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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [38-D]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho informa, nas páginas 517 a 523, a seguir reproduzidas (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

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Escola Politécnica: 1) Edifício; 2) Seção de Engenharia Civil; 3) Biblioteca; 4) Laboratório de Física
Foto publicada com o texto, página 518. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

A capital federal (cont.)

Escola Politécnica do Rio de Janeiro - A Escola Politécnica do Rio de Janeiro, que se acha instalada em edifício próprio, no Largo de São Francisco de Paula, teve a sua origem nos tempos coloniais, quando no Rio de Janeiro se instalou a Família Real de Portugal. Entre os vários estabelecimentos de instrução criados em 1808 foi, por Carta Régia de 4 de dezembro de 1810, instituída a Academia Real Militar, a qual, mais tarde, com as diversas reformas que se seguiram, se transformou na atual Escola Politécnica.

A Academia real Militar tinha por objeto o ensino das ciências militares, anexado a um curso regular das ciências exatas e de observação, de maneira a formar hábeis oficiais de Artilharia e de Engenharia, capazes dos levantamentos geográficos e topográficos e também da direção administrativa das minas, estradas, portos, canais, fontes, pontes e calçadas.

A reforma de 14 de janeiro de 1839, visando dar maior desenvolvimento aos estudos militares, de modo a habilitar devidamente os oficiais nas três armas do Exército, Engenharia Militar e Estado Maior, transformou a Academia, dando-lhe a denominação de Escola Militar.

Com esta reforma, já era permitida a freqüência dos civis nos diferentes cursos para a obtenção do título de Engenheiro Civil; mas as dificuldades que resultaram da rigorosa disciplina a que os civis não se podiam sujeitar, ocasionaram outras reformas, até que, pela de 1858, separando-se o ensino militar do civil, foi criada a Escola Central, destinada ao ensino da Matemática, ciências físicas e naturais e doutrinas próprias da Engenharia Civil.

Como os militares ainda faziam na Escola Central uma parte do seu curso, aquela em que as matérias eram comuns aos dois cursos, continuou ainda o estabelecimento sob a superintendência militar. Só em 1874, estando no poder o gabinete ministerial do conselheiro José Maria da Silva Paranhos (visconde do RIo Branco), a lei nº 5.600 do Ministério do Império de 25 de abril de 1874, dando estatutos à nova Escola Civil, completamente independente da administração militar, criou a atual escola, com a denominação de Escola Politécnica, que ainda hoje se conserva.

A Escola Politécnica passou então a ser um grande centro de instrução profissional superior, difundindo ao mesmo tempo os conhecimentos teóricos das ciências exatas.  Escola Politécnica, com o regulamento de 1874, compreendia, além dum curso geral, teórico, os seguintes especiais: Ciências Físicas e Naturais, Ciências Físicas e Matemáticas, Engenharia Geográfica, Engenharia Civil, Engenharia de Minas, Artes e Manufaturas. Estes cursos conferiam, separadamente, os títulos de bacharel e doutor nas Ciências Físicas, Naturais ou Matemáticas, e os títulos de engenheiro de cada uma das respectivas especialidades.

A reforma de 1896, de acordo com um projeto formulado pela Congregação, instituiu apenas cinco cursos especiais, baseados num curso geral mais desenvolvido; compreendia todo o ensino 27 cadeiras e 14 aulas. Os cursos especiais abrangiam: Engenharia Civil, Engenharia de Minas, Engenharia Industrial, Engenharia Mecânica, Engenharia Agronômica.

Estes cursos conferiam os títulos de engenheiro de cada uma daquelas especialidades. Conferia também a escola o grau de bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas aos engenheiros com aprovações plenas ou distinções em todas as cadeiras e aulas do curso geral e de qualquer dos cursos especiais. O título de engenheiro geógrafo, que a princípio fora suprimido, passou  ser dado aos alunos que concluíam o curso geral, por terem passado para este curso as matérias que faziam parte daquele.

Mais tarde, com a reforma de 1º de janeiro de 1901, que criou o Código dos Institutos Oficiais de Ensino Superior e Secundário e os respectivos regulamentos para cada instituto, ficou a Escola Politécnica composta dum curso fundamental feito em 3 anos, em substituição do curso geral e dos mesmos cursos especiais feitos em dois anos, tendo ao todo 25 cadeiras e 8 aulas.

Finalmente, o decreto nº 8.659, de 5 de abril de 1911, que criou a última lei orgânica do Ensino Superior e Fundamental, e o decreto nº 8.663 da mesma data, que organizou o atual regulamento da Escola Politécnica, suprimiu o curso fundamental, instituindo somente três cursos, nos quais ficaram disseminadas as matérias do curso fundamental suprimido. Os cursos especiais são os seguintes: Engenharia Civil, Engenharia Industrial, Engenharia Mecânica e de Eletricidade. Estes cursos conferem certificados de cada uma destas especialidades.

Atualmente, o ensino na Escola Politécnica abrange três especialidades, das quais a mais concorrida é a da Engenharia Civil, onde o curso é feito em 17 disciplinas, distribuídas em cinco séries.

É a Escola Politécnica do Rio de Janeiro um instituto superior, de tradições gloriosas, o qual prepara os engenheiros nacionais em condições que rivalizam com os das escolas estrangeiras, a ponto de serem os serviços daqueles profissionais preferidos pelas próprias companhias estrangeiras estabelecidas no Brasil.

O edifício da Escola Politécnica, situado no Largo de São Francisco de Paula, compõe-se de três pavimentos, nos quais estão instalados os diferentes gabinetes, laboratórios, salas de aula, sala da Congregação, diretoria, secretaria, portaria e biblioteca. Todos os compartimentos são amplos, bem instalados e organizados com os mais aperfeiçoados aparelhos, maquinismos e modelos, de modo a difundir praticamente as lições aí professadas. A biblioteca dispõe de dois vastos salões, dos quais um destinado a sala de leitura; contém cerca d 30.000 volumes concernentes a todos os ramos de conhecimentos humanos; e adota o catálogo decimal, pelo método Dewey.

O atual diretor da Escola Politécnica é o dr. João Baptista Ortiz Monteiro. O corpo docente compõe-se, além de quatro professores em disponibilidade, de 22 professores ordinários, 10 professores extraordinários efetivos, 8 mestres e 11 preparadores.

O dr. J. B. Ortiz Monteiro, diretor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, nasceu em São Paulo, em 1853. Cursou a antiga Escola Central, hoje Escola Politécnica, no Rio de Janeiro, formando-se em Engenharia Civil e obtendo também o grau de bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas em 1878. Foi nomeado professor em 1879 e desde então se tem dedicado exclusivamente ao magistério. Foi nomeado diretor da Escola Politécnica em 1905,  e em 1911, por ocasião do decreto que reformou o ensino, foi pela Congregação eleito para exercer o mesmo elevado cargo. O dr. Ortiz Monteiro, além de diretor da Escola Politécnica, é professor ordinário de Geometria Descritiva na mesma escola.

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Colégio Anglo-Brasileiro, nova escola da Chácara Vidigal, Gávea: 1) Praia particular do colégio; 2) Parte do edifício do colégio; 3) Morros Dois Irmãos, em terrenos do colégio
Foto publicada com o texto, página 519. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Colégio Anglo-Brasileiro - Recentemente mudou este colégio interno para meninos a sua sede de Niterói, estado do Rio de Janeiro, para a chácara do Vidigal, na Gávea, onde fora construído um edifício apropriado para o seu funcionamento. Magnificamente situado, 300 pés acima do nível do mar, o edifício tem uma soberba vista sobre o oceano. O cenário é grandioso, havendo aos lados a floresta virgem e atrás a majestosa montanha dos Dois Irmãos.

O colégio fica situado em terreno próprio, tendo ao mesmo tempo o ar do mar, o das montanhas e o das florestas. A água, suprida por torrentes que correm dentro da propriedade, é a mais pura possível. Em um destes cursos de água, sob uma cachoeira, foi construído um magnífico banheiro ao ar livre; há também, para banhos de mar na praia, um estabelecimento de propriedade do colégio.

La vie au grand air é o lema do colégio, e dificilmente se obteria melhor situação, ou melhor edifício, para tal fim. Os exercícios atléticos e os jogos constituem uma das feições características deste estabelecimento, que é sucursal do Colégio Anglo-Brasileiro de São Paulo.

Foi fundado em Niterói, há dois anos, e desde o início foi o seu êxito considerável. A educação ministrada aos rapazes visa prepará-los para as universidades inglesas, americanas e brasileiras, havendo cuidado especial no ensino de línguas modernas, o qual é feito pelo método direto.

No artigo sobre o mesmo colégio em São Paulo, foi dado um ligeiro resumo da vida do sr. Charles Wicksteed Armstrong, fundador do colégio. O sr. Armstrong tenciona embelezar ainda mais a já formosa Chácara Vidigal, abrindo-lhe também novos caminhos e avenidas, de modo a torná-la um dos pontos mais belos da terra. Foram já construídos vários chalés próximos ao edifício da escola, para moradia dos professores e outras pessoas ligadas ao funcionamento do colégio. Alguns desses professores vieram contratados diretamente da Inglaterra. Apesar da sua maravilhosa posição, no meio de matas, o colégio fica a meia hora da Avenida Central, fazendo-se o trajeto em automóvel.

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Clube de Engenharia: 1) O clube na Avenida Rio Branco; 2) Gabinete do secretário; 3) Sala de leitura; 4) Uma das salas do clube
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Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Rio de Janeiro - Este instituto foi o primeiro que, no Rio de Janeiro, se organizou para amparo à infância. Foi fundado pelo dr. Moncorvo Filho, com o auxílio das pessoas caridosas da sociedade carioca, e abriu as suas portas a 14 de julho de 1901. Fundou o instituto um Dispensário Central, onde a assistência médica, nas diversas seções, está a cargo dos ilustres clínicos drs. Doméque de Barros, Ribeiro de Castro, Quartim Pinto, Almeida Pires, Sylvio Rego, Fontenelle, Linneu Silva e muitos outros.

Alguns dos serviços da instituição merecem especial menção. Tais são, por exemplo, os de ginecologia e proteção à mulher grávida pobre, sendo prestados todos os socorros, não só durante o período de gravidez, como também após o parto e recebendo o nascituro um enxoval completo.

Outro serviço, digno de nota, é o do exame e habilitação das amas-de-leite, pelo qual se preserva a infância de receber, logo no primeiro alimento, os germes de doenças que são, em grande parte, causadoras do obituário infantil.

O instituto tem também um serviço denominado Gota de Leite Dr. Sá Fortes, onde são gratuitamente fornecidos, às crianças, leite ou farinhas alimentícias. No serviço de distribuição de socorros em vestes, calçado, alimento etc., há matriculados mais de 4.000 pensionistas. De 14 de julho de 1901 a 31 de dezembro de 1910, foram socorridos pelo Instituto de Proteção à Infância do Rio de Janeiro 35.719 indivíduos, socorros esses avaliados em Rs. 1.411:212$105.

Além do Dispensário Moncorvo, pretende o instituto, desde que para isso possua recursos bastantes, criar outras seções, tais como jardim da infância, escola profissional, hospital infantil, asilo de maternidade etc. O instituto possui já três estabelecimentos congêneres que funcionam na Bahia, Pernambuco, Maranhão; e recentemente foi criado o de São Paulo.

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Instituto de Proteção e Assistência à Infância
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Clube de Engenharia - A 24 de dezembro de 1880, a convite do sr. Conrado Jacob de Niemeyer, reuniram-se cerca de 50 engenheiros e industriais, a fim de se instalar a associação que tomou o nome de Clube de Engenharia. Foi nesta reunião reconhecido como sócio benemérito o sr. Conrado Jacob de Niemeyer.

O Clube de Engenharia tem por objetivo principal o estudo e discussão de todos os problemas que se relacionem com a Engenharia e a Indústria. A sua opinião no Brasil é altamente acatada; e por mais de uma vez lhe tem o governo confiado o estudo de questões que se prendem ao desenvolvimento econômico do país.

Nesta ordem de idéias, tem o clube prestado relevantes serviços, ocupando-se do estudo de traçados de linhas férreas, obras contra as secas ao Norte do país, determinação do preço de fornecimento de energia elétrica etc. etc. Em 1881, promoveu o clube o primeiro Congresso de Estradas de Ferro do Brasil, por iniciativa do seu presidente, que era, nesse tempo, o engenheiro dr. Fernandes Pinheiro. Em 1900, por iniciativa do dr. Paulo de Frontin e para comemorar o 4º Centenário do Descobrimento do Brasil, o Clube de Engenharia realizou o Congresso de Engenharia e Indústria, no qual foram tomadas medidas de grande alcance para o progresso material do Brasil.

O Clube de Engenharia publica uma revista, em que aparece a relação dos projetos e sua discussão, assim como os problemas apresentados ao estudo dos seus sócios. Acha-se o clube soberbamente instalado à Avenida Rio Branco, 124,1 26, num magnífico prédio apropriado ao seu funcionamento e que oferece grandes comodidades aos seus sócios. Este edifício foi inaugurado em 16 de fevereiro de 1910.

O clube é administrado por uma diretoria e um conselho diretor, em que figuram os nomes mais notáveis na Engenharia e Indústria brasileiras. Os sócios dividem-se em sócios beneméritos, honorários, correspondentes e efetivos. Administrativamente, há também uma comissão fiscal, com os respectivos fiscais e suplentes.

A diretoria compõe-se atualmente do srs. engenheiro dr. André Gustavo Paulo de Frontin, presidente, engenheiro J. S. de Castro Barbosa, 1º vice-presidente; industrial Eduardo P. Guinle, 2º vice-presidente; engenheiro Luiz van Erven, 1º secretário; engenheiro J. M. Sampaio Corrêa, 2º secretário; industrial Conrado J. de Niemeyer, tesoureiro.

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Diretoria da Associação dos Empregados no Comércio: 1) Joaquim Telles (1º secretário); 2) Octavio Joppert (bibliotecário); 3) Francisco Rios (vice-presidente); 4) Cel. José de Oliveira Castro (presidente); 5)Arthur Augusto Werneck Franco (2º secretário); 6) Seraphim Gonçalves Nogueira (2º tesoureiro); 7) Luiz da Fonseca Oliveira Seixas (1º procurador); 8) Accacio Leite (3º secretário); 9) João Rebello Gonçalves (2º procurador); 10) Jovino David do Valle (4º secretário); 11) Antonio Marques da Costa (1º tesoureiro)
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Associação dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro - A Associação dos Empregados no comércio do Rio de Janeiro, órgão da classe e instituição beneficente instrutiva, foi fundada a 7 de março de 1880 por um pequeno número de caixeiros, achando-se desde 1909 instalada na principal artéria carioca - a Avenida Rio Branco - em um elegante e suntuoso palacete próprio que, pela sua feitura altamente artística, se faz notado, à primeira vista. O número de seus membros, não obstante as diversas reformas por que a sua matrícula tem passado, devido a falecimentos e eliminações, ainda assim vai além d 34.000, devendo notar-se que estas admissões, na sua quase totalidade, procedem da Capital Federal.

É possuidora de dois riquíssimos edifícios: o da Avenida central e o da Rua Gonçalves Dias, interiormente ligados. Dentre os muitos benefícios dispensados pela associação, destacaremos as verbas mais importantes que ela no decurso de 32 nos de existência, tem despendido só em subsídios, conforme a sua estatística: Beneficências, 271.252$790; Medicamentos, 744.590$900; Pensões por Invalidez, 94.041$600; Pensões a Famílias, 399.044$460; Auxílios de Viagem, 122.234$969.

A sua ação beneficente, porém, não se resume só nisto; os associados gozam, ainda, dum invejável serviço clínico, composto de sumidades - entre as quais se encontram alguns professores da Faculdade de Medicina - e subdividido em especialidades, como alta cirurgia, eletroterapia e Raios x, duchas e massagens, sifiligrafia, oftalmologia, otorrinolaringologia, laboratório de análises, gabinete dentário e visitas em domicílio. A associação possui também biblioteca, seção comercial, consultório de advocacia e um Curso Comercial para o ensino de ciências e línguas.

É bastante elucidativo o movimento de cada uma dessas seções, como se pode ver pelo quadro imediato: consultas médicas, 553.269; receitas aviadas, 297.948; operações, 4.048; curativos, 119.064; análises bacteriológicas, 6.449; visitas médicas em domicílio, 25.462; aplicações eletroterápicas, 13.152; duchas e massagens, 1.268; vacinações, 14.524; serviço de assistência, 587; serviço dentário, 49.981; consultas de advocacia, 4.424; freqüência da biblioteca e seção comercial, 857.351; Curso Comercial, matrículas, 2.824.

Independente destes, mantém uma seção de seguros de vida, sob a base da mutualidade, só para uso dos referidos associados, que tem prestado excepcionais benefícios, já pela modicidade do prêmio, já pela importância do pecúlio. As suas finanças não deixam, por isso, de ser francamente lisonjeiras. O seu patrimônio eleva-se a 3.175:500$000.

A diretoria é constituída pelos srs. José de Oliveira Castro, presidente; Francisco Rios, vice-presidente; Joaquim Telles, 1º secretário; Arthur A. Werneck Franco, 2º secretário; Accacio A. dos Santos Leite, 3º secretário; Jovino David do Valle, 4º secretário; Antonio Marques da Costa, 1º tesoureiro; Antonio Parente Ribeiro, 2º tesoureiro; Octavio Furquim Joppert, bibliotecário; Luiz da Fonseca Oliveira Seixas, 1º procurador; e João Rebello Gonçalves, 2º procurador.

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Club dos Diários: 1) A sede do Club; 2) Salão de jogo de cartas; 3) Salão de baile; 4) Salão de leitura; 5) A escadaria da entrada
Foto publicada com o texto, página 522. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Club dos Diários - Fundou-se esta agremiação, em 1895, na cidade de Petrópolis, distante uma hora e quarenta e cinco minutos da do Rio de Janeiro, com a qual se comunica por estrada de ferro, havendo entre uma e outra oito trens por dia. Petrópolis é a mis bela cidade de verão do Brasil e, durante essa estação, fica repleta de moradores do Rio de Janeiro, que nela têm residências próprias, ou ocupam outras alugadas, bem como numerosos hotéis.

Foram este veranistas, os quais, em sua maioria, costumam vir diariamente, de manhã, ao Rio de Janeiro, e voltar à tarde, e por isso denominados Diários, que fundaram o clube, dando-lhe o nome que ainda hoje tem. A princípio, o Club dos Diários só funcionava em Petrópolis, e durante o verão; mas, desde 1900, passou a ter sede também no Rio de Janeiro, no edifício da extinta Sociedade Casino Fluminense, hoje de sua propriedade e um dos mais belos, confortáveis e luxuosos da capital.

Em pouco tempo se tornou esta uma das mais distintas sociedades recreativas do país, e hoje conta 525 sócios permanentes, além de 180 a 200, que pagam contribuições anuais. Entre os primeiros, há um classe de honorários, na qual se incluem os nomes do marechal Hermes da Fonseca, atual chefe da Nação, e dos ex-presidentes drs. Manoel Ferraz de Campos Salles e Francisco de Paula Rodrigues Alves. Todos os embaixadores e chefes de missões estrangeiras são considerados sócios honorários, durante a sua permanência no Rio de Janeiro.

O ativo do clube orça em cerca de Rs. 1.000:000$000. A sua atual diretoria se compõe dos srs. dr. Deodato C. Villela dos Santos, advogado, presidente; dr. Octavio de Souza Leão, advogado, secretário; e coronel João Pedro Caminha, capitalista, tesoureiro.

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Associação dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro: 1) A fachada da Avenida Rio Branco; 2) A fachada da Rua Gonçalves Dias
Foto publicada com o texto, página 523. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Banco do Estado do Rio de Janeiro - A sede deste banco fica na cidade do RIo de Janeiro, sendo, porém, o seu foro jurídico e administrativo a capital do estado. Foi fundado em 18 de janeiro de 1895 pelo dr. Franklin Sampaio (hoje falecido), o qual, até a sua morte, foi sempre o seu presidente.

O capital do banco, que a princípio era de Rs. 1.000:000$000, foi mais tarde elevado a 2.000:000$000, por ocasião de se criar uma carteira hipotecária. Destina-se esta importante instituição financeira, além das operações bancárias de ordem geral, a fazer empréstimos à lavoura, mediante a hipoteca de bens de raiz.

Para dar maior campo às suas operações, está o banco autorizado por seus estatutos a estabelecer agências nas localidades mais importantes do estado, mediante aprovação do governo estadual. Seus atuais diretores são os srs. comendador José Ferreira Sampaio, presidente; João Maximiano de Figueiredo, secretário, e Alfredo Braga, gerente.

Club dos Diários: 1) Dr. Octavio de Souza Leão (secretário); 2) Dr. D. C. Villela dos Santos (presidente); 3) Coronel João Pedro Caminha (tesoureiro)
Foto publicada com o texto, página 523

Banco da Província do Rio Grande do Sul - O Banco da Província do Rio Grande do Sul iniciou as suas operações em julho de 1858, e desde então a sua história tem sido de contínuos sucessos, como se verá da minuciosa notícia que se segue à da municipalidade de Porto Alegre.

Além da casa matriz, na capital rio-grandense, o banco estabeleceu filiais no Rio de Janeiro, Rio Grande, Pelotas, Santa Maria, Caxias, Cachoeira, Livramento, Alegrete, Uruguaiana e Jaguarão. Entre as seções especiais das suas operações bancárias, figuram as de descontos populares e de pequenos depósitos.

Os diretores do Banco da Província são os srs. Manoel Carvalho da Costa, João Caetano Pinto, João Alves Canteiro e Frederico Descheimer; e o gerente geral é o sr. Antonio de Vasconcellos. O capital é de 5.026:890$960.

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