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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
A santa do cais do porto (1)

Estátua foi erguida em 1951

No dia 13 de dezembro, que é também o Dia do Marinheiro, ocorre uma procissão no cais do porto santista, até uma praça defronte ao Armazém 26 Frigorífico (agora transformado em terminal turístico de passageiros), onde existe uma estátua de Nossa Senhora de Fátima. A homenagem anual, entretanto, ficou interrompida por 30 anos, de 1959 a 1988, como relatou o Jornal do Porto de Santos, na edição 85/Ano VIII, de dezembro de 1989:
 

Foto publicada com a matéria

Consagração volta após 30 anos

No próximo dia 13 de dezembro, às 17h30, após 30 anos de interrupção, volta a ser realizada a cerimônia de consagração à Nossa Senhora de Fátima, junto à sua imagem, erguida na Praça dos Outeirinhos, nessa mesma data, há 38 anos. O ato foi repetido por 9 anos seguidos. Em 1959, foi interrompido devido a seu idealizador, Padre Roberto Drummond Gonçalves, ter se ausentado da cidade, por motivos de saúde. Hoje, com 89 anos, residindo no Instituto Apostólico Secular de N. S. do Cenáculo, em Piracicaba, o padre Drummond pediu aos devotos da "Santa dos Portuários" para que renovassem a cerimônia religiosa.

A imagem da "Santa", idealizada por Heitor Usai, especialista em arte sacra, foi erguida por uma comissão eleita pelos portuários da época. Encabeçavam a comissão Carolina Pires da Costa, a "mãe dos portuários" e Maximino Perdiz Pinheiro, o mais antigo empregado da Companhia Docas de Santos, na época.

Toda a cidade contribuiu para a consecução, mais especialmente os portuários, que arrecadaram o dinheiro num gesto de amor e fé. A pedra fundamental foi colocada com invólucro calafetado, contando a relação dos componentes da comissão executiva.

Dizem os mais antigos devotos que muitas graças foram alcançadas e se sucedem as promessas. O fato mais marcante até hoje foi o agradecimento à Virgem por familiares de portuários que escaparam ao acidente com o navio Ais Georgis, em 1974.

Hoje, N. S. de Fátima, que se tornou símbolo de segurança para os portuários, vela de cima de seu pedestal pelo porto, que é o ganha-pão de muitas famílias santistas. Acima dela, só o céu iluminado pelo sol de um dia quente de verão, que faz os portuários suarem e sentirem-se vivos e tranqüilos com a paz transmitida pelos braços estendidos da "Santa".

Sobre esse monumento, conta uma página Web da Prefeitura Municipal de Santos:

Nossa Fátima

Foi na cidade de Fátima, em Portugal, no dia 13 de maio de 1917, que ocorreu a primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima. Lúcia, Jacinta e Francisco tomavam conta de seus rebanhos de ovelhas e brincavam, quando avistaram uma moça. Ela disse a eles que se chamava Maria e tinha vindo do céu. Em memória deste fato, um grupo de portuários resolveu erguer uma estátua de Nossa Senhora. Escolheram, então, um local chamado Outeirinhos, onde o santista José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, teria iniciado nos trabalhos de lavoura com outros homens.

A imagem de que falamos é aquela da Praça Nossa Senhora de Fátima, ao lado do armazém 7 A externo, no cais do Porto, próximo à Avenida Senador Dantas. Ela nos mostra a santa com as três crianças agachadas admirando-a. A pedra fundamental da estátua foi colocada ali em 26 de março de 1951.

Seu idealizador foi o especialista em arte sacra, Heitor Usai. Segundo informa uma das edições do Diário Oficial do Município, de 1970, os moradores, mais especialmente os trabalhadores portuários, contribuíram com a construção. Os passageiros dos ônibus circulares que passam pelo cais sempre fazem o sinal da cruz ao passarem pela imagem de Nossa Fátima.

No dia 14/12/2003, o jornal santista A Tribuna registrou:

Cerca de 200 pessoas participaram da procissão
em homenagem à santa protetora dos portuários
Foto de Carlos Marques, publicada com a matéria

PORTUÁRIOS
Emoção marca homenagem à Nossa Senhora de Fátima

Da Reportagem

A emoção marcou a homenagem realizada na tarde de ontem à Nossa Senhora de Fátima, santa protetora dos trabalhadores portuários. Para comemorar o 52º aniversário do monumento da santa no Porto de Santos, cerca de 200 pessoas participaram da missa realizada na Paróquia Nossa Senhora Aparecida.

Após a celebração, os devotos seguiram em procissão levando a imagem da santa até o porto. Os fiéis oraram e receberam a benção em frente ao monumento de Nossa Senhora, no cais.

Antes de ir para o trabalho, o estivador Reginaldo Lima, de 51 anos, foi até o monumento pedir à santa proteção para toda a família.

Outro portuário, Francisco Paulo Melo da Silva, de 53 anos, diz que sempre reza em intenção à Nossa Senhora de Fátima. "Como vou fazer uma cirurgia no joelho, vim pedir para que tudo corra bem".

Aposentado da Marinha Mercante, Benedito Ceciliano da Silva, de 75 anos, é devoto da santa há oito anos, desde que passou por uma cirurgia para retirar um câncer no pulmão. "Na época, o médico me disse que em casos como o meu, de 10 que operam, apenas um escapa", diz o aposentado, que atribui sua cura à fé que tem na santa.

Em 14 de maio de 2005, nova matéria do mesmo jornal A Tribuna:

Católicos se emocionaram e se mostraram contrários
à transferência da imagem para outro local

Foto de Carlos Marques, publicada com a matéria

CELEBRAÇÃO
Missa relembra aparição de Nossa Senhora

Da Reportagem

A emoção esteve presente nos festejos do 88º aniversário da aparição de Nossa Senhora de Fátima para os três pastores em Portugal, realizados ontem. Pela primeira vez, depois de 38 anos, uma missa campal foi celebrada nesta data ao lado do monumento da santa, no Porto de Santos, logo após a procissão.

Havia faixas elaboradas por fiéis, manifestando-se contra uma possível remoção da imagem para outro local: "Construção da perimetral: sim. Retirada do monumento de Fátima: não".

 

Depois de 38 anos, missa foi realizada no local

 

Os católicos que acompanharam a procissão e assistiram à missa permaneceram indiferentes ao congestionamento de caminhões que tomava conta das duas pistas da avenida. Para que a missa pudesse ser realizada foi necessária muita persistência de Maria Alice de Almeida Leça, que desde fevereiro enviou 28 ofícios para a Codesp, Prefeitura e outros órgãos públicos e privados.

"Tudo o que é feito aqui vai para Fátima, para ser arquivado no santuário", disse Maria Alice, que não conseguiu conter as lágrimas. "É muita emoção realizar a missa aqui, depois de tantos anos".

A emoção era compartilhada pela coordenadora da liturgia da Paróquia Aparecida, Anilde Faria Ramos Barbosa. "Sou devota de Nossa Senhora de Fátima há muitos anos. Peço sempre a intercessão dela, que já realizou inúmeras graças em minha vida".

Os portuários Flávio Antunes e Genival Correia de Araújo deixaram o trabalho por alguns minutos para poder acompanhar a missa. "É difícil eu ir à igreja, então quando tem algum evento aqui eu acompanho", disse Flávio. "Sou devoto de Nossa Senhora", acrescentou Genival.

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