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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CLIMA
Terremoto, até em Santos? (9-A)

Fato raríssimo nessa magnitude, no Brasil, aconteceu em 22 de abril de 2008
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O primeiro tremor de terra importante registrado no Brasil no século XXI ocorreu justamente na Baixada Santista, no mar, a 270 km de São Vicente. O fato foi registrado nas edições eletrônica e impressa do jornal santista A Tribuna, no dia seguinte, quarta-feira, 23 de abril de 2008 (páginas 1 e A-4):
 


Na Praia do Gonzaguinha, em São Vicente, moradores desceram dos prédios em busca de informações logo após o abalo sísmico: susto na região
Foto: Luiz Fernando Menezes, publicada com a matéria

FENÔMENO - Populares relataram os efeitos do abalo sísmico: nas residências, lustres, portas e móveis balançaram

Tremor e tensão

Com duração de apenas alguns segundos, foi suficiente para assustar os moradores da Baixada; alguns chegaram a correr para a rua

Um tremor de terra, de 5,2 graus na escala Richter (de porte médio), foi sentido em todas as cidades do litoral paulista, em outras regiões do Estado e em Santa Catarina, Minas Gerais, no Paraná e no Rio, ontem, por volta das 21 horas. A Tribuna recebeu dezenas de telefonemas de moradores da Baixada Santista. O epicentro do abalo sísmico foi registrado no mar, a 215 quilômetros da costa de São Vicente.

Frase

"Este é o maior sismo que aconteceu no Estado de São Paulo nos últimos 100 anos. O último que seria mais ou menos compatível a este aconteceu em Mogi Guaçu em 1922, com 5,1 (na escala Richter)"

Jesus Berrocal, professor de Sismologia da Universidade de São Paulo


Imagem: Serviço Geológico dos EUA, publicada com a matéria

Quarta-feira, 23 de Abril de 2008, 07:30

TERREMOTO
Terra treme e assusta a Baixada

Fenômeno atingiu o Litoral Paulista, a Capital e Interior, além do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina

Da Redação

Um tremor de terra foi sentido, por cerca de três segundos, em todas as cidades do Litoral Paulista por volta das 21 horas de ontem. O abalo foi narrado por moradores de prédios e casas da Baixada Santista e registrado também na Capital e cidades do interior do Estado, além do Sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

Segundo informações do Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília, o epicentro do tremor ocorreu no Oceano Atlântico, a 215 quilômetros da costa de
São Vicente e mediu 5,2 graus na escala Richter (de porte médio, mas intenso para o histórico do Brasil). Foi o maior tremor no Estado de São Paulo desde a década de 20.

Até o fechamento desta edição não havia informações de vítimas, segundo o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de Santos.

No prédio de A Tribuna, no Centro de Santos, o fenômeno também foi percebido. Imediatamente os telefones da Redação começaram a tocar, com moradores de várias cidades contando que sentiram uma espécie de tontura e pedindo informações sobre o que estava ocorrendo. Alguns disseram que chegaram a correr para a rua. Essa atitude também tiveram moradores da orla de Praia Grande e da Rua Paraíba, no bairro da Pompéia, em Santos.

O telefone do Corpo de Bombeiros chegou a ficar congestionado com as dezenas de ligações. Os relatos davam conta de quadros caindo de paredes, sensação de onda passando embaixo da terra, monitores de TVs balançando, ventiladores de teto se movendo e copos tilintando.

Perto do Orquidário Municipal, no José Menino, em Santos, a moradora Maria de Lurdes Martins Dagostino estava tomando banho quando percebeu que tudo estava tremendo. "Foi uma coisa horrível".

Em muitos bairros de Praia Grande, moradores de casas perceberam o tremor, o que não é muito comum, segundo especialistas. Normalmente, os abalos de terremotos são sentidos em andares mais altos.

O tremor também assustou Marcelo dos Santos, de Itanhaém. No momento do abalo, ele estava deitado no tapete da sala assistindo à televisão. "Tive a sensação de que o tapete estava sendo puxado".

No centro do Guarujá, Valéria Garcia contou que o abalo do prédio foi tão intenso que os moradores deixaram os apartamentos e foram para a rua.

Na Praia do Góes, em Guarujá, Paulo Rogério Theodoso, disse que o fenômeno foi sentido por menos de um minuto. "Depois foi parando, mas o pessoal ficou assustado".

Em São Vicente, local mais próximo do epicentro, além das pessoas que moram próximo da orla, outros de bairros mais afastados, como a Vila Margarida, por exemplo, também se assustaram. Se você tem relatos do tremor de terra de ontem à noite, mande seu e-mail para digital@atribuna.com.br.

Frase

"Na casa de minha nora, na avenida principal de Itanhaém, no Jardim Oásis, o tremor foi tão forte que a tampa do fogão, que estava aberta, caiu"

Marlete de Souza, moradora de Itanhaém


Em São Vicente, moradores de um prédio deixaram seus apartamentos levando animais de estimação
Foto: Luiz Fernando Menezes, publicada com a matéria

Quarta-feira, 23 de Abril de 2008, 07:33
"Ação humana pode ter influído"

"Não é coisa de amanhã ou depois de amanhã" o prazo para que se saibam as causas do primeiro tremor de terra do século no Estado. Segundo a bacharel em Física e mestre em Geologia Célia Maria Fernandes (técnica do IAG/USP), o que dá para afirmar, por enquanto, é que o epicentro (ponto onde se registrou o abalo) pode ser considerado próximo da costa. Como ainda se fala em hipóteses, ela pensa que ações humanas podem ter levado à situação - como a exploração de combustíveis, em grandes profundidades, na Bacia de Santos.

O que costuma causar abalos?
Para a gente saber o que aconteceu realmente, demora um pouco, porque a gente tem de esperar virem dados das estações, que ficam distantes. Por enquanto, a gente só sabe que aconteceu a dez quilômetros de profundidade. É uma profundidade média.

Quanto à distância (cerca de 215 km da costa de São Vicente), haveria algum motivo para alarme?
Para alarme, não teria. Habitualmente, lá não acontecem sismos.

Ações humanas podem desencadear uma reação natural deste tipo?

Em alto-mar, há várias plataformas de exploração de gás natural e de petróleo.
Pode, pode acontecer. Não se sabe se é isto, mas, tudo é possível. A gente não pode dizer que é, pelo menos por enquanto.

Há algum fenômeno natural ou de ação humana que tenha, nos últimos anos ou décadas, motivado tremores de terra?
A gente tem, até, alguns sismos naturais que aconteceram no Brasil. Normalmente, onde há grandes lagos de hidrelétricas pode acontecer. Mesmo os sismos que aconteceram por hidrelétricas foram de magnitude muito pequena, pouco sentidos na região.

Efeitos dos terremotos
Escala Richter Conseqüências
Menos de 3,5 Geralmente não é sentido, mas pode ser registrado
3,5 a 5,4 Freqüentemente não se sente, mas pode causar pequenos danos
5,5 a 6 Ocasiona pequenos danos em edificações
6,1 a 6,9 Pode causar danos graves em regiões onde vivem muitas pessoas
7 a 7,9 Terremoto de grande proporção, causa danos graves
8 graus ou mais Terremoto muito forte. Causa destruição total na comunidade atingida e em comunidades próximas
Observação: Não é possível determinar um limite máximo de graus. Ainda que cada terremoto tenha uma magnitude única, os efeitos de cada abalo sísmico variam bastante, por exemplo, devido à distância, às condições do terreno e às condições das edificações


ÁREAS ATINGIDAS
Arte: Max, publicada com a matéria

Quarta-feira, 23 de Abril de 2008, 07:34
Fenômeno é "muito raro"

O fenômeno que assustou os moradores da Baixada Santista ontem "é muito raro", segundo Márcia Ernesto, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosférica da Universidade de São Paulo (IAG/USP). A especialista explicou que normalmente os abalos sentidos no Brasil são apenas reflexos de tremores que acontecem na região dos Andes, que fica próxima a borda da placa tectônica sul-americana. Sobre as causas do fenômeno, a especialista disse que é preciso investigar.

Segundo a vereadora Cassandra Maroni Nunes, que é geóloga, pela localização do País, mais ao centro da placa tectônica "nós estamos mais seguros". Ela explicou que eventos de pequenos abalos acontecem nas bordas da placa "e são corriqueiros", já que a movimentação tectônica é constante. "Quando sobe uma placa na outra, dá um alívio de tensão".

"Este é o maior sismo que aconteceu no Estado de São Paulo nos últimos 100 anos. O último que seria mais ou menos compatível a este aconteceu em Mogi Guaçu em 1922, com 5,1 (na escala Richter)", explicou o professor de sismologia da USP, Jesus Berrocal.

PREVENÇÃO - O professor de Geociências da USP, Cláudio Riccomini, afirmou que não existem meios de se prever o tremor, ou mesmo se o fenômeno vai se repetir. Observou apenas que, "estatisticamente", é pouco provável a repetição de um abalo dessa magnitude.

Riccomini disse que pelo histórico a movimentação da placa sul-americana foi vertical, provocando uma espécie de degrau no fundo do mar. O especialista comentou ainda que a movimentação ocorreu devido a uma falha, provavelmente provocada por uma descontinuidade da rocha.

"MARGEM PASSIVA" - O professor observou que a região onde ocorreu o sismo é classificada como "margem passiva" e fica em uma área onde a placa sul-americana está distante da placa africana. Sobre a abrangência do fenômeno, que chegou a atingir outros estados, ele considerou normal devido a potência do terremoto.

O Serviço Geológico Americano também acompanhou e divulgou em seu site informações sobre os tremores de terra no País.

Quarta-feira, 23 de Abril de 2008, 07:36

A Tribuna não esquece


Imagem publicada com a matéria

8 de junho de 1994 - Ocorrido em Santa Rosa de Yacumã, cerca de 300 quilômetros ao Norte de La Paz, capital da Bolívia, um tremor de grande magnitude — 8 graus na escala Richter — foi percebido por moradores da Cidade entre 22 e 23 horas daquele dia. O reflexo durou quase três minutos. De acordo com relatos, lustres balançaram e pessoas sentiram tontura (Reportagem de A Tribuna de 10/6/1994 - foto)

12 de maio de 2000 - Santos foi um dos municípios brasileiros que sentiram um abalo de 7 graus na província argentina de Jujuy, na Cordilheira dos Andes, próximo ao Chile. Os outros foram São Paulo, Taubaté, Brasília e Goiânia. Registrado às 15h43, pelo horário oficial brasileiro, o tremor foi sentido na Cidade por pouco mais de 15 segundos, segundo moradores e trabalhadores.

20 de junho de 2003 - A Região Amazônica sofreu um tremor de terra de 7 graus na escala Richter — um dos cinco maiores registrados no País. Apesar da intensidade, não foi sentido pela população nem causou danos por ter ocorrido a 553 quilômetros de profundidade. Sete horas depois (por volta das 10h20 de Brasília), houve um abalo de 6,8 graus no Chile, também sem conseqüências.

9 de dezembro de 2007 - Uma menina de 5 anos morreu e pelo menos seis pessoas ficaram feridas, no início da madrugada, por causa de um tremor de terra em Itacarambi, no Norte de Minas Gerais, a 663 quilômetros de Belo Horizonte. O abalo, de 4,9 graus, destruiu seis casas e danificou outras 70. Tremores vinham sendo registrados nos sete meses anteriores à tragédia.

Fonte: Arquivo A Tribuna

Expediente

Reportagem: Andrea Rifer, Rafael Motta e Paulo Alves

Edição: Lídia Maria de Melo e Luigi Di Vaio

Diagramação: Carolina Fernandes

Coordenação: Arminda Augusto

Arte: Max

Vídeos:
Em formato MP4, com tela 640x480, este vídeo em três partes foi produzido para o Jornal Eletrônico Novo Milênio. Clique nas imagens abaixo para obter os arquivos:

Clique na imagem para obter o 1º vídeo

Vídeo 1: duração de 7'30" - 586 kbps - arquivo de 24,7 MB. Noticiário das TVs SBT e Band News

Clique na imagem para obter o 2º vídeo

Vídeo 2: duração de 5'15" - 583 kbps - arquivo de 21,6 MB. Noticiário da TV Record News

Clique na imagem para obter o 3º vídeo

Vídeo 3: duração de 6'56" - 576 kbps - arquivo de 27 MB. Noticiário da Rede Globo de Televisão

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