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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - PIONEIROS DO AR
A chegada do Jahú a Santos, em 1927 (2)

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A década de 1920 foi de grande importância para a aviação mundial, marcada pelos raids aéreos que destemidos aviadores realizavam, principalmente sobre o Oceano Atlântico. Em 1927, uma equipe brasileira atravessou o Atlântico, de Gênova até a represa de Santo Amaro: é a epopeia do hidroavião Jahú, acompanhada pelo jornal paulistano Folha da Manhã, que relatou na edição de 28 de julho de 1927, página 7, com o auxílio de agências telegráficas como a Americana (A.) e a Havas (H.) (ortografia atualizada nesta transcrição):


Imagem: reprodução parcial da página com a matéria

O Jahú no Rio

Está marcada para hoje a partida para Santos

Se o tempo permitir, a partida se dará depois do meio dia - Rio, 27 (A.) - Interpelados pela Agencia Americana, os aviadores brasileiros tripulantes do Jahú declararam que, se as informações meteorológicas forem favoráveis, partirão amanhã, depois do meio dia, desta capital, com destino à cidade de Santos

O Jahú decolará hoje - Rio, 27 (H.) - Amanhã, depois das 12 horas, se o tempo permitir o Jahú levantará voo desta capital rumo a Santos, para terminação da última etapa do seu grandioso reide.

As despedidas - Rio, 27 (H.) - Os intrépidos aviadores do reide Gênova a Santo estão fazendo as suas últimas despedidas por terem de levantar voo rumo ao porto de Santos. Ontem foram eles ao Hotel dos Estrangeiros, em visita de despedida ao sr. visconde de Moraes.

Embora ainda não esteja marcada a hora da partida, Ribeiro de Barros e seus companheiros deverão se despedir hoje do sr. presidente da República.

[...]

O mesmo jornal Folha da Manhã destacou, no dia 29 de julho de 1927, página 4 (ortografia atualizada nesta transcrição - clique >>aqui<< ou na imagem para obter a página ampliada):

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Imagem: reprodução da página com a matéria de 29/7/1927

Santos recebeu ontem em seus braços os intrépidos tripulantes do Jahú

O mar que inspirou a Vicente de Carvalho algumas das mais belas páginas da língua portuguesa teve ontem as suas ondas sulcadas pelas quilhas vitoriosas do Jahú.

E a cidade de Santos prestou, realmente, aos heroicos tripulantes do Jahú as homenagens de que eles se tornaram dignos, pela bravura, pela tenacidade e pela energia cívica com que levaram a bom termo uma empresa que a muitos desanimara.

Ribeiro de Barros e os seus distintos companheiros de travessia aérea merecem o nosso melhor carinho, porque deram ao mundo um brilhante exemplo de desprendimento e constância. Estas virtudes, tão duramente postas à prova, na longa jornada, valem como a consagração definitiva dos aviadores brasileiros.

Justíssimas são as homenagens da cidade de Santos, como justas serão amanhã as excepcionais demonstrações de carinho com que, também nós, havemos de testemunhar aos valentes moços o orgulho que eles souberam revigorar, que nos inspira a energia nunca desmentida do espírito de aventura e de energia dos brasileiros.

No Rio

Visita ao conde de Moraes - Rio, 28 (A.) - Os aviadores Ribeiro de Barros, Newton Braga e João Negrão, acompanhados do sr. ministro Muniz Barreto, estiveram no Hotel dos Estrangeiros, em visita de despedida ao sr. visconde Moraes. Os visitantes foram recebidos por aquele capitalista, que é figura proeminente da colônia portuguesa, e por diversos amigos do nosso alto comércio, que ali se encontravam.

No salão nobre do hotel mantiveram animada palestra com o sr. visconde de Moraes, que lhes fez uma saudação em palavras vibrantes e expressivas, à qual respondeu o capitão Newton Braga.

Em seguida, o sr. ministro Muniz Barreto saudou o sr. visconde de Moraes.

Para o reide a Gênova - Rio (A. B.) - A comissão do alto comércio presidida pelo visconde de Moraes foi hoje à Liga da Defesa Nacional, onde entregou ao presidente da grande comissão de recepção aos aviadores a importância de 175:290$000.

Durante a solenidade da entrega, usaram da palavra vários oradores.

RIO, 28 (A. B.) - O ministro Muniz Barreto abriu no seio da grande comissão uma subscrição para auxiliar o reide de Ribeiro de Barros.

Até agora, já assinaram as seguintes pessoas: ministro Muniz Barreto, 500$0000; Alvaro Nunes de Carvalho, 100$000; Mauricio Marques Lisboa, 100$000; William Mazzoco, 150$000; perfazendo um total de 850$000.

Rio, 28 (A. B.) - Continua a apuração do conteúdo das pipas pró Jahú. A primeira aberta foi a que se achava na Galeria Cruzeiro, procedendo-se à abertura na sede da Liga de Defesa Nacional, em presença do ministro Muniz Barreto e da comissão central. Ali mesmo foi passada às mãos do representante do Banco Pelotense a importância de 13:127$000, correspondente aos cheques, 6:650$000 de envelopes com dinheiro e 19$000 em notas dilaceradas, tudo num total de 19:796$000.

Desta mesma pipa restam ainda contar as moedas em prata, bronze e níqueis.

Falta apurar a renda das pipas do Meyer e Cancella.

O tempo - Rio, 28 (A.) - Ao meio dia, foi entregue ao comandante Barros, no Hotel Glória, a seguinte nota:

"Tempo reinante em Santos às 11 e meia horas de hoje - bom, céu quase limpo, vento Noroeste, visibilidade boa.

Tempo reinante às 11 horas de hoje, nos seguintes pontos da costa, entre Rio e Santos: Santa cruz - bom, limpo; Paraty - bom, limpo e calmo; Mangaratiba - bom, limpo, ligeira brisa do Sul. Linhas interrompidas para os outros pontos - Ubatuba e São Sebastião. Os ventos rondarão para Sul, em toda a costa, ao correr da tarde. - Feliz viagem. Sampaio Ferraz, diretor".

Vistorias ao aparelho - O Jahú foi vistoriado - Rio, 28 (H.) - No balneário da Urca, para onde foi rebocado ontem de manhã pelos mecânicos Mendonça e Cinquini, o Jahú recebeu uma minuciosa vistoria procedida pelo comandante Ribeiro de Barros e capitão Newton Braga.

A decolagem - Rio, 28 (A.) - Urgente - O Jahú decolou às 13 horas e 15 minutos. O possante aparelho está voando sobre a cidade.

Rio, 28 (A. B.) - São 13,20 horas. O Jahú acaba de levantar vôo, e, de pois de fazer lindas evoluções sobre a cidade, tomou a direção da barra.

Fora da barra - Rio, 28 (A.) - Urgente - 13 horas e 20 - O Jahú tomou a direção da entrada da barra, que transpôs às 13 horas e 22, tendo desaparecido ás 13 horas e 24.

Sobre a avenida - Rio, 28 (A.) - Urgente - São 13 horas e 25. O Jahú está voando sobre a Avenida Rio Branco.

No céu de Niterói - Rio, 28 (A.) - Urgente - O Jahú está voando sobre Niterói. São 13 horas e 17 minutos.

As buzinas dos automóveis e as sereias dos jornais funcionam ininterruptamente. É grande o entusiasmo.

Em S. Sebastião

No céu ce São Paulo - S. Sebastião 28 (A.) - Urgente - O hidroavião brasileiro Jahú passou por sobre esta cidade, às 14 horas e 50 minutos.

Em Santos

A ansiedade popular - Santos, 28 - Não é possível traduzir o entusiasmo do povo, desta cidade, pela chegada aqui do belo e possante aparelho de João Ribeiro de Barros.

A cidade, desde cedo, estava com um aspecto fora do comum, de grande entusiasmo e agitação, e toda a população ansiava pela grata notícia que esperava receber, da saída do Rio dos nossos heroicos patrícios.

Cerca de 13 horas a notícia célere correu, de bairro a bairro, alegrando todos os corações. A cidade toda, como que por encanto, embandeirou-se e automóveis cruzavam todas as ruas, com as bandeirinhas do Jahú. O comércio fechou-se todo e a cidade viveu um de seus grandes dias. Do alto do Monte Serrat ouviu-se uma salva de vinte e um tiros, anunciando ao povo que o Jahú havia deixado a Guanabara e que aqui chegaria às 15 horas, avolumando-se então o entusiasmo popular, que ultrapassou as melhores previsões.

O povo, todas as classes sociais, sem distinção, começou a se locomover, demandando o cais da Alfândega velha, onde os intrépidos aviadores seriam recebidos pelas autoridades, membros das comissões de festejos e de inúmeras sociedades, assim como os representantes das sociedades das colônias italiana, portuguesa, espanhola e outras.

No cais - Às 14 horas, dificílimo era o trânsito, quer de pedestres, quer de veículos, pelas imediações do cais da Alfândega, onde afluíra, parece, toda a população de Santos. A alma nacional vibrava em toda sua grande intensidade...

No cais uma formidável multidão se aglomerava, sendo um trabalho insano, estafante, impedir que o povo rompesse os cordões estabelecidos, formados pelos atiradores do Tiro Naval e por soldados da Força Pública.

Às 15 horas já se encontravam no cais, nas proximidades da estação das barcas do Guarujá, todas as altas autoridades, assim como os membros da comissão de recepção em terra, encontrando a do mar, na Base de Aviação Naval.

O povo, de instante a instante, erguia vivas aos aviadores, cantando a marcha Jahú, achando-se também no cais a banda do Corpo de Bombeiros.

Nas imediações do cais era extraordinário o movimento, achando-se repletas todas as sacadas dos edifícios. Famílias, dezenas e dezenas de famílias, indiferentes aos perigos da formidável aglomeração, estavam postadas na Praça da República, tomada, também, de centenas de automóveis. Nos morros, nos andaimes das casas em construção, nos guindastes da Docas havia gente. Todos ansiavam pela chegada do Jahú. Santos nunca vibrou com tanto entusiasmo.

O Jahú aparece... - Precisamente às 15,15 horas, um vulto surgiu, no espaço ao lado do mar. Era o possante avião nacional, e quando o povo o pressentiu, manifestou entusiasmo tal, que impossível se torna descrevê-lo.

Num majestoso, num dia lindo, de céu azul, o Jahú foi se aproximando da cidade, que contornou, como um grande pássaro, ante o delírio da população.

Depois de belas evoluções, tendo ido voltear a praia do Boqueirão, o Jahú foi novamente avistado no cais e, em seguida, em voo baixo, contornou todo o estuário, indo pousar, majestosamente, às 15,28 horas, nas imediações da Ilha Barnabé, de onde, sobre a água, foi para a Base de Aviação Naval, ali parando as hélices.

Os aviadores brasileiros, na Base da Aviação Naval, eram aguardados pelo comandante da Base e membros da comissão de recepção no mar.

Às 16,30 horas, ante uma chuva de flores e de palmas, os heroicos aviadores, numa lancha da Base, chegaram ao cais da Alfândega, onde receberam os cumprimentos das autoridades e das comissões, ali se dando comovente cena, quando o dr. Alvaro Ribeiro de Barros abraçou, chorando, seu sobrinho, o glorioso comandante do Jahú, que vestia um fardamento branco. Negrão estava com o uniforme da Força Pública do Estado e Braga trazia a farda do Exército Nacional, vestindo Cinquini um traje civil.

Quando os tripulantes do Jahú puseram pé em terra, foi tal o entusiasmo, que o povo rompeu os cordões, tentando aproximar-se de Ribeiro de Barros e seus companheiros, que, a custo, tomaram os automóveis que lhes estavam destinados.

O cortejo - Trabalho enorme e árduo foi a formação do cortejo, que demandaria o Paço Municipal. O povo a nada queria atender. Pouco antes da 17 horas (N.E.: SIC - correto seria 15 horas, considerando a chegada ao Paço às 15h30) o cortejo deixou o cais, seguindo no primeiro automóvel o comandante João de Barros, o sr. Carlos Caldeira, da comissão de festejos, e um pelotão de atiradores do Tiro Naval, protegendo o aviador, que a multidão queria carregar em triunfo.

O automóvel era dirigido pela senhorita Zezé Lara. No segundo automóvel seguiam Newton Braga e Negrão, com o coronel Marcilio Franco, representando o presidente do Estado, seguindo Cinquini no quarto automóvel, com membros da comissão.

O cortejo, sob ruidosas aclamações populares, locomoveu-se lentamente pela Praça da República, Rua 15 de Novembro, Rua Frei Gaspar, Praça Rui Barbosa, Rua S. Leopoldo, Praça dos Andradas, Rua S. Bento e Praça de Monte Alegre, até o Paço Municipal.

Em todos os pontos do trajeto os aviadores eram aclamados com indescritível entusiasmo, sendo dificílima a passagem do cortejo ante a aglomeração popular. De todas as sacadas, senhoras e senhoritas jogavam flores sobre os aviadores, que tiveram assim, com esta majestosa recepção, uma verdadeira glorificação em que bem alto se fez ouvir a voz do povo.

No Paço Municipal - Seriam 15,30 horas quando o grande cortejo, formado por dezenas e dezenas de automóveis, chegou ao Paço Municipal, onde se encontravam todos os vereadores, comissões e elevado número de famílias, que cobriram os heróis de pétalas de rosas, enquanto o povo, no largo fronteiro ao edifício da Câmara Municipal, não se cansava de aclamar os heróis do Jahú.

Em nome da cidade falou, na Câmara, o dr. Souza Dantas, prefeito, sendo oferecida aos aviadores uma taça de champanhe. No Paço Municipal, a custo, conseguimos rápidas palavras com Ribeiro de Barros, que se mostrava verdadeiramente comovido com a manifestação que lhe faziam e aos seus companheiros.

"A viagem - disse o jovem piloto - foi magnífica e tivemos uma satisfação quando lá do alto avistamos Santos, esta grande terra de nossa terra".

Ribeiro de Barros disse ter deixado o Rio às 13,34 horas, rumando logo para Santos, depois de evoluir sobre a cidade, que o recebera de modo tão carinhoso.

Impossível era manter mais demoradamente uma palestra com Ribeiro de Barros, que era por todos procurado para o abraçar, assim como os seus gloriosos companheiros.

Sempre sob ruidosas aclamações populares, os aviadores, pouco antes das 18 horas, deixaram o Paço Municipal, indo em automóveis para o Parque Balneário Hotel, onde estão hospedados.

Marche aux flambeaux - À noite, cerca de 20,30 horas, foi organizada uma imponente e grandiosa marche aux flambeaux, que se iniciou na Praça da Independência, de onde seguiu, aos milhares de lanternas e bandeiras, carregadas pelo povo, para a Avenida Presidente Wilson, onde se encontravam os aviadores, que ali foram saudados pelo dr. Samuel Baccarat.

A grande passeata depois veio para a cidade, percorrendo as ruas centrais e parando em frente às redações dos jornais, onde se fizeram ouvir vários oradores, que entoaram hinos ao Jahú e ao povo de Santos, pela forma magnífica, grandiosa, com que acolheu os tripulantes do Jahú, dando assim uma grande prova de civismo e patriotismo.

Na sede do Jockey Club, com extraordinária animação, realizou-se, tendo às 22 horas, uma bela sauterie oferecida aos aviadores, com a presença dos elementos mais representativos da cidade.

Os presentes - Inúmeros são os mimos a serem oferecidos aos aviadores, aos quais também serão entregues ricas medalhas de ouro, destacando-se, dentre estas, as que lhe oferecerão os auxiliares do tráfego das Docas.

Estas medalhas são de ouro, cravejadas de brilhantes.

A Metro Goldwyn - Santos, 28 - A Empresa Metro Goldwyn, das rendas de ontem de seus cinemas, entregou 10 por cento para as homenagens aos aviadores.

Esta empresa, também em seus cinemas, distribuiu este significativo impresso:

"Ao cais, santistas. Em casa, somente os enfermos e enfermeiros. Também podem ficar em casa os indiferentes. Destes não carece a Pátria".

Os programas de hoje - Para as homenagens a serem prestadas hoje, aos aviadores patrícios, foi organizado o seguinte programa:

Às oito e trinta, será celebrada missa solene na Catedral, à Praça José Bonifácio, em ação de graças pela conclusão da última etapa do grande reide.

A nave da Catedral foi decorada com sobriedade e beleza para o tocante ato de religião.

Após a missa, os nossos patrícios irão ao Asilo dos Inválidos e sem seguida ao Panteão dos Andradas.

- A Associação Comercial será visitada às onze horas, quando os seus sócios farão uma condigna recepção a Ribeiro de Barros e seus companheiros.

- Ao meio dia o sr. Jonas de Barros Fagundes oferecerá um almoço no Clube da Bolsa, havendo sido distribuídos convites a diversas pessoas de destaque e à imprensa.

Será esta homenagem de caráter particular.

- Às quatorze horas serão visitadas a Sociedade Espanhola de Socorros Mútuos, a Sociedade Italiana de Beneficência e a Sociedade Síria.

- Às dezesseis horas, os aviadores patrícios irão até a Sociedade Beneficente da Companhia Docas, onde lhes será feita belíssima recepção de todas as associações mantidas pelos empregados da empresa.

- À noite, no Parque Balneário Hotel, realiza-se o grande jantar oferecido pela Comissão Central dos Festejos, que não poupa esforços a fim de que a reunião seja brilhante por todos os títulos.

- Para encerrar o programa de festas do dia, haverá no Coliseu um espetáculo de gala, cujos números foram elaborados em honra aos aviadores.

Na terceira parte falará o dr. João Carvalhal Filho, em nome do povo de Santos, fazendo nessa ocasião a entrega dos mimos e medalhas oferecidas aos nautas do Jahú.

Ficou resolvido que as localidades sejam vendidas à base de 10$ e que o produto total da passagem reverta em benefício do objetivo do espetáculo.

- Os tripulantes do Jahú irão ainda hoje a S. Vicente, sendo ali recebidos pelo mundo oficial, imprensa e o povo vicentino, seguindo diretamente para o Paço Municipal, onde será realizada uma sessão solene, por ocasião da qual lhes será oferecido, em nome da população de São Vicente, um belíssimo quadro, falando por essa ocasião o dr. Luiz Antonio Pimenta.

Em seguida, incorporados, irão ao monumento daquela cidade, onde o sr. dr. Plínio dos Santos Barroso fará a apresentação de uma [f]ilha de São Vicente que fará entrega ao governador da cidade, para ser colocada naquele monumento, de uma artística placa que perpetuará a visita dos denodados ases à vizinha cidade.

A referida placa contém os seguintes dizeres:

"Perpetua esta placa o término do glorioso reide Genova-Santos, efetuado pelo destemido aviador brasileiro comandante João Ribeiro de Barros e seus denodados companheiros, honrando e elevando, com o audacioso e inteligente feito de aviação, o nome do nosso querido e sempre respeitado Brasil".

Em S. Paulo

A notícia da chegada a Santos - Desde que apareceram as primeiras notícias relativas ao prosseguimento do reide para a realização da etapa Rio-Santos, as quais foram divulgadas pelos jornais da tarde, a população desta capital começou a se interessar vivamente por novos detalhes.

Logo depois, quando, em novas edições, os vespertinos trouxeram a boa nova de que os bravos aviadores haviam chegado à vizinha cidade, esse entusiasmo cresceu consideravelmente, estrugindo nos ares, em vários pontos, muitos foguetes.

À noite, nas ruas do Triângulo, inúmeras casas comerciais expuseram em suas vitrinas lindos mimos que vão ser oferecidos aos tripulantes do Jahú, ao lado de belas alegorias ao feito que ora nos enche de orgulho.

[...]


João de Barros

Foto: reprodução parcial da página com a matéria de 29/7/1927