Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g38e.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 08/22/10 23:25:17
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [38-E]

Leva para a página anterior

Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho informa, nas páginas 523 a 535, a seguir reproduzidas (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

Clique na imagem para ampliá-la

Banco da Província do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro
Foto publicada com o texto, página 524. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

A capital federal (cont.)

Cargos e profissões

Corretores de Fundos Públicos - Data de 1849 e 1851 a organização, no Rio de Janeiro, da corporação dos Corretores de Fundos Públicos, tendo de então para cá havido diversas modificações nas leis e regulamentos que a regem.

A lei nº 354 de 16 de dezembro de 1895 e seu respectivo regulamento, decreto nº 2.475 de 13 de março de 1897, atualmente em vigor, estabelecem: - somente pelos corretores de fundos públicos de poderão realizar: a) compra venda e transferência de quaisquer fundos públicos nacionais ou estrangeiros; b) negociação de letras de câmbio e de empréstimos por meio de obrigações; c) a de títulos suscetíveis de cotação na Bolsa de acordo com o boletim da Câmara Sindical; d) compra e venda de metais preciosos amoedados ou em barra.

Para ser corretor, é necessário ser cidadão brasileiro, ter mais de 25 anos de idade e estar no gozo dos direitos civis e políticos. Antes de entrar em exercício, o corretor terá de depositar a quantia de 50:000$000 no Tesouro Nacional, em dinheiro ou em apólices da dívida pública.

É vedado aos corretores: a) formar entre si associação particular para operações da sua profissão; b) fazer toda espécie de tráfico, direto ou indireto, debaixo de seu ou de alheio nome e contraírem sociedade de qualquer denominação ou classe que seja; c) adquirir para si ou para pessoa de sua família coisa cuja venda lhes houver sido incumbida, e vender as que lhe pertencerem quando tenham ordem de comprar da mesma espécie; d) exercer cargos de administração ou fiscalização de sociedades anônimas.

Todo o corretor deve ter um caderno manual aberto, numerado e rubricado pelo sindicato; um protocolo aberto, numerado, encerrado e rubricado pela Junta Comercial. Os corretores de fundos públicos da Capital Federal, constituídos em assembléia geral, elegerão anualmente dentre si a Câmara Sindical, composta dum síndico como presidente e de três adjuntos, tendo cada um deles as suas atribuições.

Os corretores se reunirão diariamente, às horas designadas, na Bolsa, que é o lugar, no salão da Praça do Comércio, destinado à compra e venda de fundos públicos e metais preciosos. Aí, em alta voz, começarão a propor as transações que desejarem efetuar, determinando as condições em que devem ser baseadas. Logo que qualquer corretor aceitar a proposta e as condições da negociação, reputar-se-á fechada a transação, trocando os corretores entre si um memorando assinado, em que estejam consignadas as condições da operação.

A operação ultimada será imediatamente inscrita numa tabela colocada próximo à Bolsa e em lugar visível para todos. Encerrados os trabalhos da Bolsa, reunir-se-á a Câmara Sindical e procederá à fixação do curso do câmbio e da cotação dos fundos e valores negociados, taxando os limites máximo e mínimo.

Para a determinação do curso do câmbio e dos valores, apresentarão os corretores à Câmara Sindical boletins por eles assinados, contendo as notas correspondentes às transações efetuadas nesse dia, com menção dos limites máximo e mínimo das cotações. Com estes elementos, a Câmara Sindical, depois de fixar de modo definitivo o curso do câmbio e da cotação de títulos e valores negociados, expedirá boletins ao ministro da Fazenda, ao presidente da Associação Comercial e ao Diário Oficial.

As agências de bancos nacionais e estrangeiros e de companhias estrangeiras, e quaisquer outras instituições que negociarem em cambiais, são obrigadas a remeter diariamente ao síndico, em notas autênticas, a declaração das taxas a que tiverem operado, e quinzenalmente a da totalidade das operações. Os livros dos corretores fazem fé em juízo.

Os corretores perceberão, como remuneração das negociações que realizarem, as comissões estabelecidas na tabela de emolumentos organizada pela Câmara Sindical e aprovada pelo ministro da Fazenda.

Atualmente, em exercício, existem 21 corretores. O número máximo permitido atualmente é de 40. A cada corretor é permitido ter um ou mais prepostos e 4 adjuntos. Fazem parte da Câmara Sindical, no exercício de 1911 a 1912, os srs. Adolpho Simonsen, síndico; Lucrecio Fndz. de Oliveira, secretário; Martin A. Koch, tesoureiro; Godofredo Nascentes da Silva, adjunto.

O sr. Adolpho Simonsen, presidente da Câmara Sindical de Corretores de Fundos Públicos, é filho do falecido Adolpho Simonsen, de origem dinamarquesa. O sr. Simonsen nasceu em 1845 no Rio de Janeiro e aí foi educado. Entrou para a carreira comercial em 1859 e tornou-se corretor de fundos públicos em 1884. Foi eleito presidente da Câmara Sindical de Corretores de Fundos Públicos em maio de 1910 para o ano de 1910-11 e reeleito para o ano de 1911-12. Goza nas rodas comerciais duma alta consideração, como o prova a sua escolha para o elevado cargo que desempenha.

Dr. Nilo Peçanha - O dr. Nilo Peçanha nasceu na cidade de Campos em 1867; distinguiu-se em seus estudos preparatórios, formando-se ainda muito moço em Direito. Por ocasião da proclamação da República, foi eleito deputado à Assembléia Constituinte por seu estado natal e fez também, como deputado, parte da primeira Câmara Federal eleita.

De então para cá, a sua carreira política tem sido das mais brilhantes. Eleito senador pelo estado do Rio de Janeiro, o dr. Nilo Peçanha deixou este cargo para ir ocupar a presidência desse estado e, neste último posto, prestou ao estado do Rio relevantes serviços. Voltando ao Senado, foi, pouco depois, o dr. Nilo Peçanha eleito vice-presidente da República para o período 1906-1910 e, por morte do presidente Affonso Penna, terminou o período como presidente da República.

O dr. Nilo Peçanha, de volta da Europa, acaba de publicar um livro intitulado Impressões da Europa, o qual se acha já em sua terceira edição e tem merecido os mais francos e merecidos elogios por parte do público literário brasileiro e estrangeiro.

Visconde de Alves Matheus - O visconde de Alves Matheus nasceu em Parada do Pinhão, em Trás-os-Montes (Portugal), a 12 de novembro de 1852. Veio para o Rio de Janeiro com a idade de 20 anos, empregando-se no comércio. Poucos anos depois, em 1876, estabeleceu-se com uma grande papelaria e objetos de escritório à Rua da Quitanda, e em 1888, retirou-se do comércio e organizou diversas empresas e estabelecimentos de crédito.

Atualmente, é o diretor-gerente do Banco de Crédito Rural e Internacional. Sob a sua gerência tem este estabelecimento bancário adquirido uma situação cada vez mais próspera e firme. Foi ele o fundador dos Albergues Noturnos de Lisboa e do Rio de Janeiro e, por este serviço e outros, muito valiosos, prestados à causa da abolição do cativeiro no Brasil, foi, em 1888, condecorado pelo Governo Imperial com a comenda da Ordem da Rosa. No ano seguinte, em 1889, foi condecorado com a comenda da Ordem de Cristo, de Portugal, e em 1891 o governo de Portugal, querendo manifestar a alta conta em que tinha os serviços por ele prestados à Real Sociedade Portuguesa de Beneficência e outras instituições filantrópicas, deu-lhe o título de barão de Alves Matheus, título este que foi, mais tarde, substituído pelo de visconde.

O visconde de Alves Matheus pertence a diversas ordens e irmandades religiosas, em algumas das quais tem ocupado altos cargos administrativos, especialmente nas ordens do Carmo e de São Francisco da Penitência.

Heitor de Mello - O arquiteto diplomado e construtor, sr. Heitor de Mello, tem o seu escritório à Rua da Uruguaiana, 39, 2º andar, no Rio de Janeiro. É brasileiro, nascido em 1875 na capital federal. É membro correspondente da Sociedade de Arquitetos de Buenos Aires; sócio do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro; e várias vezes tem feito parte da seção de Arquitetura do Salão Anual de Belas Artes.

Foi galardoado com o grande prêmio de honra da seção de Arquitetura da Exposição Nacional de 1908; e premiado, em primeiro lugar, nos concursos: para o Palácio do Congresso Nacional (sendo este concurso internacional); para o prédio da Ordem Terceira da Penitência, no Largo da Carioca; para o edifício do Jockey Club na Avenida Central, hoje Avenida Rio Branco; e para o Arco Comemorativo do primeiro centenário da abertura dos portos do Brasil.

Projetou e construiu o quartel do Corpo de Infantaria de Marinha, bem como a casa do comandante e oficiais e a oficina de eletricidade, na Ilha das Cobras; o quartel do Corpo de Marinheiros Nacionais, casa do comandante, imediato e oficiais, na ilha de Villegaignon; o quartel regional da Saúde, o do Catete, reconstruindo também parte do Central, edifícios estes pertencentes à Força Policial do Distrito Federal; o palácio da Repartição Central de Polícia, obra esta que, abrangendo larga área, foi concluída e entregue dentro de 14 meses.

Por ordem do general Souza Aguiar, comandante da Força Policial, projetou a reconstrução e aumento do quartel central e, posteriormente, a modificação da sua fachada; reconstruiu o quartel da Praça Tiradentes; e projetou também o edifício para a Estação de Bombeiros, Polícia e Pretoria, no Largo do Antigo Mercado.

Na Avenida Rio Branco, construiu os edifícios do Clube de Engenharia e Clube Naval, um grupo de prédios na Praça Circular, o prédio da Perfumaria Bazin e outros. E tem feito, em diversos pontos da capital, numerosas construções particulares, de luxo e do melhor gosto.

À data de se escrever esta notícia, está o sr. Heitor de Mello construindo o Hospital Central do Exército, quatro grandes armazéns de cimento armado para o Ministério da Viação e três para a firma Herm Stoltz & Cia., no cais do porto do Rio de Janeiro. A cifra total dos trabalhos que o sr. H. De Mello tem executado, como empreiteiro, vai a cerca de Rs. 15.000:000$000.

Clique na imagem para ampliá-la

Tipos de edifícios públicos e particulares projetados e construídos pelo sr. Heitor de Mello
Foto publicada com o texto, página 526. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Dr. Emilio Schnoor, C.E. - O dr. Emilio Schnoor, membro do Instituto de Engenheiros Civis de Londres, nasceu na França em 1855, sendo porém de descendência alemã. Tendo se naturalizado cidadão brasileiro, graduou-se em Engenharia Civil na Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1874.

Assim se pode resumir a sua brilhante carreira: foi engenheiro residente da então Estrada de Ferro D. Pedro II, de 1874 a 1876, tendo a seu cargo a construção dos trabalhos mais difíceis na Serra da Mantiqueira, tais como túneis etc. No período de 1877 a 1882, foi sucessivamente engenheiro de divisão, 1º engenheiro e engenheiro chefe da Estrada de Ferro de Porto Alegre a Uruguaiana, que compreende 260 quilômetros de linhas, com pontes grandes etc. De 1882 a 1884, executou, com êxito,um contrato para a construção de uma seção de 25 quilômetros na Serra de Pedras Altas, na Estrada de Ferro de Rio Grande a Bagé.

Em 1885, foi engenheiro residente na construção da Estrada de Ferro de Buenos Aires a Rosario, na Argentina; de 1886 a 1892, foi engenheiro-chefe na estrada de ferro, bitola de um metro, de Santa Fé, da extensão de 1.200 quilômetros, na mesma república. De 1892 a 1894, ocupou-se da execução de um contrato particular, para construção de 100 quilômetros de linhas férreas; e de 8194 a 1895, foi diretor e engenheiro-chefe da Estrada de Ferro Norte Alagoas, no Brasil.

Durante o período de 1895 a 1901 foi o dr. E. Schnoor encarregado, como engenheiro-chefe, da Divisão das Explorações, Locações e Construções e Novos Planos Inclinados, da São Paulo Railway, trabalhos esses que incluíam a construção de 13 túneis, 15 viadutos e 16 quilômetros de trabalhos difíceis. Em seguida, de 1901 a 1903, como contratante de uma seção do ramal de Guaxapé, na Estrada de Ferro Mogiana, Brasil; de 1903 a 1904, foi engenheiro-chefe da Estrada de Ferro Vitória a Minas, na seção de Vitória a Natividade, com 206 quilômetros de extensão, e em 1904, da Estrada de Ferro Diamantina, no reconhecimento e exploração da seção de Figueira, com uma extensão de 433 quilômetros.

Em 1905, o sr. Schnoor visitou a Europa como engenheiro consultante; e em 1906, completou as explorações, planos e estimativas para o porto de Vitória e também o reconhecimento e estimativas para a Estrada de Ferro da Bahia ao Rio Doce (1.051 quilômetros). Durante o período de 1907 a 1908, fez o reconhecimento, exploração e estimativas para uma seção de 962 quilômetros da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, de que era engenheiro-chefe.

Como contratante, com o Governo Federal, construiu 155 quilômetros da Estrada de Ferro Oeste de Minas, de Belo Horizonte a Henrique Galvão, e realizou as explorações e locação e fez as estimativas para a Estrada de Ferro de Curralinho a Diamantina, na extensão de 147 quilômetros.

Desde 1910, está o dr. E. Schnoor empenhado no reconhecimento, explorações, locações, estimativas e construções, na Estrada de Ferro de Goiás, que compreende 1.400 quilômetros de linhas. O dr. Schnoor é contratante de toda a linha.

Clique na imagem para ampliá-la

Representantes das profissões liberais no Rio de Janeiro: 1) Dr. Antonio da Cunha Mendes; 2) Dr. João Luiz Alves; 3) Dr. Prudente de Moraes Filho; 4) Dr. Antonio A. Barbosa de Oliveira; 5) Dr. Astolpho Vieira de Rezende; 6) Hon. r. d. O'Sullivan-Beare; 7) Dr. Oswaldo Ramos Lima; 8) Dr. Evaristo de Moraes; 9) Dr. Paulo Vidal; 10) Dr. Caio Monteiro de Barros; 11) Dr. Theodoro Machado; 12) Dr. Alvaro de Teffé; 13) Dr. Paulo de Lacerda; 14) Dr. Francisco de Castro Junior; 15) Dr. Solidonio Leite; 16) Dr. H. Moses; 17) Dr. J. de Macedo Soares; 18) Dr. Laudelino Freire; 19) Dr. Orlando Rangel; 20) Dr. João Alves Meira; 21) Dr. Antonio Ramos Carvalho de Brito; 22) Dr. Alfredo Lopes da Cruz; 23) Dr. Celso Bayma; 24) Dr. Eugenio de Barros; 25) Dr. Renato de Carvalho Tavares
Foto publicada com o texto, página 528. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Dr. Carlos Seidl - O dr. Carlos Pinto Seidl nasceu em 24 de novembro de 1867, em Belém, estado do Pará; filho legítimo do sr. Carlos Seidl e de d. Raymunda Pinto Seidl, esta natural de Caxias, estado do Maranhão, e aquele de Viena, da Áustria. O dr. Seidl formou-se em Medicina na Faculdade do Rio de Janeiro no ano de 1891.

Logo depois, foi nomeado diretor do hospital de isolamento de S. Sebastião, cargo que ocupou brilhantemente e onde prestou assinalados serviços à ciência e à humanidade, até que o ministério da Justiça o convidou, em 1912, para substituir o dr. Pacheco Leão no alto cargo de diretor geral de Saúde Pública do Brasil.

É membro titular e 1º secretário da Academia Nacional de Medicina, sócio-correspondente da Sociedade de Higiene, de Paris, e da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, assim como do Círculo Médico Argentino. É também um dos redatores do Brazil Medico, membro do Conselho Consultivo da Liga Brasileira contra a Tuberculose, professor substituto de Medicina Pública da Faculdade Livre de Direito e colaborador científico do Paiz e da Tribuna, órgãos da imprensa diária do Rio de Janeiro. Tem escrito diversas monografias sobre questões de higiene pública e especialmente sobre a febre amarela. Entre os seus trabalhos científicos mais importantes, destaca-se a sua memória sobre "o isolamento nosocomial", que lhe deu ingresso na Academia Nacional de Medicina.

E. Viret & G. Marmorat - Os srs. E. Viret e G. Marmorat, conceituados arquitetos e construtores, têm no Brasil, em grande número de trabalhos, provado a sua alta competência profissional, não falando já em outros serviços por eles executados na Europa, onde receberam distinções diversas, e é também grande o número de obras que executaram.

Foram alunos na Escola Nacional de Belas Artes de Paris, obtendo aí os prêmios em Arquitetura, Arqueologia, Matemáticas, Desenho e Modelagem; e são diplomados pelo governo francês.

Entre os trabalhos por eles executados em Paris, figuram a construção de diversas vilas particulares, colaboração nos trabalhos de construção das Galeries Lafayette, nos anexos dos armazéns do Printemps, no palácio do governador da África Ocidental.

No Rio de Janeiro, têm-se os srs. E. Viret e G. Marmorat ocupado de grande número de construções, projetos etc., tais como a construção de casas particulares, projeto e fiscalização do edifício do Real Club Gymnastico Portuguez, projetos para o Posto Zootécnico de Pinheiro e para o novo Observatório do Rio. São eles também os autores do projeto, em vias de execução, do edifício que o Banco Hipotecário, de São Paulo, está construindo na Avenida Central, 131.

Em Vitória, estado do Espírito Santo, construíram várias casas particulares e o edifício do Banco do Espírito Santo; em Teresópolis, as residências particulares dos drs. Maximiano e Gouvert Freire, do sr. Gehn, do Brasilianische Bank, e do sr. Alberto Rios; e deles é o projeto para construção de um Hotel Cassino, também em Teresópolis.

São peritos do Credit Foncier du Brésil e da Banque Hypothécaire du Brésil. Os seus trabalhos, executados com a competência profissional que lhes é conhecida, colocaram os srs. E. Viret e G. Marmorat entre os mais conceituados arquitetos no Rio de Janeiro.

Dr. J. Pires Brandão - O dr. Pires Brandão, um dos mais distintos e considerados advogados do Rio de Janeiro, tem o seu escritório à Rua da Alfândega, 12. É advogado dos três bancos ingleses: London and Brazilian Bank, Limited, London and River Plate Bank, Limited, e British Brank of South America, Limited; do Banco Español del Rio de La Plata; das companhias New York Life Insurance Company, Standard Oil of Brazil, e de outras companhias e importantes firmas comerciais.

Dr. Esmeraldino Bandeira - O dr. Esmeraldino Olympio de Torres Bandeira nasceu na cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco, aos 27 de fevereiro de 1865. Nessa cidade fez com distinção o seu curso de estudos preparatórios e formou-se em Direito na Faculdade de Direito do Recife, aos 13 de novembro de 1889, tendo sido aprovado com distinção no último ano.

Tem exercido os seguintes cargos: no estado de Pernambuco, o de delegado de Polícia, oficial maior da Secretaria do Governo, deputado estadual, prefeito do Recife, e deputado federal em quatro legislaturas sucessivas; no estado do Rio Grande do Norte, chefe de Polícia; no estado de Santa Catarina foi nomeado juiz de Direito da cidade de Tubarão, não tomando, porém, posse desse cargo por haver sido nomeado para outro na Capital Federal.

No Rio de Janeiro, foi o dr. Esmeraldino Bandeira nomeado e exerceu sucessivamente os cargos de promotor público e procurador seccional da República. Em 9 de julho de 1909, foi nomeado ministro da Justiça e dos Negócios Interiores, no governo do presidente da República dr. Nilo Peçanha, cargo que exerceu até o fim desse governo em 15 de novembro de 1910.

É lente, há muitos anos, de Direito Penal na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Nesta mesma cidade exerce, com grande atividade, a sua profissão de advogado. Goza de grande conceito como jurista, orador e advogado. Tem publicado as seguintes monografias: Em prol dos espúrios (tese de Direito Civil), O criminoso e a penitenciária, Competência dos tribunais militares, Penas militares, Sentenças indeterminadas, Individualização da pena, Penas paralelas e inúmeros discursos parlamentares e acadêmicos. Tem agora no prelo uma obra intitulada Política criminal.

Durante o curto prazo em que exerceu o cargo de ministro, elaborou, com diversas comissões, os seguintes trabalhos: codificação e simplificação do processo criminal do Distrito Federal; codificação e simplificação dos processos civil e comercial, unificados; um projeto de lei sobre a propriedade e a indústria das minas no Brasil; o patronato dos egressos e liberados das prisões na Capital Federal, um projeto de reforma da instrução primária, secundária e superior no Brasil. Além desses trabalhos, organizou muitos outros projetos e regulamentos sobre a Casa de Correção, Saúde Pública, Território Federal do Acre etc.

Engenheiros ilustres, Rio de Janeiro: 1) Dr. L. Cantanhede de Almeida; 2) Dr. Luiz Maria de Mattos Junior; 3) Dr. J. B. Ortiz Monteiro; 4) Dr. Sampaio Corrêa; 5) Dr. Alvaro Alves Barroso; 6) Dr. José Antonio da Costa Junior; 7) Dr. Arnaldo de Lamare; 8) Dr. Augusto Ramos; 9) Dr. Aarão Reis; 10) Dr. Luiz José da Silva
Foto publicada com o texto, página 529

Dr. João Luiz Alves - O dr. João Luiz Alves, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo e doutor em Direito pela Faculdade de Direito de Minas Gerais, nasceu a 23 de maio de 1870, no município de Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais. Recebeu o grau de bacharel em 9 de novembro de 1889 e o de doutor em agosto de 1900.

Foi nomeado promotor público e curador geral de órfãos da comarca do Rio Verde (sede-cidade da Campanha), no Sul de Minas, cargo que exerceu desde 9 de fevereiro de 1890 a março de 1891, quando foi nomeado juiz municipal e de órfãos do termo da Campanha, exercendo esse cargo até junho de 1892, época em que, com a reorganização judiciária de Minas Gerais, foi nomeado juiz substituto da comarca de Alfenas, no Sul de Minas.

Em agosto desse mesmo ano regressou à cidade da Campanha, onde abriu escritório de advocacia, iniciando também a sua vida política; nesse período (1892-1900), foi professor da cadeira de Legislação de Terras do Curso de Agrimensura mantido pelo Estado (1893-1894); foi eleito por extraordinária maioria e exerceu o cargo de chefe executivo do governo municipal (janeiro de 1898-dezembro 1900), exercendo simultaneamente o cargo de inspetor de Instrução Pública no município; foi eleito deputado ao Congresso Legislativo do Estado de Minas (junho de 1899-dezembro de 1902), ocupando lugar de destaque e promovendo a revisão da Constituição do Estado, votada em 1892; foi nomeado, por unanimidade de votos da respectiva congregação, lente da Faculdade de Direito de Minas (agosto de 1900), transferindo então a sua residência para Belo Horizonte, capital do estado, onde assumiu a chefia da redação do Diário de Minas, órgão oficial do Partido Republicano mineiro.

Eleito deputado ao Congresso Legislativo Federal em 1903, foi reeleito em 1906, pelo seu estado natal, presidindo na Câmara a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, desde 1904 até 1908, por eleição anual de seus pares. Em 1908, eleito, pelo sufrágio de todos os partidos então existentes, senador federal pelo estado do Espírito Santo, exerce essa elevada função até hoje, sem jamais ter abandonado a sua profissão de advogado, desde 1892, e tendo agora o seu escritório na capital da República. No Senado, é membro da Comissão de Legislação e Justiça e da Comissão do Código Civil, por cuja decretação muito se tem empenhado.

Faz parte das seguintes corporações: Instituto dos Advogados Brasileiros, Instituto dos Advogados de São Paulo, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Tomou parte nos seguintes congressos científicos: Congresso Jurídico Americano, Congresso Jurídico Brasileiro, Congresso Científico Latino-Americano, como delegado da Faculdade de Direito de Minas Gerais. Foi redator da revista desta faculdade e, entre outros trabalhos, tem publicado os seguintes: Da investigação da paternidade no Direito pátrio; Homicídio-suicídio (crítica à doutrina de Ferri); Do infanticídio; Discursos parlamentares em defesa da política protecionista. Na Faculdade de Direito, regeu as cadeiras de Direito Administrativo e Ciência da Administração; Economia Política e Ciência das Finanças; Direito Criminal.

Conde de Carapebús - O conde de Carapebús, que hoje conta 50 anos de idade, cursou a Escola Superior de Minas, de Paris, conquistando o diploma de engenheiro civil e de minas, em 1885. Foi-lhe conferida, pela mesma escola, a medalha de ouro destinada ao melhor estudante. Voltando ao Brasil, exerceu as funções de introdutor de embaixadores, na Corte Imperial, até 1889.

Publicou os trabalhos Étude sur les resources minérales du Brésil, com a única carta geológica conhecida até então, e Études ur les transmissions éléctriques; e descobriu a aplicação da eletricidade para extração de ouro das piritas auríferas arsenicais.

Foi intendente da cidade de Petrópolis e presidente do Hospital de Santa Theresa, da mesma cidade, em 1890. Tenente-coronel, comandou o 1º de Artilharia de Campanha da Guarda Nacional, em 1903; o 1º de Infantaria, no mesmo ano; e depois, o 14º de Infantaria. Hoje está agregado ao Estado Maior do Comando SUperior. Foi proprietário e diretor da grande fábrica de rendas de São Cristóvão e depois proprietário e fundador da fábrica Santa Margarida, para artigos de malha. Hoje, sendo esta fábrica uma sociedade anônima, é seu diretor-presidente e gerente técnico.

Dr. Alfredo Pinto Vieira de Mello - Entre os nomes de cidadãos notáveis que muito têm feito em prol do país, figura por certo o do dr. Alfredo Pinto Vieira de Mello, pelos seus serviços políticos, pelas reformas que executou no exercício de altos cargos administrativos, pelas instituições que organizou ou dirigiu e pela sua propaganda das idéias republicanas que remonta a 1886.

No ano seguinte ao de sua formatura, assumiu o dr. Alfredo Pinto o seu primeiro cargo público, o de procurador do distrito de Baependi, em Minas Gerais; aí fundou o jornal O Combate, em cujas colunas iniciou veemente campanha em favor de reformas políticas inadiáveis; poucos anos depois, com o advento da República, as reformas pelas quais se batia eram obtidas, e triunfavam as suas idéias.

Reorganizou então a magistratura no estado de Minas Gerais e foi nomeado juiz no distrito de Ouro Preto. Ali promoveu a fundação dum hospital para necessitados e criou um jornal novo, a Gazeta de Ouro Preto, em cujas colunas reapareceu o antigo jornalista do O Combate, não mais como o batalhador e intransigente propagandista de outrora, mas como o ponderado juiz de agora, cuja opinião era profundamente acatada e respeitada.

Eleito presidente do estado de Minas Gerais em 1894, o dr. Affonso Penna chamou o dr. Alfredo Pinto para chefe da Polícia Estadual. Entre os mais importantes serviços que no exercício desse cargo prestou o dr. Alfredo Pinto, estão a reforma da organização interna da Polícia e a fundação da Colônia Correcional.

Foi eleito deputado federal em 1896 pelo 5º distrito de Minas Gerais, e pela parte ativa que tomou na discussão de grande número de reformas por ele próprio apresentadas à Câmara dos Deputados, tornou-se um de seus membros mais salientes, adquirindo também a reputação de um dos mais brilhantes oradores do Congresso.

Foi eleito presidente da primeira comissão legislativa da Câmara (Indústria e Comércio), e também presidente da segunda comissão (Legislação e Justiça). Como membro da comissão do Código Civil, mostrou conhecimentos profundos, introduzindo reformas e idéias, que mais tarde, em 1899, se tornaram leis por decreto de 31 de dezembro.

Sempre o dr. Alfredo Pinto se manifestou inimigo acérrimo dos jogos de azar; e é de sua autoria o projeto convertido na lei nº 628, de 28 de outubro de 1899, conhecida por Lei Alfredo Pinto.

Deixando a política, o dr. Alfredo Pinto começou a advogar, sendo escolhido como árbitro pelo governo em várias questões importantes e que exigiam estudo aprofundado e grande ponderação. Como chefe de Polícia do Distrito Federal no governo do dr. Affonso Penna, não seria fácil enumerar as muitas reformas por ele introduzidas; para não falar senão nas mais importantes, mencionaremos as seguintes: reorganização do Serviço Médico Legal da Polícia, criação do Departamento de Identificação da Polícia, organização policial interna e de suas seções; criação do boletim estatístico policial; criação da Polícia Marítima; fundação da Colônia Correcional de Dois Rios; reforma da Cassa de Detenção; organização completa do sistema de prisões; criação de um contingente de Guarda Civil e outros mais. Como publicista, tem o dr. Alfredo Pinto muitos trabalhos esparsos em revistas jurídicas e sociológicas.

Dr. Leitão da Cunha - O dr. Leitão da Cunha (J. M.) nasceu em 1852 e é o filho mais velho do barão de Mamoré, ministro de Estado (Interior) e senador do Império. O dr. Leitão da Cunha foi também membro do Parlamento no tempo do Império, mas há vinte anos tem a sua atenção exclusivamente voltada para o exercício da advocacia. É um dos mais reputados jurisconsultos do Rio, e tem por muitos anos sido advogado consultante da Legação de Sua Majestade Britânica, assim como das principais companhias inglesas no Brasil. É membro do Instituto dos Advogados.

Dr. Herbert Moses - O dr. Herbert Moses, conhecido advogado do Rio de Janeiro, entrou moço para a Faculdade de Direito, formando-se após um curso brilhante. O dr. Moses, conquanto nascido e educado no Brasil, fala e escreve o inglês e o alemão admiravelmente e está familiarizado com as formas processuais americanas e européias; assim, mais de uma vez tem conduzido, com êxito, importantes interesses de estrangeiros, através não pequenas dificuldades.

O dr. H. Moses ocupa excelente lugar entre seus colegas advogados no Rio de Janeiro. É considerado uma autoridade em questões judiciárias, relativas à indústria, marcas registradas e organização de companhias estrangeiras e em todas as questões que requerem habilidade e profundos conhecimentos judiciários; tem resolvido com brilhante resultado muitos casos destes e tem escrito sobre o assunto monografias altamente consideradas.

Tem prestado os seus serviços a vários consulados estrangeiros no Rio de Janeiro; foi secretário da Delegação Brasileira à Terceira Conferência Pan-Americana; e é membro correspondente de várias associações jurídicas do estrangeiro.

Durante a estadia da grande esquadra norte-americana no Rio de Janeiro, ofereceu os seus serviços gratuitamente, e, com a facilidade com que fala o inglês, que usa tão bem quanto a sua língua materna, se fez camarada estimadíssimo dos oficiais como dos marinheiros.

Dr. Solidonio A. Leite - O dr. Solidonio A. Leite, filho de Antonio Attico de Souza Leite e d. Honorina Gonçalves de Souza Lima, nasceu na vila de Flores (Pernambuco) em 1867. Fez o seu curso de Humanidades no Ginásio Pernambuco, matriculando-se em seguida na Faculdade de Direito do Recife (1889). Em março de 1892 recebeu o grau de bacharel em ciências Jurídicas e Sociais, tendo tido aprovação distinta em quase todas as matérias do curso.

Advogou nos auditórios do Recife até princípios de 1894, quando se mudou para Minas Gerais,onde exerceu a advocacia em São João Nepomuceno e depois em Juiz de Fora. Nesta cidade publicou, em 1898, sob o título Questões jurídicas, o seu primeiro trabalho jurídico, muito bem recebido pela crítica.

Em 1900, teve de tomar parte no Congresso Jurídico Americano, reunido no Rio de Janeiro, cabendo-lhe relatar a tese concernente à Unidade e Universalidade da Falência. O seu trabalho mereceu francos elogios; e a defesa que dele fez agradou sobremaneira, tendo sido aprovada por grande maioria uma das conclusões e a outra por unanimidade.

Mais tarde, tomou parte no Congresso Científico Latino-Americano, funcionando como 1º secretário na seção de Ciências Jurídicas. A memória que apresentou, sobre o Nome comercial e suas garantias, foi unanimemente aprovada. Figurou na discussão do Projeto de Código Civil do dr. Clovis Bevilaqua, cabendo-lhe relatar a parte compreendida pelos artigos 1.842 a 1.687 (depósito, mandato, gestão de negócios e sociedade) e sustentar a discussão no seio da Comissão da Câmara dos Deputados.

Os seus trabalhos publicados são os seguintes: Tempos Acadêmicos, Recife, 1892; Questões Jurídicas, Juiz de Fora, 1898; Reforma da lei sobre falências, Rio de Janeiro, 1900; Avenida e desapropriações, Rio de Janeiro, 1903; Desapropriação por utilidade pública, Rio de Janeiro, 1903; Do nome comercial e suas garantias, Rio de Janeiro, 1905; Depósito, mandato, gestão de negócios e sociedade, Porto, 1906; Unidade e universalidade da falência, Porto, 1906.

Dr. Prudente de Moraes Filho - O dr. Prudente de Moraes Filho nasceu a 29 de dezembro de 1874, na cidade de Piracicaba, estado de São Paulo. É filho do dr. Prudente de Moraes, antigo chefe do Partido Republicano Paulista, que presidiu o Congresso Constituinte da República e foi o primeiro presidente desta, eleito diretamente pelo sufrágio universal.

Iniciou o seu curso jurídico na Academia de Direito de São Paulo, e concluiu-o na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, tendo-lhe sido conferido pela congregação desta faculdade o prêmio "Dr. Manoel Portella", por ter sido aprovado com distinção em quase todas as cadeiras do curso.

Concluído este, foi o dr. Prudente de Moraes Filho nomeado oficial de gabinete da Presidência, lugar que deixou quando findou o governo de seu pai, para iniciar a sua carreira de advogado no escritório do dr. Inglez de Souza, autor do projeto de reforma do Código Comercial. Nomeado pelo Governo auxiliar do procurador da República, recusou esse cargo, preferindo continuar a advogar. Foi primeiro secretário do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros, do qual é membro efetivo. É membro correspondente do Instituto de Direito Comparado de Bruxelas.

Dr. Julio de Mello Rezende - O dr. Julio de Mello Rezende, engenheiro reputado em todo o Brasil, é filho do dr. Simplicio Coelho Rezende, advogado distinto, e nasceu no estado do Piauí em 1881. Estudou na Escola Militar do Rio de Janeiro e em seguida na Escola Politécnica da Bahia, onde tomou o grau de engenheiro civil.

A sua cooperação tem sido procurada para a execução de trabalhos de Engenharia importantes, efetuados no país. Entre muitos outros trabalhos, têm ocupado a sua atenção diversos projetos para a construção de estradas de ferro.

O dr. Rezende foi engenheiro da Estrada de Ferro Leopoldina no Rio de Janeiro; fez parte da Comissão Central para Exploração e Construção de Estradas de Ferro no Brasil; foi diretor das obras do Rio Ceará-Mirim e fiscal das obras contra as secas; atualmente, é engenheiro e diretor da seção Piauí, uma das mais extensas e importantes das obras contra as secas e a qual fica subordinada ao Ministério das Obras Públicas. Nesta seção, abrange o projeto das referidas obras a construção de açudes para a irrigação de toda a zona do Sul do estado, o estabelecimento de linhas férreas para facilitar o transporte do material, e diversos outros melhoramentos. O prazo para a execução deste vasto plano é de dois anos e meio.

Dr. Joaquim Xavier da Silveira Junior - O falecido dr. Joaquim Xavier da Silveira Junior nasceu a 11 de outubro de 1864, na cidade de São Paulo, capital do estado do mesmo nome. Aí se formou, em Direito, no ano de 1885, e logo depois veio para o Rio de Janeiro exercer a advocacia. Era filho do finado dr. Joaquim Xavier da Silveira, poeta e orador, a quem a cidade de Santos, donde era natural, vai erguer um monumento, e de d. Emilia B. Monteiro da Silveira.

Militou, durante o período acadêmico, na imprensa abolicionista e republicana de São Paulo; ao lado de Rangel Pestana, na Província de São Paulo; e com Americo de Campos, no Diario Popular; foi redator do Diario Mercantil, de Gaspar da Silva, e do Republica, órgão do Clube Republicano Acadêmico.

Mais tarde, já então no Rio de Janeiro, fez parte da redação do Correio do Povo, e com Alberto Torres e outros fundou o jornal literário A Vida Moderna, escrevendo ao mesmo tempo nas colunas republicanas do Paiz e da Gazeta de Noticias, até a proclamação da República. Nos anos de 1908 a 909 foi redator do Paiz.

Logo nos primeiros dias da República foi o dr. Xavier da Silveira nomeado 1º delegado auxiliar da Polícia. Em fevereiro de 1890, isto é, poucos meses depois, foi nomeado governador do estado do Rio Grande do Norte. Em novembro de 1892 era nomeado, pelo então presidente da República, marechal Floriano Peixoto, chefe de Polícia da Capital Federal. Exerceu ainda os cargos de comissário fiscal junto às faculdades livres de Direito do Rio de Janeiro; presidente do Conselho Municipal do Distrito Federal, durante toda a segunda legislatura; deputado pelo Distrito Federal, tendo feito parte de diversas comissões; prefeito do mesmo distrito, no governo do dr. Campos Salles.

Foi membro da Conferência Pan-Americana, reunida no Rio de Janeiro em 1906. Foi também nomeado, por Floriano Peixoto, inspetor geral dos consulados brasileiros e, no governo interino d Manoel Victorino, ministro da Justiça; não aceitou, porém, estes cargos, por motivos respectivamente ocasionais e políticos.

No governo do dr. Rodrigues Alves, foi representante da Fazenda Nacional junto à comissão das obras do porto do Rio de Janeiro. Ao falecer, era membro da Junta Administrativa da Caixa da Amortização; presidente, pela terceira vez, do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros; e sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Exercia também a advocacia nos auditórios do Rio de Janeiro.

Dr. Henrique de Toledo Dodsworth - O professor dr. Henrique de Toledo Dodsworth nasceu a 13 de maio de 1865, na cidade de São Paulo. Matriculou-se em 1881 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, doutorando-se em 1886. De 1882 a 1884, foi interno do serviço sanitário do Corpo Militar da Corte Imperial. De 1884 a 1886, exerceu o cargo de aluno interno de primeira classe (por concurso) do Hospital de Misericórdia do Rio de Janeiro. Em 1888-89, prestou relevantes serviços médicos em focos de epidemia nos estados de São Paulo, Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Alagoas e Bahia. Em 1889, foi nomeado médico vacinador da Inspetoria Geral de Higiene do Rio de Janeiro.

De 1889 a 1890, serviu como adjunto interino de Anatomia descritiva da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e preparador interino. Em 1891, assumiu as funções de médico da Comissão de Socorros a Indigentes da Capital Federal e delegado vacinador na Inspetoria Geral de Higiene. De 1891 a 1901, foi preparador efetivo de Anatomia Descritiva da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; e de 1897 a 1907, vice-diretor do Instituto Vacínico Municipal.

De 1901 a 1911, foi preparador efetivo de operações da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1905, prestou relevantes serviços médicos em focos de varíola na cidade do Rio Grande do Sul, tendo antes desempenhado brilhantemente as funções de representante sanitário do Estado do Rio na defesa contra a peste bubônica.

Representou o governo do Brasil no 3º congresso Internacional de Fisioterapia, reunido em Paris em 1910. Nesse congresso, apresentou duas importantes comunicações sobre assuntos da sua especialidade (eletricidade médica), às quais foram feitas as mais elogiosas referências. Presidente de uma das seções (a de Radiologia), apresentou 60 trabalhos radiográficos na exposição anexa ao mesmo congresso. Foi especialmente convidado pela Sociedade de Eletroterapia de Paris para fazer uma conferência na Faculdade de Medicina sobre um dos seus trabalhos apresentados ao Congresso de Fisioterapia (Traitement des anéurysmes par la voltaïsation cutanée positive), sendo depois aclamado membro da mesma sociedade, por proposta dos professores Oudin e Laquerrière.

Foi também feito sócio da Sociedade de Medicina de Paris, da Sociedade de Radiologia de Paris e da Deutsche Roetgen Geselschaft (Sociedade Alemã de Radiologia). É membro correspondente da Sociedade de Dermatologia de Paris.

Na Exposição Nacional do Rio de Janeiro, de 1908, e na de Higiene, de 1909, apresentou importantes trabalhos radiográficos, que obtiveram três medalhas de ouro. Em 1911, foi nomeado professor extraordinário de Física Médica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e eleito membro da Academia de Medicina do Rio de Janeiro (seção de Ciências Naturais). Faz parte da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. E desde fevereiro de 1907, mantém, na Capital Federal, um estabelecimento modelar de Medicina Física.

Clique na imagem para ampliá-la

Representantes das profissões liberais no Rio de Janeiro: 1) Dr. Carlos Eiras; 2) O falecido dr. Manuel Eiras; 3) Dr. Carlos Seidl; 4) Dr. Gil Diniz Goulart; 5) Dr. Leão Velloso; 6) Senador Ruy Barbosa; 7) Dr. Zeferino de Faria; 8) Dr. Eduardo G. Ramos; 9) Dr. Esmeraldino Bandeira; 10) Dr. João Pires Brandão; 11) Dr. J. M. Leitão da Cunha; 12) O falecido dr. Joaquim Xavier da Silveira; 13) Dr. Americo Leonidas Barbosa de Oliveira; 14) Dr. Augusto de Azevedo Sodré; 15) o falecido visconde de Ouro Preto; 16) Dr. Luiz Carlos Fróes da Cruz; 17) Dr. J. C. de Souza Bandeira; 18) Dr. Alfredo Pinto Vieira de Mello; 19) Dr. Manoel Cicero Peregrino da Silva; 20) Dr. Vicente de Toledo Ouro Preto; 21) Dr. Adherbal de Carvalho; 22) Cel. Alexandre Barreto
Foto publicada com o texto, página 530. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Dr. Julião de Macedo Soares - O dr. Julião de Macedo Soares nasceu em 5 de dezembro de 1879, em Mar de Espanha, estado de Minas Gerais. Bacharelou-se em 1902 na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, tendo sido sempre aprovado com distinção. Tem exercido os cargos de promotor público e curador geral em diversas comarcas do estado do Rio, de 1903 até a presente data.

No exercício destes cargos, foi o dr. J. Macedo Soares quem adotou, pela primeira vez, o processo de identificação dos criminosos, sendo a sua ação aprovada pelo governo fluminense e criados os gabinetes antropométrico e de identificação no estado.

Em 199, apresentou-se ao concurso para a vaga de juiz federal no estado de Espírito Santo e, tendo como concorrentes 50 candidatos, entre os quais juízes de Direito, desembargadores e políticos, o Supremo Tribunal Federal, perante as provas que apresentou, adotou unanimemente o seu nome. É autor de diversos trabalhos judiciários e tem tido muitas vitórias na advocacia.

Pertence a uma família de juristas, sendo filho do notável jurisconsulto conselheiro dr. Antonio Joaquim de Macedo Soares, ministro do Supremo Tribunal Federal, e irmão do dr. Oscar de Macedo Soares, autor dos Comentários ao Código Penal e Lei do Casamento Civil, recentemente falecido.

Dr. Vicente de Toledo Ouro Preto - O dr. Vicente de Toledo Ouro Preto, advogado e professor da Academia de Comércio do Rio de Janeiro, comendador de Cristo e da Conceição, membro dos institutos de advogados de Rio de Janeiro e de Lima, no Peru, é filho do falecido visconde de Ouro Preto, estadista ilustre da Monarquia e jurisconsulto da maior reputação.

O visconde de Ouro Preto nasceu em 21 de fevereiro de 1837, em Ouro Preto, Minas Gerais. Foi deputado e senador do Império, ministro da Marinha e da Fazenda, presidente do Conselho de Ministros, no período monárquico, conselheiro de Estado no mesmo período e veador de S. M. a imperatriz. Foi condecorado com a Grã-Cruz de Cristo, a comenda de Isabel a Católica, do Leão Neerlandez etc.

Professor de Direito Comercial na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais e advogado conhecido no Rio de Janeiro, o visconde de Ouro Preto era também o vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Dr. João Alves Meira - O dr. João Alves Meira é natural da antiga província, hoje estado, do Rio de Janeiro. Ali residiu por muitos anos e ocupou todos os cargos de eleição popular, como chefe do Partido Liberal; foi deputado à sua Assembléia Legislativa e vice-presidente da Província. Proclamada a República, exerceu o mandato de senador do primeiro congresso do estado. É advogado na cidade do Rio de Janeiro, capital da República.

Dr. Gil Diniz Goulart - O dr. Gil Diniz Goulart nasceu a 14 de maio de 1844 na cidade de Angra dos Reis, estado do Rio de Janeiro. Aos 10 anos empregou-se no comércio, profissão em que permaneceu até completar 16 anos, quando entrou para o colégio Freese, de Nova Friburgo. Em 1862 foi aprovado em todos os preparatórios para o curso de Direito. Em 1863 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo e recebeu o grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais em 1867, havendo obtido aprovação plena nas matérias de todo o curso acadêmico.

No mesmo ano da formatura foi constituído advogado do Banco do Brasil, para promover importantes liquidações nas antigas províncias do Rio de Janeiro, Minas, São Paulo e Espírito Santo. No desempenho dessa comissão demorou-se mais tempo no estado do Espírito Santo, fixando residência na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, onde exerceu a advocacia durante 18 anos.

Foi presidente da Câmara Municipal do Cachoeiro de Itapemirim de 1876 a 1885, data em que mudou a sua residência para a cidade de Rio de Janeiro. Quando ainda se achava no Espírito Santo, em 1883, já republicano declarado, foi eleito deputado à Assembléia Legislativa provincial.

Com o advento da República, foi nomeado em 1890 vice-presidente do Conselho de Intendência da Capital Federal, sob a presidência do dr. Ubaldino do Amaral, que lhe confiou a direção das repartições da Fazenda Municipal. No curto período de trinta dias organizou um orçamento minucioso, radicalmente refundido em relação aos anteriores, o qual entrou logo em execução e foi mais tarde prorrogado por dois exercícios.

Deixou o lugar da Intendência para representar o estado do Espírito Santo no Congresso Constituinte, onde fez parte da Comissão dos Vinte e Um, que elaboraram o projeto de Constituição da República, e depois, no Senado Federal, onde exerceu o cargo de 2º secretário durante cinco anos, tendo sido o relator da Lei Orgânica do Distrito Federal, membro da Comissão de Constituição e Poderes e presidente da Comissão Mista Revisora de Tarifas. Findo esse mandato, recolheu-se à vida privada, voltando ao exercício da advocacia na Capital Federal, onde fixara residência desde 1887.

Dr. Pedro Leão Velloso Filho - O dr. Pedro Leão Velloso Filho, filho do dr. Pedro Leão Velloso, senador do antigo Império e ministro do imperador d. Pedro II, nasceu na então província da Bahia, aos 13 de março de 1856. Estudou Humanidades na capital daquela província, e formou-se em Direito, na Faculdade de Recife, em 1877.

Formado, foi nomeado promotor público da antiga Corte, que compreendia a cidade do Rio de Janeiro, capital do Império, e hoje constitui o Distrito Federal. Depois de quatro anos, entrou na magistratura vitalícia, sendo nomeado juiz de Direito de Belém do Descalvado, em São Paulo. Daí, foi nomeado chefe de Polícia da província do Paraná, e depois presidente da província de Alagoas. Foi ainda juiz de Direito da Comarca de Pindamonhangaba, em São Paulo, e depois chefe de Polícia da mesma província, cargo que perdem em 16 de novembro de 1889, com a proclamação da República.

Sob o novo regime, consagrou-se à advocacia, a princípio na cidade de São Paulo e depois na Capital Federal. Fundado o Correio da Manhã, entrou logo para a sua redação, sendo primeiro auxiliar e constante companheiro de armas do dr. Edmundo Bittencourt, fundador do jornal. Em duas legislaturas, foi eleito deputado federal pelo estado da Bahia. É professor catedrático da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro e agora é ainda redator-chefe do Correio da Manhã.

Dr. Eduardo Pires Ramos - O dr. Eduardo Pires Ramos nasceu no estado da Bahia, em 25 de maio de 1854. Fez o curso de Ciências Jurídicas e Sociais nas faculdades de Direito de São Paulo e Recife, recebendo nesta o respectivo grau. Começou a sua vida pública como promotor com cerca de 20 anos de idade; e foi removido, por merecimento, de uma circunscrição judiciária do interior, para exercer igual cargo na capital de seu estado natal, onde então se debatiam processos criminais que se tornaram célebres, como o que teve por objeto o incêndio em alto mar, para fins delituosos, do navio Cornelia Abramina.

Os trabalhos superiores às forças físicas da sua juventude, e os notórios serviços prestados à Justiça, determinaram o Governo Imperial a dar-lhe, como compensação e repouso, o cargo de juiz municipal da Feira de Santana, um dos principais do estado da Bahia. Aí, durante quatro anos, fez uma judicatura brilhante, depois da qual abandonou a carreira judiciária e abriu na capital baiana o seu escritório de advocacia.

O estadista barão de Cotegipe, reconhecendo o seu mérito, influiu para que o dr. Eduardo Ramos fosse nomeado secretário geral da Instrução Pública na então província da Bahia. Exerceu esse cargo com grande lustre, escrevendo um relatório, que passa por um dos melhores trabalhos que nesse gênero se têm produzido no Brasil.

Proclamada a República, foi eleito senador do estado da Bahia, distinguindo-se entre os mais insignes membros da sua Assembléia Constituinte. Antes da terminação do seu mandato de senador, foi eleito deputado ao Congresso Legislativo Federal, exercendo este cargo durante quatro legislaturas consecutivas (1894-1906). Teve um papel de relevo nas questões e projetos legislativos de maior monta, e por isso recebeu demonstrações ruidosas de apreço popular, como fiel intérprete do pensamento dos seus concidadãos.

Foi um dos fundadores da Faculdade Livre de Direito da Bahia e professor catedrático de Legislação Comparada. Logo que transferiu o seu domicílio para o Rio de Janeiro, a Congregação de Professores da Faculdade de Direito desta capital o nomeou, unanimemente, professor catedrático daquela mesma matéria.

É também o dr. Eduardo Ramos homem de letras e jornalista. Retirado da política, exerce atualmente, na capital da República, a sua profissão de advogado. A ciência jurídica e forense deve-lhe assinalados trabalhos, que estão sendo coligidos para a publicação em alguns volumes.

Clique na imagem para ampliá-la

Alguns dos edifícios projetados e construídos pelo sr. Leopoldo da Cunha: 1) Quartel da Polícia; 2) Casa na Praia do Leme; 3) Exterior do Quartel de Cavalaria; 4) Interior do Quartel de Cavalaria
Foto publicada com o texto, página 531. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Dr. Adherbal de Carvalho - O dr. Adherbal de Carvalho nasceu a 3 de maio de 1869 na cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro, filho legítimo do notável advogado dr. José Alves Pereira de Carvalho. Estudou Humanidades no externato Aquino, no Distrito Federal; formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1895 na Faculdade de Direito da cidade de Recife. É casado com sua prima d. Candida M. de Carvalho. Foi promotor público em Santa Luzia de Carangola (Minas Gerais) e juiz substituto federal no Distrito Federal. É membro efetivo do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros e é advogado no Rio de Janeiro.

Tem publicado as seguintes obras: Rhetorica e Poetica (1884), Direito Romano (1887), A Noiva (1888), A poesia e a arte sob o ponto de vista philosohico (1891), Ephêmeros (poesias-1900), Versos de um dilettante (1911), O Naturalismo no Brazil (1894), Questões de Direito Civil (1899); A Nova Phase do Direito Civil (1900), O fundamento dos interdictos possessorios (1908), Esboços litterarios (1900), Physiologia do Direito (1910), Processo Criminal Brazileiro (1900), Adopção no Direito Brazileiro (1906), Estudos Juridicos (1908) e Formulario das acções penaes (1912).

Dr. Alfredo Lopes da Cruz - O dr. Alfredo Lopes da Cruz, filho do almirante Manoel Lopes da Cruz, nasceu a 22 de abril de 1871, na cidade de Niterói. Formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, tomando o grau em 30 de novembro de 1892. Logo depois de formado, exerceu o dr. Alfredo Lopes da cruz o cargo de promotor público e curador geral de órfãos na Comarca do Carmo, no estado do Rio de Janeiro; e, posteriormente, na Comarca do Rio Bonito, do mesmo estado.

Em 1895, passou a exercer a profissão de advogado na cidade de Macaé, estado do Rio de Janeiro, da qual foi eleito vereador geral de sua Câmara Municipal, e logo seu presidente um biênio. Em 1901, porém, retirou-se dessa cidade e veio exercer na cidade do Rio de Janeiro o cargo de delegado auxiliar de Polícia. Aí, provou ter ação rápida, calma e segura na solução dos casos policiais que lhe foram afetos.

Deixando a Polícia em 1902, pelo termo do período presidencial Campos Salles, o dr. Lopes da Cruz reencetou sua profissão de advogado, e a tem mantido neste decênio, sem interrupção alguma, em seu escritório à Rua do Ouvidor, 79, da cidade de Rio de Janeiro.

O dr. Lopes da Cruz é advogado em numerosas causas, e em maior número perante o Supremo Tribunal Federal. É membro efetivo do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros; tem trabalhos próprios de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, pelo levantamento a que procedeu dessa jurisprudência relativa aos anos de 1901 a 1908, de cujos volumes é proprietário; possui conhecimentos profundos de legislação do Brasil, tendo reunido elementos que lhe permitem determinar, quase instantaneamente, o estado dessa legislação, em qualquer momento posterior a 1889, sobre qualquer matéria legislativa ou administrativa, geral ou particular; e conhece com segurança a teoria e prática do processo civil, comercial e criminal pela organização de um projeto que elaborou para um Código de Administração da Justiça e do Processo Civil e Criminal do Estado do Rio de Janeiro, no qual, em 1901, articulou matérias inteiramente novas e fez divisões e subdivisões inteiramente inéditas em obras semelhantes.

Alberto Saraiva da Fonseca - O sr. Alberto Saraiva da Fonseca, 1º-secretário da Associação Comercial do Rio de Janeiro e presidente da Companhia de Loterias Nacionais, nasceu no Rio Grande do Sul, em 1865, e aí foi educado. Foi estabelecido com casa comercial no Rio Grande do Sul até 1890, ano em que veio para o Rio de Janeiro. Em 1900, foi eleito presidente da Companhia de Loterias Nacionais, cargo para o qual foi também escolhido em 1907, por ocasião da reorganização daquela companhia, e que ocupa ainda atualmente. Foi presidente da Companhia mercado Municipal do Rio de Janeiro e é membro do Conselho Fiscal de diversas companhias.

O sr. Alberto Saraiva da Fonseca foi eleito, em 1909, secretário da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Reside habitualmente na Europa. É sócio comanditário de várias firmas e proprietário importante no Rio. Possui duas casas de residência, uma à Rua Silva Manoel, 110, e outra no Silvestre, à Ladeira dos Guararapes, 292.

Dr. Carlos Eiras - O dr. Carlos Eiras é o atual diretor da Casa de Saúde Dr. Eiras, situada à Rua Marquez d'Olinda, em Botafogo, e fundada em 1868 pelo dr. Manoel Joaquim Fernandes Eiras (falecido), seu pai. O dr. Carlos Eiras é auxiliado pelo dr. Waldemar Schiller, médico também brasileiro.

A Casa de Saúde fica situada numa pitoresca colina, de onde se desfruta magnífico panorama no bairro de Botafogo, um dos mais belos do Rio de Janeiro. Está cercada de grandes jardins, pomar, horta e da luxuriante vegetação comum a todos os morros do Distrito Federal. A propriedade em que fica situado o estabelecimento ocupa uma área de 2.450 metros quadrados, tendo de frente 28 metros e alargando-se para os fundos, morro acima, em forma de anfiteatro. Existem na propriedade nascentes de água.

O estabelecimento, completo no seu gênero, atende a todas as necessidades e exigências modernas de tais instituições, e satisfaz de todos os pontos de vista às mais rigorosas condições de higiene. Tem quartos isolados, para um ou mais doentes, e aposentos vastos e mobiliados com conforto, e atende às necessidades de todas as classes podendo receber não só doentes ricos, como também outros que menos o sejam. Para isso, há no estabelecimento acomodações de diferentes classes e preços.

O serviço médico está organizado sobre as mais modernas bases e princípios científicos das instituições congêneres da Europa, nada deixando a desejar, quer do ponto de vista material, quer do administrativo.

Divide-se a Casa de Saúde do dr. Eiras em duas partes inteiramente separadas e independentes: uma para o tratamento de alienados, subdividida ainda em seções e ocupando vários pavilhões; e outra instalada no Chalet Olinda, distante da primeira, onde não se recebem alienados e sim doentes de histeria, neurastenia e convalescentes de moléstias não contagiosas. Esta parte da Casa de Saúde recebe somente pacientes das moléstias referidas, sendo dela completamente excluídos os alienados, que ficam distantes, na parte destinada a manicômio.

Há ainda uma seção reservada à cirurgia, com grande sala de operações, gabinetes de esterilização, perfeitamente montados e instalados de acordo com os princípios científicos modernos. Também possui o estabelecimento uma sala [de] hidroterapia completa e perfeitamente montada; uma seção eletroterápica com esplêndida instalação de aparelhos novos, alta freqüência, banhos estáticos, galvanização, raios X etc. etc.

A Casa de Saúde do dr. Eiras tem acomodações para cerca de 200 pacientes, dos quais 100 alienados e os outros de doenças diversas, não contagiosas. Os empregados, enfermeiros etc. são em número de 50. As diversas seções estão a cargo de três estudantes de Medicina.

Esta instituição, uma das mais conhecidas e reputadas do Brasil, foi uma das primeiras a vir satisfazer à grande necessidade que, no país, havia de casas desta ordem; e a sua utilidade é evidente. Fica situada à Rua Marquez de Olinda, em Botafogo; e pelo seu aparelhamento moderno, corpo médico excelente e situação invejável, é uma das mais procuradas no Rio de Janeiro.

Dr. Caio Monteiro de Barros - Nasceu o dr. C. Monteiro de Barros em 2 de julho de 1886, no estado do Rio de Janeiro. Estudou Humanidades no Mosteiro de São Bento; e matriculou-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, pela qual se formou em Ciências Jurídicas e Sociais, em dezembro de 1908. É um dos mais conhecidos advogados do Rio de Janeiro e notável criminalista. Na tribuna forense, patrocinando causas importantes, tem obtido numerosos triunfos.

Destacam-se, entre as mais famosas causas em que tem sido advogado: o crime de Paquetá, defendendo Carlos Pinheiro Freire; os envenenamentos de Petrópolis, patrocinando a criada Alda Florentina, acusada de uma série de crimes, por meio do ácido arsenioso, na família Sá Earp, e absolvida unanimemente pelo júri; o escandaloso caso judiciário O Sistema Reintegrativo, defendendo, com o deputado Irineu Machado, Manoel S. Pichardo Garcia, absolvido por decisão da Corte de Apelação; os célebres assassinatos no Largo de São Francisco, sendo patrono dos inferiores (8) da Força Policial, acusados como mandatários da morte dos estudantes Junqueira e Guimarães, e absolvidos pelo júri. É este um dos mais falados e agitados processos nos anais judiciários brasileiros.

Além desses, citam-se ainda o crime da Caixa de Amortização, o dos "Estranguladores" Duran e muitos outros. Socialista militante, conhecido e querido nas classes operárias no Rio de Janeiro, jamais aceitou cargos públicos. É membro da Assistência Judiciária, instituição para a defesa dos pobres, e advogado de várias associações operárias.

Dr. Laudelino Freire - O dr. Laudelino Freire é professor catedrático de Geometria no Colégio Militar; bacharel em Direito e advogado na cidade do Rio de Janeiro; membro do Instituto da Ordem dos Advogados; vice-presidente e fundador da Enciclopédia Nacional do Ensino; ex-deputado ao Congresso Legislativo do Estado de Sergipe; redator-chefe da Revista Didactica, órgão do Colégio Militar.

O dr. Laudelino Freire tem, até hoje, publicado as seguintes obras, a primeira das quais data de 1895 e a última de 1911: Escriptos diversos, Chorographia de Sergipe, Historia de Sergipe, Sylvio Romero, Linhas de Polemica, Um critico e um poeta, Historia do Brazil, Sonetos Brazileiros, Ensaios de Moral e Os Proceres da Critica.

Evaristo de Moraes - Nascido na cidade do Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1871, principiou a vida profissional como professor no Mosteiro de São Bento, ocupando-se também de jornalismo e tomando ativa parte na propaganda republicana, como repórter da Gazeta Nacional e redator do Correio do Povo e da República Brazileira. Tem trabalhado continuamente, nestes últimos dez anos, nas mais notáveis causas criminais, julgadas no Rio de Janeiro, e notadamente nos processos de Basílio de Moraes, do atentado de 5 de novembro de 1897, do assassinato do coronel Gentil de Castro, de Cicero Peçanha, do crime passional da Tijuca (Luiz Lacerda-Benzanilla), dos assassinatos dos estudantes, de Dilermando de Assis. Ultimamente se ocupa com a célebre causa do dr. Mendes Tavares, que apaixona todo o brasil.

Redigiu o Boletim Criminal Brazileiro, colaborou na Criminalogia Moderna e nos Archivos de Anthropologia Criminal e Psychiatria de Buenos Aires, e na Revista de Direito, do Rio de Janeiro. Escreveu, durante seis anos, no Correio da Manhã, da mesma cidade, e agora escreve no Diario de Noticias, ao lado do conselheiro Ruy Barbosa, de quem é extremado partidário. Além de memoriais forenses, tem publicado várias obras, dentre as quais se destacam: Estudos de Direito Criminal, editada pela casa Alves & Cia.; Crianças Abandonadas e Crianças Criminosas, Apontamentos de Direito Operario, tendo sido esta última, de caráter francamente socialista, impressa na Imprensa Nacional. Tem no prelo outra obra, de grande volume, sob o título Questões Penaes e Problemas Sociaes.

O advogado Evaristo de Moraes é geralmente tido como patrono das classes operárias, por cujos interesses se tem batido na imprensa e nos tribunais, em ocasiões de greves e de outros conflitos industriais.

Dr. James Darcy - O dr. James Darcy, advogado no Rio de Janeiro, nasceu na cidade do Rio Grande, estado do Rio Grande do Sul, a 9 de julho de 1876. Formou-se em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro, em 1896. Foi aprovado na defesa de tese para receber o grau de doutor, em 1898. A tese do dr. Darcy versou sobre o divórcio, que ele defendeu francamente.

Foi nomeado promotor público da capital do estado do Rio Grande do Sul em 1899 e lente de Filosofia do Direito desde a fundação da Faculdade de Porto Alegre. É redator da Revista da Faculdade de Sciencias Juridicas e Sociaes do Rio de Janeiro. Foi procurador fiscal e diretor do Contencioso do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul em 1900. Exerceu o mandato de deputado à Assembléia dos Representantes do Rio Grande em 1901. De 1903 a 1907, representou o mesmo estado na Câmara dos Deputados Federais, onde foi 1º secretário e líder da maioria, no governo do presidente Affonso Penna. Em 1908, renunciou ao seu mandato, abandonando a política. Desde então, dedica-se exclusivamente à advocacia.

Clique na imagem para ampliá-la

A Escola Superior de Agricultura, construída pelo dr. Oswaldo Ramos Lima
Foto publicada com o texto, página 532. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Dr. João M. de Carvalho Mourão - O dr. Carvalho Mourão nasceu na cidade de São João del Rei (Estado de Minas Gerais), a 2 de junho de 1872; é filho do dr. Aureliano Mourão, ex-deputado geral no regime monárquico, e de d. Anna Isabel de Castro Mourão. Fez os seus estudos preparatórios na antiga capital de Minas (Ouro Preto), obtendo aprovação nas quatro línguas (português, francês, latim e inglês) aos 10 anos de idade. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito de São Paulo, aos 13 de agosto de 1892. Redigiu vários jornais acadêmicos e foi eleito várias vezes orador oficial do corpo acadêmico, para o representar em diversas solenidades; entre outras, na instalação do Instituto dos Advogados de São Paulo, em 1891.

Advogou, a princípio, em São João Del Rei, sua terra natal. Veio, depois, advogar no Rio de Janeiro, em 1894, em companhia do ilustre jurisconsulto brasileiro Carlos de Carvalho. Desde então, tem exercido a advocacia na capital da República. É membro efetivo do Instituto dos Advogados desde 1895 e, nessa douta corporação, ocupou, por muitos anos, o cargo de orador oficial. Hoje, exerce o cargo de 1º secretário do Instituto. Fez parte do Congresso Jurídico Americano, de 1900. Foi advogado da E. F. Central do Brasil e do Banco da República do Brasil, de 1900 a 1906. Fez parte da comissão de jurisconsultos incumbida, pelo governo, da codificação das leis do processo civil, comercial e criminal no Distrito Federal.

Dr. Zeferino de Faria - O dr. Zeferino de Faria é um dos advogados mais conhecidos da cidade do Rio de Janeiro, onde goza de merecida reputação. Nascido nesta mesma cidade, fez o sue curso preparatório no antigo Colégio Abilio, figurando sempre entre os alunos mais distintos. Matriculou-se depois na Faculdade de Direito de São Paulo e aí se bacharelou em Ciências Sociais e Jurídicas. Voltou então ao Rio de Janeiro, começando a advogar com o notável jurisconsulto brasileiro dr. José da Silva Costa.

Embora afastado da vida política, pertenceu, no tempo do Império, ao Partido Liberal e prestou-lhe reais serviços, por ocasião da situação em que foi presidente do Conselho de Ministros o eminente visconde de Ouro Preto, de quem foi amigo.

Proclamada a República, o dr. Zeferino de Faria conservou-se nas fileiras monarquistas, dedicando-se exclusivamente à advocacia, e foi então nesse tempo que se acentuou mais a sua reputação como conhecedor do Direito Civil e Comercial e principalmente do Direito Industrial.

Faz parte do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros e nessa instituição exerceu os cargos de secretário e vice-presidente, além de várias comissões para que foi nomeado. Além disso, é membro efetivo da Ordem Jurídica, sócio honorário da Associação dos Advogados de Lisboa, sócio-correspondente da Sociedade de Legislação comparada de Paris, e faz parte de outras associações científicas e literárias.

O problema da Assistência Pública tem merecido especial atenção do distinto advogado, que é mordomo do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia e presidente da Sociedade Amante da Instrução, a mais antiga sociedade de beneficência brasileira, a qual mantém um asilo que dá sustento e educação a mais de cento e cinqüenta órfãs.

Dr. Renato de Carvalho Tavares - O dr. R. de Carvalho Tavares é um dos mais jovens advogados do Rio de Janeiro, pois nasceu a 7 de março de 1889, na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. Formou-se em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro, a 24 de dezembro de 1909. Em 1910, exerceu o cargo de auditor de guerra no Estado do Amazonas; e em 1911 voltou a advogar no Rio de Janeiro.

Dr. Astolpho Rezende - O dr. Astolpho Rezende nasceu a 12 de novembro de 1870, no município de Cataguazes, estado de Minas Gerais. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito de São Paulo, em dezembro de 1891. Dedicou-se à advocacia, primeiramente nas comarcas de Palma e Cataguazes, do estado de Minas, até 1903, exercendo também o cargo de presidente da Câmara Municipal nas mesmas cidades. Em 1903, mudou-se para a capital federal, onde exerceu e exerce a advocacia.

Foi nomeado delegado de Polícia em 1904, sendo chefe de Polícia o dr. A. A. Cardoso de Castro e presidente da República o conselheiro Rodrigues Alves; e os seus serviços foram aproveitados pelos chefes de Polícia que se sucederam até 1910, os srs. desembargador Espinola, dr. A. J. de Albuquerque Mello, dr. Alfredo Pinto Vieira de Mello e dr. C. de Leoni Ramos, conquistando então sucessivamente todos os graus da hierarquia policial. A 15 de novembro de 1910, sendo 1º delegado auxiliar, pediu demissão desse cargo, ao deixar a chefia o dr. Leoni Ramos. Atualmente dedica-se o dr. Astolpho Rezende apenas à advocacia. É o 2º secretário do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros.

Dr. Theodoro de B. Machado da Silva - O dr. Theodoro de B. M. Silva nasceu no Rio de Janeiro em 29 de março de 1870. Fez os seus estudos humanitários no Colégio de Itu (estado de São Paulo) e, tendo-se matriculado na Faculdade de Direito de São Paulo, ali concluiu o seu curso em 1891. Abriu banca de advogado na cidade do Rio de Janeiro onde, desde então, exerce a profissão. É advogado da Companhia Cantareira, do Banco Comercial, de Lage Irmãos, do sr. visconde de Moraes e de outras grandes empresas e firmas importantes.

Dr. Celso Bayma - O dr. Celso Bayma, advogado no Rio de Janeiro, é membro da Ordem dos Advogados Brasileiros e lente catedrático de História Universal do Colégio Militar. Exerce o mandato de deputado federal pelo estado de Santa Catarina. É filho legítimo do general dr. Alexandre Marcellino Bayma, antigo chefe do Corpo de Saúde do Exército, e de d. Manoela Lion Bayma.

Dr. Luiz Carlos Froes da Cruz - Advogado de vasta reputação, o dr. Luiz Carlos Froes da Cruz é natural da cidade de Niterói, onde nasceu em 27 de abril de 1852. Bacharel em Letras pelo Colégio Pedro II, fez o seu curso na Faculdade de Direito de São Paulo e em 1891 foi nomeado lente de Direito Comercial da Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro.

Com apenas 28 anos de idade, foi eleito deputado geral por Niterói e fez parte da Assembléia Constituinte, depois da proclamação da República, em 1891. Em 1905, foi reeleito e o tem sido sucessivamente, ocupando sempre um lugar brilhante na bancada fluminense, pela sua integridade e pelo zelo que sempre demonstrou em prol do seu estado. O dr. Froes da Cruz exerce a advocacia no Rio de Janeiro, onde tem escritório à Rua do Carmo, 64.

Dr. Paulo de Lacerda - O dr. Paulo de Lacerda nasceu na cidade de Campinas, estado de São Paulo, em 1872. Fez os seus estudos no Colégio de São Luiz, em Itu, dirigido pelos jesuítas. Formou-se em Direito e recebeu o respectivo grau em 1894, na Faculdade de São Paulo.

Muito moço, ainda estudante, redigiu o Diario de Campinas, numa época melindrosa para o Brasil, quando o governo do presidente Floriano Peixoto se achava a braços com a revolta da Armada, sob o comando dos almirantes Custodio de Mello e Saldanha da Gama, e com a revolução dos Federalistas.

O Diario de Campinas foi então um sustentáculo da causa legal perante a opinião pública de todo o Oeste do Estado de São Paulo. Como advogado, trabalhou o dr. Paulo de Lacerda no foro da capital do referido estado, com freqüentes chamados para Santos e outras localidades do interior, e ultimamente labuta no foro da capital federal.

Como escritor de Direito, além de grande quantidade de estudos esparsos nas revistas, de conferências e de arrazoados de causas perante a justiça, escreveu três obras: Contracto de Conta Corrente, Contracto de Abertura de Credito e A Cambial no Direito Brazileiro. É ainda bastante moço e continua a trabalhar com a maior atividade.

Dr. Antonio da Cunha Mendes - O dr. Antonio da Cunha Mendes, filho de Manuel Cesario Mendes e de d. Francisca da Cunha Mendes, nasceu em 187u4, na então Província do ceará. Formou-se na Academia de Direito de São Paulo. Durante o seu curso acadêmico, foi diretor da Revista do Brazil, em que colaboraram Clovis Bevilaqua, Coelho Netto, Arthur Azevedo, Affonso Arinos e outros escritores de alta nomeada.

Aos vinte anos de idade, entrou num concurso literário da Gazeta de Noticias, do Rio de Janeiro, sendo, entre noventa e quatro concorrentes, classificado em terceiro lugar. Publicou o volume Poesias e o romance Divorciados. Advogou no estado de São Paulo e há sete anos advoga no Rio de Janeiro.

Dr. Antonio Ramos Carvalho de Brito - Nasceu o dr. Carvalho de Brito na cidade do Rio de Janeiro em 22 de julho de 1871, sendo seus pais o sr. Antonio Carvalho de Brito e d. Cecilia da Silva Ramos Brito. Fez o curso de Humanidades nesta mesma cidade e matriculou-se em 1890 na Faculdade de Direito de São Paulo, onde fez o primeiro ano, transferindo-se em 1891 para a Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, então recentemente criada. Aí tomou o grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, em 16 de dezembro de 1893.

Iniciando a sua carreira na magistratura, exerceu os cargos de promotor público na Comarca de Mariana, em Minas Gerais, e juiz municipal em Cambuci e Sapucaia, estado do Rio de Janeiro. Em 1900, deixando a magistratura, estabeleceu banca de advogado na sua cidade natal, dedicando-se desde esta data exclusivamente ao exercício da sua profissão.

Dr. Paulo de Frontin - Matriculado os 14 anos de idade na antiga Escola Central em 1874, o dr. André Gustavo Paulo de Frontin em pouco tempo adquiriu entre os seus colegas grande prestígio e influência. Em março de 1879 terminou com brilhantismo os cursos de Engenharia Civil e Geográfica; em dezembro do mesmo ano, bacharelava-se em Ciências Físicas e Matemáticas; e no ano seguinte, formava-se também em Engenharia de Minas, iniciando logo a sua brilhante carreira no Magistério.

Em 1880, foi nomeado engenheiro residente do reservatório do França e pouco depois passou a ocupar o cargo de engenheiro-chefe do escritório das obras do novo abastecimento de água à cidade do Rio de Janeiro. Foi então, por proposta sua, levada a efeito a aquisição dos mananciais do Xerém e Mantiqueira. Em 1889, executou o dr. Paulo de Frontin a importante obra de suprimento rápido de água à cidade do Rio de Janeiro, que então sofria os efeitos duma temerosa seca. Em 1890, organizou o projeto de saneamento de Cataguazes; e em maio desse mesmo ano, fundou a Empresa Industrial de Melhoramentos do Brasil, para cuja estrada de ferro elaborou o projeto e o traçado e dirigiu a sua construção no trecho mais difícil, da Raiz da Serra à Paraíba do SUl.

Em 1906, ocupou a posição de diretor da Estrada de Ferro Central, o mais elevado posto da engenharia oficial no Brasil. No governo do dr. Rodrigues Alves, foi o dr Paulo de Frontin o chefe da comissão construtora da grandiosa Avenida Central, hoje Avenida Rio Branco; e pelo atual governo lhe foi confiado, mais uma vez, o elevado cargo de diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil.

O dr. Paulo de Frontin é sócio benemérito e atualmente diretor do Clube de Engenharia e lente da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Faz parte de várias sociedades e empresas industriais e é também diretor da Sociedade Sportiva Derby-Club. Foi agraciado pela Santa Sé com o título de conde.

Dr. Joaquim Murtinho - O dr. Joaquim Duarte Murtinho nasceu na cidade de Cuiabá, Mato Grosso, a 7 de dezembro de 1848. Veio para o Rio de Janeiro em 1861; e depois de fazer os seus preparatórios, matriculou-se na Escola Politécnica, então Escola Central, com 17 anos de idade. Em 1868, resolveu também freqüentar a Escola de Medicina, e veio a se formar em Engenharia Civil em 1870 e em Medicina em 1873.

Dedicando-se ao Magistério, regeu o dr. Murtinho, na Escola Politécnica, as cadeiras de Zoologia e Botânica e Biologia, Cálculo Diferencial e Integral e Mecânica Racional. Por acordo especial com o governo, lecionou ao mesmo tempo a cadeira de Química, sendo o primeiro a dar no Brasil a Teoria Atômica.

Muito moço, começou o dr. Joaquim Murtinho a exercer a clínica, como médico homeopata; e pelo seu extraordinário merecimento, veio a conquistar a mais alta e invejável reputação. Foi eleito senador por Mato Grosso em 1889. Em 1897, foi-lhe confiada a pasta da Indústria, Viação e Obras Públicas; e em 1898, no governo do dr. Campos Salles, assumiu a pasta da Fazenda. Neste último posto, pela sua política hábil, firme e perseverante, repartiu o dr. Murtinho com o presidente Campos Salles a glória da restauração das finanças do Brasil.

Deixou o ministério para pleitear a eleição de senador por Mato Grosso; e, eleito, voltou ao Senado em 1903; renunciou, porém, à sua cadeira em outubro de 1906. Foi reeleito em maio do ano seguinte e em 1906 exerceu as funções de presidente do Senado.

Como médico homeopata, fundou, juntamente com o dr. Saturnino de Meirelles, o Instituto Hanemaniano do Brasil, do qual foi feito mais tarde presidente perpétuo. Foi finalmente o dr. Murtinho presidente da delegação brasileira ao Congresso Pan-Americano, reunido no ano 1910 em Buenos Aires. O dr. Joaquim Murtinho faleceu em 1911, na idade de 63 anos.

Dr. Oswaldo Ramos Lima - O dr. Oswaldo Ramos Lima, construtor civil, tem o seu escritório à Avenida Rio Branco, 243, estabelecido em 1908. Neste curto espaço de tempo, tem desenvolvido a sua atividade, contando já grande cópia de construções executadas e em construção, tanto para particulares como para o governo. Diversas obras têm sido por ele executadas para o Ministério da Agricultura, entre elas a Escola Superior de Agricultura (em conclusão), à Rua General Canabarro, 338.

O dr. Oswaldo Ramos Lima possui uma bem montada oficina de carpintaria, com os mais aperfeiçoados maquinismos movidos à eletricidade, à Avenida Mem de Sá, 102, bem como dispõe de vastos depósitos para material e numeroso pessoal operário em constante atividade. É também sócio da casa Ramos Lima, Vaughan & Cia., a qual se encarrega de toda a sorte de instalações elétricas e venda de material e acessórios atinentes a esse ramo. O seu escritório e armazém estão instalados igualmente à Avenida Rio Branco, 243.

Além de inúmeras instalações feitas por esta firma em casas particulares, contam-se outras em edifícios públicos, sendo de notar as do Museu Nacional, Escola de Agricultura, a reforma do Palácio do Ministério da Agricultura, por ocasião da recepção realizada a 1º de junho de 1912, e outras. O dr. Oswaldo Ramos Lima é sócio do Clube de Engenharia.

Barão de Ibirocaí - O sr. Luiz de Freitas Valle, barão de Ibirocaí, descendente de antiga família de grandes proprietários de fazendas de criação, nasceu a 18 de agosto de 1855, em Alegrete, Rio Grande do Sul. Aí foi educado e em 1872 estabeleceu-se, permanecendo no Rio Grande até 1891, ano em que veio para o Rio de Janeiro. Tornou-se então corretor de fundos públicos, cargo que exerceu até 1909, quando se fez empreiteiro e construtor de estradas de ferro.

Tomou o contrato para a construção da estrada de ferro de São Luiz a Caxias, estado de Maranhão, com 400 quilômetros de extensão e que deve ficar concluída em 1914. Esta estrada será de construção perfeita e moderna.

Hoje constitui um companhia com a denominação São Luiz a Caxias, e cuja diretoria é formada pelo barão de Ibirocaí, presidente; e dr. João Proença, secretário. A sede da companhia fica à Rua da Assembléia, 33, no Rio de Janeiro.

O barão de Ibirocaí foi eleito presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro em 1910 para um período de dois anos; é diretor da Companhia de Seguros Caixa Geral das Famílias, a mais antiga do Brasil; e tem sido diversas vezes presidente do Club dos Diarios. Na sociedade do Rio de Janeiro, goza o barão de Ibirocaí da mais elevada consideração.

Armando C. da Silva Telles - O arquiteto sr. Armando C. da Silva Telles nasceu no Rio de Janeiro e estudou na Escola de Belas Artes da mesma capital, formando-se em Arquitetura em 1908. Começou logo depois de sair da escola a exercer a sua profissão.

Entre os projetos e construções por ele executados figuram o palacete do dr. Eduardo Guinle, a fachada da Casa Guinle em São Paulo, a casa Guinle na Bahia e várias residências para particulares. É também de sua lavra o projeto para o Quartel de Cavalaria que se acha quase concluído, à Rua Frei Caneca, no Rio de Janeiro. O seu escritório técnico funciona no edifício da casa Guinle, à Avenida Rio Branco, 4º andar.

Clique na imagem para ampliá-la

Edifícios projetados e construídos pelo sr. Armando Telles, arquiteto: 1) Residência do sr. Guinle; 2) Residência do dr. L. de Paula Machado
Foto publicada com o texto, página 533. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Dr. Alvaro Alves Barroso - O dr. Alvaro Alves Barroso, engenheiro civil, nasceu no Rio de Janeiro em 1879. Cursou a Escola Politécnica desta cidade, obtendo o título de engenheiro civil em março de 1900. Entrou no ano seguinte para a Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais, onde ficou na seção de construção até 1904. Foi em seguida engenheiro da Prefeitura do Rio de Janeiro, trabalhando nos melhoramentos da capital federal, na administração do prefeito Passos.

Em seguida, foi engenheiro da Empresa Construtora da Avenida Beira Mar, do Rio de Janeiro, tomando parte na direção dos trabalhos de construção, como chefe duma seção, trabalho esse que foi concluído em fins de 1908. Fez parte de diversas outras comissões em trabalhos da sua profissão.

Atualmente, é o diretor-secretário da Companhia de Viação e Construções, construtora e arrendatária da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, e auxiliar da diretoria da Companhia São Luiz a Caxias, tendo a seu cargo o escritório central, comum às duas empresas.

Dr. Deodato Cesino Villela dos Santos - O dr. D. C. Villela dos Santos, advogado no Rio de Janeiro, é sócio benemérito do Instituto dos Advogados Brasileiros, em cuja galeria de honra está o seu retrato, pelos relevantes serviços prestados a essa corporação; honorário do Ilustre Colégio de Advogados, de Lima; do Colégio de Advogados, de La Paz; e da Associação dos Advogados, de Lisboa; membro correspondente das academias de Jurisprudência e Legislação, de Barcelona, e Nacional de História, de Venezuela.

Foi o diretor geral e organizador da Exposição Internacional de Trabalhos Jurídicos, levada a efeito em 1894, pelo Instituto dos Advogados Brasileiros; em 1895, fez parte da comissão encarregada de confeccionar o regulamento da lei orgânica da Justiça local, no Rio de Janeiro; em 1900, foi um dos organizadores do Congresso Jurídico Americano, em cuja mesa ocupou o lugar de secretário, representando os advogados; e em 1905 desempenhou, com grande atividade e realce, o cargo de secretário da Comissão Diretora do Terceiro Congresso Científico Latino-Americano, que em agosto desse ano se reuniu no Rio de Janeiro.

O dr. Villela dos Santos iniciou a sua carreira, como magistrado, em São Paulo. Em 1885 foi secretário do governo da antiga província do Pará e, em 1889, um dos redatores da Tribuna Liberal e diretor do Diario Official. Além das múltiplas ocupações do seu escritório, é atualmente presidente do Club dos Diarios, da Sociedade Anônima de Imprensa O Malho e da Propagadora da Instrução aos Operários de Freguesia da Lagoa.

Augusto da Rocha Monteiro Gallo - O sr. Augusto da Rocha Monteiro Gallo, diretor da Companhia de Loterias Nacionais do Brasil e capitalista conhecido no Rio de Janeiro, nasceu em Vila Nova de Gaia (Portugal), a 4 de outubro de 1856. Veio para o Brasil em 1870; ocupou-se no comércio até 1906; neste ano, entrou para a companhia como tesoureiro, e no ano seguinte foi escolhido para diretor-secretário, cargo que desempenha atualmente.

O sr. Augusto da Rocha Monteiro Gallo é grande proprietário no Rio de Janeiro. Tem viajado por toda a Europa. Reside presentemente na sua bela vivenda do Silvestre, denominada Eliza Gallo e situada 276 metros acima do nível do mar.

João Augusto Belchior - O sr. João Augusto Belchior, importante capitalista do Rio de Janeiro, nasceu no Rio Grande do Sul em 1850 e veio para o Rio de Janeiro em 1864. Depois de freqüentar o colégio, durante um ano, fez a sua aprendizagem comercial com várias firmas, e tão brilhante foi a sua carreira que se tornou um dos negociantes mais importantes do Rio de Janeiro.

Nestes últimos anos, retirado da vida ativa, tem o sr. João Augusto Belchior empregado grande parte do seu tempo a viajar. Possui em Petrópolis magnífica residência, onde mora nos intervalos das suas viagens.

Comendador José Ferreira Sampaio - O comendador José Ferreira Sampaio nasceu a 4 de julho de 1839; depois de haver exercido vários cargos públicos, foi aposentado logo após a proclamação da República. O seu espírito ativo não se conformava, porém, com a inatividade e, convidado pelo falecido visconde Ferreira de Almeida, fez parte do Banco Crédito Móvel. Em seguida, com o coronel Augusto de Almeida, estabeleceu a primeira fábrica de tecidos de seda do Brasil; em 1899, foi encarregado da organização de seção de seguros terrestres e marítimos da companhia de seguros A Eqüitativa dos Estados Unidos do Brasil, da qual ainda hoje é diretor.

Atualmente, o comendador Ferreira Sampaio é também presidente do Banco Construtor do Brasil, presidente do Banco do Estado do Rio, presidente da Companhia Nacional de Armazéns Gerais, diretor da Estrada de Ferro de Goiás, diretor da Sociedade Anônima O Paiz e liquidador da Companhia Internacional Comércio e Indústria.

Dr. Franklin F. Sampaio - O dr. Franklin F. Sampaio nasceu a 25 de junho de 1867; formou-se em Direito pela Faculdade do Recife em março de 1889 e faleceu a 3 de fevereiro de 1909. Depois de formado, sem abandonar inteiramente a advocacia, dedicou-se, porém, principalmente à vida comercial, fundando em março de 1891 a Companhia Internacional Comércio e Indústria. Logo após, fundou também o Banco do Estado do Rio de Janeiro, que iniciou as suas operações em abril de 1898. Em 23 de novembro, reconstituiu o Banco Construtor do Brasil, que havia então entrado em liquidação forçada, sendo hoje um estabelecimento em franca prosperidade.

Com recursos próprios, criou ainda a importante sociedade de seguros de vida, marítimos e terrestres, A Eqüitativa dos Estados Unidos do Brasil, que começou a funcionar em maio de 1899. Durante a sua gestão nesta companhia foram estabelecidas sucursais em Portugal e na Espanha, tendo tido estas o melhor acolhimento.

O dr. Franklin Sampaio empregou também a sua invejável atividade no desenvolvimento ferroviário do Brasil, lançando as primeiras bases para a estrada de ferro de Goiás, que, partindo de Formiga, no estado de Minas, vai terminar no estado de Goiás. Foi ainda presidente da Sociedade Anônima O Paiz e liquidador do Banco Rural e Hipotecário.

Dr. J. C. de Souza Bandeira - O dr. Souza Bandeira nasceu no Recife a 16 de dezembro de 1865. Em 1881 matriculou-se na Faculdade de Direito dessa cidade, sendo-lhe por lei especial dispensada a idade de 16 anos, então exigida para a matrícula. Formou-se em novembro de 1884, sendo no ano seguinte, setembro de 1885, nomeado secretário da Província do Ceará, cargo que exerceu durante um ano, indo em seguida ocupar o mesmo cargo na província do Pará.

Em janeiro de 1888, foi nomeado oficial da Secretaria de Estado dos Negócios do Império, lugar esse que obteve por concurso. Em fevereiro de 1890 foi nomeado oficial primeiro da mesma secretaria, pedindo demissão em fevereiro do ano seguinte. Daí em diante dedicou-se à advocacia e ao Magistério. Em maio de 1892 foi nomeado procurador dos Feitos da Fazenda Nacional e, organizado o Distrito Federal, foi em janeiro de 1893 nomeado procurador dos Feitos da Fazenda Municipal, cargo que ainda hoje exerce.

O dr. Souza Bandeira rege, desde 1891, a cadeira de Direito Administrativo na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais, da qual é um dos fundadores. Em 1906, foi eleito membro da Academia Brasileira, da qual é primeiro secretário. Em 1910 foi o delegado do Brasil na conferência diplomática que se reuniu em Paris, para a Repressão do Tráfico das Brancas e para a Repressão de Publicações Obscenas. Em 1912 foi secretário geral da Junta de Jurisconsultos Americanos, reunida no Rio de Janeiro, para a codificação do Direito Internacional Público e Privado.

O dr. Souza Bandeira tem colaborado em vários jornais, como A Tribuna, O Correio da Noite, O Paiz e A Imprensa, bem como em diversas revistas; publicou os seguintes livros: Estudos e Ensaios, 1901; Reformas, 1909; Peregrinações, 1911.

Dr. João Julio de Proença - O dr. João Julio de Proença é um nome feito na Engenharia e na indústria, como profissional de rara competência e inteligente industrial. Tem sob a sua direção várias empresas de grande importância. Natural da cidade de Valença, estado do Rio de Janeiro, cursou com brilhantismo a Escola de Minas, de Ouro Preto, e diplomou-se em Engenharia Civil e de Minas, em junho de 1893. Ainda estudante, obteve a cadeira de Matemáticas do Ginásio Mineiro, que esteve sob a sua regência durante cerca de quatorze anos, até 1905; e foi também lente substituto das cadeiras de Metalurgia e Lavra de Minas da escola.

Logo após a sua formatura, foi nomeado para a Comissão Construtora da Capital Mineira, onde trabalhou até fins de 1894. Em seguida foi engenheiro das comissões de Estudos e Construção das Estradas de Ferro Paraopeba e Barroso-Pomba e fez parte da firma empreiteira dos estudos e construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas. Mais tarde, foi engenheiro dum sindicato formado para a exploração de jazidas minerais do estado de Minas Gerais, donde se constituiu a Companhia de Mineração do Brasil em 1900. Desta companhia, foi o dr. João Julio de Proença desde o seu início presidente e diretor técnico, cargos que ainda ocupa.

Em 1905, organizou a firma industrial e empreiteira Proença, Echeverria & Companhia, de que é sócio gerente, firma essa que tem executado várias obras de grande valor da Prefeitura Municipal e da Comissão do Porto do Rio de Janeiro e ainda muitos outros melhoramentos na capital da República.

Em 1908, obteve a firma, por concorrência pública, o contrato com o governo federal para a construção da Estrada de Ferro de São Luiz a Caxias e ramal de Itaqui no estado do Maranhão. Esse contrato foi, pouco tempo depois, transferido para a firma Ibirocaí & Cia., da qual aquela continuou fazendo parte, em sociedade com o barão de Ibirocaí, continuando como sócio gerente o dr. João Proença.

Ultimamente, sendo constituída a Companhia São Luiz a Caxias, como cessionária de Ibirocaí & Cia., e da qual fazem parte todos os sócios das duas firmas antecessoras, ficou o dr. João Proença como diretor-secretário, com a direção de toda a parte técnica. Em 1908, foi também por ele organizada a firma Proença & Gouvêa, que tomou a si o contrato com o governo federal para a construção e arrendamento da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte e da qual pouco tempo depois se tornou cessionário.

Em começo do ano de 1911, organizou o dr. João Proença a Companhia de Viação e Construções, de que é incorporador e principal acionista e na qual assumiu toda a gerência como diretor presidente, tendo-lhe transferido os contratos de construção e arrendamento da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte. Moço ainda, duma atividade excepcional, tem o dr. João Proença, além dessas empresas importantes, outros muitos negócios de menor vulto, para os quais ainda lhe chega o tempo.

Coronel Zacharias Borba dos Santos - O coronel Zacharias Borba dos Santos é natural do estado do Paraná e, tendo entrado muito moço para a carreira comercial, veio a ocupar nela uma posição de destaque. Organizou no Rio de Janeiro a Companhia de Kiosques, hoje extinta, e estabeleceu também uma fábrica de massas alimentícias na Ponta do Caju e uma fábrica de rendas em São Cristóvão.

O coronel Zacharias Borba dos Santos está hoje retirado da vida ativa e faz freqüentes viagens à Europa. É grande proprietário no estado do Paraná, onde tem extensas fazendas de mate, e no distrito federal, onde entre outras propriedades possui a vila Savana.

Dr. Antonio Americo Barbosa de Oliveira - O dr. Barbosa de Oliveira nasceu em 1889 no Rio de Janeiro e é filho do falecido dr. Americo Leonidas Barbosa de Oliveira. Estudou na Escola de Direito e formou-se em Leis em 1910, começando logo a exercer a sua profissão.

O dr. Barbosa de Oliveira é presidente da Sociedade Anônima Garage Vera Cruz, e também sócio comanditário da firma manufatora de chapéus Francisco Graell & Cia. O seu escritório fica à Rua do Rosário, 80.

O dr. Americo Leonidas Barbosa de Oliveira, natural do estado da Bahia, filho legítimo de Antonio Americo Barbosa de Oliveira e de Ursulina da Costa Borges Barbosa de Oliveira, formado em Engenharia pela Escola Politécnica e com o curso da Escola Naval, matemático ilustre, fez vários concursos para lente em ambas as escolas, sendo finalmente nomeado lente catedrático da cadeira de Balística, na Escola Naval. Publicou, além de várias teses, um tratado de Balística Externa que mereceu os maiores elogios, tanto de competentes brasileiros, como estrangeiros, tendo sido premiado pelo governo imperial. Faleceu repentinamente aos 42 anos, em 1892.

Oscar Lopes - O sr. Oscar Lopes nasceu no Ceará em 1883. Estudou no Rio de Janeiro, formando-se em Direito em 1907. Foi redator da Gazeta de Notícias e publicou o livro de poesias Medalhas e Legendas; é também autor dos livros de contos Livro Truncado e Maria Sidney. O sr. Oscar Lopes fez já representar em diversos teatros os seus dramas Albatroz e Os Impunes e a sua comédia A Confissão. Atualmente, é o sr. Oscar Lopes o cronista da semana no jornal O Paiz.

Dr. Augusto Ramos - O dr. Augusto Ramos, engenheiro, lente da Escola Politécnica de São Paulo, é o autor e defensor do plano de valorização do café, tendo estudado a fundo essa questão, tanto no Brasil como no estrangeiro, visitando e examinando a organização e situação da indústria cafeeira em toda a América Espanhola. Desse trabalho, que realizou por encargo do governo de São Paulo, apresentou um relatório que muito influiu sobre aquela gigantesca operação.

Em 1903, por ocasião da reunião de um congresso industrial, de que foi um dos organizadores, propôs o dr. Augusto Ramos, para o fim de estabilizar o câmbio do Brasil, a criação da Caixa de Conversão, que pela imprensa defendeu ardentemente em 1906, quando foi definitivamente adotado esse precioso aparelho de que têm resultado para o país os maiores benefícios.

Também da indústria açucareira se tem ocupado largamente o dr. Augusto Ramos, tendo representado oficialmente o estado de São Paulo na Conferência Açucareira da Bahia, e o estado do Espírito Santo, assim como as indústrias paulistas, na Conferência de Campos, em 1911. Foi membro e um dos líderes da comissão executiva dessa conferência.

No domínio da Engenharia, o dr. Augusto Ramos, além de outros trabalhos, fez a maior parte das obras de saneamento da capital do Paraná, assim como as da capital do Espírito Santo. Presentemente, está concluindo, no vale do Itapemirim, as grandes instalações que projetou e contratou com o governo do estado do Espírito Santo e que constam de uma poderosa usina hidrelétrica e de fábricas de cimento, papel e açúcar, que daquela usina recebem a força propulsora.

Outro trabalho importante, projetado e realizado pelo mesmo engenheiro, é a construção da linha aérea destinada a transportar os turistas que visitam o Rio de Janeiro, até o pico do Pão de Açúcar, elevado e imponente penedo que domina a barra e baía dessa cidade e de onde se descortina o seu imenso e deslumbrante panorama.

Clique na imagem para ampliá-la

Vista do Pão de Açúcar, para cujo cume acaba de ser construído um caminho de ferro arco sob a direção do dr. Augusto Ramos
Foto publicada com o texto, página 534. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Leva para a página seguinte