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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CLIMA
Oh, raios! (12)

Baixada Santista registra números excepcionais de raios
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A grande incidência de raios na Baixada Santista já havia sido observada empiricamente, e foi confirmada neste estudo, citado em matéria do jornal santista A Tribuna, na quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (página A-8):


Segundo os pesquisadores, a intensa atividade urbana favorece a ocorrência de raios na região
Foto: Carlos Nogueira, publicada em 24/1/2006 e republicada com a matéria

TEMPESTADES

Baixada é a 1ª em queda de raios

Pesquisa realizada pelo Inpe aponta que 75 pessoas atingidas por descargas elétricas morreram no Brasil e 2008

Sandro Thadeu

Da Redação

As tempestades de verão que têm caído na região nos últimos dias, acompanhadas de muitos relâmpagos, acenderam o sinal de alerta da sociedade em relação às descargas elétricas que sempre são motivo de preocupação devido aos riscos que provocam. A Região Metropolitana da Baixada Santista é a localidade litorânea do Brasil com maior incidência desse fenômeno natural (3,41 por quilômetro quadrado/ano).

No ano passado foram registradas mortes de dois homens atingidos por raios durante a temporada de verão: uma em Bertioga e outra em Guarujá. No total, morreram 75 pessoas em todo o  País em 2008, o maior índice da década. O recorde anterior foi verificado em 2001 (73 óbitos).

Os números são fruto do levantamento inédito do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat/Inpe), coordenado pelo meteorologista Osmar Pinto Junior. Além de contabilizar os óbitos, foram apontadas a época, o local, a circunstância, a idade e o sexo das vítimas.

De acordo com o levantamento, o maior número de mortes aconteceu em São Paulo (20). O pesquisador afirma que a Baixada apresenta grande incidência de raios por quilômetro quadrado/ano. Três cidades aparecem entre as 100 primeiras do ranking (N.E.: classificação, em inglês) paulista: Bertioga (5,053) está em 41º lugar, seguida por Santos (4.671), em 61º, e Cubatão (4.423) , em 77%).

"Em geral, há pouca incidência desse tipo de caso no Litoral. Em nossa pesquisa, foram apenas 5%. A Baixada Santista é uma exceção, pois é onde caem mais raios. Esse fenômeno acontece devido à intensa atividade humana em Santos e nas cidades vizinhas", diz o pesquisador.

Uma das características apontadas, segundo ele, é que a maior parte dos casos registrados no Brasil estão ligados diretamente à emissão de poluição e às ilhas de calor, em virtude da forte atividade industrial, vias asfaltadas e excesso de prédios e construções.

Conforme Pinto, a brisa do mar, que é úmida, entra em contato direto com o calor produzido nos grandes centros urbanos e lança esse ar para cima, favorecendo a ocorrência de tempestades.

Relâmpago

Relâmpago é uma corrente elétrica muito intensa que ocorre na atmosfera com típica duração de meio segundo e trajetória com comprimento de 5 a 10 quilômetros. É uma conseqüência do rápido movimento de elétrons de um lugar para o outro. Os elétrons movem-se de forma tão rápida que iluminam e aquecem o ar ao seu redor, o que resulta no clarão e no som chamado de trovão.

  

Celular - Das 75 mortes registradas em 2008, 14 foram de pessoas que estavam em atividades ligadas à agropecuária. Treze delas estavam próximas a um meio de transporte. "Você ficar dentro de um carro é seguro, mas o risco de ser atingido por um raio em uma moto é muito grande", ressalta.

A morte de três pessoas atingidas por descargas elétricas enquanto falavam em celulares cuja bateria estava sendo carregada na rede elétrica chama a atenção do meteorologista. "Foi a primeira vez que registramos esse tipo de ocorrência. Não sabemos se foi apenas uma coincidência ou se esses casos refletem uma nova realidade".

Para evitar acidentes, o pesquisador recomenda que, ao ouvir os trovões, a pessoa procure um abrigo fechado ou entre em um automóvel, pois é um sinal de que os raios estão caindo perto.

A pesquisa apontou ainda que 61% das mortes acontecem no período de verão. No ano passado, 83% das vítimas estavam ao ar livre e 76% eram do sexo masculino. Quase dois terços das descargas elétricas desabaram sobre áreas rurais (63%). No ano passado, caíram mais 60 milhões de raios, índice superior ao verificado em 2007.


A manutenção periódica da antena de pára-raios é fundamental para evitar a ocorrência de acidentes

Foto: Walter Mello, publicada com a matéria

Pára-raios são obrigatórios em prédios

Edifícios com mais de três pavimentos, os depósitos inflamáveis e explosivos e as torres de chaminés elevadas devem ter pára-raios projetados de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A exigência está prevista no artigo 61 do Código Municipal de Edificações, Lei Complementar 84, de 14 de julho de 1993.

É necessário que os condôminos cobrem do síndico o laudo de segurança, expedido pela Prefeitura. No caso de estabelecimentos comerciais, a responsabilidade é do proprietário.

A manutenção preventiva é importante para evitar tragédias e deve ser feita a cada seis meses. um defeito no sistema pode acarretar danos irreparáveis ao patrimônio [e às] pessoas.

Vale lembrar que os pára-raios não protegem os aparelhos eletrônicos. Portanto, é recomendável desligá-los da tomada durante as fortes tempestades, evitando, assim, prejuízos com a queima dos equipamentos.

Chance de ser atingido

Conforme apontado no levantamento do Elat/Inpe, a chance de alguém ser atingido por um raio no Brasil é de uma em 2,5 milhões. Valores máximos desta probabilidade ocorreram nos estados de Alagoas e Tocantins (uma em 500 mil), enquanto os mínimos foram verificados no RIo de Janeiro, Bahia e Pará (um em 7,5 milhões). Em São Paulo, a chance detectada foi de uma em 2 milhões. Todas estas probabilidades são maiores do que a de acertar a Megasena com um palpite simples (um em 50 milhões).


DICAS DE SEGURANÇA DURANTE TEMPESTADES

Infográfico de Max e Editoria de Arte, publicado com a matéria

Em matéria do Diário Oficial de Santos, publicada em 15 de fevereiro de 2011 (página 6), o registro:

Aumenta incidência de raios

A ocorrência de raios no estado em janeiro cresceu em relação ao mesmo período de 2010. Foram 462.430 descargas elétricas este ano ante 400.353 no ano passado. Na região metropolitana da Baixada Santista, a recordista foi Itanhaém, com 2.310 descargas, seguida de Bertioga (2.238) e Santos (1.796). As informações são do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos.

De acordo com o coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior, em janeiro de 2010 Santos registrou 3.923 raios, sendo a campeã na região. "Esta diminuição em relação ao ano passado está dentro da variabilidade natural para o período de um mês, pois somente no final do verão poderemos ter visão mais clara se houve aumento ou queda entre 2010 e 2011".

Até agora foram registradas 17 mortes por raios em janeiro no país. A maioria dos casos poderia ser evitada com as precauções recomendadas, como evitar ficar no mar, em rios e piscinas, embaixo de árvores ou locais descampados durante as tempestades.


Na Baixada, Santos foi a terceira cidade mais atingida pelas descargas elétricas no ano passado

Foto: Stefan Lambauer/Divulgação, publicada com a matéria

 

Veja mais, sobre raios:

ESPECIAL NM: Oh! Raios! (FEV/1998)

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