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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - PONTE/TÚNEL - 5
Metro linear mais caro do mundo...

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Não tem fim e parece que também não tem começo. Tanto a obra, como o custo. Que, a julgar por alguns chutes das autoridades, sem base técnica, pode levar a obra a ser classificada como tendo o metro linear mais caro do mundo. É o que descobriu o jornal santista Diário do Litoral, em reportagem de página dupla (8 e 9), na edição de 22 de agosto de 2011:

R$ 1,4 MILHÃO O METRO

Túnel bilionário de Alckmin é o mais caro do planeta

O túnel que ligará as cidades de Santos a Guarujá, anunciado no último dia 11, pelo governador Geraldo Alckmin, custará R$ 1,4 milhão o metro. A cifra é maior do que foi gasto por metro na construção do Túnel Seikan, no Japão, que tem cerca de 54 quilômetros de extensão - o mais longo do mundo. O túnel do Estuário de Santos terá apenas 900 metros. Engenheiro afirma que valor é "exagerado", já a Dersa diz que são obras "diferentes".

 

Imagem: reprodução das páginas com a matéria

TÚNEL SANTOS-GUARUJÁ

Dá para ser mais barato, governador?

Carlos Ratton

Depois de muitas e demoradas discussões, idas e vindas para estudar o traçado e promessas antes, durante e depois de campanhas, finalmente, o governo de São Paulo definiu: a travessia entre Santos e Guarujá será através de um túnel, que custará R$ 1,3 bilhão e levará cinco anos para ser entregue. O anúncio foi feito pelo próprio governador do Estado, Geraldo Alckmin, no último dia 11.

Tudo estaria bom senão por um detalhe: o custo do metro do túnel (R$ 1,4 milhão). Se comparado a outros ao redor do mundo, o bilionário túnel do governador Alckmin já pode ser considerado o mais caro do planeta, embora na conta do equipamento conste desapropriações, compensações ambientais e demais obras viárias.

O túnel, que ligará Outeirinhos (Santos) a Vicente de Carvalho (Guarujá) e terá apenas 900 metros de extensão, será composto por perfis de concreto armado, que serão construídos em terra firme e depois transportados e afundados no traçado da travessia. Pelo túnel passarão pedestres, bicicletas, motocicletas, carros, ônibus e até mesmo o veículo leve sobre trilhos VLT.

Vale a pena salientar que o túnel será pedagiado, da mesma forma que é cobrado na balsa e ainda o governo do Estado irá gastar mais R$ 150 milhões para aperfeiçoar a travessia, além dos R$ 63 milhões que já vêm sendo gastos com os novos atracadouros.

Dá para acreditar? O túnel Seikan, no Japão, tem cerca de 64 quilômetros de extensão e é o mais longo do mundo. O custo de construção do túnel, com ainda uma ferrovia, foi de R$ 7 bilhões (US$ 4,7 bilhões). Ou seja, o metro deste verdadeiro gigante custou R$ 129,6 mil. Praticamente dez vezes menos do que o túnel do Alckmin. Se o canal do estuário de Santos tivesse essa extensão, o governador anunciaria uma obra de R$ 75 milhões.

O Eurotúnel, que liga a Inglaterra à França, com cerca de 50 quilômetros de comprimento e com mais de 40 metros abaixo do solo do mar, custou pouco mais de R$ 22 bilhões (R$ 440 mil o metro). Ou seja, se uma obra como a do Eurotúnel fosse feita pelo Governo de necessários R$ 70 bilhões para concluí-la.

Do túnel do Alckmin para a ponte do Serra - Antes de ter batido o martelo sobre o túnel, o Governo de São Paulo havia anunciado uma ponte estaiada, projeto que, em março de 2010 (ano de eleição presidencial), teve até maquete "inaugurada" pelo então governador José Serra. O complexo de 4,6 quilômetros iria custar R$ 700 milhões (R$ 152,2 mil o metro).

Pois bem. A China inaugurou recentemente a mais longa ponte sobre o mar do mundo, com 42 quilômetros de extensão, na cidade litorânea de Qingdao, ao custo de R$ 3,6 bilhões (R$ 85,7 mil o metro). Se a ponte anunciada pelo Serra fosse igual à da China, custaria cerca de R$R 6,3 bilhões aos cofres de São Paulo.

Quer outras comparações? Vamos lá: o complexo de pontes Seto, no Japão, estende-se por 9,4 km do estreito entre as ilhas de Honshu e Shikoku e também interliga várias ouras ilhas do mar interior de Seto. A construção das pontes envolveu um investimento da ordem de cerca de R$ 11 bilhões (US$ 7,4 bilhões).

O Túnel de Base de Lôtschberg (Suíça) é o maior túnel terrestre do mundo, com cerca de 35 quilômetros, localizado na região dos Alpes. O custo estimado do projeto é de 2,7 bilhões de euros (R$ 65,9 bilhões).

Exemplo brasileiro - O leitor deve estar se perguntando: existe um exemplo brasileiro mais barato do que o anunciado pelo governador Geraldo Alckmin? Sim. Um túnel passando por baixo da baía de Vitória, ligando a capital a Vila Velha, que está sendo planejado pelo governo do Espírito Santo (ES). Dependendo das dimensões, um túnel pode custar entre R$ 98 mil e R$ 117 mil o metro.

A "inauguração da maquete" da ponte estaiada Santos/Guarujá pelo ex-governador José Serra, entre os prefeitos Maria Antonieta (Guarujá) e João Paulo Tavares Papa (Santos)

Foto: arquivo, publicada com a matéria

Houve exagero, com certeza - O diretor de Portos, da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos, engenheiro Eduardo Lustoza, não tem dúvidas: "Para se compor custo é preciso projeto. Sem dimensionamentos, análises de solo, nem medições de campo, enfim. Não sei como se chegou a esses números (valores)", disse o diretor.

Baseando-se em empreendimentos semelhantes feitos no mundo, o engenheiro acredita que o valor anunciado por Alckmin está fora da realidade. "Aparentemente, está exagerado. Trouxemos, na Associação, um especialista internacional e nessa apresentação houve uma análise de túneis em várias partes do mundo", revela.

O engenheiro explica que antes de se anunciar valores, é preciso que houvesse comparações técnicas em nível mundial. "Como é que se chuta um valor? No mínimo, é preciso buscar projeções internacionais e balizar em quem tem experiência. O exemplo do Espírito Santo é razoável", comenta.

Sobre o diâmetro do túnel para acomodar pedestres, bicicletas, motocicletas, carros, ônibus e até mesmo o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o engenheiro chamou a atenção sobre a inclinação do equipamento, que terá que ser muito estudada.

"O declive tem que ser muito suave. Acho otimista, com todo esse multiuso, o túnel ficar condicionado a 9090 metros. Será preciso alongar esse túnel para comportar o VLT, bicicletas, enfim. O que posso afirmar é que, comparado com padrões internacionais, esse túnel está caro. É o Custo Brasil", ironizou.

Especialista - Membro do Conselho Executivo da Associação Internacional de Túneis, o engenheiro Tarcísio Barreto Celestino afirma que o valor anunciado pelo governador pode estar próximo do real, em função da complexidade do terreno de Santos e região. Ele não se arriscou em valores, mas garantiu que a obra será diferente da que foi feita na Europa e no Japão.

"Não será um túnel nos moldes do Eurotúnel, por exemplo. O que será construído na Baixada será imerso e não escavado, o que implica em custos maiores. Tudo em função da geologia diferente existente na Baixada Santista. Portanto, não posso lhe afirmar, sem um estudo maior, se a obra é cara ou não", revelou.

O especialista conclui alertando que no valor anunciado por Alckmin devem estar embutidos os custos com rampas de acesso e valas que, segundo ele, tornam a obra onerosa. "Também deve ser levada em conta a largura do equipamento que, para atender o fluxo de veículos, bicicletas, pessoas e ainda o VLT, terá que ter, no mínimo, 30 metros de diâmetro".

Enquanto túnel não sai do papel, motoristas enfrentam fila quilométrica na hora de atravessar para Santos ou Guarujá

Foto: arquivo, publicada com a matéria

Dersa - A Assessoria de Imprensa da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) confirma o que disse o especialista, ratificando que não é possível uma comparação direta entre o túnel de Seikan e o do Eurotúnel com o túnel submerso que ligará o município de Santos com o de Guarujá, pois tratam-se de obras completamente diferentes. As duas primeiras são obras para a passagem de trens, escavadas em rocha.

Segundo a empresa responsável pela futura obra, especificamente o túnel de Seikan comporta duas linhas de trem, que para tal é suficiente uma seção transversal de aproximadamente 70 metros quadrados, sendo sua extensão 53,9 quilômetros, com 23,5 abaixo do nível do mar.

A obra prevista na ligação Santos/Guarujá é uma obra viária para tráfego de automóveis e caminhões, com três faixas por sentido, estando previsto, ainda, o compartilhamento de uma faixa com a futura linha do VLT, além de uma célula central para a passagem de pedestres e ciclistas. A seção transversal interna desta estrutura é de 240 metros quadrados, ou seja, 3,4 vezes maior que a estrutura do túnel Seikan, além de uma concepção de obra totalmente diferente.

Ainda conforme a Dersa, para a composição dos custos da obra foram consideradas todas as demais obras envolvidas, tais como rampas de acesso a serem executadas pelo método "cut and cover" em paredes diafragma, reformulação do sistema viário do lado de Santos e do lado Guarujá, a implantação de um complexo viário para ligação com a avenida perimetral, transposição em desnível da Avenida Santos Dumont e ligação com a Avenida Duque de Caxias, permitindo futura ligação com o aeroporto, Petrobrás e Rodovia Conego Domênico Rangoni.

Finalizando, a empresa explica que a definição deste tipo de obra se deu em função da geologia local, da urbanização e das limitações geométricas para implantação do empreendimento que tornaram inviável a implantação de uma obra similar á dos túneis que serviram como comparação.

Comparação rápida

Túnel entre Santos e Guarujá (Brasil)

Terá 900 metros de extensão e custará R$ 1,3 bilhão

(R$ 1,4 milhão o metro)

Túnel Seikan (Japão)

Tem cerca de 54 quilômetros (54 mil metros) de extensão e é o mais longo do mundo. O custo de construção do túnel com ainda uma ferrovia foi cerca de R$ 7 bilhões

(aproximadamente R$ 129,6 mil o metro)

O Eurotúnel (Inglaterra/França)

Tem cerca de 50 quilômetros (50 mil metros) de extensão e custou pouco mais de R$ 22 bilhões

(R$ 440 mil o metro)

A Ponte do Serra (Brasil)

Teria 4,6 quilômetros (quatro mil e seiscentos metros) e iria custar R$ 700 milhões

(aproximadamente R$ 152,2 mil o metro)

Ponte de Qingdao (China)

A mais longa ponte sobre o mar do mundo, com 42 quilômetros de extensão (42 mil metros) e custou R$ 3,6 bilhões)

(aproximadamente R$ 85,7 mil o metro)

 

Governador Geraldo Alckmin

Foto: arquivo, publicada com a matéria

O Diário do Litoral publicou nova reportagem de página dupla (8 e 9), na edição de 5 de setembro de 2011, com manchete na primeira página:

 

Imagem: reprodução parcial da primeira página com a manchete

PORTO DE SANTOS

Além de caro, túnel de Alckmin ainda pode ser insuficiente

O governador Geraldo Alckmin anunciou a construção de um túnel ligando as margens direita e esquerda do Porto de Santos. A obra vai custar aos cofres do Estado R$ 1,3 bilhão (R$ 1,4 milhão o metro). Mas, segundo representante da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos, seriam necessárias mais duas ligações secas para preparar o porto para o futuro.

 

Imagem: reprodução das páginas com a matéria

PORTO DE SANTOS

Três ligações – Essas seriam as soluções?

Repórter: Carlos Ratton

Ao invés de apenas um túnel ligando Outeirinhos (em frente ao Armazém 26, em Santos) a Vicente de Carvalho (Guarujá), o Porto de Santos deveria ter mais duas ligações secas para poder se desenvolver e crescer de forma consistente e segura: uma na Ponta da Praia (próxima dos terminais das balsas) e outra ligando as áreas continental e insular de Santos, na região da Alemoa.

A opinião é do engenheiro Eduardo Lustoza, diretor de Portos da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos, que embora acredite que o túnel possa melhorar o acesso, defende que tanto a margem esquerda, quanto a direita, deveriam ser desenvolvidas de forma igualitária e ampla.

"O crescimento portuário da margem esquerda do Porto de Santos foi inibido pela acessibilidade restrita entre as ilhas de São Vicente (Santos) e Santo Amaro (Guarujá), dependentes das balsas e da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, insuficientes para um porto que movimenta 93 milhões de toneladas anuais e estima alcançar 224 milhões de toneladas até 2024", explica o engenheiro.

Para Lustoza, há uma certa miopia e letargia lúcida dos governos estadual e federal, que protelam há 30 anos investimentos no setor. "Prestes Maia, em meados do século passado, já estimava três ligações secas entre as ilhas para o desenvolvimento da região. Após 60 anos de indecisão política, o porto foi o mais prejudicado", afirma.

O engenheiro garante que o País há anos vem sendo afetado por esse atraso, pois a hinterlândia – zona de influência terrestre de cada porto, determinada por uma série de fatores, como a infra-estrutura de transporte terrestre existente, questões fiscais, entre outras – afeta 35% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Foto: Luiz Torres

Negligência

Lustoza acredita que tanto tempo de negligência fez com que projetos de pontes, ligando uma margem à outra, ficassem ultrapassados, não tendo outra alternativa senão a implementação de túneis, como o já anunciado pelo governador Geraldo Alckmin (ver matéria complementar).

"Finalmente, o Governo do Estado reconheceu o obsoletismo da ponte sobre o nosso canal portuário e sinaliza que o túnel seja a melhor tecnologia, pois poucos se atrevem a limitar o calado aéreo de um porto", diz o engenheiro.

O engenheiro só espera que tanto alarde não termine de forma frustrante, como outros projetos anunciados, como o aeroporto civil metropolitano, em Guarujá.

"Desta vez, o Estado tem que viabilizar a obra, visto que as balsas não vão conseguir prestar a mesma qualidade de serviços devido ao alargamento da calha do canal portuário, que permite a entrada e saída de navios simultaneamente, prevendo dificuldades cada vez maiores nas travessias", comenta Lustoza.

Eduardo Lustoza (E) e o governador Geraldo Alckmin (D)

Fotos de Arquivo DL (E) e de Lucas Baptista (D)

Obra esperada e salgada

Conforme já anunciado, a travessia entre Santos e Guarujá será através de um túnel, que levará cinco anos para ser entregue (2016) e custará R$ 1,3 bilhão – R$ 1,4 milhão por metro.

Se comparado a outros ao redor do mundo, o bilionário túnel do governador Alckmin já pode ser considerado o mais caro do planeta, embora na conta do equipamento conste desapropriações, compensações ambientais e demais obras viárias.

O túnel terá apenas 900 metros de extensão e será composto por perfis de concreto armado, que serão construídos em terra firme e depois transportados e afundados no traçado da travessia. Pelo túnel, segundo o governador, passarão pedestres, bicicletas, motocicletas, carros, ônibus e até mesmo o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Vale a pena salientar que o túnel será pedagiado, da mesma forma que é cobrado na balsa, e ainda o Governo do Estado irá gastar mais R$ 150 milhões para aperfeiçoar a travessia, além dos R$ 63 milhões que já vêm sendo gastos com os novos atracadouros.

Foto: Arquivo DL

No mundo

Foto: Arquivo DL

O Túnel Seikan, no Japão, tem cerca de 54 quilômetros de extensão e é o mais longo do mundo. O custo de construção do túnel, com ainda uma ferrovia, foi de R$ 7 bilhões (US$ 4,7 bilhões). Ou seja, o metro deste verdadeiro gigante custou R$ 129,6 mil. Praticamente dez vezes menos do que o túnel do Alckmin. Se o canal do estuário de Santos tivesse essa extensão, o governador anunciaria uma obra de R$ 75 bilhões.

O Eurotúnel, que liga a Inglaterra à França, com cerca de 50 quilômetros de comprimento e com mais de 40 metros abaixo do solo do mar, custou pouco mais de R$ 22 bilhões (R$ 440 mil o metro). Ou seja, se uma obra como a do Eurotúnel fosse feita pelo Governo de São Paulo, seriam necessários R$ 70 bilhões para concluí-la.

Ponte descartada

Antes de ter batido o martelo sobre o túnel, o Governo de São Paulo havia anunciado uma ponte estaiada, projeto que, em março de 2010 (ano de eleição presidencial), teve até maquete "inaugurada" pelo então governador José Serra. O complexo de 4,6 quilômetros iria custar R$ 700 milhões (R$ 152,2 mil o metro).

A China inaugurou recentemente a mais longa ponte sobre o mar do mundo, com 42 quilômetros de extensão, na cidade litorânea de Qingdao, ao custo de R$ 3,6 bilhões (R$ 85,7 mil o metro). Se a ponte anunciada pelo Serra fosse igual à da China, custaria cerca de R$ 6,3 bilhões aos cofres de São Paulo.

O complexo de pontes Seto, no Japão, estende-se por 9,4 km do estreito entre as ilhas de Honshu e Shikoku e também interliga várias outras ilhas do mar interior de Seto. A construção das pontes envolveu um investimento da ordem de cerca de R$ 11 bilhões (US$ 7,4 bilhões).

O Túnel de Base de Lötschberg (Suíça) é o maior túnel terrestre do mundo, com cerca de 35 quilômetros, localizado na região dos Alpes. O custo estimado do projeto é de 2,7 bilhões de euros (R$ 6,9 bilhões).

Em casa

Existe um exemplo brasileiro mais barato do que o anunciado pelo governador Geraldo Alckmin: um túnel passando por baixo da baía de Vitória, ligando a capital a Vila Velha, que está sendo planejado pelo Governo do Espírito Santo (ES). Dependendo das dimensões do túnel, pode custar entre R$ 98 mil e R$ 117 mil o metro.

Dois dias depois, em 7 de setembro de 2011, o mesmo Diário do Litoral registrou, na página 4:

 

Edição do dia 22 de agosto traz entrevista com o diretor de Portos da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos, engenheiro Eduardo Lustoza, afirmando que, se tomar como base empreendimentos semelhantes feitos no Mundo, ele acredita que o valor anunciado por Alckmin está fora da realidade. Na edição de 5 de setembro, o DL traz o mesmo especialista atentando para a necessidade de mais ligações entre as cidades.

Imagem: reprodução da página com a matéria

LIGAÇÃO SECA

Túnel para ligar cidades de Santos e Guarujá

Diante da matéria publicada na edição do último dia 5, intitulada: "Além de caro, túnel de Alckmin ainda pode ser insuficiente", a Dersa faz questão de afirmar que "não é possível uma comparação direta entre o túnel de Seikan ou o do Eurotúnel com o túnel submerso que ligará o município de Santos com o do Guarujá.

A Dersa ratifica sua resposta - já publicada na edição do DL do dia 22 de agosto -, quando afirmava que o túnel de "Seikan comporta duas linhas de trens, que para tal é suficiente uma seção transversal de cerca de 70 metros quadrados, sua extensão é de 53,9 quilômetros sendo 23,5 abaixo do nível do mar". Ainda de acordo com a Dersa, o túnel da ligação Santos-Guarujá é uma obra viária para tráfego urbano, com três faixas por sentido, estando previsto ainda o compartilhamento de uma faixa com a futura linha do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), além de uma célula central para a passagem de pedestres e ciclistas. A seção transversal interna é de 240 metros quadrados, ou seja, 3,4 vezes maior que a estrutura do túnel Seikan, segundo a Dersa.

Quanto ao túnel ser o mais caro do mundo, a exemplo do que afirma o DL em suas edições do dia 22 de agosto e 5 de setembro, a empresa justifica que, apesar dos apenas 900 metros de extensão do equipamento, para compor os custos da obra foram consideradas todas as demais intervenções envolvidas, como rampas de acesso, reformulação do sistema viário do lado Santos e do lado Guarujá, a implantação de um complexo viário para ligação com a avenida perimetral, transposição em desnível da Avenida Santos Dumont e ligação com a Avenida Duque de Caxias.

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