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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ACS
A associação comercial dos santistas (4-s)

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Texto inserido no Almanaque de Santos - 1971, editado no final de 1970 por Ariel Editora e Publicidade, de Santos/SP, tendo como redator responsável o falecido jornalista Olao Rodrigues. Nessa publicação, as páginas 170 a 300 formam uma Edição Comemorativa do Centenário da Associação Comercial de Santos:
 

Associação Comercial de Santos - 1870/1970


Eis a história que se firmou à sombra da grandeza de Santos

História das sedes: uma delas foi arrendada

Até nossos dias, o Instituto agora centenário teve três sedes próprias e uma arrendada, sem se contar a primitiva, em que funcionou provisoriamente, a título gracioso, por deferência do próprio presidente, comendador Nicolau Vergueiro.

Faz 46 anos que a Associação ocupa a atual sede, na Rua 15 de Novembro n. 135, que e artéria privilegiada do centro comercial.

Desde a diretoria provisória, que se manteve à frente dos destinos da nascente entidade por espaço de quase 4 anos, houve dedicado interesse em oferecer á Praça do Comércio sede própria, senão aparatosa pelo menos confortável e que servisse de ponto de reunião dos associados que integravam o pequeno mundo dos negócios da Cidade, desde aí considerada economicamente vigorosa. E tanto assim que, em tempo julgado curto, foi instituído o Fundo Social, por meio de subscrição entre os consócios, com apuração da quantia de 80:000$000 (Cr$ 80,00), enquanto uma comissão de figuras influentes recebeu a incumbência de escolher e adquirir o terreno adequado para o erguimento da primeira sede.

Doação de terreno – Por ato munificente, d. Ana Zeferina Vieira Carvalhais, natural de Santos, de tradicional família, doou terreno de sua propriedade na Rua da Praia, hoje Tuiuti, próximo ao antigo edifício da Mesa de Rendas ou situado no Mercado de Peixe, desde que a Associação dele fizesse uso para levantamento de edifício-sede.

A doadora era filha do cel. José Antônio Vieira de Carvalho; em 4 de março de 1882 casou com o negociante português Barnabé Francisco Vaz de Carvalhais, em cerimônia realizada no solar da família, na Travessa da Alfândega, esquina do Pátio dos Gusmões, no mesmo prédio hoje ocupado pela conceituada firma Hard, Rand S.A. – Exportadora e Importadora.

O casal teve 10 filhos: Carolina, José, Gabriela, Constantino, Barnabé, Josefina, Elisa, Flora, Carlota e Júlia. Gabriela matrimoniou-se em 29 de outubro de 1846 com Antônio Ferreira da Silva Júnior, barão e depois visconde de Embaré, que foi o segundo presidente da Associação. Ficando viúvo, contratou núpcias com sua cunhada Flora; desse modo, d. Ana Zeferina foi sogra por duas vezes consecutivas do barão de Embaré. Um de seus filhos, Barnabé, santista da gema, era homem de aprimoradas virtudes cívicas e muito fez pela terra natal, notadamente à instrução pública. Entre seus gestos de amparo ao setor do Ensino, é de destacar a contribuição que deixou ao grupo escolar que adotou seu nome e para cuja instalação legou 100 apólices do Estado do Rio de Janeiro, no valor de 500$000 (Cr$ 0,50) cada uma. Esse verdadeiro amigo da instrução santista morreu na capital da França em 1892.

Voltando à doação do terreno, diremos que a ACS dele não se valeu por julgar inconveniente a construção da sede enquanto não fossem executadas as obras de melhoramento do porto, cujas condições topográficas poderiam alterar a localização do imóvel, embora existissem plantas e orçamento do prédio elaborados pela firma Balarini & Bosísio.

Entrementes, fazia-se necessário levar a Associação para um ponto de reunião, e foi o comendador Vergueiro que a acudiu, cedendo-lhe graciosamente o sobrado de sua propriedade na Rua da Praia.

Prédio-sede arrendado – Lá ficou o Instituto, durante algum tempo até que passou a funcionar na Rua do Consulado, hoje Rua Frei Gaspar, depois de mandar proceder a obras julgadas necessárias ao fim a que era destinado.

Na impossibilidade de obter outro em condições favoráveis, não só pela localização como também pelas acomodações, decidiu a diretoria arrendar o prédio, mediante contrato que começou a vigorar em 1º de fevereiro de 1875 e terminou em 1º de fevereiro de 1880.

Os associados tiveram desse modo um ponto de reunião sem o cunho da generosidade, em dependências decentemente mobiliadas, inclusive salão de leitura em que os associados dispunham de jornais nacionais e estrangeiros e quadros com afixação de boletins de cotação do café, avisos da diretoria e telegramas comerciais e políticos, enquanto a Biblioteca Social passava a figurar como preocupação da diretoria.

Mas o sonho dos primeiros administradores da Praça do Comércio era a sede própria, embora esbarrassem no problema da construção do cais e dos armazéns, além de assoberbados com a situação desfavorável do café, que chegava a produzir desânimo na Praça.

Não obstante, em 1881, na gestão do Barão de Embaré, a diretoria consultou a Assembléia Geral, reunida em 19 de novembro daquele ano, sobre a conveniência ou não da compra do prédio em que funcionou o Banco Mauá & Cia., atendendo à sua localização, notadamente, bem como ao preço máximo que conviria oferecer pela aquisição do imóvel.

Abrimos aqui parêntesis para assinalar que aquele estabelecimento de crédito, de que era titular o barão de Mauá, o grande brasileiro Evangelista de Sousa, ficava situado na Rua do Consulado, hoje Frei Gaspar, servindo ainda à respeitável firma Hard, Rand S. A. – Exportadora e Importadora.

Os liquidantes da massa falida de Mauá & Cia. anunciaram a venda em leilão das propriedades aqui existentes, e daí o interesse da nossa Associação.

A Assembléia Geral pronunciou-se no sentido de que "a Associação pode comprar qualquer edifício que julgar adaptado para a Praça do Comércio, e se lhe convém o edifício do Banco Mauá, pode tratar da compra do imóvel, com poderes discricionários, inclusive quanto ao máximo preço que deve pagar". 

A diretoria eleita para o biênio seguinte, ainda presidida pelo barão de Embaré, esclareceu no Relatório de 1882 que a aquisição do Prédio Mauá, autorizada pela Assembléia Geral, não pôde ser efetivada em face do elevado preço proposto pelos liquidantes da massa falida, constando-lhe, a essa altura, já se achar vendido o imóvel.

Sob o título "Nova Praça do Comércio", o Diário de Santos, edição de 5 de outubro de 1883, assim noticiava o ato da escritura da compra do terreno para erguimento da primeira sede própria da Associação: "Na segunda-feira última, assinou-se a escritura de compra do terreno e paredes do prédio incendiado, à Rua 25 de Março, pertencente às exmas. sras. d. Jesuína Peixoto e d. Evangelina Ferreira e sua filha. A Associação Comercial fez essa aquisição pela quantia de 25:000$000 (Cr$ 25,00), para construir um edifício para a nova Praça do Comércio. Os srs. Alves Lima, João Otávio dos Santos e Gustavo Backheuser foram encarregados de dirigir as obras. O local é magnífico e o preço de compra razoável".

Primeiro prédio da Associação Comercial de Santos

Imagem: bico-de-pena de Ribs, também publicado com a matéria

A primeira sede social – Finalmente, o empreendimento efetivou-se em 1884, na gestão do barão de Embaré. Não foi bem uma construção especial, inteiramente nova, como se desejava, mas reedificação sobre imóvel adquirido pela quantia de 25 contos de réis de d. Jesuína Augusta de Aguiar Peixoto e outros, por escritura pública de 2 de outubro de 1883.

Tratava-se de "um prédio de sobrado, sito à Rua 25 de Março n. 55, com frente para a dita rua e para o Largo 11 de Junho, com 3 janelas de sacadas de ferro no pavimento superior e 3 portas no pavimento térreo para aquela rua, e outras tantas portas e janelas para o Largo, fazendo canto com a Rua 11 de Junho, dividindo com a casa n. 57 da herança do defunto Joaquim Guilherme Peixoto, cujo prédio se acha hoje em ruínas em conseqüência de um incêndio que nele houve".

Em 2 de janeiro de 1885, a ACS contraiu empréstimo de 25 contos de réis com o barão (depois visconde) de Embaré, dando aquele imóvel como garantia, sem prazo estipulado, a juros de 7%.

A área em que se situou o primeiro prédio próprio de nossa Associação sofreu pavoroso incêndio na noite de 30 de julho de 1883. O fogo começou no casarão que pertencia à viúva e filhos do finado Joaquim Guilherme Peixoto, no n. 57 da Rua 25 de Março, enquanto o prédio que veio a ser erguido pela ACS era contíguo, e de n. 55 da mesma via pública, hoje 15 de Novembro. Antigamente era assim. Não havendo serviço especializado, o fogo lavrava fácil e aniquiladoramente, precário que era o sistema de bombas e mangueiras.

O sinistro do Largo 11 de Junho (hoje Rua Riachuelo) foi impressionante. Populares, trabalhadores e até tripulantes de navios surtos no porto entregaram-se com denodo ao trabalho de extinção do incêndio, que causou consideráveis danos, inclusive a prédios vizinhos, sofrendo prejuízos, entre outros, o Restaurante Cosmopolita, Salon Parisien, Edouard Broad, Cláudio Peixoto de Melo e Max Hulh, que tinha este sua escola numa das salas do prédio incendiado.

"Durante pouco mais de dois meses, confundidas num lixo de ruínas, ali permaneceram as pedras tostadas e mudas daquelas velhas paredes. Nesse local é que está a Associação Comercial", segundo se lê em Santos Noutros Tempos, de Costa e Silva Sobrinho.

No dia 1º de setembro de 1884, a Associação instalou-se no edifício próprio cujo custo se elevou à soma de 65$000$00 (Cr$ 65,00). Desse montante, a nossa Associação despendeu 42:000$000 (Cr$ 42,00) e o visconde de Embaré forneceu, como dissemos, 23:000$000 (Cr$ 23,00).

Não sendo necessário para o serviço administrativo todo o espaço do edifício, que tinha 2 pavimentos (inferior e superior), a parte elevada foi alugada ao corretor Walter Wright.

Houve concorrência para ser arrendado o armazém do lado do mar, apresentando-se apenas um concorrente, o tabelião Antônio Luís Ribeiro, com quem foi contratada a locação pelo espaço de 5 anos, à razão de 70$000 (Cr$ 0,07) mensais.

Segundo contrato celebrado em 17 de maio de 1890, o Correio também funcionou nesse prédio da Associação, mediante arrendamento mensal de 350$000 (Cr$ 0,35), ocupando os dois primeiros pavimentos, isto é, parte deles. Assinaram o documento os srs. Antônio Carlos da Silva Teles, pela Associação, de que era presidente, e João Batista dos Santos Cruz, agente postal em Santos.

Também funcionaram nesse primeiro prédio próprio do Instituto a Companhia Lunton, por arrendamento mensal de 500$000 (Cr$ 0,50), durante 5 anos, isto é, de 1897 a 1901, e a firma Puglisi & Carbone, na parte posterior, que teve o arrendamento prorrogado por 3 anos, de 31 de agosto de 1903 a 31 de agosto de 1906, conforme decidira a diretoria em reunião do dia 16 de junho de 1903.

O empréstimo para reedificação do edifício foi liquidado em 1889, sendo paga aos herdeiros do visconde de Embaré, por saldo de capital e juros, a quantia de 5:204$170 (Cr$ 5,20), de acordo com a escritura lavrada no 2º Ofício, de que era tabelião o sr. Arlindo Carneiro de Araújo Aguiar.

Só em 19 de setembro de 1891 foi lavrado documento em cartório, pelo qual ficou perfeitamente legalizado o direito da Associação sobre o imóvel.

A segunda sede própria – O Instituto ficou por espaço de 24 anos nesse prédio reconstruído sobre as ruínas de incêndio. Se era suficiente, e até amplo na época da reedificação, tanto que foi sublocado, tornou-se acanhado com o correr do tempo e urgia dar à Associação corpo de instalações condizente com o vulto e relevância de suas atividades, pois os dirigentes e associados compreendiam e sentiam que uma casa arquitetonicamente bem disposta, ostentando dependências confortáveis, senão luxuosas, refletia a influência e preponderância de um órgão líder de classe coadjuvadora da riqueza econômica da Nação. 

E a nova sede foi substancialmente reformada, dimensionada e ampliada.

Ela ficou concluída em 1908: no dia 22 de dezembro, quando do 38º aniversário, o instituto estava em nova casa própria.

A Associação possuía um terreno na Rua 24 de Maio, doado por d. Ana Zeferina Vieira Carvalhais, como referimos, lá no velho Mercado do Peixe, considerado insuficiente e inadequado para o fim pretendido.

Valendo-se de seu prestígio, a Associação permutou-o com a Câmara Municipal por meio da lei n. 256, de 17 de abril de 1907, ficando com um terreno contíguo à sede social, no alinhamento que defluía para a Rua Antônio Prado, hoje Tuiuti.

Para efetivar a permuta, o Conselho de Intendência Municipal, presidido pelo sr. F. C. Almeida Morais, em 18 de julho de 1891 nomeou comissão especial integrada dos srs. Júlio Conceição e Ricardo Pinto de Oliveira, comissários de Obras Municipais e de Justiça, bem como os srs. Manuel Pinto dos Santos Barreto e João Antônio de Segadas Viana, cujo parecer foi favorável. Pela Associação Comercial, atuaram os srs. Antônio Carlos da Silva Teles, seu presidente, e Fritz Christ, diretor e também cônsul da Alemanha.

Efetuada a concorrência de construção, foi vencedora a proposta apresentada pela firma Nicolau Spagnuolo & Cia., no valor de 60:000$000 (Cr$ 60,00), nos termos do contrato firmado em 29 de agosto de 1907.

Em consonância com a escritura, a Associação recebeu a quantia de 5:00$000 (Cr$ 5,00) da Câmara Municipal, por força da diferença de valores dos imóveis.

As obras foram iniciadas no dia 10 de setembro de 1907, prevalecendo contratualmente o prazo de 120 dias, que não pôde ser cumprido, por motivos supervenientes e plenamente justificados, senão muitos meses depois.

Certo é que no dia 22 de dezembro de 1908, durante a gestão do sr. Francisco Marcos Inglês de Sousa, o segundo edifício próprio da Associação, dispondo de 2 andares como o anterior, foi solenemente inaugurado em ato a que compareceram as figuras mais representativas do nosso ambiente social, administrativo e comercial, proferindo o discurso oficial em nome da Associação, especialmente convidado o dr. Leopoldo de Freitas.

O custo da reconstrução montou a 79:765$671 (Cr$ 79,77), segundo reajuste firmado, elevando-se as despesas gerais, como mobiliário e acessórios, à importância de 100:000$000 (Cr$ 100,00), coberta em grande parte pela subscrição dos sócios – 53:900$000 (Cr$ 53,90) e pela venda de 281 letras, o 7º empréstimo da Câmara Municipal de São Paulo, que, inclusive juros, rendeu 27.819$000 (Cr$ 27,80). Também para aliviar as despesas foram vendidas 24 letras do empréstimo da Câmara Municipal de Santos, que produziram 2:400$000 (Cr$ 2,40), além do aumento verificado na mensalidade dos sócios e assinantes.

Autorizada pela Assembléia Geral, a diretoria arrendou 2 salas no pavimento inferior à agência do Banco do Brasil, pelo espaço de 5 anos, pelo aluguel mensal de 750$000 (Cr$ 0,75), reduzido em 1914 a pedido da administração daquele estabelecimento de crédito, para compensar as despesas de reformas que mandara executar.

A convite da Associação, o dr. Carlos Khiel procedeu pessoalmente à inspeção regular das obras, que, como referimos, ultrapassaram o prazo inicial de 120 dias.

Durante o período em que a sede esteve em construção ou reconstrução a ACS funcionou gentilmente em dependências da Câmara Sindical dos Corretores.

Segunda sede da Associação Comercial de Santos, inaugurada em 1908

Imagem: bico-de-pena de Ribs, também publicado com a matéria

A terceira sede própria – Não permaneceu durante muito tempo nesse prédio a nossa Associação: 16 anos incompletos. Em 1920, durante a gestão do dr. A. S. Azevedo Júnior, foi resolvida a construção da nova sede social, segundo anteprojeto apresentado pela Companhia Construtora de Santos, de que era presidente o dr. Roberto Cócrane Simonsen. Os estudos financeiros do empreendimento foram julgados e acolhidos pela Comissão de Contas, formada pelos srs. Aurélio de Andrade Junqueira, A. J. Silveira Cintra e Mariano da Câmara Leite.

Verificou-se o assentamento do marco fundamental no dia 21 de agosto de 1921, em cerimônia prestigiada pelos srs. Presidente da República, dr. Epitácio Pessoa; presidente do Estado, dr. Washington Luís Pereira de Sousa; prefeito de Santos, cel. Joaquim Montenegro; membros do Legislativo Federal, Estadual e Municipal, Corpo Consular e muitas outras personalidades de representação oficial e social.

Em nome da Associação Comercial, de que foi presidente na gestão anterior, saudou o chefe da Nação, em brilhante discurso, o dr. A. S. Azevedo Júnior, ouvindo-se em seguida a oração de agradecimento do dr. Epitácio Pessoa, que levantou um hino de louvor à instituição da Praça Santista pela sua vigorosa contribuição à riqueza do Município, do Estado e da Nação.

As obras não tiveram curso normal. Quando decorriam bem adiantadas, d. Albertina Chamber de Sousa, proprietária do prédio contíguo, por seu advogado, dr. J. Bastos, requereu seu embargo sob o fundamento de que havia invasão da parede divisória, prejudicando-a. Deu-lhe ganho de causa o juiz da 1ª Vara Cível da Comarca, mas a Associação apelou para a Justiça do Estado, perante a qual comprovou a lisura do seu procedimento e a incongruência jurídica da reclamação.

Inteiramente concluídas em 1924, as obras importaram em 1.155:044$565 (Cr$ 1.155,50); essa soma foi liquidada nas seguintes oportunidades: gestão do dr. Belmiro Ribeiro de Morais e Silva (1921-22), 334:328$745 (Cr$ 33,43); gestão do dr. José Martiniano Rodrigues Alves (1923-24), 629:512$000 (Cr$ 62,95); gestão da Junta Administrativa desenvolvida pela Mesa de Assembléias Gerais, presidida pelo dr. Antônio Teixeira de Assunção Neto (12-8-1924 a 4-10-1924), 20.779$000 (Cr$ 20,80); gestão do dr. Antônio da Silva Azevedo Júnior (1925-26), 138:719$700 (Cr$ 138,72).

Para satisfazer a esse derradeiro compromisso, a diretoria contraiu empréstimo de 150:000$000 (Cr$ 150,00) com o Banco Comercial do Estado, quitado no devido tempo. Para suavizar as despesas de edificação, a diretoria presidida pelo dr. José Martiniano Rodrigues Alves foi autorizada a aplicar cotas subscritas por associados.

Evidenciando elogiável espírito de compreensão e coadjuvação, 66 sócios doaram à ACS as cotas que haviam subscrito, no valor total de 600:000$000 (Cr$ 600,00), havendo economia em benefício dos cofres sociais de 531:05$125 (Cr$ 531,70).

Esse movimento em favor do patrimônio social foi desenvolvido durante a gestão do dr. Alberto Cintra, em 1928.

No dia 13 de dezembro de 1928, no Salão Nobre, foi inaugurada artística placa de bronze mandada executar no Liceu de Artes e Ofícios, de S. Paulo, em que a ACS manifesta seu reconhecimento às firmas que reverteram em seu benefício as cotas subscritas.

Como referimos, a atual sede social teve sua construção autorizada pela diretoria presidida pelo dr. A. S. Azevedo Júnior em 1920 e concluída em 1924, durante a administração do dr. José Martiniano Rodrigues Alves, que renunciou ao cargo no dia 12 de agosto daquele ano.

Durante a fase de construção, nossa Associação funcionou na Rua 15 de Novembro n. 163.

Eis as firmas que reverteram para o patrimônio social as cotas que haviam subscrito: F. Camargo & Cia., R. Alves Toledo & Cia., Companhia Docas de Santos, Queirós Ferreira-Andrade & Cia., Zerrenner-Bülow & Cia. Ltda., Lima, Nogueira & Cia., Hard Rand & Cia., Naumann Gepp & Cia. Ltda., Junqueira Neto & Cia., Léon Israel Co. S.A., Theodor Wille & Cia., Cintra & Cia., F. Finaldi & Cia., Silva-Ferreira & Cia., Morais-Meireles & Cia., Nogueira Ortiz & Cia., Queirós dos Santos & Cia., Toledo-Assunção & Cia., Whitaker-Brotero & Cia., Lara, Toledo & Cia., Almeida Prado & Cia., Cia. Paulista de Exportação, Rangel-Oliveira & Cia., Bartolomei-Serra & Cia., Queirós Barros & Cia., S. A. Casa Malta, Nossack & Cia., Moura Andrade & Cia., Banco Francês e Italiano para a América do Sul, J. C. Melo & Cia., Banco Comércio e Indústria de São Paulo, Otacílio D. Martins, Cristiano Osório de Almeida, J. Aron & Cia. Ltda., F. Camargo & Cia., Nioac & Cia. Ltda., Eduardo Reis & Cia., Rafael Sampaio & Cia., Pascoal Patti & Cia., A. Ferreira & Cia., Osório Junqueira & Cia., Rodrigues Alves & Cia., Ramos-Melo & Cia., Banco Comercial do Estado de S. Paulo, Banco de São Paulo, Arantes & Cia., Leite-Santos & Cia., Cintra-Sales & Cia., Cia. Prado Chaves, Brazilian Warrant Co. Ltd., Raposo & Cia., Cia. União dos Transportes, Banco Noroeste do Estado de S. Paulo, Procópio Carvalho, S. A. Levy, Cia. Paulista de Aniagem, Bento de Sousa & Cia. Ltda., Lara-Campos & cia., Cia. Mecânica e Importadora, Cia. Construtora de Santos, caixa de Liquidação, Banco do Brasil, Emílio Wysling, Cia. de Navegação Lóide Brasileiro, Cia. Internacional de Armazéns Gerais e R. Alves Toledo & Cia.

Gestões para a quarta sede – Faz 46 anos, repetimos, que o nosso instituto permanece na sede número 3, na Rua 15 de Novembro n. 135, com maior corpo arquitetônico voltado para a Rua Riachuelo ns. 2, 4 e 6, onde também funcionam o Montepio Comercial e a Caixa Beneficente dos Auxiliares do Comércio Cafeeiro de Santos, em extensa área, mas de largura reduzida. Dispõe de 4 pavimentos, onde se acomodam, entre outras dependências, o Salão da Praça, escritórios, sala de reuniões, salão de assembléias, Salão Nobre e Consultoria Jurídica.

Já durante o duplo biênio do sr. Geraldo G. de Melo Peixoto, de 1953 a 1956, foi debatida a questão da nova sede social, sendo deferido ao sr. Canuto Valdemar Nogueira Ortiz o respectivo estudo.

Na gestão do sr. Álvaro Augusto Bueno Vidigal, em 1959-1960, também foi cuidada a construção de nova sede, chegando a ser instituída Taxa Pró-Sede, generosamente acolhida pelo quadro associativo. Ademais, foi nomeada comissão especial, formada pelos srs. Renê Bacarat, Lamartine F. Albuquerque e José Adelino de Almeida Prado, que deferiu ao arquiteto santista Osvaldo Correia Gonçalves a incumbência de elaborar o anteprojeto. Todavia, na gestão seguinte, em 1961-1962, durante a presidência do sr. Francisco Luís Cunha Bueno, foi a Taxa Pró-Sede, ou Taxa Adicional, incorporada ao patrimônio social por força da situação desfavorável por que atravessavam as finanças sociais.

Na gestão do com. Hercílio Camargo Barbosa, em 1967-1968, muito interesse foi manifestado pela construção da nova sede social. Como pretendia também construir a sede própria, o Instituto Brasileiro do Café recebeu proposta para financiar a construção de edifício de grande porte, nos terrenos da própria ACS, de 14 pavimentos, 10 dos quais passariam a pertencer à autarquia federal, por comodato ou mediante alugueres mensais, até o ressarcimento da dívida. A proposta foi acolhida com interesse pelo presidente do IBC, sr. Horácio S. Coimbra, substituído pelo sr. Caio de Alcântara Machado, a quem foi renovado o plano, sem que nosso instituto recebesse qualquer resposta. Por sinal, o IBC, na gestão do sr. Caio de Alcântara Machado, adquiriu terreno na Praça Barão do Rio Branco, onde funcionou o Santos Hotel e deverá levantar sua sede própria.

Aliás, o projeto de construção do edifício da ACS foi elaborado por Arcadas Ltda., de Santos.


Os presidentes

Álvaro Augusto de Bueno Vidigal (1959-1960)

Bico-de-pena de Ribs publicado com a matéria

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