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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CLIMA
Terremoto, até em Santos? (9-B)

Fato raríssimo nessa magnitude, no Brasil, aconteceu em 22 de abril de 2008
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O primeiro tremor de terra importante registrado no Brasil no século XXI ocorreu justamente na Baixada Santista, no mar, a 270 km de São Vicente. O fato foi analisado pelo jornal santista A Tribuna, na quinta-feira, 24 de abril de 2008 (páginas 1, A-4 e A-5):


Técnico explicou que o tremor foi causado, provavelmente, por fissuras na crosta terrestre. Segundo ele, em todo o mundo , não há como prever a ocorrência de terremotos
Foto: Nirley Sena, publicada com a matéria

FENÔMENO - Outros abalos, menores, não estão descartados. O que foi registrado na noite de terça-feira teve 5,2º na escala Richter

Novos tremores podem ocorrer

Alerta é do especialista em Sismologia da USP, José Barboza

O especialista em Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), José Roberto Barboza, disse ontem que não é possível descartar novos tremores de terra na costa paulista. Isso porque, segundo ele, após haver um abalo, podem ocorrer "microtremores" no entorno do epicentro (no caso, a 215 quilômetros da costa de São Vicente).

Frase

"Temos catalogados registros de terremotos

 sentidos na época de dom Pedro I"

José Roberto Barboza, especialista em Sismologia da USP


Imagem: charge de Max, na página 2 dessa edição de 24/4/2008. Refere-se aos problemas causados pela expansão do porto avançando sobre uma cidade também em expansão

SISMOLOGIA
Novos tremores de terra no litoral não estão descartados

De acordo com especialistas, outros "microtremores" podem ser registrados na costa litorânea paulista

Bruno Guedes

Da Redação

Não é possível descartar a possibilidade de novos tremores de terra na costa paulista. É o que afirma o especialista em Sismologia José Roberto Barboza, técnico do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).

Isso porque, segundo ele, após a ocorrência de  um tremor, podem acontecer outros "microtremores" no entorno do epicentro (a 215 quilômetros da costa de São Vicente), que podem ou não ser sentidos pela população.

O chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Vieira Barros, também afirma que novos tremores de terra poderão ocorrer, mas a tendência é a de que tenham magnitude inferior aos 5,2 graus da escala Richter (que vai até 9) registrada terça-feira.

Sobre a possibilidade de ocorrerem tremores mais intensos na mesma região, Barros disse que "não é impossível, mas é pouco provável". O chefe do observatório disse que, se o epicentro do tremor fosse mais próximo da costa, "poderia até matar".

O abalo sísmico, sentido às 21 horas da última terça-feira no Litoral Paulista, Capital e interior do Estado, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais, em um raio aproximado de 700 quilômetros, conforme o IAG, foi o sétimo maior registrado no Brasil em intensidade.

O tremor foi causado por fissuras na crosta terrestre, segundo José Roberto Barbosa. As fissuras, comuns em diversos pontos, estão relacionadas com o afastamento das placas tectônicas, movimento que começou há milhões de anos e é contínuo. O movimento natural das estruturas, explicou Barbosa, acaba criando uma tensão nessas falhas geológicas.

"É como esfregar duas pedras, uma na outra, até o momento em que sai uma faísca. Essa faísca é a força liberada pela tensão, assim como na tensão criada pela falha nas rochas", exemplificou o técnico do IAG.

Ocorrências - O Corpo de Bombeiros não recebeu notificações de trincas ou rachaduras em construções e não atendeu ocorrências causadas pelo tremor na noite de terça-feira, mas os telefones chegaram a ficar congestionados em alguns momentos.

Somente em Santos, a central telefônica da corporação contabilizou mais de 300 chamados entre 21h e 21h30. O normal para esse intervalo de tempo é de, no máximo, 30 telefonemas. "Todos ligavam procurando saber o que tinha acontecido, se era alguma explosão ou se era mesmo um terremoto. Não houve notificação de comprometimento das estruturas", ressaltou o tenente Marcos Brizola de Barros, do 6º Grupamento da corporação.

Em São Vicente, 200 pessoas ligaram para o Corpo de Bombeiros. De acordo com o tenente, com o aumento no número de chamados, houve contato com o instituto da USP, que mede os tremores de terra, para que os bombeiros pudessem informar a população. "Foi algo incomum. Nunca tinha visto isso nos 21 anos que trabalho na Baixada".

Sem vistorias - A Defesa Civil de Santos também registrou um número de chamados fora do comum: foram mais de 80, em poucos minutos. A maioria de bairros da Zona Leste. Geólogo do órgão, Carlos Gallo disse que nenhuma das ligações dava conta de problemas nas estruturas de construções e, por isso, não houve vistorias ou interdições.

Edificações com estruturas precárias, como barracos ou moradias em áreas de risco, são as mais sensíveis a terremotos. Apesar de Santos ter pouco mais de mil moradias em áreas de risco nos morros, além das submoradias das favelas da Cidade, a Defesa Civil informou que não fará vistorias para averiguar possíveis rachaduras em virtude do abalo sísmico.

"Porque não recebemos notificações sobre isso de moradores. Não há motivo para pânico", afirmou Gallo.

Também não houve registro de comprometimento de moradias nos órgãos de Defesa Civil das outras cidades da Baixada Santista.


Segundo o técnico do IAG José Roberto Barboza, o tremor foi causado por fissuras na crosta terrestre
Foto: Nirley Sena, publicada com a matéria

Terremotos não podem ser previstos

O técnico do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, José Roberto Barboza, lembrou que, em todo o mundo, não há como prever a ocorrência de terremotos. Nem há como saber onde estão as falhas geológicas da placa tectônica sul-americana, bem abaixo do Brasil, que ocasionaram os tremores de terra de maior magnitude até hoje.

A única coisa que pode ser feita, acrescentou ele, é o mapeamento dos locais habitualmente acometidos pelos abalos sísmicos. Nesse sentido, tanto a USP quanto a Universidade de Brasília (UnB) possuem catálogos com relatos de tremores desde 1560.

"Temos catalogados registros de terremotos sentidos na época de dom Pedro I", comentou o técnico. Como não há como prever, ao menos há como fazer com que pessoas que moram em locais mais sujeitos aos terremotos estejam preparadas para uma possível ocorrência.

No Japão, por exemplo, onde os terremotos são freqüentes pela proximidade com o encontro de duas placas tectônicas, há simulações em edificações para reduzir a possibilidade de mortes. "Temos algumas estações sismológicas no Estado, mas a idéia é levar para outros locais", afirmou Barboza.

Danos - De acordo com o especialista da USP, o Brasil registra regularmente tremores de terra, sendo que as ocorrências se concentram nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Acre e no litoral do Sudeste.

Um mapa com todos os tremores de terra desde 1767 impressiona: cada ponto representa a ocorrência de um terremoto. Alguns, mais fortes, nem foram sentidos pela população. Outros, de menor magnitude (que atingiram menos graus na Escala Richter), tiveram uma maior percepção dos moradores do local.

Isso porque os efeitos dependem também da profundidade em que ocorrem. No Acre, por exemplo, há diversas ocorrências, mas a maioria com mais de 200 quilômetros de profundidade.

Apesar do histórico de tremores, estragos significativos foram registrados somente no terremoto que atingiu o município de Itacarambi, no Norte de Minas Gerais, ocorrido em 9 de dezembro do ano passado (N.E.: 2007). A ocorrência, de 4,9 graus, provocou o desabamento de casas e a morte de uma criança de cinco anos, a primeira vítima fatal deste desastre natural no Brasil.

Mas por que um terremoto de menor intensidade causa maiores conseqüências do que o ocorrido na terça-feira? "Em Itacarambi, a região atingida tinha muitas construções precárias. Se o epicentro do tremor fosse no meio da cidade, somente as construções de pior qualidade provavelmente sofreriam. Os prédios e casas com boas estruturas poderiam ter algumas trincas".

Tsunami - O técnico do IAG da USP disse ainda que o risco de tsunami com um terremoto como o ocorrido é nulo. "Só é possível essa ocorrência em tremores acima de 7 pontos na Escala Richter".

Tremores no Brasil(*)
Posição Local Ano Escala Richter
Serra do Tombador/MT 1955 6,2
Costa do Espírito Santo 1955 6,1
Costa de Santa Catarina 1939 5,5
Serra de Codijás/AM 1983 5,3
Mogi-Guaçu/SP 1922 5,2
Costa de Porto Alegre 1992 5,2
Costa de São Vicente 22/4/2008 5,2
João Câmara/RN 1986 5,1
Serra do Tombador/MT 2005 5,0
10º Pacajus/CE 1991 5,0
(*) Nos últimos 100 anos
Fonte: IAG-USP


BOLETIM SÍSMICO BRASILEIRO
Imagem publicada com a matéria

Governo estuda criar uma rede sismográfica

De São Paulo

A magnitude dos terremotos ocorridos nos últimos seis meses no Brasil fez o projeto de criação de uma rede sismográfica nacional ganhar força. Ontem, o chefe do Departamento de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Barros, apresentou os detalhes da proposta aos assessores do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

"O tremor de ontem (terça-feira) ajudou a sensibilizar as autoridades sobre a necessidade da rede. Precisamos de parcerias porque criar estações e operá-las não é algo barato", comentou. A reunião estava marcada havia alguns meses, mas coincidentemente ocorreu no dia seguinte ao registro do maior tremor de terra no Estado de São Paulo.

O projeto da rede de sismografia prevê inicialmente a instalação de 40 estações de monitoramento em pontos considerados estratégicos - locais em que já foi registrada alguma movimentação anteriormente. Cada estação vi detectar os tremores, incluindo os de magnitude inferior a 2 pontos na escala. "Hoje é difícil registrar os sismos pequenos. As estações que existem estão distribuídas de maneira disforme e os instrumentos estão ultrapassados", explicou o professor.

Segundo Barros, as 50 estações que já existem no Brasil estão concentradas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, pois os equipamentos geralmente estão próximos de hidrelétricas. "Há locais como a Amazônia, por exemplo, que não têm cobertura". Ele calcula que cada nova estação custe US$ 25 mil. A criação da rede, no entanto, não permitirá que novos sismos sejam previstos. Barros explica que a principal função é monitorar os pontos em que a atividade sísmica é maior e, se necessário, pensar em medidas que possam dar maior segurança à população quando o tremor ocorrer.

Mapa - Em 2002, o geomorfólogo Allaoua Saadi, do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas (UFMG), mapeou 48 falhas geológicas no território brasileiro. Essas falhas estão geralmente onde ocorre a liberação da energia dos choques das grandes placas tectônicas. Mas, segundo Saadi, nem todas são monitoradas. "E a minha pesquisa era um pontapé inicial. Devem existir outras. Não cheguei ao oceano, por exemplo". [Agência Estado]

Destaques

Placas tectônicas - Os continentes estão sob (N.E.: SIC. Correto é: "sobre") placas tectônicas, localizadas na crosta terrestre, que se movem naturalmente há milhões de anos. O Brasil está em cima da placa sul-americana e bem longe das bordas, onde ocorrem os terremotos de maior proporção. Os tremores no Brasil são comuns devido às falhas nas placas, que liberam energia de tempos em tempos devido à tensão que sofrem. É exatamente quando essa energia será liberada que não dá para prever.

Bacias sedimentares - São formadas em depressões e deformações da crosta, durante milhares de anos, por sedimentos de organismos marinhos. É nessa camada que se encontra petróleo. Em alguns pontos, essa camada chega a 15 quilômetros de profundidade.

Estações - Os abalos sísmicos são detectados por sensores informatizados, localizados em estações de sismologia, capazes de amplificar em milhares de vezes as ondas decorrentes de terremotos. Um terremoto no Japão, por exemplo, é detectado pela estação da USP em Valinhos, interior de São Paulo, 20 minutos depois da ocorrência. [...]

SISMOLOGIA

Petrobrás explica que há várias "falhas geológicas"

 

Técnico da Unidade da Bacia de Santos revela que fator é responsável pelos tremores

 

Bruno Guedes e Valéria Malzone

Da Redação

Gerente de Interpretação Geológica e Geofísica da Unidade da Bacia de Santos (UNBS) da Petrobrás, Carlos Roberto Becker afirmou que o Litoral Paulista apresenta diversas falhas geológicas, tanto na crosta terrestre - ocasionadas pelo movimento das placas tectônicas - como na bacia sedimentar, que fica acima das rochas que formam a crosta.

São exatamente as falhas que ocasionam os tremores de terra. Elas são detectadas pela Petrobrás, antes da exploração de petróleo, mas, pelo estudo feito pela empresa, não é possível dizer se cada uma delas tem ou não potencial e características para ocasionar um abalo sísmico. Os estudos feitos pela empresa para a perfuração e captação de petróleo não se aprofundam na sismologia.

Segundo ele, há falhas inclusive nas proximidades do epicentro do terremoto da última terça, mas elas estão no fundo da bacia sedimentar, que, na estimativa do especialista, fica a 11 ou 13 quilômetros de profundidade.

"Suspeitamos que (essas falhas) podem ter influenciado, mas não dá para dizer porque não estudamos a fundo esse ponto", explicou o geólogo. Há pontos, conforme ele, em que falhas da bacia sedimentar podem coincidir com fissuras da crosta terrestre, no mesmo ponto.

Exploração - O geólogo garantiu que a probabilidade das perfurações feitas nos campos de exploração da Bacia de Santos terem influenciado ou culminado no tremor é zero. Segundo ele, o local mais próximo em que há operação é o Campo de Merluza, a 50 quilômetros de distância ao Norte do epicentro do abalo sísmico.

Além disso, as perfurações não chegam à crosta terrestre, visto que o petróleo e o gás são retirados da bacia sedimentar. "Em Merluza, por exemplo, perfuramos até 4.600 metros. Na Bacia de Santos, o máximo a que chegamos é 6.800 metros, no Campo de Tupi, no litoral do Rio de Janeiro".

Becker acrescentou ainda que as perfurações movimentam muito pouco material comparado à imensidão da bacia. A operação começa com diâmetro de 30 polegadas e termina em 8,5 polegadas. Recebe também revestimento para evitar deslocamentos e até desmoronamentos.

O geólogo e professor-fundador do curso de Petróleo e Gás do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), Juarez Fontana dos Santos, também garantiu que qualquer tipo de atividade ou operação realizada nos campos de exploração do litoral não tem relação física com o tremor de terra ocorrido na terça-feira.

"O abalo sísmico foi um fenômeno natural relacionado com os movimentos que acontecem nas placas tectônicas profundas do planeta, e que fazem parte da dinâmica global da Terra. É uma coisa mega, dantesca, relacionada com alterações e deformações na crosta terrestre", explicou o especialista.


Perfurações em Merluza já atingiram 4.600 metros e não chegam à crosta terrestre, pois o petróleo e o gás são retirados da bacia sedimentar
Foto: Rogério Soares, em 14/9/2006, publicada com a matéria

ENTREVISTA

André Belém - Oceanógrafo, professor do curso de oceanografia do Unimonte

"A vida marinha não sofre influência"

 

Arminda Augusto

Editora-executiva

Ao contrário do que se possa imaginar, um tremor de terra com epicentro no oceano dificilmente trará prejuízo significativo à fauna e flora marinhas. Da mesma forma, tremores como o que ocorreu na terça-feira não são sentidos por pescadores.

Que influência esse fenômeno natural pode trazer para a fauna e flora marinhas?

Praticamente nenhuma. Em princípio, pelo que os dados estão apontando, o ponto onde ocorreu o tremor foi bastante raso, e o que aconteceu, provavelmente, foi um deslizamento submarino. É um processo natural naquela região. Por conta disso, se há alguma interferência com a vida marinha é só naquele exato ponto. Os organismos que vivem ali foram soterrados por esse deslizamento, mas isso é pontual. O efeito sobre a biota marinha é insignificante.

Há alguns meses, foi aventada a possibilidade das perfurações petrolíferas estarem afetando a audição de mamíferos marinhos. Por isso, imaginava-se que um abalo sísmico pudesse ser muito mais prejudicial.

A comparação que devemos fazer é a seguinte: quando você aperta uma buzina de carro o som atinge um raio de 50, 100 metros. Um caminhão com o escapamento aberto você consegue escutar a uma distância bem maior. Qual deles é mais forte? A buzina é mais intensa, mas a freqüência do sinal faz com que a energia seja dissipada a curta distância. No escapamento, a freqüência mais baixa consegue viajar a uma distância muito maior porque a energia que ela carrega é muito maior. Um tremor de terra não tem a mesma freqüência das máquinas que fazem os levantamentos petrolíferos.

E que tipo de animal marinho existe na região onde ocorreu o epicentro do tremor?

Você pode encontrar atum, meca. O fundo oceânico também é repleto de vida marinha, com anêmonas, esponjas, corais de profundidade. Mas é muito difícil um fenômeno desses afetar a vida marinha a um nível detectável. Eu não conheço nenhum registro direto disso.

Como outros tremores podem ocorrer, que recomendação se pode dar àqueles que têm o hábito de pescar longe da costa?

Na verdade, um tremor de terra é praticamente imperceptível em alto mar. Se você estivesse em cima do epicentro na hora em que ocorreu, não sentiria nada. Os efeitos ocorreriam se houvesse um deslocamento de água a ponto de gerar uma onda de tsunami. Mas mesmo assim, ela começaria a ganhar altura perto da costa.

Sem queixas

O secretário de Obras e Serviços Públicos de Santos, Antônio Carlos Silva Gonçalves, afirmou ontem que, apesar do susto com o abalo sísmico da noite da última terça-feira, não houve registro de problemas estruturais, como ocorrência de rachaduras, por exemplo, nos prédios e nas casas da Cidade.

 

Questionado sobre uma possível interferência do tremor, nos prédios tortos da orla, Gonçalves explicou que "sem uma avaliação técnica específica nos locais citados, não há como saber se houve ou não algum tipo de alteração na estrutura de cada um daqueles edifícios".

 

Navegação não sofreu qualquer impacto

Da redação e da Agência Globo

O abalo sísmico não provocou qualquer impacto nas operações ou na navegação do Porto de Santos, afirmou ontem a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP).

De acordo com o encarregado da Divisão de Inspeção Naval e Vistoria da CPSP, Valter Monteiro, todas as embarcações que estão no porto foram consultadas sobre problemas decorrentes do terremoto, que os técnicos consideraram de proporção média. Todas deram a mesma resposta: sem incidentes, avarias ou problemas envolvendo as embarcações.

Plataforma - O diretor do Observatório Nacional, Sérgio Fontes, explica que a região do Oceano Atlântico onde ocorreu o tremor é uma área de bastante atividade sísmica, mas de "intensidade pequena". Ainda segundo ele, nunca foi observado um tremor "com essa magnitude" naquela área.

Fontes não acredita que o tremor possa ter causado danos nas plataformas de petróleo que se encontram instaladas no mar: "As plataformas têm construções que, em geral, absorvem abalos de média intensidade".

Rede de  água rompeu-se

De Mogi das Cruzes

O tremor de terça-feira foi suficiente para romper uma tubulação de água do município de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo. Segundo informações da Prefeitura daquela cidade, por volta das 22 horas, uma das emendas da tubulação de abastecimento de água, localizada no distrito Cesar de Souza, se rompeu.

Cerca de 20 funcionários do Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae), responsável pelo abastecimento, foram ao local e passaram a madrugada de ontem consertando o estrago.

De acordo com a Prefeitura de Mogi das Cruzes, somente por volta das 8 horas de ontem o abastecimento de água foi restabelecido. Os cerca de 20 mil habitantes que recebem água da rede que rompeu estão concentrados na Zona Leste do município. [Agência Estado].

Frases:
"Estava sentada vendo TV, quando senti o sofá tremer. Foi rápido, mas bem forte" - Denize de Oliveira, que mora na Aparecida, por e-mail

"Vimos a estante tremendo, assim como a nossa mãe no sofá" - Washington Alberto, morador da Vila Tupi, em Praia Grande, por e-mail

"Estava na Avenida Afonso Pena, em Santos, quando senti meu carro balançar e ser jogado para o lado" - Antonieta De Lio Tavares da Silva, por e-mail

"Senti o tremor mas pensei ser um mal-estar, tipo ataque de labirintite" - Jeane Barros Serrazes Meirelles, por e-mail

"O monitor do meu computador estremeceu e tive uma sensação muito estranha. Foi horrível" - Fábio Araújo de Oliveira, por e-mail

"Senti um tremor moderado e cheguei a pensar que era um caminhão passando na rua" - Allan Kardec Queiroz de Nóbrega, morador de Cubatão, por e-mail

"Estava no computador e senti o monitor vibrar, assim como minha cadeira. Olhei para o ventilador de teto, que estava desligado, mas com a cordinha metálica mexendo" - Paulo Roberto Sottomaior Andrade, morador de São Vicente, por e-mail

"Parecia que eu estava em um navio em alto-mar" - Alexandre Navarausk, morador de Santos, em comentário no fórum de atribunaonline

"Achei que estava acontecendo alguma coisa no meu prédio; não pensei duas vezes, peguei a cachorra e saí correndo pela escadaria" - Lizete Claro, moradora de Santos, em comentário no fórum de atribunaonline

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