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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ASSISTÊNCIA
Lar Veneranda

Texto publicado no jornal santista A Tribuna em 16 de junho de 1957 (página 16 - ortografia atualizada nesta transcrição):

Imagem: reprodução parcial da matéria original

Relevantes serviços vem prestando o Lar Veneranda há 3 anos em Santos

Cerca de vinte e cinco crianças são assistidas, em regime de semi-internato pela entidade da Rua Carvalho de Mendonça - Quer a diretoria adquirir sede própria

Santos, incontestavelmente, é a cidade no país que, em proporção, maior número de entidades de assistência social possui. Integradas no espírito filantrópico do povo e do comércio, que as auxiliam, as instituições de benemerência vêm prestando, no setor de assistência social, relevantes serviços.

Desde a criança desvalida, órfã, até o homem velho, desprovido de qualquer recurso, todos recebem amparo, teto, alimentação e vestuário. Os serviços que essas entidades prestam à comunidade representam, em última análise, valiosíssima colaboração ao governo, no grave problema social.

Comunidade Cristã Lar Veneranda - A Comunidade Cristã Lar Veneranda é uma dessas casas beneméritas. Instalada à Rua Carvalho de Mendonça, 451, foi ela fundada em 5 de junho de 1954, sob o patrocínio da União Municipal Espírita de Santos, da qual recebe orientação técnico-administrativa. É uma organização filantrópica de inspiração cristã, destinada a prestar assistência, especificamente, à infância, e, de modo geral, a todos os necessitados, sem discriminação de sexo, crença, raça ou cor.

O Lar Veneranda tem, assim, as seguintes finalidades: a) dar assistência material e moral a crianças reconhecidamente necessitadas, de ambos os sexos, até a idade máxima de 5 anos, inclusive, durante as horas de trabalho dos pais ou responsáveis, em regime de semi-internato, tendo o caráter de lar-escola; b) amparar a infância e a velhice desvalidas, assistindo-as diretamente ou abrigando-as em estabelecimentos que venha a manter; c) prestar toda e qualquer assistência a pessoas enfermas ou desprovidas de recursos.

A Comunidade obtém recursos de manutenção através de contribuições de associados, de mantenedores, donativos, festivais e chás beneficentes.

Para o desenvolvimento do seu programa, a Comunidade, que luta ainda com dificuldades de manutenção do seu primeiro núcleo, precisou recorrer ao poder público, recebendo, como único auxílio dessa espécie, uma subvenção municipal de 40 mil cruzeiros por ano.

Necessidade de ampliação - O primeiro núcleo da Comunidade funciona, provisoriamente, em casa alugada no endereço acima, e abriga uma média de 25 crianças, de recém-nascidas a cinco anos de idade, das 7 às 19 horas, prestando-lhes toda a assistência material, moral e maternal, para o que conta com um corpo eficiente de colaboradoras femininas.

A casa, cujo contrato está a vencer-se, não corresponde às necessidades do Lar e, assim, cogita a diretoria de adquirir sede própria, não só por motivos de melhor acomodação como pela necessidade imperiosa de economia, porquanto o custo elevado da vida força a entidade a enfrentar cada vez despesas maiores, pois a assistência prestada às crianças é inteiramente gratuita para seus pais ou responsáveis.

As despesas com o primeiro núcleo, que foram de Cr$ 103.460,70 nos sete meses de funcionamento em 1954, o que daria uma média de Cr$ 14.780,00 mensais, elevou-se em 1956 a Cr$ 323.508,70, ou seja, uma média de Cr$ 26.959,00 mensais, notando-se uma diferença a mais, em dois anos, de Cr$ 12.179,00 mensais.

É ainda objetivo da diretoria da Comunidade abrir um Lar em cada bairro.

O dr. Lincoln Feliciano tem sido um grande amigo do Lar Veneranda. Já doou, de sua verba, no ano passado, 20 mil cruzeiros.

A Comunidade é administrada por um Conselho Administrativo composto de 21 membros e uma Diretoria Executiva, que está assim constituída: presidente, Antonio de Freitas Costa; vice-presidente, Helena Isaura Molini Perrone; 1º secretário, Arnaldo Muniz; 2º secretário, Sebastião Alves Teixeira; 1º tesoureiro, Guilherme Gonçalves; 2º tesoureiro, Armando Martins Barros; procurador, Orlando Nicodemos.

O cargo de diretora do Lar é exercido pela sra. Maria Angélica Miranda Costa, auxiliada por um corpo de diretoras-visitadoras, que, abnegadamente, vêm contribuindo para o progresso da entidade e bem-estar das crianças.

Dois aspectos apanhados pela A Tribuna no Lar Veneranda. Em cima, à hora do lanche, d. Maria Angélica Miranda Costa, diretora do Lar, em companhia de um diretor e serventes, observa a pequena refeição dos menores; em baixo, três bebês no berçário, pouco antes de receber a sua alimentação

Fotos e legenda publicadas com a matéria