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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Crônica policial - 04
A prisão do gatuno...

Ele não queria acompanhar o policial...

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Nas primeiras décadas do século XX, diversos criminosos ficaram famosos, alguns chegando à condição de lendas nas crônicas policiais, caracterizando-se mais pelo refinamento nos métodos de roubo e por um certo cavalheirismo ou comportamento "profissional". Eram tratados pela polícia como cavalheiros, até no momento da prisão. Como se verifica neste relato da prisão de um deles, ocorrida em Santos pouco antes da Primeira Guerra Mundial. A notícia foi publicada na primeira página do jornal santista A Tribuna, em 17 de abril de 1913 (ortografia atualizada nesta transcrição):

Imagem: reprodução da matéria original

Gatuno célebre

Quando ontem, à 1 hora da manhã, passávamos pela Rua Itororó, notamos que o inspetor Monteiro, num gesticular de autoridade, intimava um indivíduo qualquer a que o acompanhasse à polícia, onde desejava falar-lhe.

O indivíduo gesticulava também, mas encolhia-se todo, lastimando a sorte.

O caso despertou-nos curiosidade, por isso abordamos o inspetor, a quem perguntamos do que se tratava.

- Nada, não é nada, respondeu secamente o Monteiro. É este sujeito que não quer me acompanhar à polícia, onde alguém o espera.

- Mas, afinal, do que se trata?

- Nada, um caso sem importância.

- Cada vez compreendo menos...

E o monteiro, chamando-nos de parte, disse-nos que o tal indivíduo se chamava Januário Cardoso, gatuno muito conhecido da polícia e autor de inúmeros roubos e façanhas.

- Este sujeito - disse o inspetor - vem a Santos fazer as suas falcatruas e vai vender o que pode roubar em S. Paulo e no interior. Ainda há dias, fez um grande roubo na capital e resistiu, a tiros de revólver, à voz de prisão que lhe deu um agente.

Está processado e a polícia de São Paulo, sabedora de que o marau tinha fugido para Santos, requisitou a sua prisão ao dr. Bias Bueno.

Por acaso soube que Cardoso estava hospedado na espelunca n. 66 da Rua Itororó e fui lá prendê-lo "agorinha mesmo".

E assim soubemos que o gatuno Januário Cardoso, autor de muitas falcatruas, tinha sido preso.

Em meados do século XIX casos assim eram suficientemente raros para serem registrados num jornal de âmbito provincial. Assim, entre as notícias recebidas de Santos, o jornal paulistano A Província de São Paulo (antecessor do atual O Estado de São Paulo) registrou, na edição de 16 de fevereiro de 1877, na página 3 (Acervo Estadão - ortografia atualizada nesta transcrição):

Imagens: reprodução parcial da pagina com a matéria, no Acervo Digital Estadão

[...]

- No dia 7, um larápio, aproveitando-se da confusão causada pela passagem de uma sociedade carnavalesca pela Rua Direita, empalmou o relógio e corrente de ouro do sr. Joaquim dos Santos Bandeira.

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