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Edição 104 - JAN/2002 

Opinião

A história por cada um de nós, todos os dias

José Antonio Marques Almeida (*)
 

Lá se vão 456 anos desde que Santos despontava como a promissora vila onde o espírito desbravador de Brás Cubas indicou um novo pólo de desenvolvimento do país. A geografia privilegiada, pelo acesso facilitado ao planalto e o recuo estuarino, consolidou a cidade porto, porta aberta para o mundo.

Muito além de homenagear os grandes personagens da nossa história, a passagem de mais um aniversário é o momento oportuno também para refletir sobre a cidade que temos e a cidade que queremos. É certo que Santos ainda enfrentará muitos desafios para que possa reconquistar a merecida posição de destaque no cenário nacional, difundida  por nossos antepassados: de José Bonifácio a Martins Fontes, de Vicente de Carvalho a Benedito Calixto, de Cacilda Becker a Plínio Marcos, de Rui Ribeiro Couto a Mário Covas. Gente que em suas áreas de atuação, contribui através dos séculos, para elevar o nome da terra da caridade e da liberdade.

Se são os grandes desafios que movem a humanidade e promovem a mudança, estão dadas hoje, mais do que nunca as condições para que alcancemos uma nova referência de crescimento. E neste sentido, o nosso desafio é a regionalização do Porto de Santos, já. Sem dúvida, esta é a maior chance que a Baixada Santista tem em suas mãos de voltar a viver tempos de uma economia pujante, capaz de oferecer emprego e renda a todos os seus moradores e àqueles que aqui escolheram como morada. Só assim afastaremos a violência e a desagregação social que atinge as cidades em escalada alarmante.

Ao transferir para o Poder Público local a decisão sobre os rumos da atividade portuária, cada cidadão terá de tomar para si o direito e, principalmente,  a responsabilidade, de interferir nas políticas que garantam um novo ciclo econômico, semelhante ao que representou a exportação do café. Afinal, o porto hoje significa mais do que a movimentação de cargas: o porto serve de fomento ao turismo e à utilização de novas tecnologias que precisam urgentemente ser absorvidas  pelos milhares de jovens que passam pelos bancos universitários. São elementos como estes que apontam na direção do moderno conceito de sustentabilidade, assegurando principalmente qualidade de vida para a toda a população.

Atenta a estas possibilidades, a Câmara Municipal de Santos está sensibilizada e disposta a identificar os anseios da comunidade e servir como elemento catalisador dessas mudanças inadiáveis, inclusive com a tarefa de harmonizar os  interesses metropolitanos para oferecer amparo legislativo às soluções estruturais para os problemas que se apresentam. E nesta tarefa, esperamos contar com a efetiva participação dos santistas para que possamos olhar para o passado tendo a certeza de que cada cidadão deu o melhor de si no presente para que o futuro seja cada vez mais promissor para os filhos de nossa terra. Sem carregar o peso da omissão e com a consciência de que estamos todos  escrevendo, no dia-a-dia, a história de uma Santos cada vez melhor.

(*) José Antonio Marques Almeida (Jama) é engenheiro, vereador pelo PPS e presidente da Câmara Municipal de Santos.