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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
O elefante branco que era cinzento (1)

Algo enorme e incomum, que incomoda e ninguém sabe para que serve: essa é a clássica definição do que seja um hipotético elefante branco. Santos tem um, que apesar do apelido é "cinza-concreto". Fica situado no final da Via Anchieta, junto às Avenidas Nossa Senhora de Fátima e Martins Fontes. Pasmem: só depois de construído (em 1964), paralelamente à rodovia, é que os engenheiros, arquitetos e políticos notaram sua inutilidade, pois um viaduto (ou "elevado") ligando nada a lugar algum, elevando-se sobre nada, é tão pouco útil como o zero à esquerda dos demais números.

Para justificar os gastos e disfarçar esse erro monumental - o viaduto só teria real utilidade se atravessasse a rodovia, em vez de acompanhá-la -, num momento em que já se pensava até em demolir a obra recém-concluída, foram feitos (oito anos depois!) ajustes no trânsito, e uma das pistas da rodovia Anchieta foi deslocada para passar pelo viaduto, colocando-se uma via do trânsito local para passar sob ele. E um novo viaduto foi construído anos depois, em posição correta - atravessando a rodovia e as vias marginais - para dar acesso do tráfego pesado diretamente ao cais do porto.

Um quarto de século depois daquela obra errada, um olhar mais atento percebe a continuidade dos efeitos dessa solução transformada em problema: obras inconclusas nas vias marginais, falta de iluminação e de urbanização do entorno, correntes de tráfego importantes se cruzando em nível, e uma certa tensão (ou impasse) na destinação viária adotada para a infra-estrutura existente. E o elevado/viaduto reina nessa paisagem confusa, sem ter conseguido mostrar, entretanto, real serventia para alguma coisa...

Esta matéria é da época em que os perplexos engenheiros de tráfego - da empresa estadual Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) e da empresa de economia mista Progresso e Desenvolvimento de Santos S.A. (Prodesan) - ensaiavam as primeiras tentativas de solução para o impasse, e era oficializado o apelido da obra. Foi publicada no jornal santista A Tribuna, em 7 de junho de 1981:

O viaduto do Chico de Paula - Elefante Branco - vai funcionar no tráfego Santos-São Paulo, o inverso do atual, no novo sistema viário que a Dersa está construindo à entrada da Cidade. As obras são do Corredor Norte, que engloba a implantação de quatro quilômetros da Marginal à Via Anchieta (entre Cubatão e Santos), nova ponte sobre o Rio Casqueiro e viaduto de acesso à Alemoa, para futura interligação com a Avenida Portuária e o cais, no Valongo.

O novo sistema viário eliminará as duas passagens existentes sob o viaduto do Chico de Paula, remanejará o tráfego rumo à Zona Noroeste e São Vicente e promoverá profundas alterações nas atuais ligações das Avenida Nossa Senhora de Fátima com a Via Anchieta.

Toda a área - hoje transformada num grande canteiro de obras, talvez o maior que Santos já teve - está sendo drenada de forma adequada, para eliminar de vez o problema das enchentes.

Se não ocorrerem problemas outros, pois a Dersa tem todas as obras já contratadas e recursos locados, o Corredor Norte será concluído em dezembro deste ano, prevendo inclusive a iluminação do trecho final da Via Anchieta em Santos.


Há grande volume de aterro junto ao Elefante Branco, 
para permitir a construção de três novas pistas laterais

Novo complexo viário muda entrada da cidade

Texto de Áureo de Carvalho
Fotos de Rafael Dias Herrera e Carlos Amaral Marques

Segundo o engenheiro Samir Cury, da Dersa, que acompanhou o desenvolvimento dos projetos do Corredor Norte e agora fiscaliza a execução das obras em Santos, serão construídos quatro quilômetros de novas pistas da Via Anchieta, entre o Jardim São Manoel e o Chico de Paula.

A pista descendente da Anchieta, por exemplo, sofrerá uma derivação à direita, a partir dos limites do Jardim São Manoel, passando ao lado do Elefante Branco - entre o elevado e a pista existente - e unindo-se à Avenida Martins Fontes, na altura do posto de gasolina que ali funciona. Com isso, o tráfego que procede do Planalto deixará de servir-se do elevado do Chico de Paula, ingressando na malha urbana de Santos em nível, isto é, sem necessidade de rampas.

No sentido inverso, o tráfego do Valongo (e do Saboó) que ruma à Via Anchieta, para São Paulo, subirá a rampa do viaduto do Chico de Paula, alcançando a estrada após passar sob o novo viaduto de acesso à Alemoa (Ramo B, em construção).

O acesso à Zona Noroeste e São Vicente, para o tráfego procedente da área central de Santos, será feito à altura do início da Avenida Nossa Senhora de Fátima, cruzando as pistas da Avenida Martins Fontes com o apoio de um conjunto de sinaleiros. O novo sistema viário foi elaborado pela Dersa em conjunto com a Prodesan.

Outras mudanças - Com a transferência do tráfego Santos-São Paulo para o Elefante Branco e a construção de uma pista em nível paralela ao viaduto, o acesso da Nossa Senhora de Fátima à Via Anchieta sofrerá também alteração. Quem procede da Zona Noroeste e São Vicente, por exemplo, deixará de trafegar pela Rua Ana Santos, seguindo pela Nossa Senhora de Fátima, até a junção com a Avenida Martins Fontes.

Nesse local, com apoio de sinaleiros, cruzará a Martins Fontes para chegar ao Elefante Branco, alcançando finalmente a Via Anchieta pelo Ramo B, em construção.

Dentro do plano global da Dersa está projetada a construção de uma pequena pista entre as ruas Ana Santos e Boris Kauffman, unindo a atual Avenida Marginal à pista de acesso à Avenida Nossa Senhora de Fátima, hoje em uso para a ligação da Via Anchieta com a Zona Noroeste e São Vicente. Com isso, a Avenida Marginal será completada, modificando-se totalmente o trânsito das ruas Ana Santos e Boris Kauffman, que servirão exclusivamente para a circulação doméstica. As empresas de transporte que ali operam terão acessos à Via Anchieta somente pela Avenida Nossa Senhora de Fátima, que terá também ligação com o viaduto da Alemoa pelo Ramo B, já em construção.

Avenida Bandeirantes - A Avenida Bandeirantes, que oficialmente começa junto ao Elefante Branco e, margeando os trilhos da Rede Ferroviária Federal, chega a Cubatão, está sob jurisdição do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Entretanto, a Dersa vai executar obras no trecho inicial da antiga Avenida Santos-Cubatão, ampliando a pista nos 300 metros iniciais e construindo um acostamento.

Essa pequena obra faz parte do Corredor Norte, e prevê um prolongamento da Bandeirantes, com mão dupla de direção até o Elefante Branco, e uma nova passagem sob o viaduto, para se unir à pista descendente da Via Anchieta, nas proximidades da junção com a Avenida Nossa Senhora de Fátima.

A Bandeirantes permanecerá com mão dupla de direção entre o Chico de Paula e Cubatão, servindo quase que exclusivamente ao tráfego doméstico entre as duas cidades, só para veículos leves e ônibus suburbanos. Permanecerá, todavia, um pequeno cruzamento em nível, junto ao início da Rua Augusto Scaraboto, de entrada à Alemoa, exatamente sob o viaduto (em construção) da Avenida Portuária. A Dersa acredita que esse cruzamento terá movimento reduzidíssimo, pois o novo viaduto retirará cerca de 90 por cento do tráfego hoje existente.


Acesso ao porto no novo viaduto

Acesso ao porto

Com a conclusão do viaduto da Alemoa, para uma futura ligação com a Avenida Portuária, o acesso ao porto ficará mais fácil, eliminando o tráfego pesado que hoje congestiona as acanhadas ruas do Valongo.

O viaduto, que tem 400 metros, é a obra mais importante - e a de maior vulto - do Corredor Norte. O estaqueamento (184 estacas) está concluído, sobre o qual foram construídos os 16 pilares de sustentação para os três tabuleiros, cujas vigas serão cimbradas no próprio local, sem necessidade de puxamento.

No conjunto, terá uma pista de 14 metros de largura e dois ramos de acesso, um dos quais em forma de ferradura dupla, para favorecer o acesso Porto-Alemoa-Via Anchieta-São Paulo. A outra é para o tráfego São Paulo-Via Anchieta-Alemoa-Porto, recebendo também o fluxo - pelo processo de acomodação ou junção - do trânsito Centro-Alemoa-Porto, sem cruzamentos.

O viaduto, entretanto, na transposição da Via Anchieta, da Avenida Bandeirantes e dos trilhos da Rede Ferroviária Federal, não conseguiu canalizar por via direta o trânsito procedente do porto (e da Alemoa), rumo a Santos, que terá duas opções: o ingresso no elevado e o tráfego pela Via Anchieta, até o Casqueiro, com retorno pela pista descendente da própria Via Anchieta, ou o tráfego em nível, sobre os trilhos da ferrovia, seguindo depois pela Avenida Bandeirantes, até o Chico de Paula.

Devido ao assentamento das bases do viaduto sobre as principais vias de acesso às indústrias da Alemoa, a Dersa está executando um projeto paralelo sob os pilares de sustentação da obra-de-arte, abrindo novas e pequenas pistas asfaltadas, para não comprometer a circulação da área. Esse mini-complexo dá acesso ao viaduto, para permitir fácil ligação à Via Anchieta, rumo a São Paulo.


Toda a área receberá drenagem

Marginal e ponte

Cerca de quatro quilômetros de novas pistas estão sendo construídos pela Dersa, entre Cubatão e Santos. É o prolongamento da Avenida Marginal Direita à Via Anchieta, entre os km 58 e 62. Integra o Corredor Norte e se destina a retirar da Via Anchieta o chamado tráfego doméstico, entre Cubatão e Santos, devolvendo à estrada Santos-São Paulo sua verdadeira característica de rodovia.

Como a Via Anchieta à época da sua construção, a Avenida Marginal está superando problemas técnicos de solo, pois toda a área de implantação é constituída de terrenos de mangue, onde predomina a tabatinga. Inicialmente, a construtora Constran, contratada pela Dersa, promoveu grandes escavações, para retirada do material brejoso, preenchendo os vazios com argila e pedras na implantação do subleito da nova pista. Sobre essa camada foi aplicado grande volume de aterro, propositalmente em excesso, para acelerar o processo de recalque por adensamento: o próprio peso da terra excedente vai indicar os locais de abatimento do solo, acomodando os locais mais críticos.

O emprego dessa técnica está apresentando uma situação curiosa, pois quem passa pelo local fica com a impressão de que a obra parou no aterro, que, entretanto, demanda de 100 a 150 dias para atuar no adensamento previsto, após o que poderá receber o binder e o concreto asfáltico. Antes, porém, o aterro excedente será retirado e reaproveitado em outras áreas da mesma obra.

Nova ponte - A interligação da Avenida Marginal de Santos com a que está em construção em Cubatão será feita na travessia do Rio Casqueiro, onde se acha em obras adiantadas uma nova ponte, com 304 metros de extensão.

O estaqueamento, dentro do rio, cravou até agora 55 das 150 estacas previstas, algumas alcançando 50 metros de profundidade. A ponte terá cinco vãos de 35 metros, com dez tabuleiros onde serão assentadas cinco vigas em cada um. Essas vigas, cada uma com 35 metros, estão sendo construídas no próprio local e depois serão puxadas por meio de treliças.

Curiosamente, a Constran, com autorização da Dersa, está utilizando parte da ponte de concreto existente na pista descendente da Anchieta para promover o concretamento dos pilares da nova passagem. Com isso, segundo a própria Dersa, há uma economia de tempo e redução dos custos.

Além de uma pista de 14 metros de largura, para duas faixas de tráfego - as mesmas dimensões da Avenida Marginal -, a nova ponte do Casqueiro terá também um passeio de 1 metro nas laterais, para a circulação de pedestres.


A pista descendente da Anchieta terá desvio à direita, no KM 63

Com semáforos

O novo sistema viário que está sendo implantado à entrada da Cidade prevê alterações no acesso do Centro rumo à Zona Noroeste e São Vicente.

Atualmente, os veículos que trafegam pela Avenida Martins Fontes, sentido Centro-Via Anchieta, têm passagem obrigatória sob o Elefante Branco para alcançarem a Avenida Nossa Senhora de Fátima, utilizando-se de pista em curva construída a título precário, sem o necessário e adequado raio de curvatura.

Pelo esquema que está sendo construído pela Dersa, os veículos que procedem do Centro, rumo à Zona Noroeste, trafegarão pela pista externa da Martins Fontes, junto aos trilhos da Rede Ferroviária Federal, derivando à esquerda em frente ao posto de gasolina existente e cruzando as três pistas da avenida com auxílio de semáforos.

O sinaleiro terá três tempos distintos: um para o tráfego Centro-Via Anchieta e no sentido contrário; outro, para o tráfego do Centro, rumo à Avenida Nossa Senhora de Fátima (conversão à esquerda), e o terceiro, da Avenida Nossa Senhora de Fátima rumo à Via Anchieta e ao Centro.

Parte das obras necessárias ao novo sistema viário estão sendo executadas pela Prodesan, na Avenida Martins Fontes.

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