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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - URBANISMO (U)
Sem memória (7)

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Metropolização, conurbação, verticalização. Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas.

A transformação contínua das cidades nem sempre é devidamente documentada. Em conseqüência, perdem-se valiosas referências para os pesquisadores não apenas da evolução arquitetônica, como também das mudanças comportamentais, históricas, geográficas etc.

Apenas nos primeiros anos do século XXI começou a haver um trabalho mais efetivo de documentação, com o projeto Santos Digital, de 2003. Mas a percepção do valor arquitetônico das edificações santistas começou a ser registrada nos últimos anos do século XX, como o atesta a matéria publicada no dia 5 de outubro de 1997 no jornal santista A Tribuna:

Tesouro
Edificações do Centro têm valor arquitetônico

O Outeiro de Santa Catarina e as igrejas do Valongo e do Carmo são algumas das construções mais antigas da região

Maria Estela Galvão
Da Editoria Local

Ocupado há 450 anos, o Centro de Santos inclui edificações dos séculos XVI e XVII, consideradas de grande valor arquitetônico. A região começou a ser povoada nas proximidades do Outeiro de Santa Catarina e expandiu-se em direção ao Valongo. Mais tarde, a área passou a ser habitada na região do Mercado Municipal e, com o passar dos anos, as construções cresceram em direção aos morros.

1 - Santuário Santo Antônio do Valongo
Largo Marquês de Monte Alegre s/nº
Estilo - Barroco
Inauguração - Meados do século XVII
A pedra fundamental da igreja, construída simultaneamente ao convento, foi lançada em 1º de julho de 1650, data da celebração da primeira missa. Junto a estas comemorações, teve início a Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, que construiu capela perpendicular à igreja em 1691. A fachada do conjunto é considerada um dos mais expressivos trabalhos do século XVIII. Possui valiosas obras de arte, como o Cristo Místico de seis asas. A igreja foi tombada pelo Condepasa em junho de 1993.
2 - Casa da Frontaria Azulejada
Rua do comércio nº 92/98
Estilo - Neoclássico
Inauguração - 1865
A Casa Azulejada foi construída pelo comendador Joaquim Manoel Ferreira Neto. Em maio de 1973, o prédio foi tombado pelo IBPC. Foi desapropriado pela Prefeitura em 1986, tombado pelo Condephaat em 1987 e pelo Condepasa em 1990. A fachada foi restaurada pelo Município e entregue em janeiro de 1994. Ali funciona, atualmente, o Arquivo Público Municipal, com os acervos da Prefeitura, Câmara e Poder Judiciário.
3 - Casarões do Valongo
Largo Marquês de Monte Alegre, s/nº
Estilo - Neoclássico
Inauguração - Primeiro bloco em 1867
e segundo bloco em 1872
A construção do primeiro bloco dos casarões do Valongo foi concluída pelo comendador Joaquim Manoel Ferreira Neto e o segundo por seu sócio, Luiz Guimarães. Serviram como residência até 1895 e abrigaram a Câmara e a Prefeitura Municipal até 1939. O tombamento pelo Condephaat aconteceu em 1983 e, em 1985, um incêndio acabou com um dos blocos. Em 1990, o local foi tombado pelo Condepasa e outro incêndio, em 1992, deixou todo o imóvel em ruínas.
4 - Palácio da Bolsa Oficial de Café
Rua XV de Novembro nº 95
Estilo - Eclético
Inauguração - 1922
O imóvel que abriga a Bolsa do Café foi construído com mármores importados, madeiras nobres e vitrais. Conta com uma torre de 40 metros de altura, dotada de relógio, e quatro estátuas externas representando a indústria, o comércio, a lavoura e a navegação. Na parte interna, há três painéis de Benedicto Calixto que retratam a trajetória de Santos, desde sua fundação até o início do século XX. O prédio foi tombado em 1981 pelo Condephaat e em 1990 pelo Condepasa.
5 - Cadeia
Praça dos Andradas, s/nº
Estilo - Colonial
Inauguração - Meados do século XIX
Conhecido como Cadeia Velha, o imóvel da antiga Casa da Câmara foi projetado em 1836 e concluído em 1866. Tem mais de 2 mil m² de área construída e abrigou a Cadeia, o Fórum, a Intendência e delegacias de polícia. Construído em alvenaria, pedra e cal, foi tombado pelo Condephaat em 1973, que restaurou o imóvel em 1981. Em 1990, foi tombado pelo Condepasa. Atualmente lá funcionam a Delegacia Regional de Cultura e as Oficinas Culturais Pagu.
6 - Teatro Guarani
Praça dos Andradas, 100
Estilo - Neoclássico
Inauguração - 1882
O Teatro Guarani foi o primeiro edifício construído na Cidade para fins teatrais. Foi erguido em um ano e tinha teto e pano de boca pintados por Benedicto Calixto. Apresentou artistas nacionais e estrangeiros e foi cenário de manifestações abolicionistas e republicanas. Passou para o patrimônio da Santa Casa em 1910 e tombado pelo Condephaat e IBPC na década de 70. Em 1981, um incêndio destruiu a parte interna do prédio e a área foi tombada pelo Condepasa em 1992.
7 - Palácio José Bonifácio
Praça Visconde de Mauá, s/nº
Estilo - Luís XVI
Inauguração - 1938 (N.E.: correto é 1939)
A construção do palácio, que abriga a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores, seguiu normas de edificação européias, principalmente as francesas. O acabamento interior incluiu a utilização de mármore italiano, jacarandá da Bahia e lustres de cristal da Bohêmia. As obras foram executadas em dois anos, baseadas em projeto do arquiteto e engenheiro Plínio Botelho do Amaral e a inauguração ocorreu durante comemorações do centenário de elevação de Santos à categoria de cidade.
8 - Correios
Rua Cidade de Toledo nº 51
Estilo - Eclético
Inauguração - 1924
Apresentando fachada com ricos componentes, o prédio dos Correios, no Centro, possui três portas decoradas com grades de ferro fundido, em harmonia com as janelas laterais e com bandeiras terminadas em arco. Os dois primeiros pavimentos têm colunas de estilo jônico e peitoris ornamentados. O terceiro, janelas com vergas retas e arredondadas. À esquerda do conjunto, o encontro das elevações é arredondado, acompanhando a cúpula de abóbada abatida, que arremata o término do telhado.
9 - Pantheon dos Andradas
Praça Barão do Rio Branco s/nº
Estilo - Barroco
Inauguração - 1923
Construído ao lado da Igreja e Capela do Carmo, é o jazigo das cinzas de José Bonifácio de Andrada e Silva, Patriarca da Independência, e de seus irmãos Antônio Carlos, Martim Francisco e padre Patrício Manoel. O monumento do prédio foi projetado pelo escultor brasileiro Rodolpho Bernadelli e feito na Itália. Além da urna em jacarandá, o templo cívico é feito em mármore, tem quadros de bronze sobre a História do Brasil e inscrições de frases dos Irmãos Andradas. Tombado pelo Condepasa em 1993.
10 - Venerável Ordem Terceira do Carmo
Praça Barão do Rio Branco nº 16
Estilo - Barroco
Inauguração - 1599
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo originou-se das atividades dos padres carmelitas, estabelecidos em Santos no final do século XVI. Possui cadeirado em jacarandá, obras de Benedicto Calixto, lápides funerárias do século XIX e o Marco dos Evangelistas. Foi tombada pelo Condepasa em 1992. A capela ao lado tem imagens seculares e pia de água benta de 1710. Foi tombada pelo Instituto Brasileiro de Patrimônio Cultural (IBPC) em 1940, pelo Condephaat em 1981 e pelo Condepasa em 1990.
11 - Centro Português de Santos
Rua Amador Bueno nº 188
Estilo - Manuelino
Inauguração - 1900
Considerado hoje um dos mais belos edifícios da Baixada Santista, o Centro Português foi decorado com motivos próprios do estilo evocado, com janelas e portas em arcos redondos, com cordas, estrelas, cruzes de Cristo, escudos reais, esferas armilares entre colunas em forma de troncos esguios, com espiral nas pontas. No Brasil, apenas dois prédios possuem essas características: Gabinete Português de Leitura, em Recife, e o Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro.
12 - Igreja Católica Catedral
Praça José Bonifácio s/nº
Estilo - Gótico medieval
Inauguração - 1924
Projeto do arquiteto Maximiliano Hehl, a construção da Catedral retomou a linguagem medieval, período de predomínio da igreja no Ocidente. A planta, em forma de cruz latina, reproduz um octógono central coroado por uma cúpula com oito lados e seção formando arco em ponta, como a de Brunelleschi, em Florença, Itália. Duas torres e uma galilé, com três arcos góticos, avançam além da fachada. A inauguração da Catedral foi a prova da separação da Igreja e do Estado.
13 - Teatro Coliseu
Rua Amador Bueno nº 237
Estilo - Italiano
Inauguração - 1924 (N.E.: prédio atual)
O Teatro Coliseu possui colunas dóricas, lustres de cristal e aplicações nas paredes do artista italiano Fonzari. Tem 2.300 lugares e a acústica é considerada perfeita. Até o início da década de 70, grandes artistas nacionais e estrangeiros passaram pelo teatro, que funcionou como cinema e apresentou shows e filmes eróticos. Em 1992, a Prefeitura declarou o prédio de utilidade pública para desapropriação e o local encontra-se em processo de restauração. Foi tombado pelo Condephaat em 1989 e pelo Condepasa em 1990.
14 - Outeiro de Santa Catarina
Rua Visconde do Rio Branco nº 48
Estilo - Acastelado
Inauguração - Século XVI
O Outeiro é o marco inicial da povoação de Santos. No século XVI, foi construída, na base do morro, a Capela de Santa Catarina de Alexandria, a primeira da Cidade. Saqueada e destruída em 1591 e com a imagem de Santa Catarina jogada ao mar, foi reconstruída em 1663 mas, entre os séculos XVIII e XIX, foi demolida. Entre 1980 e 1984 (N.E.: SIC: correto é 1880 e 1884), o italiano João Éboli mandou construir uma casa acastelada sobre o bloco de rocha restante. O local foi tombado pelo Condephaat em 1985 e pelo Condepasa em 1990.
15 - Casa do Trem Bélico
Rua Tiro Onze, nº 11
Estilo - Colonial
Inauguração - 1738 (N.E.: controvérsia
há também a data de 1640/1656)
A Casa do Trem é uma da mais antigas construções de Santos e um dos poucos exemplares do gênero no País. As paredes são feitas de mistura de pedra, cal de sambaqui e óleo de baleia e têm cerca de 90 centímetros de largura. O imóvel abrigava o que a vila dispunha para sua proteção - lanças, arcabuzes, mosquetes e munição. Em 1940, foi tombado pelo IBPC; em 1981, pelo Condephaat e em 1990, pelo Condepasa. Desde 1989, funciona ali um centro de convivência para crianças e jovens.

Imagens publicadas com a matéria, cor sépia aplicada por Novo Milênio
Fontes: arquitetos Edméa Fioretti Matheu e Ney Caldatto Barbosa

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