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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [29-e]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho informa, nas páginas 363 a 366, a seguir reproduzidas (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

O café (cont.)

Ibaté

Fazenda Palmital (dr. Mor. De Barros) – A fazenda Palmital, de propriedade do dr. Antonio Moreira de Barros, tem uma área de cerca de 1.200 alqueires de terras, e é dedicada principalmente à cultura do café, de que tem uma plantação de 750.000 pés. A produção média anual é de cerca de 54.000 arrobas. A fazenda é montada com os mais aperfeiçoados processos para lavar os cafés, despolpá-los, distribuí-los pelos terreiros, por canais de água. Os maquinismos para descascar e classificar são também os mais modernos e apropriados. Todas as máquinas são acionadas por um motor elétrico cuja corrente é fornecida pelas usinas da Companhia Paulista de Eletricidade, seção São Carlos. Os terreiros - que são ladrilhados e macadamizados e depois pichados – ocupam uma área de 2 alqueires, ou seja, 49.000 metros quadrados.

As pastagens, onde são criadas mais de 300 cabeças de gado vacum, 60 lanígeros South-Down, 60 cavalos e mulas e 250 porcos, estendem-se por 70 alqueires de pasto e 700 de campo. Seis colônias, disseminadas em pontos salubres e cômodos, abrigam, em cerca de 130 casas, 100 famílias de colonos que roteiam a lavoura de café. Cada família de colonos, na generalidade italianos, tem criação de gado, porcos, cabras e galinhas, e possui atinente à casa larga faixa de terrenos para hortaliças e fartas e férteis terras para roças onde cultiva cereais à discrição e com toda a liberdade.

A fazenda dispõe de 10 carroções de 4 rodas puxados por 8 mulas cada um e outros por bois e também uma locomotiva de 40 hp que puxa duas gôndolas com capacidade para 150 sacos de café beneficiado em cada uma. A iluminação em toda a fazenda e colônias é elétrica.

Nas florestas que o proprietário conserva cuidadosamente e numa área de cerca de 200 alqueires, encontram-se as melhores essências, que são empregadas nos trabalhos da fazenda; para seu preparo, há uma bem montada serraria. A fazenda dispõe de uma oficina completa para os consertos e fabricação de maquinismos e material rodante. A casa de residência, de muito luxo e conforto, é cercada dum jardim e pomar de 7 alqueires. E há uma floresta de 53 alqueires onde se encontra toda a espécie de caça. Esta fazenda é uma das maiores do Brasil.

O dr. Antonio Moreira de Barros nasceu em 1867, no Brasil, onde fez os seus estudos. Formou-se em Direito e em 1888 saiu diplomado da Faculdade de São Paulo; desde essa época se dedica à cultura do café. Reside parte do ano na fazenda e o restante no seu palacete à Alameda Barão do Rio Branco, 20, em São Paulo. O dr. Moreira de Barros é filho único do falecido estadista Moreira de Barros, antigo ministro de Estrangeiros, líder da Câmara dos Deputados, presidente da mesma Câmara e presidente da província no regime imperial.

Fazenda Santa Rufina – A fazenda Santa Rufina, de propriedade do dr. Luiz Teixeira de Barros, situada entre montes e muito pitoresca, tem a área de 700 alqueires plantados, na maior parte, com 360.000 pés de café que produzem anualmente, em média, 38.000 arrobas. Para classificar e descascar o café, há um maquinismo todo ele moderno, movido a eletricidade; e para secagem, um terreno ladrilhado e iluminado a luz elétrica; na fazenda encontram-se máquinas para fubá. Há sete alqueires de terreno plantados com cana, que produzem quantidade suficiente para o fabrico de 250 sacos de açúcar de 60 quilos cada e 120 pipas de aguardente por ano.

Um alqueire está plantado com alfafa; 25 reservados para pasto, 45 para campo e 450 para extração de madeiras. Para residência dos colonos, que compõem 76 famílias, há 100 habitações; e para depósito de café, milho, açúcar etc., sólidos armazéns. Contam-se na fazenda 48 cavalos e mulas e 120 cabeças de gado. A casa de residência do proprietário é moderna e de todo o conforto, rodeada por um pomar, onde há toda qualidade de frutas. Na vizinhança desta, fica uma capela e a casa de administração. A água é distribuída profusamente pelas dependências da fazenda, toda iluminada a luz elétrica.

O sr. José Teixeira de Barros nasceu em 1870 no Brasil, onde se educou. Formou-se em Direito em 1893; e em 1895 tomava conta da fazenda do seu pai. É também sócio da firma Marcondes Carrão. O sr. J. Teixeira de Barros reside à Rua Conselheiro Nébias, 83, em São Paulo.

Fazenda Pau d'Alho (srs. Souza Barros) – A fazenda Pau d'Alho, de propriedade dos srs. Estevão de Souza Barros, João de Souza Barros e d. Leonor de Souza Barros, fica situada entre montes, o que lhe dá o aspecto mais pitoresco. Tem a área de 470 alqueires, parte dos quais plantados com 280.000 pés de café que produzem, em média, anualmente, 85 arrobas por mil pés. Para descascar e classificar o café, há um maquinismo moderno, movido a eletricidade; assim como maquinismo para secagem, este composto de lavador aperfeiçoado e despolpador com os respectivos tanques, além de um vasto terreiro ladrilhado de 12.000 metros quadrados.

Vinte e sete alqueires da fazenda são reservados para pasto e 150 para extração de madeiras que são de ótima qualidade. Para o preparo destas, existe uma serraria; e para moagem do milho, um completo maquinismo. Para moradia das famílias de colonos, em número de 58, encontram-se na fazenda habitações. Contam-se na fazenda 45 cavalos e mulas, 20 vacas e 60 carneiros. Para depósitos de milho e café, existem vastos armazéns. A casa de residência, rodeada por um belo pomar que produz todas as qualidades de frutas, é de todo o conforto. Toda a fazenda e suas dependências são iluminadas a luz elétrica.

O sr. Estevão de Souza Barros nasceu no Brasil em 1878, e fez os seus estudos parte neste país e parte na Áustria. Casou-se em 1897 e desde essa época reside na sua fazenda. O sr. João de Souza Barros nasceu no Brasil em 1871; fez os seus estudos parte na Alemanha e parte no Brasil, onde se formou em Direito em 1893. Reside em São Paulo na sua casa à Avenida Paulista, 103.

Limeira

Fazendas Ibicaba e Itapema – Esta fazenda situada no distrito de paz de Cordeiro, no município e comarca de Limeira, dista da Estação de Cordeiro 3 quilômetros. São seus proprietários os srs. Levy & Irmão. A área de 1.000 alqueires de terra está mais ou menos ocupada pela seguinte forma: 250 alqueires, com 500.000 pés de café, que produzem na média 50.000 arrobas por ano; 200 em matas virgens, onde se encontra grande variedade de madeiras de lei; 200 mais ou menos em pastos; 50 plantados com 200 quartéis de cana que dão a média de 300 pipas de aguardente anualmente; e 300 com algodão e cereais.

Possui a fazenda uma  máquina de beneficiar café que pode manipular por dia de 800 a 1.000 arrobas. Anexa à máquina está a oficina com todos os aparelhos precisos para o conserto de qualquer maquinismo e onde se constroem carroças, troles e tudo quanto a fazenda precisa. Para a fabricação de aguardente, há um engenho movido a água, alambiques, vasilhame para guardar 200 pipas etc. Há também uma serra, um moinho para fubá, máquina de beneficiar arroz etc.

Os maquinismos da fazenda, com exceção do engenho de cana, são movidos a eletricidade; mas há dois motores a vapor, de reserva, um de 25 hp e outro de 8 hp, prontos a funcionar quando falte a força elétrica. Os terreiros da fazenda são todos ladrilhados, ocupam uma área de 40.000 metros quadrados e comportam 20 mil alqueires de café; servem-nos 2 lavadores. Além da excelente casa de residência, há na fazenda 160 casas para empregados e colonos.

No município de Limeira fica também a fazenda Itapema, da qual igualmente são proprietários os srs. Levy & Irmão. Os seus 200 alqueires de terra estão assim ocupados: 100 alqueires, com 200.000 pés de café que produzem a média anual de 12.000 arrobas; 30 em pastos; 30, em matas virgens e o restante com cereais. O terreiro ladrilhado para secar café ocupa uma área de 15.000 metros quadrados. O café é beneficiado por uma máquina aperfeiçoada. Além da casa de residência, há 40 para empregados e colonos. A fazenda Itapema está a 3 quilômetros de Limeira e a 9 quilômetros da fazenda Ibicaba.

Os srs. José Levy e Simão Levy vieram moços da Europa em 1857, e são negociantes na Limeira sob a firma de J. Lévy & Comp., e em Santos sob a de Levy & Comp.

Fazenda Morro Azul (sr. L. B. de Miranda) – Esta fazenda tradicional, situada na Cordilheira de Morro Azul, em Limeira, fica apenas a quatro horas da capital do estado. A sua área é de 1.200 hectares, toda de terras roxas superiores. Compreende 400.000 pés de café na quase totalidade novos. As lavouras velhas foram aí abandonadas e aproveitados os terrenos para invernadas, onde existem cerca de 400 cabeças de gado.

Possui ainda a fazenda mais de 400 hectares de terras altas próprias para cultura da preciosa rubiácea, além de outras já ocupadas com café e cereais. Os serviços do preparo do café são feitos pelos melhores e mais modernos processos. Está sendo iniciada criação, em vasta escala, de suínos, ovinos e aves de raças escolhidas que, tão bem iniciada, não deixará de produzir magníficos resultados.

A residência do proprietário, sr. Luiz Bueno de Miranda, é uma luxuosa villa circundada de belos jardins. A colônia da fazenda oferece o aspecto duma linda aldeia composta de numerosas casinhas, onde moram 106 famílias de trabalhadores rurais e  empregados. Há aí uma escola gratuita para os colonos empregados na lavoura do café.

O sr. Luiz Bueno de Miranda nasceu em Campinas em 13 de dezembro de 1868 e ali permaneceu até a idade de 18 anos; depois foi para Santos, onde se dedicou ao comércio. Nesta importante praça fundou em 1889 a Companhia Comissária São Paulo e Minas, com o capital de Rs. 2.000:000$000. Em 1891 viajou toda a Europa e demorou-se algum tempo no Havre, a fim de estudar ali o comércio  de café. Apresentou depois, pela imprensa de São Paulo, algumas idéias úteis ao comércio de cafés brasileiros, e o governo paulista e também o federal fizeram votar e executar algumas leis por ele pedidas.

Isto não impedia o sr. Bueno de Miranda de dirigir 21 propriedades agrícolas com 4½ milhões de cafeeiros, pertencentes, a maior parte delas, à firma Prado Chaves & Cia., de São Paulo, da qual é gerente agrícola. Com a feliz combinação e adaptação de três máquinas aratórias americanas, resolveu o sr. Bueno de Miranda o problema das capinas de cafezais; e com outra máquina de sua invenção conseguiu o preparo do terreno dos cafezais antes da colheita.

Além dos aparelhos já citados para a cultura e colheita do café, possui o sr. Bueno de Miranda outros excelentes para o serviço de terreiro e uma carrocinha que distribui mecanicamente adubos nas ruas dos cafezais.

Fazenda Tabajara – A fazenda de Tabajara, situada no município de Limeira, a cerca de 3 milhas da estação de Limeira, é uma das mais importantes nesta parte da região. A fazenda, que tem uma área superior a 1.000 acres, fica situada em admirável cenário e tem abundante suprimento de água. As terras são principalmente aproveitadas na cultura do café, havendo mais de 210.000 pés que produzem anualmente, em média, 1.800 sacos de 60 quilos cada um.

O proprietário, dr. Antonio de Souza Queiroz, importou da Europa as melhores máquinas de lavoura e emprega em sua fazenda os mais modernos processos. A área da fazenda é, como ficou dito, superior a 1.000 acres, divididos do seguinte modo: 100 acres na cultura do café, 100 em cereais, 100 em pastagens, 50 em pomares e 670 em matas fechadas, não aproveitadas para cultura. Há acomodações para 50 famílias e colonos. Contam-se na fazenda 250 vacas e touros e cerca de 100 cavalos e bestas, além de grande número de  bois de carro etc.

Orlândia

Fazenda Santa Barbara (sr. A. Azev. de Souza)  – Esta fazenda, de propriedade do sr. Antonio Azevedo de Souza, fica muito próxima à Estação de Guaiuvira na Estrada de Ferro Mogiana. Tem uma área total de 750 alqueires, dos quais parte considerável plantada com café. Existem cerca de 270.000 pés, que dão a colheita anual de 20.000 arrobas, em média. Só os terreiros de café cobrem 1¼ alqueires.

O maquinismo para o preparo do café, que é movido por força hidráulica, pode tratar 500 arrobas de café diariamente; 60 alqueires estão em pastagens para 100 cabeças de gado, 20 éguas para reprodução e 40 cavalos e bestas. Em 100 alqueires, são cultivados diversos cereais, e há ainda 80 alqueires em mata. A fazenda tem uma boa casa de administração, boas cocheiras e depósitos para cereais e outros produtos e 55 casas para colonos.

A fazenda, uma das melhores do distrito, é administrada pelo sr. Antonio Azevedo de Souza Junior, que é também sócio da firma Marcondes Corrêa & Cia., conhecidos negociantes de café em Santos. O sr. Souza Junior reside na fazenda permanentemente.

Fazenda Conquista – Situada no município de Orlândia, distrito de Sales Oliveira, e de propriedade do dr. Luiz José Baptista Guimarães, tem esta fazenda a área de 500 alqueires, com 150.000 pés de café, que produzem anualmente, em média, 12.000 arrobas. Há 60 alqueires reservados para pasto, 100 em campo e 100 para extração de madeiras.

Dispõe a fazenda dum terreiro de secagem, ladrilhado em parte, e da superfície de 1.000 metros quadrados; excelente maquinismo para beneficiar e classificar o café, acionado por um motor de 8 hp, e que pode tratar até 500 arrobas por dia; 40 habitações para os colonos, que atualmente compõem 36 famílias; bem montada serraria; depósitos para milho e café; cocheiras; e, para os transportes, 36 cavalos e mulas e 40 bois de carro. Todas as seções da fazenda estão entre si ligadas pelo telefone. O prédio de residência do proprietário é excelente, assim como o da administração.

De propriedade do dr. J. L. Baptista Guimarães, é também a fazenda Belo Jardim, no município de Sertãozinho. De menor importância, tem esta a área de 40 alqueires, com 33.000 pés de café, cuja produção vai, em média, a 3.000 arrobas. Trabalham aí 8 famílias, para as quais existem habitações adequadas. A casa de residência é ocupada pelo administrador da fazenda, dr. Guimarães Filho.

O sr. Luiz José Baptista Guimarães nasceu em Portugal, em 1852, e veio para o Brasil em  1858. Durante 30 anos, foi negociante em diversas localidades do estado do Rio. Entregou-se, há cerca de 20 anos, à cultura do café; e há 12 se tornou proprietário da fazenda Conquista, onde reside, e a qual administra, com a coadjuvação de seu filho.

Fazenda Mellado – A fazenda Mellado, situada no município de Orlândia, distrito de Sales Oliveira, é de propriedade da sra. dona Juliana Ozorio Lima e tem uma área de 1.100 alqueires com 120.000 pés de café que produzem, em média, 10.000 arrobas, e 200 alqueires reservados para campo e 450 para pasto.

Na fazenda, há máquinas para classificar e bonificar café, assim como um ótimo terreiro ladrilhado, de 4.500 metros quadrados. Para moradia dos colonos, que compõem 20 famílias, existem 23 habitações. Contam-se na fazenda 23 cavalos e mulas e 300 cabeças de gado, máquinas para moer arroz e milho. Há uma ótima casa onde a proprietária da fazenda reside durante o ano todo; vastos depósitos para café e milho.

A fazenda, que é uma das mais bem tratadas do distrito, é administrada pelo sr. Getulio Lima, filho da proprietária. Seu irmão Joaquim Antonio Sobrinho administra a parte da fazenda denominada Santa Rosa, a qual é reservada à criação de gado. A fazenda fica distante 5 quilômetros da cidade de Sales Oliveira e tem comunicação telefônica com toda a vizinhança. O sr. G. Lima, que é brasileiro e nasceu em 1880, desde muito moço se dedica à lavoura do café. A sra. d. Juliana Ozorio Lima é proprietária da fazenda há 10 anos.

Fazenda Engenho – Esta fazenda, situada nos municípios de Orlândia e Batatais, distante 10 quilômetros da Estação de Sales Oliveira e 18 quilômetros de Batatais, é de propriedade do sr. Augusto Corrêa e tem a área de 700 alqueires, com 85.000 pés de café que produzem anualmente, em média, 9.500 arrobas. Há 5 alqueires plantados com cana, que dão para se fabricar todos os anos 500 sacos de açúcar, de 60 quilos, e 20 pipas de aguardente; 80 alqueires reservados para pasto, 60 para extração de madeiras e 200 em campo.

O terreiro para secagem ocupa a área de 4.000 metros quadrados; e nas vizinhanças, encontra-se maquinismo para fabricação do açúcar e álcool, assim como uma serraria, tudo movido por água. Na fazenda, onde trabalham 22 famílias de colonos, existem 25 habitações para os mesmos; e para os serviços de transporte há 14 cavalos e mulas, além de 150 cabeças de gado. Para moradia do proprietário, há uma ótima casa, assim como outra para administração, depósitos, cocheiras etc.

O sr. Augusto Corrêa, que também é sócio numa fazenda sita em Santa Angélica, município de Avaré, nasceu no Brasil, em 1868, onde foi educado e desde moço se dedica à lavoura do café. Há doze anos que reside na Fazenda Engenho.

Fazenda Santa Luzia – A fazenda Santa Luzia, situada no município de Orlândia, distrito de Sales Oliveira, é e propriedade do sr. Rizoleto Odilon de Lima, e tem a área de 144 alqueires, com 40.000 pés de café que produzem, em média, anualmente, 4.600 arrobas.

Na fazenda, há um terreiro ladrilhado para secagem do café, de 1.600 metros quadrados; um terreno de 35 alqueires reservado para pasto e outro de 80 alqueires para extração de madeiras. Para residência dos colonos, tem a fazenda 10 habitações, e para os serviços de transporte, 7 cavalos e mulas, além de 90 cabeças de gado. A casa de residência é de todo o conforto. Há ainda depósitos para milho e café, máquinas para moer movidas a água, cocheiras etc.

O sr. R. O. de Lima nasceu em 1884, no Brasil, onde foi educado. Dedica-se desde moço à cultura do café; e há 7 anos que reside nesta fazenda.

Campinas

Orozimbo Maia  – O sr. Orozimbo Maia, de Campinas, é proprietário de quatro fazendas de café denominadas Cocheiras, próxima da Estação de Valinhos; Bela Vista e São Bento, perto da Estação da Rocinha; e Rocio, na Estação de Cabras. Compreendem essas fazendas 600 alqueires de terras com 750.000 pés de café, que produzem anualmente 55.000 arrobas. As fazendas são servidas por excelentes aguadas e todas elas têm maquinismos movidos a eletricidade.

Dario Ferreira Novaes de Camargo – O sr. Dario Ferreira Novaes de Camargo é proprietário de duas grandes fazendas de café, em Campinas. A primeira, conhecida pelo nome de Três Pedras, tem a área de 200 alqueires e uma plantação de 200.000 pés de café, que dão anualmente uma colheita de cerca de 45.000 quilos. Trinta famílias trabalham nessa propriedade, em que se instalaram maquinismos modernos. A residência do proprietário é de construção moderna. O valor total desta fazenda é Rs. 600:000$000.

A outra fazenda, denominada Duas Barras, é do valor de Rs. 1.000:000$000, e tem de área 517 alqueires, com 280.000 pés de café. A sua produção anual é de 330.000 quilos. O sr. Dario F. N. de Camargo é natural de Campinas.

Fazenda Santa Helena – A fazenda de café Santa Helena está situada em Pedreira e tem uma área de 70 alqueires, com 90.000 pés de café, que produzem cerca de 8.000 arrobas anualmente. Cerca de 20 famílias trabalham nessa fazenda. O proprietário, sr. Fernando Augusto Nogueira Filho, nasceu em Capivari, em 1884, e recebeu a sua educação em Campinas e S. Paulo. É o representante geral, no estado de São Paulo, dos srs. Malta & Cia., comissários de café.

Dr. Sylvio Maya – O dr. Sylvio Maya possui duas fazendas no estado de São Paulo. Uma, a fazenda Iracema, em Atibaia, no município de Campinas, dista cerca de 1 légua das estações de Junquinho, Pedreira, Arraial dos Souzas e dr. Lacerda. Esta fazenda tem uma extensão (N.E.: SIC: alqueire é medida de área, não de comprimento) de 660 alqueires, com 450.000 pés de café, que dão uma colheita de 30.000 arrobas em média anual. O maquinismo para beneficiar café é do tipo mais moderno, e movido a vapor; mas o proprietário tenciona fazer agora uma instalação elétrica. As pastagens são extensas, havendo também 200 alqueires de matas ricas em madeiras de lei, tais como cedro, peroba, cabriúva, cabiúna, jequitibá etc.

Os colonos ao serviço da fazenda compõem 90 famílias; e há para todos boas casas, iluminadas a gás acetileno. O suprimento de água é abundante. A casa de residência e mais dependências obedecem às regras de construção moderna.

A outra fazenda de propriedade do dr. Sylvio Maya denomina-se Bocaina e fica no município de São Manuel. Tem a área de 80 alqueires, com 110.000 pés de café que dão uma colheita anual de cerca de 15.000 arrobas. A fazenda dispõe duma boa instalação para beneficiar café, movida a eletricidade. Há na propriedade ótimas pastagens e matas. Os colonos são em número de 24 famílias, para as quais há boas moradas.

O dr. Sylvio Maya formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1885; clinicou em diversas cidades do interior por algum tempo; e veio depois para São Paulo, onde tem numerosa clientela. É diretor da maternidade e membro do Instituto de Medicina e Cirurgia e da Sociedade Paulista de Agricultores. Reside à Avenida Tiradentes, 27, São Paulo.

Coronel Francisco Coutinho – O coronel F. Coutinho é proprietário de seis grandes fazendas e outras pequenas, com total de 3.000.000 de pés de café. Figura assim entre os maiores fazendeiros de café do Brasil. As suas fazendas são as seguintes: duas no município de Campinas, uma – a de Pedras – próxima à Estação Dr. Lacerda, e a outra perto de Campinas, chamada fazenda das Larangeiras.

Estas fazendas têm a área total de 600 hectares, com 400.000 pés de café, que dão anualmente 25.000 arrobas. Trabalham ali 70 famílias de colonos. Contam-se cerca de 250 cabeças de gado das raças Shorthorn, Jersey etc. O coronel Coutinho se ocupa também da criação de cavalos de corrida.

A fazenda da Lagoa Alta, no município de Descalvado, a 3 quilômetros da estação de Pântano, na linha Paulista, tem de área 1.800 hectares e 530.000 pés de café, cuja colheita anual vai a 43.000 arrobas. Tem 98 famílias de colonos. Existem 400 hectares de mata virgem com cedros, perobas, cabriúvas etc. O gado da fazenda compõe-se de 300 cabeças das melhores raças da Suíça e Holanda. Tem também 80 éguas nacionais. Trabalham na propriedade 98 famílias de colonos.

A fazenda Santa Elisa fica no município de Matão, perto da estação da Dobrada (3 km). Tem uma área de 1.750 hectares com 700.000 pés de café, produzindo 70.000 arrobas. A fazenda emprega 130 famílias de colonos e tem 150 cabeças de gado para as quais há 200 alqueires em boas pastagens. Existem 200 alqueires em floresta virgem com boas madeiras. Há uma serra mecânica na fazenda.

A fazenda Alzira fica no município de Jaú, a 2 quilômetros da estação do Banharão. Tem 2.100 hectares com 700.000 pés de café e dá anualmente 72.000 arrobas. Emprega 140 famílias de colonos, para os quais há uma capela. Há também uma banda de música com 40 figuras, organizada entre os colonos. A fazenda tem gado, excelentes cocheiras e 1.000 hectares de mata virgem.

A fazenda da Restinga, no município de Ribeirão Preto, a 4 quilômetros da estação Guarany, tem 350.000 pés de café que dão 32.000 arrobas. A fazenda emprega 64 famílias de colonos e tem 170 alqueires de mata virgem. Nesta propriedade deu o coronel Coutinho, ultimamente, sociedade a seu genro.

Além destas, tem o coronel Coutinho várias outras fazendas menores. Em todas as suas fazendas, existem boas instalações para o preparo do café, movidas a vapor ou a eletricidade; excelentes casas de residência, administração e muito boas casas para a moradia dos colonos.

O coronel Francisco Coutinho está também interessado em várias indústrias do estado e tem casa comissária em Santos.

Fazenda do Pão Grande – A fazenda do Pão Grande fica situada no município de Campinas, sendo a mais próxima estação de estrada de ferro, a de Anhumas, na linha Mogiana. O proprietário da fazenda é o dr. Francisco A. de Souza Queiroz, o mais antigo membro existente desta família tão conhecida em São Paulo.

Foi ele o fundador da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia e das suas muitas ramificações, entre as quais figuram como as mais importantes e conhecidas o Asilo de Mendicidade, instituto moderno para aleijados, e o Hospital de Morféticos Guipard. Tem ainda o seu nome ligado a outras instituições de caridade do estado de São Paulo. Na política e administração do município, tem tido o dr. Queiroz importantíssimo papel. É acionista do Banco do Comércio e Indústria do Estado de São Paulo; e está intimamente ligado a outros estabelecimentos bancários do estado de São Paulo.

A fazenda do Pão Grande tem cerca de 200 alqueires de extensão, considerável parte dos quais empregados na cultura do café, de que há 200.000 pés. O maquinismo para beneficiar o café é movido por uma turbina e tem dado resultados altamente satisfatórios. Há na fazenda outras culturas, tais como arroz, feijão e milho; pastagens muito boas e cerca de 45 casas para moradia dos trabalhadores.

São Manoel

Fazenda Capim Fino  – Entre as numerosas fazendas do município de São Manoel figura pela sua importância a de Capim Fino, de propriedade dos srs. J. Sampaio & Irmãos. Situada apenas a meia légua da cidade e estação de São Manoel, tem de área 240 alqueires, em parte plantados com 200.000 pés de café que anualmente produzem, em média, 21.000 arrobas.

A fazenda é provida dum moderno maquinismo, movido a eletricidade, para beneficiar café; terreiro parra secagem, de 8.000 metros quadrados; moinho para fubá; 44 habitações para colonos; depósitos para café e milho etc. Há 25 alqueires reservados para pasto e 20 para extração de madeiras. Contam-se na fazenda 27 cavalos e mulas. A casa de residência tem todas as comodidades e é iluminada a luz elétrica, assim como toda a fazenda.

A três léguas distante da Estação de São Manoel encontra-se a Fazenda Banharão, de propriedade do sr. José de Sampaio Goes, a qual tem de área 800 alqueires, com 150.000 pés de café, cuja produção anual vai, em média, a 10.000 arrobas. A fazenda é provida de maquinismo acionado por um motor a vapor, de 10 hp, para descascar e classificar café; vasto terreiro alcatroado e ladrilhado, para secagem; 22 habitações para colonos; depósitos para café e milho; estábulos etc. Há 200 alqueires de terras reservados para pasto e 800 para extração de madeiras. Existem na propriedade 21 cavalos e mulas e 350 cabeças de gado. A casa de residência do proprietário e a do administrador são modernas e muito confortáveis.

O sr. José Sampaio Goes nasceu e foi educado no Brasil; e conta hoje 60 anos de idade. Reside na sua casa, em São Paulo. Seu filho, sr. João Sampaio Goes, nasceu no Brasil em 1883, e há 10 anos se dedica à lavoura do café. Reside em São Manuel.

Fazenda Limeira (sr. Arthur Fortes) – No município de São Manoel, a 8 quilômetros da estação do mesmo nome, fica a fazenda Limeira, pertencente ao sr. Arthur Fortes, prefeito de São Manoel. A fazenda tem 21 alqueires plantados com 36.000 pés de café que anualmente produzem, em média, 5.500 arrobas; e é provida dum terreiro ladrilhado para secagem, 8 habitações para colonos; depósitos para café e milho, moinho para fubá movido a água; e para os transportes, 6 cavalos e mulas e 6 vacas. A casa do proprietário é de todo o conforto.

O sr. Arthur Fortes nasceu no Brasil em 1870 e aqui fez os seus estudos. Desde moço dedicou-se à lavoura. Foi durante 5 anos membro do Conselho Municipal de São Manoel; e há dois anos que foi eleito prefeito.

Fazenda Itaoca – Esta fazenda, de propriedade do dr. Sergio Meira, fica situada próximo a São Manoel, no município do mesmo nome. Está plantada com 200.000 pés de café, que dão uma colheita de 36.000 arrobas, em média anual. O maquinismo para beneficiar o café é muito moderno e acionado por um motor a vapor, de 10 cavalos. A fazenda ocupa 35 famílias de colonos, para os quais existem boas casas; e tem instalação de luz elétrica.

O dr. Sergio Meira nasceu na Paraíba do Norte. Fez os seus estudos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou. Exerceu a clínica no Rio e em Campinas. Foi diretor de Higiene e Saúde Pública em São Paulo em 1889. É presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo e também diretor da Escola Politécnica, fundador da Gota de Leite da Policlínica e da Creche Baronesa da Limeira.

Brodowsky

Fazenda São José (sr. Silva Passos)  – A fazenda São José, de propriedade do sr. José Aleixo da Silva Passos, no distrito de Brodowsky, município de Batatais, tem uma área de 70 alqueires com 110.000 pés de café que anualmente produzem, em média, 10.000 arrobas. O terreiro para secagem cobre uma área de 5.000 metros quadrados; o maquinismo para descascar e bonificar café é movido a vapor e o moinho para fubá, a água. Na fazenda trabalham 16 famílias, para moradia das quais há 20 habitações. Para pasto, há uma área de 18 alqueires; e para uso da fazenda, 20 cavalos e mulas e 9 vacas. A água é suprida em abundância. Para casa de residência, há um prédio moderno e confortável.

O proprietário, sr. J. A. da S. Passos, nasceu no Brasil, em 1857; aqui se educou; e dedicou-se desde cedo à cultura do café. Há 17 anos que reside nesta fazenda, que administra, com a assistência dos seus filhos srs. Joaquim da Silva Passos e Aleixo da Silva Passos.

Fagundes & Cia. – As fazendas de propriedade dos srs. Fagundes & Cia. são todas geridas pelo sr. Martim Cabral Moreira. As fazendas, em número de quatro, ficam situadas nos lugares seguintes:

- A da Esperança, no distrito de Brodowsky, município de Batatais, tem uma área de 140 alqueires com 30.000 pés de café e a colheita anual é, em média, de 10.000 arrobas; o administrador é o sr. Antonio Moreira.

- A fazenda Belo Monte, no mesmo município e distrito, tem uma área de 120 alqueires plantados com 100.000 pés de café. A produção anual é, em média, de 7.000 arrobas.

- A fazenda Posse, no município de Jardinópolis, tem a área de 100 alqueires e 54.000 pés de café que produzem anualmente, em média, 4.000 arrobas.

- A fazenda Santo Amaro, situada no mesmo município, ocupa uma área de 100 alqueires com 30.000 pés de café; e a sua produção é, anualmente, em média, de 1.500 arrobas.

Nestas quatro fazendas, há ótimas casas de moradia para o administrador que se acha à testa de cada uma delas; habitações em número de 65, para 60 famílias de colonos; e em três delas, existem vastos terreiros para secagem do café.

Os srs. Fagundes & Cia. são também proprietários dum bem instalado estabelecimento para descascar e classificar café, sito em Engenheiro Brodowsky, onde podem ser manipuladas até 1.000 arrobas diariamente. O sr. Martim Cabral Moreira nasceu, em 1871, no Brasil, onde se educou; há dez anos que  se acha na gerência destas fazendas. Os proprietários srs. Fagundes & Cia. residem em São Paulo e o sr. M. C. Moreira reside em Brodowsky.

Fazenda Campo Alegre – A fazenda Campo Alegre, no município de Batatais, distrito de Brodowsky, de propriedade do sr. Manoel Pereira Rocha Soares, tem uma área de 146 alqueires, com 115.000 pés de café que produzem anualmente, em média 12.000 arrobas. Na fazenda, encontra-se um terreiro para secagem; habitações em número de 21, para moradia de 21 famílias de colonos; maquinismo para fubá, movido a água; pasto da extensão de 16 alqueires; 30 alqueires de terras, reservados à extração de madeiras; e 40 para campos; cocheiras e estábulos; e um pomar que produz toda a qualidade de frutas. Para uso da fazenda, há 15 cavalos e mulas e 30 vacas. A água é distribuída em grande abundância.

O sr. M. P. R. Soares nasceu em 1831, em Portugal onde foi educado. Veio para o Brasil na idade de 15 anos; e durante 20 anos foi chefe da firma Rocha Soares & Cia., comissários em Santos. Há 15 anos que reside nesta fazenda.

Rio das Pedras

Fazenda Rio das Pedras  – As fazendas Rio das Pedras, Monte Carmel, Saltinho e Sertãozinho são todas de propriedade do sr. José Augusto da Fonseca, e ficam situadas no município de Rio das Pedras. A primeira compreende uma área de 190 alqueires, com 100.000 pés de café; a segunda, 155 alqueires com 120.000 pés de café; a terceira, 1.200 alqueires com 130.000 pés de café; e a 4ª, 75 alqueires com 26.000 pés de café. A produção total representa, na média, 22.000 arrobas.

Em duas das fazendas, há maquinismos para descascar e classificar café, e em todas elas terreiros em parte ladrilhados, para secagem, assim como terras reservadas para pasto e extração de madeiras. Para os serviços das fazendas, há 85 cavalos e mulas, e 20 bois de carro. Ali trabalham 74 famílias de colonos, havendo para todas elas habitações confortáveis.

Em cada uma das fazendas se encontra uma ótima casa para residência do proprietário e outra para o administrador, assim como depósitos para café e milho, cocheiras etc. Em todas as dependências, há água em abundância.

O sr. José Augusto da Fonseca nasceu em Portugal, em 1852, e veio para o Brasil na idade de 14 anos. Durante 20 anos se dedicou ao comércio e há 22 que se tornou proprietário das fazendas referidas. Ali reside durante a safra e o resto do tempo em São Paulo, onde é comanditário da Casa dos Dois Machados.

Fazenda da Nova Liberia – Uma das melhores fazendas, nas vizinhanças de Rio das Pedras, é a chamada Nova Liberia, pertencente ao sr. José Machado Sant'Anna. A sua área total é de 137 alqueires; e na porção destinada à cultura do café existem 90.000 pés, que dão uma colheita de 5.000 arrobas em média anual.

Cerca de 30 alqueires estão em pastagens, para 80 cabeças de gado e 20 cavalos e bestas; água em abundância é levada aos diversos pontos da fazenda; e há um belo pomar circundando a casa de residência. Para uso dos  empregados, foram construídas 16 casas, cada uma das quais acomoda 2 famílias. O proprietário é brasileiro nato e estudou na Escola de Agricultura de Piracicaba. Reside na fazenda o ano inteiro.

Avaré

Major Alberto Archanjo da Cruz  – A fazenda de Santa Eliza, propriedade do major Alberto Archanjo da Cruz, fica situada no município de Avaré, a 6 quilômetros da estação do mesmo nome. Tem uma área de 200 alqueires, com 100.000 pés e café, dos quais 80.000 em plena produção. A colheita anual vai a 14.000 arrobas. Os terreiros de tijolo e o maquinismo são dos tipos mais modernos e com capacidade para tratar 400 arrobas diariamente. Há uma pequena linha férrea, para transportar o café, para a fazenda.

As famílias de colonos são em número de 20, para as quais há boas casas de moradia; as matas cobrem 35 alqueires e as pastagens 65. A fazenda tem uma boa casa para residência do proprietário e outra para o administrador, e é abundantemente suprida de água. Há criação de cavalos de raça, gado e porcos. O proprietário estabeleceu todas as plantações de sua fazenda.

O major A. A.da  Cruz nasceu em S. Paulo, onde reside à Rua Major Sertório, 99, e dedica-se inteiramente à administração de sua fazenda.

Comendador Antonio Augusto Mendes Borges – A fazenda Bela Vista, de propriedade do comendador A. A. Mendes Borges, fica situada no município de Avaré, a 5 quilômetros da Estação de Avaré. Tem de área 600 alqueires, com 140.000 pés de café em produção e 14.000 pés novos. A produção anual é de 232 arrobas por cada 1.000 pés, o que constitui excelente resultado na cultura do café, no Brasil. A fazenda, que tem um solo fertilíssimo e uma hábil administração, em 1966 produziu 40.000 arrobas por 100.000 pés, o que equivale ao triplo da produção normal. Os maquinismos são todos modernos e em duplicata e perfeitamente instalados; os terreiros são de tijolo.

Cerca de 40 famílias de colonos se ocupam nos diversos serviços da fazenda, além de carpinteiros, pedreiros etc., havendo 78 casas de moradia para este pessoal. A fazenda possui uma casa moderna para residência do proprietário; casa para o administrador; depósitos, cocheiras etc., tudo com abundante suprimento d'água.

A mata da fazenda cobre uma área de 300 alqueires; as pastagens são muito boas, com abundante suprimento d'água. Tem a fazenda muito gado bovino, reputado pelas suas boas raças, e vários cavalos puro-sangue. Nesta fazenda modelar, a eletricidade é produzida por uma queda d'água existente na propriedade. Dispõe também a fazenda de uma capela, escola e farmácia.

O comendador Borges nasceu em Portugal, na Beira Baixa, proximidades da Serra da Estrela, e está no Brasil há 33 anos. É formado em Farmácia e Ciências Naturais e exerceu a sua profissão até há 20 anos, época em que se dedicou inteiramente à administração da sua fazenda. Foi o fundador do Hospital da Misericórdia do Avaré. O seu café foi premiado na Exposição de São Luiz. Reside em São Paulo, à Rua General Jardim, 70.

Outros distritos

Companhia de Produção Agrícola  – Esta companhia gira com o capital de Rs. 1.200:000$000, dividido em ações de Rs. 1:000$000 e todo ele realizado. Foi fundada há um ano, com o objeto de cultivar café e explorar a indústria de madeiras. Comprou a empresa primeiramente duas fazendas e mais tarde uma terceira.

Uma destas fazendas fica situada no município de Botucatu, a 3 quilômetros da Estação de Vitória, e tem 317.000 pés de café, dos quais 127.000 ainda novos. A produção da fazenda em café atinge 25.000 arrobas por ano. Os terreiros são de tijolo ou ladrilhados e as máquinas de beneficiar são todas de tipos modernos e aperfeiçoados. Tem a fazenda 100 alqueires em matas e 50 em boas pastagens. Os colonos compõem 56 famílias, para as quais há boas casas de tijolo. Existe também na fazenda uma boa casa para residência do proprietário, casa de administração, armazéns para café, cocheiras etc. O gado da fazenda anda por 100 cabeças.

A fazenda de Monte Belo, também propriedade da empresa, tem de área 480  alqueires e fica situada a 18 quilômetros da Estação de Itatinga, no município do mesmo nome, estado de São Paulo. A fazenda tem 90.000 pés de café, dos quais 50.000 ainda novos, e a produção vai a 4.000 arrobas anualmente. Existem 80 alqueires em mata virgem e 90 alqueires em pastagens, estando a restante área em campos naturais. Trabalham na fazenda 12 famílias de colonos, para as quais há boas casas de moradia etc. A fazenda tem boas casas para residência e para o administrador, depósitos etc.

A 3ª fazenda de propriedade da empresa chama-se Rhodesia; fica situada no município de Jacarezinho, no estado do Paraná, e tem de área 2.067 alqueires. Tem atualmente 20.000 pés de café; e é intenção da empresa plantar mais 200.000 durante este ano. As matas desta fazenda são muito ricas em peroba, cedro, cabriúva etc. O Rio das Cinzas corta a propriedade, que fica a 80 km da estação mais próxima; entretanto, dentro de 18 meses, com a construção da Estação da Pedra Branca, haverá outra estação nas suas vizinhanças.

Os diretores da companhia são os srs. Antonio Machado Cesar, presidente; Alfredo Alberto Fontes, vice-presidente; e Jesuino Antonio Baptista, gerente. A sede da companhia fica à Rua Álvares Penteado, 32, São Paulo.

Fazenda Serra Bonita – A fazenda Serra Bonita, no município de Piracicaba, de propriedade dos srs. dr. J. Arruda & Irmão, ocupa uma área de 534 alqueires, plantada, em parte, com 90.000 pés de café que anualmente produzem, em média, 8.000 arrobas; 200 alqueires são reservados para pasto, 284 para extração de madeiras; e é intenção do proprietário plantar, em breve, 50 alqueires com arroz.

A fazenda é provida de maquinismo para descascar e classificar café; terreiro para secagem; depósitos para café e milho etc. Para moradia dos colonos, que compõem 18 famílias, há 20 habitações. Contam-se na fazenda 20 cavalos e mulas e 25 cabeças de gado. A água é distribuída por toda a fazenda, em abundância. Atravessam a fazenda dois riachos que podem servir para irrigação. A casa de residência do proprietário e a do administrador são modernas e confortáveis.

O dr. José de Toledo Arruda nasceu no Brasil em 1887 e formou-se em Direito na Faculdade de São Paulo em 1909. Exerce a advocacia na cidade do Jaú, onde tem o seu escritório e residência à Rua Lourenço Prado. O dr. Geraldo de Toledo Arruda Junior nasceu em 1889, formou-se em Direito na faculdade de São Paulo em 1910 e pratica com seu irmão; ele reside em Bauru.

Fazenda Retiro – A fazenda Retiro, situada no município de Dois Córregos, de propriedade do coronel Francisco de Oliveira Simões, tem uma área de 1.000 alqueires de terras, plantadas em parte com 200.000 pés de café que anualmente produzem, em média, 20.000 arrobas.

Na fazenda, encontram-se um maquinismo moderno para descascar e classificar café e um vasto terreiro, em parte ladrilhado e alcatroado. Há um vasto terreno reservado para plantação de cana de açúcar; e para manipulação desta, máquinas para fabricação de açúcar e aguardente. Há ainda 300 alqueires de terras para pasto e 70 a 80 para extração de madeiras, estas de ótimas qualidades.

Dispõe a fazenda de bem montada serraria, movida, como todos os outros maquinismos, a eletricidade. A iluminação de todos esses estabelecimentos e outros prédios é também elétrica. Há excelentes casas de residência e de administração e habitações para colonos, estas em número de 40. Contam-se na fazenda 20 cavalos e mulas e 300 cabeças de gado. Para depósito de café e milho, existe um armazém com capacidade para 20.000 arrobas. Pela fazenda, há diversas fontes que fornecem água em abundância.

O coronel Francisco de Oliveira Simões é brasileiro e nasceu em 1861. Fez os seus estudos neste país; e desde moço se dedica à lavoura do café. É chefe político de Dois Córregos.

Fazenda Monte Belo – A uma légua de Rio das Pedras e três de Capivari, fica a fazenda Monte Belo, de propriedade do sr. Ignacio Leite de Negreiros. A sua área é de 480 alqueires, ocupados, em parte, com 160.000 pés de café que produzem a média anual de 10.000 arrobas.

A fazenda é provida de todas as instalações necessárias para o seu completo funcionamento, tais como um aperfeiçoado maquinismo movido a água, para beneficiar café; uma bem montada serraria, onde se prepara grande quantidade de madeira, tanto para uso da fazenda como para venda, um vasto terreiro ladrilhado para secagem do café etc.

Há 70 habitações para famílias de colonos. Anualmente, são semeados de milho 50 alqueires de terras; 100 alqueires são reservados para pasto e 250 para extração de madeiras de várias qualidades. Para os diversos serviços, há 40 muares e 80 bois de carro, e mais de 200 cabeças de gado. As residências do proprietário e do administrador são providas de todo o conforto.

Na municipalidade de Rio das Pedras, distante uma légua da cidade do mesmo nome, fica a fazenda Pinheiros, do mesmo proprietário. Abrange esta uma área de 720 alqueires, dos quais 400 são reservados para extração de madeiras de várias qualidades, 250 para pasto, e o restante ocupado com 60.000 pés de café e cereais. A média anual das colheitas tem sido de 4.000 arrobas. Para beneficiar o café, encontra-se ali um maquinismo completo, movido a vapor. Há também uma serraria; e para secagem do café, um terreiro ladrilhado. Na fazenda moram 14 famílias de colonos, em casas adequadas. Nos transportes, ocupam-se 10 muares e 40 bois de carro. As casas de residência do proprietário e do administrador são providas de todas as comodidades.

O sr. Ignacio Leite de Negreiros, brasileiro de nascimento, desde moço se dedicou à lavoura do café. Passa parte do ano na fazenda e o resto na sua residência, em Piracicaba.

Fazenda Jaguareté – A fazenda Jaguareté, situada no município de Campos Novos do Paranapanema, de propriedade do dr. Affonso Fraga, tem a área  de 5.000 alqueires, parte dos quais aplicados à criação de gado e 3.000 alqueires reservados para extração de madeiras, tais como cedro, peroba, cabriúva, subragi, canjarana etc. O Rio Jaguareté atravessa a fazenda, onde há três cachoeiras, uma delas de 20 metros de altura.

Outra fazenda, no município de Bauru, também de propriedade do dr. Affonso Fraga, tema área de 1.000 alqueires de terra roxa de ótima qualidade, onde há pouco tempo foram plantados 120.000 pés de café. A fazenda é, na sua maior parte, ocupada por pastos e matas para extração de madeiras, além de 100 alqueires reservados para cultura de batatas e cereais. A casa de residência do proprietário é moderna e de todo o conforto.

O dr. Affonso Fraga nasceu em 1866, na cidade de Caeteté, estado da Bahia. Formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo, em 1888; foi juiz municipal em Campos do Paranapanema durante dois anos; e há 18 anos que exerce a advocacia na cidade de Jaú. Foi também, durante 4 anos, gerente do Banco de Melhoramentos; e durante 3 anos, vereador da Câmara Municipal de Jaú. O dr. A. Fraga reside na sua casa do Largo do Teatro.

Rabe & Lauckner – Esta firma é proprietária, na cidade de Matão, dum estabelecimento para beneficiar café e arroz, situado em frente à estação. Os seus maquinismos modernos e aperfeiçoados podem descascar e classificar 700 arrobas de café por dia e 60 sacos de arroz de 58 quilos. Os srs. Rabe & Lauckner são igualmente proprietários de diversas fazendas.

A primeira, a de Baobab, no município de Matão, estende-se pela área de 60 alqueires, com 92.000 pés de café que produzem a média anual de 9.000 arrobas. Há ali um excelente terreiro para secagem, 18 habitações para moradia dos colonos, depósitos para café e milho e uma ótima casa, com todo o conforto, para residência do proprietário; para pastos, estão reservados 5 alqueires de terras.

No município de Taquaritinga fica a fazenda Cachoeira, de propriedade dos mesmos srs., a qual dista apenas 3 léguas da cidade de Taquaritinga. A área desta fazenda é de 600 alqueires. Existe aí um  bem instalado engenho, onde se fabricam anualmente 1.000 sacas de açúcar de 60 quilos cada e 400 pipas de aguardente. Parte da fazenda é cultivada com cana-de-açúcar.

O sr. Gastão Lauckner, que nasceu em Lisboa, em 1863, foi educado na Alemanha, veio para o Brasil há 20 anos e trabalhou durante 6, na qualidade de engenheiro, na casa Arens & Cia., em Jundiaí. Há 12 anos se tornou proprietário dos atuais negócios.

O seu sócio, sr. Hugo Rabe, nasceu na Alemanha em 1858, e aí fez os seus estudos. Veio para o Brasil há 20 anos; trabalhou durante algum tempo como engenheiro arquiteto, por conta da Estrada de Ferro Araraquarense, e fez os estudos e planta da linha até a Estação de Taquaritinga. Há 12 anos que iniciou negócios por conta própria, de sociedade com o sr. Gastão Lauckner.

Coronel Cornelio Schmit – O coronel Schmit é o proprietário da fazenda do Taboleiro ou Santa Maria, que fica situada no município de Brotas, a 2½ quilômetros da Estação de Torrinha, com uma área de 450 alqueires e 125 mil pés de café, que produzem anualmente 8.000 arrobas. O maquinismo para beneficiar café é atualmente acionado por um motor a gás, mas o proprietário tenciona substituir essa força por eletricidade.

Os terreiros para secagem, lavagem e limpeza do café são ladrilhados ou alcatroados. A fazenda emprega 20 famílias de colonos e é abundantemente provida de água; possui também boas casas de residência e para o administrador. Há 60 alqueires em matas e 50 em pastagens.

O coronel Schmit tem também, como herdeiro, uma parte na fazenda Babylônia. Esta fica situada no município de Dourados, próximo à estação de Irabiju. A fazenda da Babylonia tem 2.348 alqueires de extensão e 335.000 pés de café, que dão uma colheita anual de 30.000 arrobas. A instalação para beneficiar café é moderna e movida a vapor. Os terreiros são de tijolo e alcatroados. Para as famílias de colonos, em número de 100, existem boas moradias. A fazenda tem 164 alqueires empregados na lavoura do café e 2.180 alqueires em mata e pastagens. Há uma excelente casa para o administrador, depósitos etc.

O coronel Schmit nasceu no Rio de Janeiro. Formou-se em Engenharia Civil pela Escola de  Minas de Ouro Preto. Faz parte da Comissão da Associação Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo e tem feito parte de várias comissões de exploração no interior do estado. Reside à Rua da Liberdade, 91, São Paulo.

Antonio Estanislau do Amaral – O sr. A. Estanislau do Amaral é proprietário de três fazendas no estado de S. Paulo. A primeira, a fazenda de Itatuba, no município de Jundiaí, próximo à Estação de Quilombo, tem de área 270 alqueires e 160.000 pés de café, dos quais 50.000 ovos, em começo de produção; a colheita anual vai a 10.000 arrobas, em  média. O maquinismo para beneficiar o café é moderno e movido por uma turbina hidráulica. A fazenda emprega 35 famílias, para as quais existem boas casas.

A fazenda Itaguassu, no município de Ludayatuba (N.E.: SIC – Indaiatuba, em erro de interpretação antigo das duas letras iniciais, e que mesmo no século XXI continua ocorrendo, em documentos processados por sistemas OCR de reconhecimento ótico de caracteres), também próxima à Estação de Quilombo, tem 400 alqueires, com 170.000 pés de café, e dá uma colheita anual de 15.000 arrobas. Os maquinismos são modernos e movidos a vapor. Esta fazenda tem 40 famílias de colonos empregados em seus diversos serviços.

A fazenda de Iguatemy, no município de Jaú, muito próxima à estação de Iguatemi, tem de área 647 alqueires, com 120.000 pés de café que dão uma colheita anual de 10.000 arrobas. As máquinas de beneficiar o café são acionadas por um motor a vapor. As famílias de colonos ao serviço da fazenda são em número de 30. Esta fazenda tem 350 alqueires em mata virgem rica em peroba; existe também ali um engenho de serra.

Em todas estas fazendas, há boas casas de residência e para administração, depósitos, cocheiras, pomares, hortas, animais para os diversos serviços e grande número de cabeças de gado. O sr. Amaral ocupa-se também da criação de gado, em não pequena escala.

Gabriel Villela de Andrade – Possui o sr. G. V. de Andrade duas fazendas no estado de São Paulo. A primeira, a fazenda Guaraciaba, no município de Franca, a 6 quilômetros da Estrada de Ferro Paulista, tem de área 250 alqueires, plantados com 250.000 pés de café, que produzem 16.000 arrobas, em média anual. A instalação para beneficiar o café é de tipo moderno e movida a eletricidade. Trabalham na fazenda 10 famílias de colonos, que têm boas casas, supridas de água, para sua moradia.

A outra fazenda, chamada Burety, fica situada no município de Igarapava, e tem 1.200 alqueires de terras com 80.000 pés de café. Esta fazenda é principalmente destinada à criação de gado. Há ali 1.200 cabeças de raça zebu cruzada com raças puras importadas diretamente da Inglaterra e Suíça.

O sr. Gabriel Villela vende em larga escala, para o abastecimento do mercado de carne verde em São Paulo (capital). Em uma e outra fazendas, há casas de residências para o proprietário, casas de administração, depósitos e mais dependências perfeitamente instaladas. O sr. Villela reside em São Paulo à Alameda Gletll, 18 (N.E: SIC: possivelmente seja Alameda Glete).

Fazenda de Santa Rita (dr. Per. de Almeida) – A fazenda de Santa Rita fica situada no município do mesmo nome, a 6 quilômetros da estrada de ferro. Tem plantados 150.000 pés de café, que dão 10.000 arrobas, em média anual. A fazenda está excelentemente servida e dispõe dum maquinismo para beneficiar café, do tipo mais moderno e movido a vapor. O proprietário, dr. João Baptista Pereira de Almeida, é um capitalista muito considerado, e faz parte da diretoria da Companhia dos Fazendeiros de São Paulo.

Fazenda Água Virtuosa – A fazenda Água Virtuosa, na Estação de Ferraz Salles, município de Ribeirão Bonito, apenas 3 quilômetros distante desta estação, é de propriedade do dr. A. Dino Bueno. Tem essa fazenda a área de 1.000 alqueires, com 500.000 pés de café, dos quais 480.000 em plena produção. Tem uma bem montada casa de administração, outra de máquinas movidas a vapor, grandes terreiros, casas para os colonos, que atualmente compõem 90 famílias, ocupando estas cada uma sua habitação. Na Estação Ferraz Salles, há uma escola freqüentada pelos filhos dos colonos.

Ainda se encontram na fazenda grandes pastagens para criação de gado bovino e cavalar. A maior produção anual da propriedade foi de 75.000 arrobas; a média regula 50.000.

O Dr. Dino Bueno, senador do estado de São Paulo e diretor da Faculdade de Direito, nasceu em 1854. Foi educado no Rio de Janeiro e formou-se em Direito na faculdade de São Paulo, da qual recebeu o grau de doutor, e onde é, desde 1883, professor de Direito Civil. Reside na sua casa à Rua dos Andradas, 58.

Fazenda Santo Antonio (dr. Th. Maciel) – A fazenda Santo Antonio, no município de Itapeva, tem 560.000 pés de café e é uma das maiores do país. Para manipulação dos seus produtos, dispõe a fazenda de um maquinismo dos mais aperfeiçoados, movido a água e a vapor; proximamente, porém, será essa força substituída pela eletricidade. Há 700 alqueires de terras reservadas para extração de madeiras, entre outras cedro, peroba, jequitibá e cabriúva; terras cultivadas com milho e arroz; e há cerca de 100 cabeças de gado. Tem ainda a fazenda uma boa casa de residência e 100 habitações para colonos, todas elas supridas de água.

O proprietário da fazenda, dr. Theophilo Maciel, reside a maior parte do ano em São Paulo, à Rua Galvão Bueno. Formou-se em Medicina no Rio de Janeiro em 1889 e durante 17 anos clinicou em Itapeva e Caxambu.

Fazenda do Brejão – Situada no município de Monte Santo, no estado de Minas Gerais, a fazenda do Brejão, pertencente ao sr. José de Lima e Souza, tem a área de 300 alqueires. Destes, cerca de 100 alqueires são plantados com 90.000 pés de café, dos quais metade em produção, dando 4.000 arrobas anualmente. Cerca de 75 alqueires estão em pastagens, para 100 cabeças de gado e 20 cavalos e bestas e 120 alqueires em mata. Água é levada aos diversos pontos da fazenda. Há 20 casas de moradia, para as famílias empregadas. O Brejão foi adquirido pelo seu presente proprietário, há cerca de 3 anos.

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