Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300a2nb271.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 11/28/10 15:30:35
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1587 - BIBLIOTECA NM
1587 - Notícia do Brasil - [II - 193]

Clique na imagem para voltar ao índice desta obraEscrita em 1587 pelo colono Gabriel Soares de Souza, essa obra chegou ao eminente historiador Francisco Adolpho de Varnhagen por cópias que confrontou em 1851, para tentar restabelecer o texto original desaparecido, como cita na introdução de seus estudos e comentários. Em 1974, foi editada com o mesmo nome original, Notícia do Brasil, com extensas notas de importantes pesquisadores. Mais recentemente, o site Domínio Público apresentou uma versão da obra, com algumas falhas de digitalização e reconhecimento ótico de caracteres (OCR).

Por isso, Novo Milênio fez um cotejo daquela versão digital com a de 1974 e com o exemplar cedido em maio de 2010 para digitalização, pela Biblioteca Pública Alberto Sousa, de Santos, através da bibliotecária Bettina Maura Nogueira de Sá. Este exemplar corresponde à terceira edição (Companhia Editora Nacional, 1938, volume 117 da série 5ª da Brasiliana - Biblioteca Pedagógica Brasileira), com os comentários de Varnhagen. Foi feita ainda alguma atualização ortográfica:

Leva para a página anterior

Tratado descritivo do Brasil em 1587

Leva para a página seguinte da série


Trecho do capítulo, na edição de 1938 da Biblioteca Pública Alberto Sousa

SEGUNDA PARTE - MEMORIAL E DECLARAÇÃO DAS GRANDEZAS DA BAHIA

TÍTULO 20 — Metais e pedras preciosas

Capítulo CXCIII

Em que se declara o ferro, aço e cobre que tem a Bahia.

Bem por culpa de quem a tem não há na Bahia muitos engenhos de ferro, pois o ela está mostrando com o dedo em tantas partes, para o que Luís de Brito levou aparelhos para fazer um engenho de ferro por conta de S. A. e oficiais deste mister; e o porque se não fez, não serve de nada dizer-se; mas não se deixou de fazer por falta de ribeiras de água, pois a terra tem tantas e tão capazes para tudo; nem por falta de lenha e carvão, pois em qualquer parte onde os engenhos de ferro assentarem há disto muita abundância.

Também na Bahia, trinta léguas pela terra adentro, há algumas minas descobertas sobre a terra de mais fino aço que o de Milão; o qual está em pedra sem outra nenhuma mistura de terra nem pedra; e não tem que fazer mais que lavrar-se em vergas para se poder fazer obra com ele, do que há muita quantidade que está perdido sem haver quem ordene de o aproveitar; e desta pedra de aço se servem os índios para amolarem as suas ferramentas com ela a mão.

E cinqüenta ou sessenta léguas pela terra adentro tem a Bahia uma serra muito grande escalvada, que não tem outra coisa senão cobre, que está descoberto sobre a terra em pedaços, feitos em concavidades, crespo, que não parece senão que foi já fundido, ou, ao menos, que andou fogo por esta serra, com que se fez este lavor no cobre, do que há tanta quantidade que se não acabará nunca.

E nesta serra estiveram por vezes alguns índios tupinambás e muitos mamelucos, e outros homens que vinham do resgate, os quais trouxeram mostras deste cobre em pedaços, que se não foram tantas as pessoas que viram esta serra se não podia crer senão que o derreteram no caminho de algum pedaço de caldeira que levavam; mas todos afirmaram estar este cobre daquela maneira descoberto na serra.