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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - PONTE/TÚNEL - 8
Túnel seria para ligar Santos a Santos...

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Detalhes do túnel entre Santos e Guarujá foram divulgados em matéria publicada no jornal paulistano O Estado de São Paulo, edição de domingo, 27 de janeiro de 2013, páginas C-4 e C-5:

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UM TÚNEL DIFERENTE  - Dersa recorreu a especialistas estrangeiros para planejar estrutura inédita no Brasil. Segmentos de concreto serão submersos no mar com a ajuda de barcos e mergulhadores. Atividades no porto ficarão suspensas.
Estação de transferência de pedestres e ciclistas – Pedestres e ciclistas acessarão o túnel por um conjunto de escadas rolantes ou elevador.
Um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que será construído ligará Santos ao Guarujá pelo túnel
A inclinação da rampa será de 5% para não dificultar a subida de caminhões e do VLT.
Passagem para evacuar o túnel em caso de acidente

Infográfico: William Marioto, Marcos Müller Fabrell e Edmilson Silva, publicado com a matéria

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Obra do Túnel Santos-Guarujá começa em 2014

Construção da megaestrutura usará técnica inédita no Brasil e levará à interdição do Porto de Santos por pelo menos cinco dias

Bruno Ribeiro / Caio do Valle

Imaginado há oito décadas, o projeto para a construção de um túnel entre Santos e Guarujá, no litoral paulista, deve começar a sair do papel no próximo ano. Essa é a previsão da Desenvolvimento Rodoviário S. A. (Dersa) para o início da obra, que estará pronta em 2016. A montagem da estrutura vai usar um processo construtivo inédito no Brasil, que envolve a submersão de grandes segmentos de concreto no Canal do Porto, que terá interdições.

Por falta de parâmetros na engenharia nacional, a Dersa teve e recorrer a especialistas internacionais para elaborar o projeto. E a maior referência nesse assunto é a Holanda – pais que, com a maior parte do território abaixo do nível do mar, tem mais de 80 túneis submersos.

Na semana passada, o holandês Martijn Smitt, tido como uma das maiores autoridades do mundo no tema, esteve em São Paulo para prestar consultoria ao Estado. Sua empreiteira, a Strukton, assina a maior obra do gênero, em construção na Coréia do Sul, com 8 quilômetros de extensão. "Em Santos, a dificuldade é o porto. Não pode haver acidentes, pois isso o paralisaria e traria prejuízos para a economia de todo o País", afirma. O túnel paulista terá 1,8 km, sendo cerca de 700 metros na área sob o Canal do Porto.

O túnel é feito a partir de blocos pré-moldados, chamados elementos de túnel. A fixação desses elementos no fundo do mar combina monitoramento eletrônico para posicionar os elementos com precisão milimétrica a conceitos básicos de física, como força de empuxo e de pressão. Smitt estima que o processo fará o porto sr fechado, alternadamente, por pelo menos cinco dias.

Em Santos, serão sete elementos de mais de 100 metros de comprimento e 35 metros de largura cada. A passagem ligará o bairro santista de Macuco a Vicente de Carvalho, no Guarujá. As enormes peças serão construídas em docas secas ou navios especializados. No miolo delas, haverá três células: as das extremidades se transformarão em pistas para automóveis, ônibus, caminhões e para o futuro Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Pela câmara central, circularão pedestres e ciclistas.

Tecnologia – O presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, explica que a escolha desse tipo de construção se deve ao solo arenoso da área. Se um túnel convencional, escavado, tivesse de ser construído, ele precisaria ficar a, no mínimo, 90 metros de profundidade, o que tornaria a obra muito cara e com rampas com inclinação inviável para os caminhões. Estamos patrocinando a transferência da tecnologia", diz.

A localização do túnel, bem no meio do canal, foi escolhida entre sete opções. "O local que se mostrou mais adequado é a região de Outeirinhos, o atual cais de passageiros de Santos", explica Antonio Cavagliano, gerente de Projetos da Dersa. "No lado do Guarujá, ele sai praticamente na reta do linhão".

A obra deverá custar R$ 1,4 bilhão. A Dersa busca financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mas não descarta fazer uma Parceria Público-Privada (PPP).


Método de construção:

 

1) Preparação do solo – Uma trincheira é cavada no fundo do canal onde serão depositados os elementos do túnel. Placas de concreto são colocadas na vala para suportar o elemento de túnel.


2) Construção – Os elementos de túnel são peças de concreto construídas em uma doca seca, de preferência próxima ao local onde ficará o túnel


3) Transporte – Quando as peças ficam prontas, a doca seca é inundada. Os elementos flutuam e são transportados por rebocadores para o loca onde o túnel vai ficar.
- Piscinas provisórias para aumentar o lastro.


4) Posicionamento – Os elementos são fixados em pontes flutuantes e posicionado por sistemas eletrônicos no ponto exato onde devem ser imersos


5) Submersão – Água é bombeada nas piscinas provisórias do elemento que começa a submergir lentamente. O processo é monitorado por sensores.


6) Ligação dos elementos – Os elementos são aproximados entre si por meio de guinchos hidráulicos que promovem o contato ente eles


7) Acoplagem – A união final dos elementos de túnel contíguos é feita pela diferença de pressão atmosférica (Patm) no interior do elemento já posicionado e a pressão que a água exerce no novo elemento. A pressão no compartimento formado pelos anteparos e em volta do elemento é igual à pressão da água (P). Dentro dos elementos a pressão é atmosférica (Patm). Bombas injetam ar que expele e água, criando diferença de pressão. A pressão que a água exerce no novo elemento comprime a junta Gina, fixando os elementos


8) Nivelamentos – Macacos hidráulicos ancorados em dois pontos em uma das extremidades do elemento movimentam pinos de aço para nivelar o módulo. Os pinos são soldados e os macacos hidráulicos, reirados. Em seguida, areia é injetada na base, formando uma "cama" para assentar o elemento.


9) Proteção – Uma camada de pedras recobre e protege o túnel contra impactos de embarcações e enganchamento de âncoras soltas.

Infográfico: William Marioto, Marcos Müller Fabrell e Edmilson Silva, publicado com a matéria

Balsas continuarão operando com 30% da capacidade

As balsas, principal meio de travessia hoje entre Santos e Guarujá, não serão totalmente aposentadas após a abertura do túnel. A Dersa planeja manter em operação 30% da atual capacidade do serviço. Por dia, os ferry-boats carregam, em média, 26 mil carros. Além das obras do túnel, o projeto contemplará 3,5 km de requalificações viárias nas duas cidades.

A Dersa informou que trocou o projeto original de uma ponte entre as cidades por causa das operações tanto do porto quanto do aeroporto de Santos – a estrutura não poderia ser tão alta, pois prejudicaria aviões, nem tão baixa, por afetar navios. / B.R. e C. V.


LOTAÇÃO – Por dia, 20 mil carros atravessam o trecho de balsa

Foto: Luiz Fernando Menezes/Foto Arena, publicada com a matéria

Projeto já prevê espaço para ampliação de VLT

O túnel está sendo planejado também para receber o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que deverá ligar as cidades da Baixada Santista e permitir que o novo modal de transporte chegue, no futuro, também ao Guarujá.

Segundo a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), as obras do VLT devem começar já no mês que vem no chamado "trecho prioritário" – o que contorna a região central de Santos, com um braço para a região portuária, na mesma área onde os carros vão acessar o futuro túnel. Depois, as obras devem seguir para São Vicente e para a Praia Grande. Só então as obras vão para a região do Guarujá.

Caberá ao projeto executivo do túnel, que ainda está sendo feito, definir como será o compartilhamento do VLT com carros e caminhões nas vias submersas. Os estudos preliminares – que ainda podem ser alterados – indicam que, a exemplo dos antigos bondes, o VLT dividirá as pistas com outros veículos, como ocorre em várias cidades europeias.

As vias do túnel, que terão piso de concreto, estão sendo projetadas para receber até 6 mil veículos por hora em cada sentido. Ainda falta decidir, por exemplo, se ele terá só um trilho para o VLT, que poderá ser dividido por bondes em sentidos opostos, passando um por vez.

Pedestres – Quem quiser atravessar o túnel a pé ou de bicicleta poderá acessá-lo por uma das duas estações de transferência de pedestres que serão construídas em suas extremidades. Projetistas explicam que elas terão a aparência de estações de metrô, com escadas rolantes e elevadores. A ciclofaixa será pintada no chão, sem separação física dos pedestres.
/ B.R. e C. V.

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