Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0237e.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 10/08/11 18:16:14
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ROCHAS NO PORTO
Uma pedra no caminho dos navios (5)

Leva para a página anterior
Embora acolhedor para a navegação - tanto que foi escolhido por Braz Cubas como o melhor atracadouro da região para as caravelas portuguesas - o porto de Santos teve no seu estuário algumas formações rochosas que representavam obstáculo significativo à expansão dos serviços portuários. Algumas dessas rochas ficaram memoráveis, e foram demolidas em épocas diversas da história do porto santista. Uma delas, a Pedra de Teffé, começou a ser demolida em 1999, e em 2011 novamente precisou ser cortada, como registra o jornal santista A Tribuna em matéria do caderno Porto & Mar de 29 de setembro de 2011, página C-6:
 


A draga chinesa Yuan Dong 007 monitorou os trabalhos de implosão da rocha, localizada entre o Terminal de Passageiros e os silos do 26

Foto: Alberto Marques, publicada com a matéria

O início do fim da Pedra de Teffé

Samuel Rodrigues

Exatamente às 11h05 de ontem,um dos grandes empecilhos à navegação do Porto de Santos começou a ser resolvido. Posicionada a 50 metros do cais da margem direita, entre o Terminal de Passageiros Giusfredo Santini e os silos do Armazém 26, a draga Yuan Dong 007 apitou repetidamente para avisar o que aconteceria a seguir: a primeira explosão da Pedra de Teffé, base de pequenos morrinhos que havia naquela região. Ela fica a 12 metros de profundidade e limita o calado dos navios no complexo.

Aguardada há décadas pela comunidade portuária, a detonação é um marco para a atividade marítima na região. A pedra é um dos obstáculos à navegação em mão dupla no canal, algo que está próximo de ocorrer com a dragagem de aprofundamento. Quando a retirada de rochas estiver concluída, daqui a dois meses, o canal passará a ter 220 metros de largura, contra os 150 metros anteriores. O local exato onde está a pedra terá 16 metros de fundura - um a mais que a calha d'água, já na cota de 15 metros negativos.

O trabalho começou cedo, com o isolamento de um trecho de cais e do canal de navegação do porto às 8h30. Cinco sismógrafos foram posicionados nas proximidades para medir possíveis danos nas estruturas dos prédios do entorno. Cem homens participaram da operação, sendo 70 a bordo da draga. Sessenta furos na rocha receberam até 27 quilos de explosivos cada.

Não se esperava qualquer visualização dos efeitos do derrocamento, mas houve. Foi possível ver, do ais, a água subir com o impacto da detonação, ao mesmo tempo em que um estrondo ecoou. Quem estava no cais também sentiu nos pés, vinda do chão, uma leve pressão causada pela abrupta liberação de energia.

Dois homens estavam a postos em um pequeno barco para resgatar possíveis vítimas - peixes, principalmente. Aparentemente, não encontraram nada. É que sob a água, sinais sonoros intermitentes foram usados para espantar animais em um raio de cerca de 50 metros da draga, pouco antes da detonação. Depois, uma cortina artificial de bolhas foi criada para mantê-los fora da área de perigo. Minutos antes da detonação, cuidou-se para que também os humanos evacuassem as instalações próximas.

Interdição hoje
O canal de navegação do Porto de Santos será interditado hoje, das 8h30 às 11h30, para nova implosão da Rocha de Teffé. Segundo a Capitania dos Portos de São Paulo, a medida será necessária somente no entorno da pedra. Assim, vão funcionar normalmente as travessias de balsas Santos/Guarujá (Ponta da Praia/Santa Rosa), barcas (Centro/Vicente de Carvalho). Também será permitida a passagem de navios da Barra de Santos até as proximidades do Cais da Marinha (antes da área interditada) e trocas de berço entre a área interditada e a Alemoa.
 

Quatro semanas - A Pedra de Teffé será destruída em quatro semanas, afirmou o diretor de Infra-estrutura e Execução de Obras da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Paulino Vicente. É o tempo necessário, de acordo com o engenheiro, para efetuar as explosões que vão desmontar completamente a rocha. Depois disto, outra draga, equipada com uma garra metálica, será usada para retirar as pedras do fundo do canal e colocá-las em uma balsa.

Segundo Vicente, há pressa para se concluir esta primeira fase de explosão. "Precisamos terminar antes da temporada de cruzeiros", explicou. O primeiro navio de passageiros da estação 2011/2012 chega daqui a exatamente um mês, em 29 de outubro. A intensa movimentação de pessoas naquela área dificultaria o procedimento, para o qual é necessária uma contraproducente evacuação completa.

Serão retirados 20 mil metros cúbicos da Pedra de Teffé e 11 mil metros cúbicos da Pedra de Itapema. É o equivalente a 5 mil caminhões com rochas, segundo a Codesp.

Localizada na direção do Farol do Itapema, em Vicente de Carvalho, Guarujá, a rocha de Itapema começará a ser desmontada até o final do próximo mês, afirmou Paulino Vicente.

O mesmo jornal santista A Tribuna, em matéria do caderno Porto & Mar de 1º de outubro de 2011, página C-6:


A segunda série de implosões na Pedra de Teffé, que fica submersa no canal, ocorreu ontem, ao meio-dia

Foto: Carlos Nogueira, publicada com a matéria

Explosões interditam trecho de cais

Lyne Santos

Da Redação

O cais do Armazém 25, em frente ao Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, está inoperante desde o último dia 20, quando começaram os preparativos para a derrocagem da Pedra de Teffé. A rocha está localizada entre a instalação de cruZeiros e os silos do Armazém 26, na Margem Direita do Porto de Santos. O trecho costuma ser utilizado por navios de carga geral no período em que não há a atracação de embarcações de passageiros.

Segundo a Codesp, não é possível a movimentação de mercadorias durante os trabalhos de derrocagem, devido às interdições feitas no canal de navegação para realização do serviço. A única embarcação no local é a perfuratriz chinesa Yuan Dong 007, responsável pela retirada da pedra. A draga opera durante 24 horas para a perfuração da rocha e a colocação dos explosivos.

Ontem, foi o segundo dia de implosões da Pedra de Teffé. As cargas foram detonadas às 12 horas. Conforme a Autoridade Portuária, foram feitas três linhas com 15 furos cada, na rocha, e inseridos 15 quilos de explosivos em cada orifício.

A primeira detonação aconteceu na manhã da última quarta-feira. Na quinta-feira, não houve explosões para que fossem feitos ajustes.

As próximas implosões estão marcadas para amanhã, entre 10h30 e 13h30, período em que haverá o bloqueio no tráfego de embarcações no local.

A previsão da Docas, divulgada na tarde de ontem, é que as detonações ocorram a cada dois dias, sempre no período de três horas em que o canal estiver fechado. Neste mês, os horários das explosões, estipulados de forma a coincidir com a baixa da maré, variam entre manhã e tarde.

Apesar da programação, há a possibilidade de a operação não ocorrer nas datas pré-estabelecidas, seja por ajustes no processo ou por questões climáticas, que atinjam a maré e possam atrapalhar a ação.

Mesmo com as mudanças, a Codesp garante que não haverá atrasos nas detonações da Pedra de Teffé, que devem ser finalizadas em quatro semanas. A expectativa é que essa parte do trabalho seja encerrada até o dia 28, já que a temporada de cruzeiros começará no dia 29, com a chegada do navio Grand Mistral, que vai atracar no Armazém 25.

Após a conclusão da obra, haverá o reposicionamento das bóias de sinalização e será feita a batimetria.

Retirada – A próxima fase será a retirada dos pedregulhos originados com as detonações. Esse serviço será feito por outra draga, equipada com uma garra metálica. De acordo com a Codesp, a operação deverá seguir a programação dos navios de cruzeiros. A retirada dos restos acontecerá apenas quando não houver embarcações de passageiros atracadas no terminal.

Em dezembro, haverá escalas de navios de cruzeiros em apenas 12 dias. As demais datas poderão ser usadas para a retirada da rocha, o que será feito gradativamente. Para a Codesp, o mais importante é a implosão da pedra.

Depois de Teffé, será a vez da derrocagem da Pedra de Itapema, localizada em frente ao Forte de Itapema, na Margem Esquerda, na direção do Armazém 12. Ao todo, serão retirados 20 mil metros cúbicos da Pedra de Teffé e 11 mil metros cúbicos da Pedra de Itapema. O serviço é necessário para permitir o alargamento do canal de 150 para 220 metros.

As interdições no canal

Outubro

  Data Horário
  Hoje 10 horas a 13 horas
  Amanhã 10h30 a 13h30
  3/10 11h30 a 14h30
  4/10 15 horas a 18 horas
  5/10 15h30 a 18h30
  6/10 15h30 a 18h30
  7/10 15h30 a 18h30
  8/10 8h30 a 11h30
  9/10 8h30 a 11h30
  10/10 8h30 a 11h30
  11/10 8h30 a 11h30
  12/10 8h30 a 11h30
  13/10 8h30 a 11h30
  14/10 8h30 a 11h30
  15/10 8h30 a 11h30
  16/10 9h30 a 12h30
  17/10 10h30 a 13h30
  18/10 11h30 a 14h30
  19/10 13 horas a 16 horas
  20/10 15h30 a 18h30
  21/10 15h30 a 18h30
  22/10 15h30 a 18h30
  23/10 15h30 a 18h30
  24/10 8h30 a 11h30
  25/10 8h30 a 11h30
  26/10 8h30 a 11h30
  27/10 8h30 a 11h30
  28/10 8h30 a 11h30
  29/10 9 horas a 12 horas
  30/10 8h30 a 11h30
 

31/10

10 horas a 13 horas

 

Leva para a página seguinte da série