua Primeiro de Março, 73, onde ainda hoje se encontra. Acompanhando sempre a evolução do comércio na grande capital brasileira, e tendo atravessado as suas mais violentas crises e os mais áureos períodos, foi, entretanto, alargando sucessivamente o círculo dos seus negócios, criando mais tarde seções especiais para a importação em larga escala dos principais gêneros do país, como sejam: açúcar, algodão, café, charque e cereais em geral, e estendendo as suas relações a todas as praças do Brasil, como comissária.

A indústria nacional deve a esta firma alevantados serviços, havendo encontrado nela sempre um dos mais fortes esteios para a propaganda e introdução dos seus produtos nos diferentes estados da federação, por onde traz escolhido corpo de agentes-representantes.

Ocupando-se também de navegação, representa várias companhias nacionais e estrangeiras, e já contribuiu poderosamente para a formação de algumas empresas de cabotagem nacional.

No intuito de alargar cada vez mais a esfera de suas transações comerciais, abriu ultimamente uma seção bancária, pela qual se pôs em contato com os principais centros da América e Europa. O seu capital, várias vezes aumentado, segundo o desenvolvimento que iam tendo os seus negócios, é hoje de Rs. 1.000:000$000. Os atuais sócios da firma são os srs. Antonio Ferreira Ramos Sobrinho, Carlos Zenha Placido e José da Cunha Braz.

J. C. V. Mendes - Esta firma, muito conhecida no Rio de Janeiro, foi fundada em 1813, pelo sr. José da Costa Vieira Mendes, tio do falecido sr. Joaquim da Costa Vieira Mendes. Passou em seguida a um irmão deste último, o qual continuou com a casa, de 1862 a 27 de abril de 1911, quando faleceu. Os atuais sócios são a sua viúva e filho.

Esta firma negocia em comestíveis e artigos de toda a sorte para navios; e é fornecedora, no Rio de Janeiro, das marinhas inglesa, americana e alemã.

O falecido sr. C. V. Mendes prestou, durante a revolta de 8193, grandes serviços à marinha inglesa, em recompensa dos quais recebeu, como presente do Almirantado Britânico, um vaso de prata para punch, enviado ao Brasil a bordo do Retribution, navio de guerra inglês. O ministro britânico, pessoalmente, lhe fez também presente dum objeto de arte.

Portuguese Joe ou J. C. V. Mendes, de nacionalidade portuguesa, veio para o Brasil em criança, com apenas 12 anos de idade. Entrou para a casa de seu tio e, por morte deste, continuou na casa até 1862, ano em que seu irmão se retirou. Continuou então a casa sob a sua firma individual, até a sua morte em 1911.

Antonio Braga & Cia. - Esta firma estabelecida à Rua da Candelária, 28, e com depósitos à Rua General Câmara, 25, faz grande movimento no comércio de chá, cera, sementes, papéis de embrulho e de escrever, sagu, pimenta, canela, anil, palitos, barbantes, penas, tinta, lápis, fogos, mate etc.

A firma atual foi organizada em 1887 pelo hoje sócio comanditário, que, nesse mesmo ano, adquiriu a casa. Atualmente, os sócios são o comanditário sr. Antonio Gonçalves Ferreira Braga e os solidários srs. A. F. Gonçalves Braga e José Gonçalves Ferreira.

Esta firma faz importante negócio, tanto por atacado como a retalho, e mantém viajantes nos principais estados do Brasil. O sócio comanditário é de origem portuguesa e capitalista conhecido no Rio. O sr. A. F. Gonçalves Braga, sócio solidário, está no Brasil há 28 anos e entrou para sócio da firma em 1894. Em 1911, foi eleito 2º secretário da Associação Comercial do Rio de Janeiro; faz parte de várias outras associações religiosas e beneficentes e é secretário da Irmandade da Candelária. O sr. José Gonçalves Ferreira, também português, está no Brasil há 18 anos e é sócio da casa desde 1906.

Fernandes, Vaz Salleiro & Cia. - Esta casa foi fundada em 1872, por Victorino Joaquim Alves Mourão e Manoel João Fernandes. Este último dirigiu os seus negócios até dezembro de 1905, data em que se comanditou como sócio da então firma Souza, Fernandes & Cia., da qual é sucessora a firma atual, desde 8 de fevereiro de 1911. Os atuais sócios são os srs. Alfredo Fernandes da Costa Mattos e Gastão Vaz Salleiro, ambos solidários, tendo como interessado o sr. Antonio Francisco Gomes Junior.

Esta importante casa comercial, a mais antiga, no gênero, da praça do Rio de Janeiro, compra e vende aguardente e álcool por grosso, e tem anexa uma pequena fábrica de vinagre. Em seu estabelecimento, à Rua da Saúde, 132, vende a firma, mensalmente, cerca de 350 pipas de aguardente e álcool aos negociantes varejistas.

O sócio sr. Alfredo Fernandes da Costa Mattos, que fez parte da firma antecessora Souza, Fernandes & Cia., é brasileiro, natural de Barbacena, e ocupa-se neste ramo de negócio há 12 anos. O sr. Gastão Vaz Salleiro, também brasileiro, natural do Rio de Janeiro, é sócio da firma desde 1911.

Sequeira, Veiga & Cia. - Esta firma procede da de Reis & Saraiva, fundada em 1874. A casa, depois de ter girado sucessivamente sob as firmas Reis, Veiga & Cia., Veiga, Silva & Cia. e Veiga & Silva, passou à razão atual em 1905.

O principal negócio de sua exploração é o de importação e exportação, comissões e consignações de gêneros nacionais e estrangeiros, principalmente charque, café e cereais em geral. Opera em grande escala com os mercados do Rio de Janeiro e com os estados do Norte e do Sul do país. A este ramo de atividade, aliou a firma, em 1909, uma fábrica de manteiga mineira, onde uniformiza os diferentes tipos do gênero recebido do interior de Minas, que depois deste processo de purificação, estabelecendo um tipo distinto de manteiga superior, é acondicionado em latas litografadas, recebidas da Europa, sob a denominação de Manteiga Mineira Especial, cognominada Vaca Branca, por trazer estampada nas latas uma vaca branca, sua marca registrada sob o nº 6.090.

A casa tem assim proporcionado ao público o consumo de um gênero especial pela sua pureza, comprovada pelas análises feitas em amostras apreendidas em sua fábrica, à travessa Santa Rita, 35, por ocasião de visitas das autoridades federais e municipais. O bom acolhimento que o público tem feito aa esta marca de manteiga está evidenciado pelo aumento crescente das vendas, que em 1911 atingiram a cerca de 80.000 latas.

É igualmente digna de menção especial a seção de charque, que se tem desenvolvido extraordinariamente e cujas vendas se elevaram a cerca de 40.000 fardos. A maioria desses volumes foram recebidos à consignação na República Argentina, Uruguai e fronteiras.

O elevado estoque das suas mercadorias está depositado em diversos trapiches nesta capital, em virtude de não oferecer a precisa capacidade, embora muito grande, o seu armazém no prédio à Rua Acre, 82, em cujo sobrado se acha o escritório da firma.

A manteiga fica, porém, depositada na própria fábrica, em virtude da boa procura para o artigo estar em paridade com a produção, não havendo assim tempo para ficar armazenada excessiva quantidade.

Os sócios da firma, atualmente, são os srs. Roberto de Sequeira Veiga e Luiz Baptista Lopes. O primeiro, natural do estado do Rio de Janeiro, começou a sua carreira comercial nesta mesma casa, quando vigorava a firma Reis Veiga & Cia. em 1894, e foi sócio em 1905. Atualmente, faz parte da diretoria do Centro Comercial de Cereais, tendo sido eleito tesoureiro em abril de 1912.

O sr. Luiz Baptista Lopes, também natural do estado do Rio de Janeiro, entrou para a sociedade na mesma ocasião que o seu companheiro acima referido, depois de longo tirocínio comercial. Foi presidente do Centro Comercial de Cereais em duas administrações sucessivas, de 1908 a 1912. Ambos são negociantes matriculados na Junta Comercial do Rio de Janeiro.

Clique na imagem para ampliá-la

Estabelecimento de Bertholdo Waehneldt, na Avenida Rio Branco
Foto publicada com o texto, página 612. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Bertholdo Waehneldt - A especialidade desta casa consiste no fornecimento de toda a sorte de material e acessórios para eletricidade. Foi fundada há sete anos passados, pelo seu atual proprietário, sr. Bertholdo Waehneldt, para a compra e venda de café, fornecimentos diversos ao governo e representação como agentes de várias das mais importantes firmas européias, que se ocupam com a manufatura de material para estradas de ferro.

Tendo, porém, a experiência demonstrado a oportunidade que haveria para a casa de se especializar no ramo de comércio de material elétrico, o sr. Waehneldt resolveu abandonar várias das agências que até então tinha e dedicar a sua atenção para aquele ramo de negócio.

O armazém de material elétrico fica situado à Avenida Rio Branco e aí tem o sr. Waehneldt um grande e variado estoque de maquinismos elétricos, tanto para a indústria como para iluminação. A casa se encarrega não só do fornecimento como também da montagem de instalações elétricas para fábricas e escritórios.

Na seção de máquinas deve-se mencionar que o sr. Waehneldt é agente único de C. L. P. Fleck Soehne, de Berlim, conhecidos fabricantes de maquinismos para serrarias. São também no Rio de Janeiro os únicos compradores dos motores e maquinismos elétricos da Ganz'sche-Elektricitaets A. G., Budapest.

No fornecimento de máquinas para serrarias, esta casa tem uma larga experiência, e várias das mais importantes instalações desse gênero no Rio de Janeiro foram importadas por seu intermédio. No correr do presente ano o sr. Waehneldt recomeçou a fornecer materiais para estradas de ferro, tais como locomotivas, carros e vagões, não se limitando entretanto a comprar em determinadas casas e sim preferindo comprar no mercado europeu, onde melhor possa satisfazer as exigências de seus fregueses. Para se mostrar que este modo de operar tem encontrado grande êxito, basta ver os vários contratos importantes executados pela casa para várias estradas de ferro brasileiras.

O escritório principal fica situado à Rua Visconde de Inhaúma, 80; é pessoalmente dirigido pelo sr. Bertholdo Wehneldt, o qual, antes de se estabelecer por conta própria, adquiriu durante dez anos uma larga experiência do comércio brasileiro, como gerente, no Rio de Janeiro, da conhecida casa de Theodor Wille & Cia., depois de ter sido gerente da Fábrica de Tecidos do Rink, durante doze anos.

Mauricio de Faria - A firma individual Mauricio de Faria data de 1911; antes fazia o sr. Faria parte da firma Lustosa, Faria & Rodrigues, fundada em 1903, a qual tinha dois estabelecimentos, um à Rua Sete de Setembro, 111, e outro à Rua dos Andradas, 25. Tendo-se dissolvido aquela firma, o sr. Mauricio de Faria chamou a si o negócio à Rua dos Andradas, 25.

Neste estabelecimento se encontra toda a sorte de couros, ferramentas e acessórios para a indústria do calçado, importados das melhores manufaturas da Europa e Estados Unidos. As vendas da casa realizadas em diversos estados da União subiram em 1911 a Rs. 527:000$000. A firma tem oito empregados e agentes no Paraná e Bahia, assim como correspondentes em diversos estados.

O sr. Mauricio de Faria, natural de Pernambuco, veio para o Rio de Janeiro, como guarda-livros, em 1891; em 1903, com dois outros sócios, fundou, como dissemos, a firma Lustosa, Faria & Rodrigues, da qual se desligou em 1911, ficando com o presente estabelecimento. Este opera com o capital registrado de Rs. 100:000$000 e o capital em movimento de Rs. 195:000$000.

Lustosa & Rodrigues - Os srs. Lustosa & Rodrigues, estabelecidos à Rua da Alfândega, 144, com casa de importação e exportação de couros e mais artigos para sapateiros, correeiros e seleiros, fazem um movimento anual de Rs. 1.200:000$000. A casa foi fundada em 1884, sob a firma Magalhães Ribeiro & Cia., passou em 1902 a Lustosa, Faria & Rodrigues; e tomou a sua presente denominação em 1911. O capital registrado da firma é de Rs. 200:000$000, havendo, porém, em giro, um capital efetivo de Rs. 400:000$000.

Os atuais sócios da casa são os srs. João de Almeida Lustosa e Francisco Rodrigues Gonçalves, além de quatro interessados. O sr. João de Almeida Lustosa é natural de São João d'El-Rey, Minas, e está no Rio há já 25 anos. O sr. Lustosa, que foi, a princípio, empregado no comércio de fazendas, entrou como sócio para esta firma há 10 anos. O sr. Francisco Rodrigues Gonçalves é português; está no Brasil há 20 anos, e faz parte da firma, como sócio, há dez anos.

Pinto, Angelo & Cia. - Esta casa data de 1850, quando foi fundada sob a firma Sertorio Silva & Cia.; teve em seguida a denominação de Guimarães Sampio & Cia., e desde 1900 tem o título acima. Os sócios presentemente são os srs. Luiz Pinto Angelo de Castro e Manoel Luiz Pereira Seixas.

A firma é estabelecida com armazém de couros e arreios, de que faz uma grande importação, assim como de ferramentas e acessórios para sapateiros, correeiros e seleiros. As importações são provenientes da Europa, Estados Unidos e vários pontos do Brasil. O estabelecimento fica situado à Rua da Quitada, 43; as vendas da casa sobem a cerca de Rs. 2.000:000$000 anualmente.

O sr. Luiz Pinto Angelo de Castro é português, natural da cidade de Guimarães; veio para o Brasil em 1864, entrando para esta casa como empregado; foi feito sócio cerca de dois anos mais tarde. O sr. Manoel Luiz Pereira Seixas é também português, sendo natural de Viana do Castelo; está no Brasil há 38 anos, dos quais 16 nesta casa; é sócio há dez anos.

Companhia Mercantil e Industrial - Esta empresa, sucessora de Vivaldi & Cia., por sua vez sucessores de Vivaldi, Ribeiro & Dias e Carvalho Costa & Cia., tem o seu estabelecimento comercial à Rua de São Bento, 14 e 16. A companhia tem em seu estabelecimento um completo sortimento de ferragens, tintas vernizes, ferramentas, finas e grossas, utensílios para uso doméstico, louça esmaltada etc. etc. Possui também um depósito permanente de todos os artigos concernentes a eletricidade, materiais para instalações eletromecânicas, motores, dínamos, telefones, campainhas etc. etc.

Além destas seções, tem a empresa uma seção de calçado dos melhores fabricantes nacionais e faz ainda largo movimento em comissões de café, fumo e outros gêneros. Entre os trabalhos executados pela empresa, podem ser mencionadas as instalações hidrelétricas e de tramways elétricos em São José do Paraíso, Varginha, Alfenas, Três Corações, Três Pontes, Santa Lucia de Carangola e Itaperuna.

A companhia foi organizada em 1912, com o capital de Rs. 2.000:000$000; e é dirigida pelos srs. Vivaldi Leite, presidente; Luiz Ribeiro Pinto, sub-gerente; Silverio Ignacio Carvalho Junior, diretor-gerente; Silverio Ignacio Sobrinho, diretor técnico; e Luiz Dias Pereira, diretor seccional.

S. Lara & Cia. - Esta importante casa foi fundada em 1897 e adquirida em 1905 pelos sócios atuais. Importam os srs. S. Lara & Cia., em larga escala, óleos para lubrificação, luz e indústrias, graxas, estopas, tintas, vernizes, cabos, lonas, drogas etc., assim como materiais para fábricas e estradas de ferro.

Têm uma seção de instalações elétricas para luz e força. No novo departamento de eletricidade, fez a firma, no primeiro ano, instalações no valor de Rs. 200:000$000; e o seu movimento anual, nas outras seções, sobe a Rs. 800:000$000.

O escritório e armazéns da firma ficam à Rua Primeiro de Março, 117, e o depósito à Rua Theophilo Ottoni, 24. São atuais sócios desta firma os srs. Hermedylio Silveira de Souza, Edgard Silveira de Souza Lara e Tristão Alves Camara.

À la Maison Rouge - Este estabelecimento de fazendas, modas, armarinho, confecções, roupas brancas etc. foi fundado em 1887, por um dos seus atuais sócios, o sr. Adolpho José Pinto Ribeiro. Dedicando-se, com o maior empenho e atividade, aos seus negócios, conseguiu o sr. Pinto Ribeiro colocá-los num pé de franca prosperidade que se manteve, até se tornar a Maison Rouge, como é hoje, uma das mais acreditadas casas do seu gênero no Rio de Janeiro.

A atual firma, Ribeiro & Gallo, compõe-se do fundador já mencionado e do sr. Augusto da Rocha Monteiro Gallo Junior. Em 1908, foi construído o importante edifício à Rua do Teatro, 37, onde o estabelecimento ficou funcionando. A Maison Rouge dispõe de bem montadas oficinas de costura e de chapéus.

J. & H. Knight - Esta firma, estabelecida com escritório de comissões e representações, à Rua V. d'Inhaúma, 76, sobrado, foi fundada em 1906. Os sócios da firma são os srs. J. e H. Knight, que, antes de se estabelecerem com o seu atual negócio, fizeram parte d'outra casa, no comércio de fazendas, durante 30 anos.

Os srs. J. & H. Knight são representantes das seguintes firmas e companhias: Companhia Santa Rosalia, manufatora de tecidos de algodão, Sorocaba, estado de São Paulo; Emporio Industrial do Norte, manufaturas em algodão, Bahia; Ramos & Cia., fabricantes de bordados, Alagoas; Charles Simon & Cia., Manchester e Bradford, Inglaterra; Polack & Cia., juta etc., Dunde; Toomer & Co., agentes gerais, Londres, e várias outras casas nacionais e européias.

Dale & Cia. - Foi esta casa fundada, no Rio de Janeiro, em 1860; e os seus atuais sócios são os srs. Paulo Dale e Francisco de Miranda Sá Sobral, ambos brasileiros. A firma importa diretamente da Europa e América do Norte, e vende por atacado e a varejo, artigos para iluminação, seja a eletricidade, gás, petróleo ou acetileno; e também se encarrega de instalações de água e sanitárias. A seção de varejo funciona à Rua da Alfândega, 82, esquina da Rua dos Ourives; e a seção de atacado fica à mesma Rua da Alfândega, 103.

José da Silva & Cia. - Os srs. José da Silva & Cia., importadores e exportadores de madeiras e materiais para construção, são também proprietários duma serraria à Rua da Prainha, 72, 74 e 76, e outra à Praia do Retiro Saudoso, 43.

Na sua serraria à Praia do Retiro Saudoso, possui a firma as seguintes máquinas: 3 serras duplas para pinho, uma serra automática, duas máquinas de aplainar e duas serras para cortar toras. Estas máquinas são acionadas por 8 motores elétricos com 220 hp e por um motor a vapor, de 120 hp. Nesta serraria, a madeira usada é o pinho-de-riga Stand, da qual se gastam cerca de 6 milhões de pés.

A madeira nacional é trabalhada na outra serraria da firma, à Rua da Prainha, onde se gastam anualmente cerca de 3.000 metros cúbicos. Nesta última, existem três serras grandes, uma máquina de aplainar e uma serra circular, acionadas por três motores elétricos.

Os sócios da firma são os srs. José da Silva Simões e d. Anna Prates Martins da Silva Simões, sua esposa, além de dois interessados. O sr. José da Silva Simões é natural de Vizeu, Beira Alta, Portugal. Veio para o Brasil em 1888 e trabalhou em diversas serrarias até 1893, ano em que se estabeleceu por conta própria. Teve, por algum tempo, vários sócios; atualmente, porém, o seu único sócio é, como já se disse, sua esposa.

O sr. José da Silva Simões tem empregado em sua firma o capital de Rs. 800:000$000, não incluindo os grandes terrenos em que se acham montadas as modernas serrarias, os quais são também de sua propriedade. E ainda, além destas propriedades, tem outras suas particulares.

Clique na imagem para ampliá-la

Companhia Nacional de Armazéns Gerais
Foto publicada com o texto, página 614. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Companhia Nacional de Armazéns Gerais - Esta companhia foi fundada, com sede no Rio de Janeiro, a 11 de agosto de 1911. O capital é de Rs. 1.000:000$000, dividido em 5.000 ações do valor nominal de Rs. 200$000 cada uma.

O seu objeto é exercer o comércio de depósito ou armazenagem de toda a sorte de mercadorias, com a faculdade de emitir títulos que as representam legalmente: conhecimento de depósito e warrant. Encarrega-se também a companhia do ensaque e rebenefício de café e de receber em consignação diretamente dos lavradores dos estados cafeeiros o seu produto. Encarrega-se ainda a companhia do despacho e do redespacho de mercadorias, a receber ou recebidas em seus armazéns, adiantando aos seus comitentes o dinheiro necessário para fretes, despachos etc.

Os armazéns da companhia ficam situados na Rua do Acre, 41 a 51; Rua Santo Cristo, 70, e Praia de São Cristóvão, 231, em vasto terreno de sua propriedade. A diretoria é constituída pelos srs. comendador José Ferreira Sampaio, presidente; dr. João Maximiano de Figueiredo, secretário; Alfredo Braga, tesoureiro; e Genes Peres, gerente.

Clique na imagem para ampliá-la

Amaral Guimarães & Cia. - Instalações na Rua S. José
Foto publicada com o texto, página 613. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Amaral, Guimarães & Cia. - Foi esta casa fundada em 1890, pelos sócios srs. Joaquim Manuel de Campos Amaral e Antonio José de Mattos Guimarães, como solidários, com o capital de Rs. 25:000$000 cada um; e Joaquim Fernandes dos Santos Junior, como comanditário, com o capital de Rs. 50:000$000.

Durante a vigência deste contrato, que terminou em 1903, teve a casa dois sócios de indústria que se retiraram nessa data, pagos e satisfeitos de seus haveres, e na mesma data foi reformado o contrato social e elevado o capital a Rs. 530:000$000. Foram então admitidos como interessados os srs. João Antonio de Campos Amaral e Fernando Pimentel de Mello. Em setembro de 1905, faleceu o sr. Antonio José de Mattos Guimarães. Embolsados os seus herdeiros com a quantia de Rs. 400:000$000, continuou a vigorar a firma Amaral Guimarães & Cia., por ter adotado o sobrenome Guimarães o sócio sr. Joaquim Manuel de Campos Amaral.

Em dezembro de 1905, retiraram-se da casa os dois interessados acima referidos, pagos e satisfeitos de seus haveres; reformou-se o contrato para vigorar até dezembro de 1910; foi reposto o capital pago aos herdeiros do sócio falecido e passaram a interessados quatro dos empregados mais antigos da casa, os quais se retiraram também, pagos e satisfeitos, em 1910.

Tendo saído da casa, em 1905, como dissemos acima, os dois interessados srs. João Antonio de Campos Amaral e Fernando Pimentel de Mello, estabeleceram estes uma casa do mesmo artigo à Rua Chile, 35 e 37, sob a razão social de Barbosa, Amaral & Pimentel, em janeiro de 1906. Essa sociedade existiu até 1910, quando o sócio sr. Barbosa se retirou da firma, embolsado com Rs. 200:000$000.

Nesse ano, foi resolvida a fusão das duas casas, ficando a girar sob duas firmas inteiramente distintas, a saber: Amaral Guimarães & Cia., composta dos sócios solidários srs. Joaquim Manuel de Campos Amaral Guimarães, João Antonio de Campos Amaral, Fernando Pimentel de Mello e do comanditário sr. Joaquim Fernandes dos Santos Junior, sendo o capital social de Rs. 600:000$000; e Amarais, Pimentel & Cia., composta dos sócios solidários srs. Joaquim Manuel de Campos Amaral Guimarães, João Antonio de Campos Amaral, Fernando Pimentel de Mello e do comanditário sr. Joaquim Fernandes dos Santos Junior, sendo o capital social de Rs. 400:000$000.

No período decorrido desde a fundação da casa até 1910, retirou o sócio Joaquim Manuel de Campos Amaral Guimarães, da sociedade, por conta dos seus lucros, o suficiente para adquirir alguns prédios no valor de Rs. 800:000$000, o que também se deu com o comanditário.

Na vigência da nova sociedade sob a gerência dos sócios srs. João Antonio de Campos Amaral e Fernando Pimentel de Mello, adquiriram estes para a sociedade o grande terreno e prédio em que funciona a fábrica, ficando o depósito geral e o material de transportes pela quantia de Rs. 150:000$000.

A sede social compõe-se dos seguintes armazéns: escritório de exposição de ladrilhos, azulejos, metais e louças de barro refratário, à Rua de São José, 77 e 79; seção de encaixotamento e exposição de banheiras e mais artigos de ferro esmaltado, à Rua de São José, 72; exposição e depósito de louças sanitárias e azulejos, à Rua de São José, 74; oficina e exposição de mármores, em grande escala, à Rua de São José, 78; depósito geral e fábrica, de propriedade da firma, à Rua do Riachuelo, 130, 132 e 134. Na Casa Amaraes, Pimentel & Cia., à Rua Chile, 35 e 37, há uma grande exposição de todos os artigos acima mencionados.

A produção anual da fábrica pode ser avaliada entre Rs. 200:000$000 e Rs. 250:000$000. Tanto a produção como o valor, variam de conformidade com os desenhos fabricados e que mais extração tenham tido durante o ano, visto haver destes uns mais fáceis que outros na fabricação e portanto mais caros ou mais baratos.

As especialidades do comércio da empresa são: ladrilhos, azulejos, louça sanitária, banheiras de ferro esmaltado e mais artigos sanitários deste gênero, mármores de todas as cores e dimensões, em grosso e em obra, metais para empregos sanitários, aquecedores de água a gás e a álcool, gesso para estuque, cimento branco, preto, comum, amarelo presa rápida, cal hidráulica e do Reino (virgem em pedra), tijolos refratários e mais materiais de construção.

Clique na imagem para ampliá-la

Amaral Pimentel & Cia. - Instalações na Rua Chile
Foto publicada com o texto, página 613. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Wellisch, Irmão & Cia. - Esta casa foi fundada por d. Maria Wellisch, que negociou sob a sua firma individual até 1892. Neste ano, passou a casa a girar sob a razão social de Wellisch, Irmão & Cia., por se haver comanditado a fundadora que veio a falecer em 1908.

Negocia a casa em armarinho, modas, confecções, perfumarias etc. etc., à Rua General Câmara, 92 e 94. Pertence também à firma a casa M. Wellisch & Cia., à Rua da Carioca, 67; a casa de comissões e consignações, à Rua General Câmara, 104, 106 e 108, além duma sucursal em São Paulo, à Rua Florêncio de Abreu, 24, e casa compradora em Paris, 16, Boulevard de Magenta.

As suas importações são feitas diretamente da Europa e América do Norte, Japão etc. Tem a casa dois vendedores na praça do Rio de Janeiro e 6 pelo interior do Brasil, para onde faz grande volume de transações.

Os srs. Wellisch, Irmão & Cia. representam várias firmas estrangeiras, entre elas a firma fabricante de automóveis Decauville. Os sócios da casa são os srs. Jacob Grün, Hermann Wellich e Albert Wellisch, e o gerente é o sr. Hermann Kanitz.

Cabral, Belchior & Cia. - Esta importante casa importadora, fundada em 1868, passou por várias mudanças de firma, até ser adotada a firma acima em 1872. Importa charque do Sul, sendo que em 1911 recebeu 5.058.730 quilos e em 1910 5.055.920 quilos, o que a coloca entre os maiores importadores de carne seca na praça do Rio de Janeiro.

São os srs. Cabral, Belchior & Cia. únicos recebedores do charque frescal em fardos Inalterável. As suas importações provêm principalmente do Rio Grande do Sul e depois do Rio da Prata, Fronteira e Mato Grosso. Possui a casa no Rio vários depósitos e trapiches e o seu armazém e escritório central fica à Rua General Câmara, 111.

Os sócios solidários da firma são atualmente os srs. Marcilio Belchior de Oliveira e Ferdinando Jaymot Cabral, sendo o sr. João Augusto Belchior sócio comanditário. O sr. Marcilio Belchior de Oliveira nasceu em Pelotas, Rio Grande do Sul. Ocupa-se de comércio há 24 anos, e faz parte da Câmara Internacional de Comércio. O sr. Ferdinando Jaymot Cabral, natural da França, reside no Rio de Janeiro há 33 anos, e é sócio da firma há 10 anos. Foi já tesoureiro da Associação Comercial do Rio. O sócio comanditário, capitalista conhecido, está ligado à firma desde a sua fundação.

Leva para a página seguinte