Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0172z01.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 07/25/10 20:41:32
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - TRANSPORTES - LIVROS
Uma história dos transportes em Santos (1)

Clique nesta imagem para ir ao índice da obraA história centenária dos transportes coletivos em Santos foi narrada em 1987 pelo professor Ricardo Evaristo dos Santos e pelo jornalista e advogado José Paulo de Oliveira Matos, na obra Transporte coletivo em Santos - História e Regeneração. Com 160 páginas, ilustradas, o livro (registros CDD - 388.4 - S237t) foi editado pela Companhia Santista de Transportes Coletivos (CSTC), sendo composto e impresso em 1987 na Gráfica Prodesan, em Santos, com o apoio do prefeito Oswaldo Justo.

Esta primeira edição digital, por Novo Milênio, foi autorizada em 17/2/2010 por Paulo Matos, que faleceu em Santos, em 19 de julho de 2010. Não foi possível localizar o outro autor, que teria se radicado na Europa alguns anos depois. Páginas 9 e 10:

Leva para a página anterior

Transporte Coletivo em Santos

História e regeneração

Leva para a página seguinte da série

 Ricardo Evaristo dos Santos e Paulo Matos

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem, como ponto de partida, descrever a trajetória do Sistema Bonde na Cidade de Santos desde os primórdios até o desaparecimento do sistema nesta cidade, em 28 de fevereiro de 1971, fruto de uma política autoritária que só procurava desarticular o transporte coletivo em nossos municípios. Nesse contexto, pode-se afirmar que o "Milagre Brasileiro" só aconteceu para a Indústria Automobilística, que acabou sofrendo um crescimento vertiginoso em seu parque, modificando hábitos do povo brasileiro em relação ao transporte coletivo.

Desse modo, procurei fazer esse trabalho como forma de conscientizar uma geração de menos de 20 anos que não chegou a ver o sistema de transporte por bonde - um dos valores da nossa memória histórica, adormecida por alguns saudosistas apaixonados, que vivem no ostracismo de um época opulentamente dourada, impregnada de tradição e cultura.

A realização dessa pesquisa mostrou o que se pode e deve fazer pela história de nossas cidades. No caso de Santos, esquecida pelas administrações passadas em relação a tudo que se referi a preservação do patrimônio histórico, bem como as manifestações artísticas e culturais, pude perceber também o mesmo hiato em relação à CSTC, que se encontrava, em abril de 1985, num estado financeiro caótico. Indiretamente a este fato, fui procurado em meados de maio desse mesmo ano, pelo ex-presidente (atual presidente do Conselho) da CSTC, o engenheiro Armênio Tavares Russo, que solicitou uma pesquisa sobre a "História dos bondes em Santos" e que passou a ser um trabalho complexo e difícil pela falta de dados mais profundos sobre o assunto.

Entretanto, a persistência e o dinamismo em realizar essa tarefa árdua e penosa fez-me acreditar na recuperação de uma empresa que estava prestes a desaparecer - CSTC - que passou a assumir uma posição de respaldo moral e financeiro com uma diretoria coesa de responsabilidade técnica e administrativa para com o serviço público. Diretoria essa que acreditou não só no meu trabalho, mas, sim, nos números estatísticos apresentados no início deste, onde cheguei a mostrar que era viável acreditar na recuperação e revitalização da empresa através do seguinte dado histórico: Santos em 1917 tinha o privilégio de possuir o maior transporte da América do Sul. Desse modo, pude também realizar um levantamento histórico e patrimonial da empresa e com esses elementos elaborei um projeto sobre o Museu do Bonde da CSTC.

Esta obra "O Bonde e suas Histórias - Uma Memória Coletiva da cidade de Santos" se faz através de um levantamento da memória da cidade sob o ponto de vista social e urbano, utilizando o bonde para traçar este paralelo. Mas a concretização do trabalho se deve a pessoas como: o pesquisador Waldemar Corrêa Stiel, pelo incentivo na pesquisa, e de quem primeiros relatos foram consultados nas duas obras: "História dos Transportes Coletivos em São Paulo" e "História do Transporte Urbano no Brasil"; a minha querida e entusiasta professora-mestre Wilma Therezinha Fernandes de Andrade, da disciplina História do Brasil, da Fafis; além disso, pude contar com o apoio do Departamento de Patrimônio Histórico da Eletropaulo, nas pessoas do dr. José Alfredo O. V. Pontes (chefe do Departamento); historiador Ricardo Maranhão, Dirce P. S. Mendes e F. E. Bezerra de Menezes pela divulgação inicial da minha pesquisa, no Boletim Histórico nº 3 - Agosto/1985. Bem como a paciência e compreensão da equipe de execução fotográfica da Eletropaulo para com meu trabalho na seleção das fotos contidas neste livro, liderada pelo Carlos Sérgio da Costa Lima, Carlos Gomes Pires e Rubens Carotenuto.

Procurei, assim, partir na procura de maiores dados nas seguintes instituições pesquisadas: Arquivo da SMTC/CSTC; Arquivo e Biblioteca da Sociedade Humanitária dos Empregados do Comércio de Santos; Departamento de Pesquisa do Jornal A Tribuna; Centro de Documentação do Dep. História da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade católica de Santos; Arquivo do Patrimônio Histórico da Eletropaulo; Arquivo do Departamento Pessoal da Eletropaulo, ambos em São Paulo; Arquivo do Departamento Jurídico da Eletropaulo-Regional (Santos) e Arquivo Histórico Municipal "José da Costa e Silva Sobrinho" - Centro de Cultura de Santos.

O trabalho ainda dispôs de dados históricos orais sobre o bonde, fornecidos pelas seguintes pessoas: sr. João Monteiro, ex-assessor técnico da diretoria da CSTC (aposentado após 39 anos de empresa); sr. Walter B. Guedes Paiva; sr. Henrique Pedro dos Santos (trabalha na empresa desde 1947); dr. Rolando Vidal Filho - Dep. Jurídico da CSTC; sr. Antônio Gonçalves Nogueira (37 anos de empresa - 1943-1981); sr. Emídio Simões da Silva - ex-chefe do Tráfego do Jabaquara da CSTC (1954-até novembro de 1985); sr. José Pascon Rocha - Codesp - e pesquisador da memória ferroviária do Brasil. A essas pessoas, os meus sinceros agradecimentos.

Prof. Ricardo Evaristo dos Santos

Santos-SP-13 de julho de 1986