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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - VILA SOCÓ - (19)
A tragédia, em A Tribuna de fevereiro/1984-G

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Uma das maiores tragédias de Cubatão, senão a maior, foi o incêndio de um oleoduto da Petrobrás que passava sob uma favela, Vila Socó, destruída pelas chamas com a morte de cerca de uma centena de pessoas, em 24/2/1984. No domingo, 26 de fevereiro de 1984, o jornal santista A Tribuna publicou extensa matéria sobre a tragédia. As imagens das páginas foram tratadas pelo jornalista Allan Nóbrega, que em 24/2/2014 cedeu cópias a Novo Milênio. Esta é a página 8 dessa edição (ortografia atualizada nesta transcrição):
 

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Página 8 do jornal A Tribuna de Santos, de 26 de fevereiro de 1984

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Outros núcleos também correm o mesmo perigo

A Vila São José será extinta, resolvendo-se assim o problema imediato das mais de cinco mil pessoas que habitam nos 1.100 barracos não atingidos pelo fogo. Mas o perigo persiste para todos os moradores dos núcleos fixados ao longo do oleoduto da Tedesp (subsidiária da Petrobrás), pois foi questionada a segurança oferecida pelas tubulações assentadas no subsolo há mais de 20 anos. O problema foi levantado ontem na reunião entre os diversos órgãos governamentais que formam a comissão encarregada de tomar as providências urgentes em relação à tragédia.

"Quem garante a segurança dos moradores na quadra 56 da Vila Nova ou da Avenida Cruzeiro do Sul", perguntou o presidente da Câmara, Florivaldo de Oliveira Cajé, enquanto que o deputado Rubens Lara lembrava da situação das populações fixadas ao longo dos dutos. Os residentes no Morro do Piche, Pinhal do Miranda, os operários das Santista de Papel, os usuários da SP-55 (Piaçaguera) e até as instalações industriais e núcleos residenciais na Alemoa, em Santos, passam a correr riscos em consequência da falta de garantias em relação à resistência e durabilidade dos dutos.

O representante do presidente da Petrobrás na reunião, José Boarin, afirmou que são feitas revisões diárias nas tubulações da Tedep e que o oleoduto opera dentro dos padrões internacionais de segurança. "A Petrobrás tem muita preocupação com os oleodutos", disse. Mas o presidente da Câmara, Florivaldo de Oliveira Cajé, contestou-o em seguida: "Acreditamos que a Petrobrás promove revisões supervisionadas pela sua alta equipe técnica, mas podemos nós, então, representantes eleitos do povo, garantir publicamente aos moradores das áreas próximas aos dutos, que nada lhes acontecerá nas próximas 24 horas, por exemplo?".

E continuou: "Todos sabemos que os oleodutos são velhos. Por isso é preciso mais clareza a respeito dessas revisões", asseverou. O representante da Petrobrás afirmou depois que dois inquéritos foram instalados para apurar as responsabilidades do acidente. Um deles, o policial, será presidido pelo delegado José Antônio Houssemann Guimarães – o mesmo que investigou as acusações de corrupção contra o ex-prefeito de Cubatão, Carlos Frederico Soares Campos. O promotor criminal Marcos Ribeiro de Freitas também acompanhará o caso.

"A Petrobrás promove ainda um inquérito interno para apurar as responsabilidades", disse José Boarim. O engenheiro da Cetesb, especializado no assunto, João Batista Galvão Filho, ressaltou ontem que existem três tipos de manutenção nas tubulações de óleo, corretiva (reparos quando o vazamento já ocorreu); preditiva (ante a suspeita de acidentes a adoção de providências imediatas) e, preventiva (revisões permanentes para a detectação de problemas). Questionou então o engenheiro se a Petrobrás vem tomando tais medidas. Mas Boarim já havia se afastado.

"Já era previsto" – "A culpa é de todos nós", disse o presidente da Cetesb, Werner Zulauf, que reconheceu ainda que o Governo do Estado tomou providências erradas em relação ao problema de Cubatão dar prioridade à remoção dos moradores dos morros do que atacar diretamente o risco já diversas vezes admitido pela Petrobrás. "A Petrobrás descreveu com riqueza de detalhes, por inúmeras vezes, a possibilidade de risco na área dos dutos", disse Zulauf enquanto todos os repórteres perguntavam em coro: "E por que não fizeram nada?"

"Investimos naquilo que imaginávamos ser prioritário. Erramos, infelizmente", disse o presidente da Cetesb, garantindo, entretanto, que a partir da tragédia os demais problemas ambientais de Cubatão terão maior atenção das autoridades. "Até os problemas básicos serão resolvidos em função, infelizmente, do sinistro que vitimou inúmeras pessoas", disse.

Em relação às penalidades a serem aplicadas à Petrobrás ou à Tedep, Werner Zulauf lembrou que poderia determinar o pagamento de mil ORTNs. Mas os repórteres perguntaram: "As vidas têm preço?. Todos concordaram que não havia medidas possíveis para reparar as mortes.

Zulauf garantiu ainda que a Cetesb atacará frontalmente os problemas no Município. "Vamos agir com autoridade sobre a Refinaria, Cosipa e demais indústrias. Temos que evitar a formação de comissões interministeriais que até agora nada apresentaram de concreto", disse.

"Ele me ofereceu o cheque" – O prefeito José Osvaldo Passarelli lembrou, durante a reunião, que o presidente da Petrobrás, Shigeaki Ueki, lhe ofereceu o cheque para auxiliar as vítimas imediatamente. "Ele disse: 'Se quiser eu deixou agora o cheque de Cr$ 50 milhões', mas respondi que primeiramente precisávamos calcular as novas necessidades", disse o prefeito de Cubatão.

Calamidade pública – No final da tarde o prefeito decretou Estado Parcial de Calamidade Pública. Na reunião ficaram confirmadas todas as providências tomadas pela manhã. A Petrobrás e todos os demais órgãos governamentais e entidades da região se comprometeram a liberar todos os recursos disponíveis, tanto em dinheiro como em mantimentos e material para reconstrução de barracos. As famílias residentes nas áreas não atingidas da Vila São José irão, provavelmente, para a Vila Natal, onde a Prefeitura realiza projeto de remanejamento dos habitantes das encostas da Serra do Mar.

O prefeito de São Paulo, Mário Covas, enviou para Cubatão 100 urnas mortuárias. O Governo do Estado concedeu um crédito de Cr$ 200 milhões para a Prefeitura local providenciar as medidas de urgência. A Petrobrás prometeu, através de seu presidente e do representante enviado à reunião, que dará todo apoio às famílias atingidas. A estatal criou uma comissão especialmente designada para destinar auxílio financeiro.

No entanto, não se sabe se a Vila Natal terá condições para abrigar todos os moradores sobreviventes da Vila São José. Foi levantada a questão as centenas de famílias que necessitam ser removidas das encostas da Serra do Mar e ainda os residentes ao longo da tubulação, caso seja recomendada a retirada dessas pessoas. O deputado Rubens Lara enfatizou a urgência de se estudar novas áreas para ocupação. "O Vale do Quilombo é uma opção viável", disse o deputado.

A Usina Henry Borden, da Eletropaulo, foi sugerida como uma opção rápida para o abrigo das famílias. A empresa possui, pelo menos, 35 moradias que seriam, inclusive, demolidas, conforme denúncia do vereador Romeu Magalhães. Empreiteiras locais ofereceram seus alojamentos. Operários da Cosipa doaram suas refeições. A Unidade Sindical colocou as colônias de férias em Praia Grande à disposição da Prefeitura. No entanto, o perigo persiste, pois ninguém teve condições de garantir que novos acidentes dessa natureza não ocorrerão até mesmo durante as próximas 24 horas.

Solidariedade – Toneladas de alimentos estão chegando desde a tarde de ontem a Cubatão a ponto de a Prefeitura não ter onde armazená-los. Durante a madrugada e parte da manhã, a Cosipa, a Petrobrás e a Union Carbide do Brasil, segundo informações obtidas por Júlio Eduardo dos Santos e Oscar Simões, desta última empresa, forneceram lanches para os bombeiros, policiais, técnicos da Petrobrás, empregados das empresas envolvidas no PAM e membros do Condec, que é presidido por Pedro Hildebrando da Silva.

Diretórios de partidos políticos cancelaram reuniões pró-diretas que pretendiam fazer na região, passando a coletar roupas e mantimentos para as famílias desabrigadas. A Cidade está de luto, a Câmara manterá os vereadores de plantão a partir de hoje e durante toda a semana para orientar moradores. O mesmo está fazendo a Secretaria Municipal de Saúde e Promoção Social. O Sindicato dos Trabalhadores de Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Cubatão, presidido por Elpídio Ribeiro dos Santos Filho, decretou também luto oficial.

D. David Picão rezou missa na capela do cemitério, coadjuvado pelos padres Primitivo Baltazar de Souza, Antônio Olivieri e Nivaldo Vicente dos Santos. O secretário de Educação, João Peralta, e a mulher do prefeito, Maria Cecília Passarelli, coordenaram o atendimento assistencial, no Centro Esportivo.

Técnicos da Petrobrás não previram incêndio

A Petrobrás foi avisada do vazamento, mas seus técnicos não calcularam que pudesse haver um incêndio. Logo que o fogo começou, os bombeiros chegaram ao local, mas não puderam apagá-lo. Foram impedidos por técnicos da Petrobrás. Só eles, segundo informaram, podiam isolar a área, após consultar um engenheiro residente, em Santos.

Essa versão correu desde a madrugada de ontem em Cubatão. Ninguém queria afirmar pessoalmente que tivesse havido um bate-boca, tendo como fundo as chamas, entre os técnicos da Petrobrás e os bombeiros.

Há pelo menos uma testemunha dessa versão que está sendo investigada pela Polícia: Luiz César Rodrigues, o Japão.

Ele viu o diálogo áspero entre o tenente Paulino e o funcionário da Petrobrás que não queria chamar os bombeiros. Por causa disso, os bombeiros chegaram muito depois do fogo e tiveram que ficar esperando a Petrobrás liberar a área.

Explicações - Por causa dessa versão, o respeitável coronel Nilauril, comandante dos bombeiros começou a chorar, ao ouvir um morador não identificado, aparentemente alcoolizado, dizer: "Os bombeiros chegaram tarde porque o sargento tinha enchido a cara".

A tragédia que emocionou Nilauril, seguida desse comentário, foi demais para o comandante. Ele atracou-se com o morador. Muita gente o segurou: "Não admito que maculem a minha corporação...", gritava, chorando, o comandante.

No outro oposto, o superintendente da Refinaria Presidente Bernardes, engenheiro Mário de Freitas Esteves, dava entrevista, explicando as aparentes causas técnicas do acidente. Aparentes porque, agora, ainda será necessária uma rigorosa investigação.

"Não temos ainda explicações do que tenha havido. Na verdade, essa não é área da minha jurisdição. É do Tedep. Sou superintendente da RPBC", começou Esteves.

Qual foi a causa? - perguntaram.

"O incêndio, pelos dados que tenho, foi causado por vazamento de gasolina. O duto traz gasolina de outra refinaria, que não é a minha a RPBC. Vem do Planalto e vai para o Porto de Santos. A existência de barracos, de uma favela, sobre o oleoduto, faz suspeitar que o fogo pode ter começado por uma vela, algum foco de ignição. O local não tem luz".

Esteves disse que a gasolina vinha de Capuava. As linhas que passam rente e sob a Vila Socó conduzem alternadamente (ligação direta, saindo um produto, entrando outro), gás, diesel e gasolina ou outros derivados.

Ele salientou que os oleodutos chegaram à Vila Socó muito antes dos barracos e culpou as autoridades locais pela falta de vigilância, de forma a permitir que se construíssem casas naquele perigoso local.

A legislação, segundo explicaram depois técnicos da Tedep, não permite que se construam barracos, casas ou outro tipo de instalação numa faixa de vinte metros de cada lado de um oleoduto.

Naquele momento - por volta de 7 horas - Esteves garantiu que o incêndio já estava confinado ao vazamento, depois da grande tragédia. Ele não aceitava que a Petrobrás tivesse culpa. Disse que o local continuaria pegando fogo durante horas, até que se extinguisse, pois funcionava como um flare, queimando o resíduo existente na tubulação.

Um repórter lhe perguntou:

"Quantos mortos o senhor estima?"

"Não tenho condições de estimar, mais de cem, calculo".

O incêndio demonstrou que o Corpo de Bombeiros da Baixada Santista não está aparelhado para combater esse tipo de incêndio.

Esteves disse que se o incêndio fosse dentro de uma unidade industrial, haveria condições de combatê-lo com mais facilidade. Mas, em um núcleo urbano, nem os bombeiros da RPBC, especializados nesse tipo de combate, poderiam fazer alguma coisa mais.

Pode acontecer de novo - O superintendente da RPBC não escondeu seu desapontamento pela construção de casas sobre os oleodutos e demais condutores de Cubatão. Enquanto ele falava, temia-se que isso pudesse acontecer também na Vila Parisi. Basta explodir a unidade de fabricação de oxigênio, ou então tombar uma das linhas de trem de amônia da Ultrafértil, segundo se comentava entre os técnicos presentes.

Esteves acha que se deve reexaminar todos os critérios de ocupação das linhas de passagem dos oleodutos e outros condutores de produtos químicos, impedindo-se a construção de casas nas proximidades.

"Ninguém nos permite afirmar com certeza absoluta que isso que ocorreu hoje não possa se repetir. São riscos tremendos aos moradores, que, na sua ingenuidade, não avaliam o risco a que se submetem".

Processar a Petrobrás - Terminado o incêndio e contadas as vítimas, o destino da Vila Socó ainda não está perfeitamente definido pelas autoridades. Mas, para a população, o local virou um imenso cemitério. Calculava-se que havia pelo menos trezentas pessoas enterradas no mangue, calcinadas.

Crianças, velhos e mulheres lançaram-se nas águas para escapar ao fogo. O vereador Agrimaldo Rocha da Silva lembrava isso ontem, enquanto procurava mais cadáveres, ajudando bombeiros, defesa civil e funcionários da Prefeitura.

"Logo que ficar definida a culpa, vamos processar o responsável. Tenho quase a certeza de que é a Petrobrás. As vítimas têm direito a indenizações, já que não podem ressuscitar seus mortos. Os vivos precisam de outras casas para morar", observou. O mesmo pensamento manifestaram os vereadores Fulgêncio Soares, Romeu Magalhães e João Ivaniel França Abreu. O fato será discutido na Câmara, esta semana.

Sambão pela realização das diretas é cancelado

O sambão programado para a tarde de ontem no Gonzaga, pelo Comitê Santista Pró-Diretas, transformou-se num ato de solidariedade às vítimas da tragédia de Cubatão. Pela manhã, os organizadores da campanha pelas eleições diretas consultaram as entidades envolvidas e decidiram cancelar o sambão, utilizando o pessoal convocado para recolher alimentos, pomadas para queimaduras, leite em pó e roupas.

Faixas foram rapidamente improvisadas e os grupos saíram pelas ruas do Gonzaga, buscando donativos para Cubatão, recolhidos por um caminhão dos Correios. Outro posto foi instalado na Ponta da Praia, num trabalho que vai prosseguir por mais alguns dias, em vários locais.

O presidente do comitê, vereador Geraldo Silvino, explicou como o programa foi mudado: "Diante dos acontecimentos de Cubatão, procuramos todas as entidades participantes e resolvemos transformar a manifestação pelas diretas num ato de solidariedade. Muitos de nós foram para Cubatão e aqui no Gonzaga estão representantes do Centro dos Estudantes, PMDB, PT, OAB, Unidade Sindical e políticos".

Também o Comitê Pró-Diretas de Cubatão suspendeu a passeata marcada para ontem, quando seria anunciado o resultado do plebiscito em que oito mil pessoas votaram a favor das diretas para prefeito e presidente. O ato foi adiado em sinal de luto pela tragédia da Vila Socó.

População pode colaborar doando roupas e alimentos

A Comissão Executiva da Unidade Sindical faz um apelo à população em geral, e principalmente aos trabalhadores da ativa e a aposentados, para que doem alimentos de primeira necessidade e roupas, para aliviar os problemas enfrentados pelos moradores da Vila Socó.

Hoje, das 8 às 12 e das 14 às 18 horas, cinco sindicatos estarão abertos para receber as doações. A Unidade Sindical lembra que entre os gêneros alimentícios básicos destacam-se o leite em pó, arroz, feijão, farinha e fubá.

A relação das entidades que recebem doações: Sindicato dos Metalúrgicos, Avenida Ana Costa, 55; Sindicato dos Empregados na Administração dos Serviços Portuários, Rua Júlio Conceição, 91; Sindicato dos Petroleiros, Avenida Conselheiro Nébias, 248; Sindicato dos Operários dos Serviços Portuários, Rua General Câmara, 258; Sindicato dos Carregadores e Ensacadores de Café, Avenida Conselheiro Nébias, 257. A Associação dos Médicos, na Av. Ana Costa, também montou um posto de arrecadação.

Garantir exportações, a preocupação da Codesp

O acidente com os dutos condutores de derivados de petróleo para os depósitos do porto, na Ilha Barnabé, poderá afetar a exportação, se a Petrobrás não providenciar, rapidamente, a reconstrução das ligações com a refinaria. Essa questão será examinada amanhã, em reunião de emergência na diretoria da Área de Operações da Codesp.

Ontem, para sorte das operações portuárias, apenas três navios estavam no cais do terminal de granéis líquidos da Alemoa e da Ilha Barnabé, sendo que dois recebiam produtos químicos e continuaram a operar normalmente, a despeito do acidente em Cubatão.

Para os próximos dias serão programados poucos navios e a situação não é crítica, já que poderá ser evacuado o material depositado nos tanques da Ilha Barnabé. Depois sim é que poderão surgir problemas mais graves para a exportação, informou a Codesp.

Santos tem movimentado a média de 100 mil toneladas de gasolina, 80 mil toneladas de diesel e 150 mil toneladas de óleo combustível, por mês, principalmente para o Rio de Janeiro, Norte e Nordeste. Para o mercado exterior, o porto escoou em 1983 cerca de 200 mil toneladas, que coresponderam a 57 milhões de dólares.

FOTOS:

Durante a reunião, as autoridades confirmaram as providências adotadas e constataram que o risco persiste

Corpos queimados, destroços, pânico, tragédia: imprevisíveis?

Decreto de luto oficial, publicado pela Prefeitura de Cubatão na página 8 de A Tribuna de 26 de fevereiro de 1984

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