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BAIXADA SANTISTA - LIVROS - Chronica Geral do Brazil
Uma crônica de 1886 - 1600-1700 (10)

Clique aqui para ir ao índice do primeiro volumeEm dois tomos (1500-1700, com 581 páginas, e 1700-1800, com 542 páginas), a Chronica Geral do Brazil foi escrita por Alexandre José de Mello Moraes, sendo sistematizada e recebendo introdução por Mello Moraes Filho. Foi publicada em 1886 pelo livreiro-editor B. L. Garnier (Rua do Ouvidor, 71), no Rio de Janeiro. É apresentada como um almanaque, dividido em séculos e verbetes numerados, com fatos diversos ordenados cronologicamente, tendo ao início de cada ano o Cômputo Eclesiástico ou Calendário Católico.

O exemplar pertencente à Biblioteca Pública Alberto Sousa, de Santos/SP, foi cedido  a Novo Milênio para digitalização, em maio de 2010, através da bibliotecária Bettina Maura Nogueira de Sá, sendo em seguida transferido para o acervo da Fundação Arquivo e Memória de Santos. Assim, Novo Milênio apresenta nestas páginas a primeira edição digital integral da obra (ortografia atualizada nesta transcrição) - páginas 213 a 225 do Tomo I:

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Chronica Geral do Brazil

Alexandre José de Mello Moraes

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Imagem: reprodução parcial da página 213/tomo I da obra

1600-1700

[...]

LI – Constantino Menelau, nos três anos do seu governo, promoveu o bem dos povos, adiantou a edificação da cidade, procurou melhorar o estado sanitário e econômico da povoação com a dessecação de alguns pântanos.

Acordou várias posturas sobre as usurpações da sesmaria do conselho da câmara, seus aforamentos, pastagem do gado, desvio da água da Carioca, preço dos vinhos de palma, marcando-se o preço a seiscentos e quarenta réis a canada. Fez a fortaleza da Casa de Pedra, vinte léguas de Cabo Frio, em 13 de novembro de 1615. Fez a fortaleza de Santo Ignacio, com sete peças de bronze.

O conselho da câmara tinha tanto poder, que ninguém se atrevia ir contra as suas decisões; e tanto que a câmara depôs o ouvidor Gonçalo Homem no dia 6 de maio de 1606, com o falso pretexto de ter já sido preso na Bahia, por um juramento falso, e ser descendente de judeu, e como tal, e por erros de ofício não podia servir aquele cargo. Indo à Bahia, se justificou perante a relação, e o governador geral lhe mandou passar nova provisão, e o fez voltar ao Rio de Janeiro. Sendo ainda desobedecido, tornou à Bahia, e o governador geral ordenou a Constantino Menelau que o empossasse, e não obstante, ainda a câmara não o quis reconhecer; mas, intervindo Menelau, e fazendo-lhes conhecer o crime em que caíam pela desobediência, buscada a proteção da câmara, foi o ouvidor reconhecido e obedecido.

LII – Cômputo eclesiástico. Áureo número 18; ciclo solar 26; epacta 8; letra dominical F.

LIII – Martirológio. Páscoa 7 de abril, 1º de janeiro terça-feira; indicação romana 11; período Juliano 6.326.

LIV – Em 1613, Gaspar de Souza, filho de Alvaro de Souza, que se achava na conquista do Amazonas, é nomeado governador e capitão general do Estado do Brasil, o qual tomou posse do cargo em substituição a d. Diogo de Menezes, tendo logo ordem de residir na cidade de Olinda, para dali mandar expulsar os franceses do Maranhão, e colonizar as margens do Amazonas, muito frequentadas por corsários franceses, ingleses e holandeses.

Jeronymo de Albuquerque, no sábado, 1º de junho de 1613, antes da chegada do governador, havia partido para o Maranhão, com uma força, para bater os franceses, mas reconhecendo não ser ela suficiente, voltou a Pernambuco, reforçou-se com mais trezentos homens de tropa regular, duzentos e trinta e quatro índios, dois navios, uma caravela e cinco caravelões, marchou para o Maranhão e, em frente da ilha, Ravadière com quatrocentos franceses e quatro mil índios, no dia 19 de novembro, entraram em combate, que foi tão renhido, que os franceses no dia 22 pediram suspensão de armas, assinando n dia 27 os artigos de paz, os quais, sendo enviados às duas cortes para decidir a respeito, a quem deveria pertencer a ilha do Maranhão, Felippe III, não aprovando o armistício celebrado por Jeronymo de Albuquerque com Ravadière, mandou Alexandre de Moura, em 1615, bater os franceses e botá-los para fora do Maranhão; e pelo que, entrando a armada de Alexandre de Moura no dia 1º de novembro do mesmo ano de 1615 no porto do Maranhão, entram em peleja, e são eles derrotados em Quaxenduba, sendo, no dia 2, assinada a capitulação, e entregue a praça, o forte de S. Luiz, a povoação e a ilha do Maranhão a Alexandre de Moura, retirando-se os franceses para França, sendo nomeado Jeronymo de Albuquerque capitão-mor e governador do Maranhão.

LV – Cômputo eclesiástico. Áureo número 19; ciclo solar 27; epacta 17; letra dominical E.

LVI – Martirológio. 1º de janeiro quarta-feira; páscoa 30 de março; indicação romana 12; período Juliano 6.327.

LVII – Em 1614 uma epidemia mortífera devastou as aldeias dos índios Taramandizes de Tytoya, amigos de Martim Soares Moreno, em modo que o chefe Jumpariguassú (o grande diabo) não pôde auxiliar a Jeronymo de Albuquerque por lhe terem morrido os seus melhores flecheiros pela epidemia.

LVIII – Em 21 de dezembro de 1613, Constantino Menelau toma conta do governo do Rio de Janeiro em substituição ao perverso governador Affonso de Albuquerque, e desde logo tendo ordem, em 20 de março de 1615, de Gaspar de Souza, governador geral do Estado do Brasil, para limpar Cabo Frio, infestado de franceses e holandeses que comerciavam com os índios, para ali marchou com tropa e quatrocentos índios, fazendo demolir um forte construído pelos holandeses, na embocadura da barra, e uma casa de pedra abandonada, construída pelos franceses, na ponta do Sul da mesma barra; e entupiu a passagem da barra, para impedir a entrada dela aos inimigos. Por ordem do mesmo Gaspar de Souza, mandou prender a Paulo da Rocha de Siqueira, capitão-mor ouvidor de S. Vicente. Aumentou a cidade do Rio de Janeiro, assistia as conferências da câmara municipal em proveito do bem público, e como não houvesse moeda corrente na cidade para compra dos gêneros, mandou que corresse o açúcar como moeda de contagem.

LIX – Diogo Soares, no sábado dia 23 de agosto de 1614, parte de Pernambuco com trezentos homens com o fim de fundar uma colônia em Perecé-Tutajá, ou Paraná-mirim, no Maranhão, sobre a margem esquerda do ribeiro do mesmo nome, um dos braços do Rio Paraíba, o que efetivamente conseguiu. Esta antiga povoação foi elevada à categoria de vila, cuja matriz é consagrada a Nossa Senhora da Conceição.

LX – Cômputo eclesiástico. Áureo número 1; ciclo solar 28; epacta 1; letra dominical D.

LXI – Martirológio. Páscoa 19 de abril; 1º de janeiro quinta-feira; indicação romana 13; período Juliano 6.328.

LXII – Gaspar de Souza, governador geral do Estado do Brasil, retirando-se de Pernambuco para a Bahia, nomeou capitão-mor e governador de Pernambuco a Vasco de Souza Anno e Pacheco, subordinado ao governo geral do estado.

LXIII – Constantino Menelau, capitão-mor e governador do Rio de Janeiro, em 13 de novembro de 1615, funda a povoação de Cabo Frio e marca o local para a construção da igreja matriz, dedicada a Santa Helena, que foi substituída pela invocação de Nossa Senhora da Assunção. Nomeou capitão-mor e governador da nova povoação de Cabo Frio a Estevão Gomes.

LXIV – Separado o território da Bahia do de Pernambuco, para regular o serviço espiritual é criada a prelazia de Pernambuco, pela bula de 15 de julho de 1615, com domínio às capitanias de Itamaracá, Paraíba e Maranhão para o Norte; e para o Sul até o Rio de S. Francisco, sendo o seu primeiro prelado o padre Antonio Teixeira Cabral.

LXV – No Maranhão, no ano de 1615, foram descobertas pérolas finas, e minas de lápis-lazúli, vestígios de minas de ouro e pedras preciosas; mas os documentos que tenho à vista não indicam as localidades. Depois foram descobertas as minas.

LXVI – Em virtude de um tratado feito com o general francês La Ravadière, na sexta-feira 31 de julho de 1615, Jeronymo de Albuquerque toma posse do forte de Itapary no Maranhão, pondo dele para fora a guarnição que o ocupava.

LXVII – Jeronymo de Albuquerque, no 1º de novembro de 1615, move suas tropas sobre o forte de S. Luiz do Maranhão, entrega o comando delas, acampadas junto à Fonte de Pedras, ao general Alexandre de Moura e fica sob suas ordens; e na segunda-feira, 2 do mesmo mês de novembro, La Ravadière capitula com Alexandre de Moura.

LXVIII – Cômputo eclesiástico. Áureo número 2; ciclo solar 1; epacta 12; letra dominical C.B.

LXIV – Martirológio. Páscoa 3 de abril; 1٥ de janeiro sexta-feira, ano bissexto; indicação romana 14; período Juliano 6.329.

LXX – No ano de 1615, Francisco Caldeira Castello Branco, comandando uma expedição em busca do Rio Amazonas, em fins de novembro de 1615, depois de passar os baixos da Tigioca, subiu até a baía do Guajará, e no lugar onde fundou a cidade de Belém, fez saltar gente em terra, sendo o português Antonio de Deus o primeiro que, no dia 3 de dezembro de 1615, pôs o pé em terra, dia de S. Francisco Xavier, cujo santo por este motivo ficou sendo padroeiro da cidade. (Vide o Tomo 3º da minha Corographia).

No ano seguinte de 1616, o mesmo Francisco Caldeira construiu um forte para a defesa da povoação; e cuidou em sua edificação e da igreja matriz.

Jeronymo de Albuquerque, do dia 9 de janeiro deste mesmo ano em diante, depois da retirada de Alexandre de Moura, principiou a construir edifícios ao redor do forte de S. Luiz no Maranhão; e Francisco Caldeira mandou pelo alferes Pedro Teixeira acabar com as feitorias estrangeiras ao Norte do Amazonas, onde aprisionou um navio holandês que ali apareceu. (Corogr. Historica).

LXXI – A primeira forma de governo do Grão Pará foi a dos capitães-mores, subordinados ao governador geral do Estado do Brasil desde 1616 até setembro de 1626. O 1º capitão-mor e fundador da cidade foi Francisco Caldeira Castello Branco, sendo governador geral do estado Gaspar de Souza.

Neste ano, os holandeses tentam estabelecer-se ao Sul do Amazonas, e são repelidos.

A 20 de agosto é nomeado Ambrosio Machado capitão-mor do Rio Grande do Norte.

LXXII – Os monges beneditinos, que vieram de Portugal, fundaram em Olinda o seu mosteiro em 1616, sendo governador de Pernambuco Vasco de Souza Anno e Pacheco, que foi rendido por João Paes Barreto, último governador por nomeação do 3º donatário Jorge de Albuquerque Coelho. Neste mesmo ano, os holandeses tentaram estabelecer-se ao Norte do Amazonas, e são repelidos.

LXXIII – Jeronymo de Albuquerque, que tantos serviços prestou na conquista do Maranhão, onde levantou o forte em Jerecacuara, com a invocação de Nossa Senhora do Rosário, deu começo à edificação da cidade, onde fez prodígios de valor na luta contra os franceses e os venceu, foi demitido do comando das forças, sendo substituído por Alexandre de Moura, governador de Pernambuco, mas nem por isso deixou Jeronymo de Albuquerque de servir com a mesma lealdade e denodo.

Alexandre de Moura, logo que os franceses se retiraram do Maranhão, conhecedor das qualidades e valentia de Jeronymo de Albuquerque, o nomeia capitão-mor do Maranhão.

O autor da obra Anno Chronologico diz que grande parte tomou na guerra contra os franceses do Maranhão Diogo de Campos Moreno, que escreveu a relação dos sucessos dela, com o título de Jornada do Maranhão.

LXXIV – Cômputo eclesiástico. Áureo número 3; ciclo solar 2; epacta 23; letra dominical A.

LXXV – Martirológio. Páscoa 26 de março; 1º de janeiro domingo; indicação romana 15; período Juliano 6.330.

LXXVI – D. Luiz de Souza, conde de Prado, depois do falecimento de seu pai d. Francisco de Souza, toma posse do governo geral do Brasil no 1º de janeiro de 1617, e se conserva nele até 12 de outubro de 1622, em que foi substituído por Diogo de Mendonça Furtado. Cuidou no aumento da Bahia, e das outras capitanias, mas não se pode precisamente dizer o que fez, porque os arquivos da Bahia foram destruídos pelos holandeses.

LXXVII – Depois de João de Paes Barreto, houve mais cinco governadores de Pernambuco, mencionados em uma memória manuscrita que possuo, dirigida por Vilhena a d. Rodrigo de Menezes, conde de Linhares. Os governadores foram: Felippe Guedes, d. Luiz de Souza Henrique, Gaspar de Souza e d. Francisco de Souza.

LXXVIII – Ruy Vaz Pinto toma posse do governo do Rio de Janeiro no dia 20 de junho de 1620, em virtude da provisão de Felippe III do 1º de outubro de 1616, assinada pelo marquês de Alenquer, vice-rei do reino, em cujas mãos fez preito e homenagem, e nada fez de bem a esta cidade de S. Sebastião. Sabe-se que, vindo a ordem régia de 2 de setembro de 1616, para o povo contribuir com dinheiro para o fim de se construir, na vila de Arante, em Portugal, um convento de freiras de Santa Clara, o povo do Rio de Janeiro concorreu com não pequena quantia para esse empenho de piedade religiosa. As rendas públicas eram insignificantes, que não chegavam para as despesas, e por isso conservou o imposto na entrada das embarcações; e entram em luta com a câmara, e por fim cedeu, e tomaram-se providências em proveito público. O povo o aborrecia, e mesmo o odiava por sua péssima conduta, ignorância e nenhum valor militar, e por isso era tratado com desprezo; governou três anos. (Vide meu Brazil Hist,  Anais do Rio de Janeiro).

LXXIX – Homens notáveis de Pernambuco, João Paes, Felippe Guedes, d. Luiz de Souza Henriques, Gaspar de Souza, e d. Francisco de Souza.

LXXX – O primeiro ofício de Barbonos que se estabeleceu no Pará foi fundado por fr. Antonio da Merciana, que para ali foi com mais dois companheiros, no sítio de Una, pouco distante da cidade; em 1697 fundaram outro na fazenda de Curapú.

LXXXI – Cômputo eclesiástico. Áureo número 4; ciclo solar 3; epacta 4; letra dominical G.

LXXXII – Martirológio. Páscoa 15 de abril; 1º de janeiro segunda-feira; indicação romana 1; período Juliano 6.331.

LXXXIII – No Pará houve grande desordem ocasionada pelo assassinato que praticou Antonio Cabral, no capitão Alvaro Netto, que deu em resultado a prisão em ferros de Francisco Caldeira Castello Branco em 1619, e ser substituído no governo do Pará por Balthazar Rodrigues de Mello, e este por Jeronymo Fragoso de Albuquerque, com patente de capitão-mor, com o fim de restabelecer a ordem pública que se achava perturbada.

Jeronymo de Albuquerque Coelho Maranhão, com setenta anos de idade, faleceu em Pernambuco, no dia sábado, 11 de fevereiro de 1618, tendo antes adotado o apelido Maranhão ao seu nome, assinando-se Jeronymo de Albuquerque Coelho Maranhão, ficando seu filho Antonio de Albuquerque no governo da capitania do Maranhão, o qual foi deposto da administração pelos colonos, e nomeado Pedro Teixeira em seu lugar.

Jeronymo de Albuquerque Coelho Maranhão nasceu em Olinda, em 1548; era filho de Jeronymo de Albuquerque, cunhado do primeiro donatário, Duarte Coelho Pereira, e de d. Maria do Espirito Santo Arco Verde, princesa dos Tabayaras de Olinda. Foi este grande homem o primeiro conquistador do Maranhão.

LXXXIV – D. Constantino Barradas, quarto bispo da Bahia, faleceu no dia 1º de novembro de 1518, e foi sepultado na capela-mor da igreja de S. Francisco da cidade do Salvador.

Este prelado tomou posse do bispado da Bahia em 1600, e criou as freguesias de Sergipe de El-Rei, Boypeba e Cayrú, conseguindo o aumento de côngruas para o corpo capitular, e a dos párocos das catorze paróquias que então existiam na Bahia.

LXXXV – Martim Corrêa de Sá entra de novo na governança do Rio de Janeiro, em virtude da carta régia de Felippe III, de 26 de janeiro de 1618, e como tivesse de se ausentar para o Sul da capitania em serviço público, ficou interinamente no governo da cidade Francisco Forjado; mas, voltando em 11 de julho de 1623, tomou conta da administração geral da capitania, na qual servia com tanto agrado da coroa que Felippe III, pela provisão de 27 de junho de 1626, determinou que ele continuasse; e foi no seu governo que se fizeram as seguintes obras.

Construiu de novo os fortes de Santa Cruz e S. Thiago, e lançou os primeiros fundamentos do forte de S. Sebastião. O forte Sant Cruz, onde hoje está a igreja da Cruz dos Militares, na Rua Direita, que ele construiu por ordem régia, foi destruído em parte pelo mar, e como memória, no mesmo lugar se edificou a igreja da Cruz que pertence aos militares.

Martim Corrêa de Sá concedeu muitas sesmarias dentro e fora da cidade, e reconstruiu o engenho de açúcar com a denominação de Engenho de El-rei, que o desembargador Antonio Salema não concluiu, na Lagoa de Sacopemapau, depois de Rodrigo de Freitas. (vide a 2ª série do meu Brazil Hist. pág. 176 a 203).

LXXXVI – O convento da vila de S. Francisco de Sergipe do Conde, no recôncavo da Bahia, foi fundado em 1618, no lugar chamado Marapé, por instâncias dos moradores daquele distrito, sendo então custódio da ordem franciscana fr. Paulo de Santa Catharina, o qual para ali mandou fr. Manoel do Espirito Santo e outros, e para cuja fundação foi doado o terreno por Gaspar Pinto dos Reis e sua mulher d. Izabel Fernandes.

LXXXVII – No ano de 1618, apareceu no Maranhão uma horrível peste de bexigas na povoação, que passando para o interior matou grande quantidade de índios, em modo que ficaram as aldeias despovoadas. Os índios que escaparam do terrível mal se internaram pelos sertões, espavoridos pelo medo da morte.

LXXXVIII – Cômputo eclesiástico. Áureo número 5; ciclo solar 4; epacta 15; letra dominical F.

LXXXIX – Martirológio. Páscoa a 31 de março; 1º de janeiro terça-feira; indicação romana, período Juliano 62,322 (SIC).

XC – Por alvará de 11 de janeiro de 1619 determina el-rei que os senhores de engenhos gozem de privilégios se os tiverem moentes e correntes, o que provarão perante os provedores da fazenda real (M. inéd.)

A carta régia de 11 de agosto de 1632 isentou de execução os engenhos, escravos e gado dos lavradores do Brasil.

XCI – O requerimento do prior e mais religiosos do convento do Carmo do Rio de Janeiro, no qual pedia a Ilha das Enxadas para nela tirar pedras para dar começo às obras do seu convento e igreja, teve o seguinte despacho:

Assim como pedem lhes concedo, com pena que a pessoa que for à sobredita ilha tirar pedra, sem licença dos ditos reverendos padres, pague dez cruzados aplicados aos reparos das fortalezas desta barra. Rio 19 de janeiro de 1619. O capitão governador Ruy Vaz Pinto. (M. Ined. Vide o meu Brazil Hist.).

XCII – No dia 20 de março de 1619, Luiz de Figueiredo e sua mulher d. Anna Carneiro fundaram no Rio de Janeiro a ordem terceira de S. Francisco da Penitência, que, recebendo irmãos, prosperou de tal forma, de ser hoje uma das mais ricas confrarias da capital do Império. Em 1621, procedendo-se à eleição canônica para os cargos da ordem, foi eleito primeiro ministro o instituidor Luiz de Figueiredo.

XCIII – Jeronymo Fragoso de Albuquerque tomou posse do governo do Pará no dia 29 de abril de 1619, na qualidade de capitão=mor e governador do Pará. Desgostoso com o procedimento hostil de Francisco Caldeira Castello Branco contra os índios tupinambás, e desatendido por ele, sucumbiu de grave enfermidade em agosto do ano seguinte de 1620.

XCIV – Em 5 de abril de 1619 foi expedido o regimento para a ouvidoria do Rio de Janeiro, S. Paulo, Espírito Santo, entregue ao bacharel Americo Bello. Em 21 de março de 1658 foi reforçado esse regimento fazendo-o extensivo às terras do Sul do Brasil.

XCV – Em 2 de setembro de 1619, Mathias de Albuquerque, filho do conquistador do Maranhão e primo do falecido capitão-mor Fragoso, foi provido com o mesmo título de capitão-mor e governador do Pará, e tomando posse da administração, vinte dias depois, a deixou, forçado pelas perturbações e violências do fundador Francisco Caldeira Castello Branco.

XCVI – Cômputo eclesiástico. Áureo número 6; ciclo solar 5; epacta 26; letra dominical E D.

XCVII – Martirológio. Páscoa 19 de abril; 1º de janeiro quarta-feira; indicação romana 3; período Juliano 6.333.

XCVIII – A necessidade de aumentar a povoação do Maranhão lembrou a el-rei ordenar que ali fossem habitantes das ilhas dos Açores, o que teve lugar no ano de 1620, indo para o Maranhão duzentos casais de indivíduos, governando a capitania Domingos da Costa Machado.

XCIX – Em 20 de junho de 1620, Francisco Fajardo, na ausência de Martim Corrêa de Sá, toma conta do governo do Rio de Janeiro, limitando-se a cumprir as ordens do governador a quem substituía.

C – Cômputo eclesiástico. Áureo número 7; ciclo solar 6; epacta 7; letra dominical C.

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