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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO
Minuto de silêncio para o Largo do Sapo

Por ali passou D. Pedro I em 7/9/1822

Conta-se que o imperador, enfrentando forte indisposição estomacal, parou em Cubatão para um providencial gole de chá, no histórico dia em que horas depois, já no alto da Serra, proclamaria formalmente a independência brasileira. Na matéria reproduzida abaixo, a história contada é outra, acrescentando mais uma personagem feminina à lista das que cativaram as graças de D. Pedro I. Eis o que foi publicado a respeito, pelo jornalista Manuel Alves Fernandes, no caderno especial Cubatão - 50 anos, do jornal santista A Tribuna, em 9 de abril de 1999:


Ayres de Araújo (à esquerda) e José Gouveia pretendem criar o Instituto Histórico de Cubatão
Foto publicada com a matéria

PRESERVAÇÃO

Largo do Sapo foi visitado por D. Pedro

Ele esteve em Cubatão em 7 de setembro de 1822, horas antes de proclamar a Independência

Fica em frente à Companhia Brasileira de Estireno o ponto de maior referência histórica de Cubatão. Curiosamente, o exato lugar onde os fatos ocorreram é hoje um aterrado com uma prosaica horta, perto do Largo do Sapo, na margem do Rio Cubatão.

O português Ayres de Araújo Coutinho costuma pedir um minuto de silêncio ao se referir a esse largo. Com 75 anos de idade, 73 deles vividos em Cubatão, esse lusitano natural do Minho se recorda do tempo em que o Largo do Sapo "era um recanto onde o verde da grama lembrava o verdejante das serras e havia jacatirões tenros, floridos, e se ouvia os ventos uivantes dos morros".

Foi ali que aportou, vindo de Santos, em uma frágil galeota, um patrício de Ayres, bem mais famoso: o então príncipe D. Pedro, no dia 7 de setembro de 1822.

Horas depois da breve estadia no pouso, que se manifestou em profunda paixão por Maria do Couto, uma cubatense formosa, Pedro iniciava a subida da serra montado no lombo de uma burrinha, para, na margem do Riacho Ipiranga, proclamar a independência e fundar o Império do Brasil.

Ponte - A importância econômica de Cubatão manifestou-se desde a época da colonização, a partir desse Largo do Sapo.

Posteriormente, construiu-se uma ponte de madeira, coberta, sobre o rio, e, com auxílio de braços de escravos e mulas, o aterrado que a interligaria na direção de Santos (e que constituiria depois, mais ou menos, o traçado das atuais avenidas Nove de Abril, Tancredo Neves e Via Bandeirantes).

A Calçada do Lorena foi um dos muitos caminhos por onde transitou a riqueza de Portugal e, depois, do Brasil, nos ciclos da cana, do ouro, do café e da industrialização.

Por Cubatão passaram bandeirantes que procuravam escravizar índios; escravos trazidos em navios negreiros e mulas carregadas de açúcar, mercadorias, ouro, diamantes e café.

A vila nasceu na beira do rio, entre o porto, na margem esquerda, próximo ao Largo do Sapo, e a raiz da serra, e o Morro do Pito Aceso, na margem direita.

Instituto Histórico - O morro do Pito Aceso é hoje uma pequena elevação situada entre o Hospital Ana Costa e a sede da Cetesb. Atualmente, uma tela de arame grosso, separando a horta do Largo do Sapo, esconde o trecho onde o príncipe desceu. A cerca deixa Ayres desolado, pedindo um minuto de silêncio pela morte da antiga alfândega de Cubatão. Seu amigo, José Gouveia dos Santos, funcionário aposentado do DER, transcreve as velhas lembranças e as indignações que hoje fazem parte do acervo documental da Câmara de Cubatão.

Ayres ainda conheceu o Morro do Pito Aceso, ao redor do qual nasceu Cubatão. A poucos quilômetros dessa elevação, os jesuítas, que adquiriram de um casal de lusitanos a Fazenda Geral de Cubatão, ergueram a capelinha de Nossa Senhora da Lapa, padroeira da Cidade, que existiu até 1780 ou 1790, cujas ruínas foram demolidas para dar espaço à atual Matriz de Nossa Senhora da Lapa.

Manter viva a memória desses tempos é a meta desses dois antigos cubatenses. Eles estão lançando, nos 50 anos da Cidade, a idéia de fundar o Instituto Histórico e Geográfico de Cubatão. Já contam com o apoio do jornalista Manuel Alves Fernandes de A Tribuna, dos vereadores Wagner Yatsuda, Romeu Magalhães e José Rubens Marino, e do gerente da Manah e ex-diretor do Ciesp, Roberto Gozzi, dispostos a criar a entidade, para apoiar o Arquivo Histórico da Prefeitura e da Câmara.

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