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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - BOMBEIROS
Apagadores de incêndios na Rua Fresca (4)

Era o antigo nome da Rua Bittencourt, junto à qual funcionou por cerca de um século o quartel dos bombeiros...
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Em 20 de fevereiro de 1990, o Corpo de Bombeiros comemorou o seu centenário de atividades. Fato que foi registrado pelo jornal santista A Tribuna, na página 34 (última) da edição daquele dia:
 


Até a escada Magirus foi usada durante os preparativos

Foto: Arnaldo Giaxa, publicada com a matéria

Programa especial marca hoje o centenário do Corpo de Bombeiros

Os bombeiros de Santos estão em festa. Hoje, a corporação comemora 100 anos de existência na Cidade com uma ampla programação, que contará com clarinada festiva, salva de tiros, seguida de missa e solenidade cívico-militar, pela manhã, e com um espetáculo artístico à noite, no Gonzaga.

A programação da Secretaria de Cultura terá início às 21 horas, com o espetáculo Bombeiros de Santos, 100 anos de água e luz, que será realizado na areia, em frente à Praça das Bandeiras, numa área que contará com arquibancadas para 1.200 pessoas.

Oito holofotes, de 2 mil watts cada, serão colocados no local para iluminar os jatos de água colorida (com purpurina) que caminhões-tanques vão cruzar perto do mar. Ainda como parte do show será montado um tablado com luzes de ribalta para apresentação de grupos de dança e de música clássica (veja a programação completa na página de Artes).

Praça - Também dentro das festividades pelo centenário do Corpo de Bombeiros, a Praça Tenente Mauro Batista Miranda, localizada defronte do quartel do 6º Grupamento de Incêndio, será entregue hoje à população, totalmente reurbanizada pela Secretaria de Obras e Serviços Públicos, com o objetivo de homenagear a corporação.

Além da pirâmide em granito, o local ganhou um painel de vidro, um novo piso com mosaicos e paralelepípedos, além de uma área gramada.


Além de atender as emergências, grupo de voluntários ajudou a erguer o prédio

Foto: reprodução, publicada com a matéria

Equipe também ajudou a construir o prédio

A história dos bombeiros de Santos não se resume somente ao dia-a-dia de incêndios e outros tipos de ocorrências. A corporação também tem suas histórias, algumas engraçadas, outras tristes e a maioria delas sem registros nos anais do Corpo de Bombeiros.

Uma delas, no entanto, ainda é contada pelos bombeiros mais antigos e, ao mesmo tempo, lembrada com muito carinho. Não se trata de nenhum salvamento, no entanto, envolve o próprio patrimônio da corporação, ou seja, a construção do prédio dos bombeiros que hoje funciona como garagem das viaturas e alojamento.

Ele foi construído por um grupo de bombeiros voluntários, entre 1965 e 1966, que trabalhava diariamente para que a corporação tivesse seu prédio próprio numa edificação considerada moderna para a época.

Entre uma saída e outra, ora para apagar um incêndio ou salvar pessoas de situações arriscadas, os soldados do fogo se revezavam na construção do prédio. Dos participantes do grupo de voluntários, o soldado Gilvan Nascimento, ainda na corporação, lembra com detalhes cada fase da obra que, na verdade, começou com a escavação do terreno.

"Uma das coisas mais importantes para os voluntários foi a corrida de carrinhos de concreto, idealizada para saber quem seria o primeiro a jogar concreto na construção", comentou o soldado Gilvan, não escondendo a emoção ao anunciar que ele foi o vencedor. "O primeiro carrinho foi jogado no vértice do lado direito de quem está de frente para o prédio", lembrou o soldado, lamentando que "infelizmente este fato não está registrado na história dos bombeiros de Santos".

Um começo muito difícil

Pesquisa A Tribuna

A leitura do parecer do Intendente Inspetor de Obras, José Serafim Cardoso, a 20 de fevereiro de 1890, em sessão do Conselho de Intendentes, marca a fundação do Corpo de Bombeiros de Santos. Até então, a Cidade dispunha de um serviço de extinção de incêndios, com o Corpo de Bombeiros Voluntários, criado pela Câmara a 9 de outubro de 1885.

Para a fundação, em 1890, houve um caminho de muitas solicitações. Ainda em 21 de fevereiro de 1870, a Câmara acertou contrato com a Companhia de Melhoramentos de Santos (antecessora da City of Santos Improvements Company Limited). Esta determinava que fossem colocados registros de incêndios sobre os canos, em locais que deveriam ser indicados pela Câmara.

Mas, para a instalação dos tais registros era necessária a aquisição de mangueiras apropriadas e das peças necessárias à execução do serviço de extinção de incêndios da Cidade. A Câmara encomendou da Inglaterra as mangueiras, que não chegaram a ser aproveitadas porque não existiam os encanamentos necessários nas ruas da Cidade.

Por volta de 1887, o primitivo serviço de combate a incêndio acabou utilizando as tais mangueiras, depois que a Câmara mandou reformar a antiga bomba, munindo-a de peças de junção para adaptação. ALém da bomba e das mangueiras, os bombeiros voluntários ainda dispunham de machadinhas, baldes e outros materiais necessários para apagar fogo, da forma mais precária possível.

Além dos voluntários, o serviço de combate a incêndio contava com funcionários municipais, como fiscais, ajudantes-fiscais e trabalhadores, todos chefiados por um engenheiro. O depósito do material ficava na Rua São Leopoldo nº 19, com um zelador de plantão no período noturno. O sistema de alarme constava de um repicar de sinos, com 20 badaladas seguidas, uma pausa e novamente badaladas compassadas que indicavam os distritos.

O presidente da Câmara de 1888, a 7 de janeiro, indicou que o material disponível para incêndio não era suficiente e que havia verba destinada ao pessoal que se encarregasse de aparelhar a corporação. Quanto ao pagamento de funcionários (bombeiros) que ficassem de plantão, já tinha sido assunto de um pedido do vereador Alfaya Júnior, feito em 3 de novembro de 1887, aprovado pela Câmara em 13 de maio de 1888. Ele solicitava também a melhoria do material para apagar incêndios.

Assim é que, datado de 16 de fevereiro de 1890, o relatório do Intendente Inspetor de Obras do Município indicava a criação de uma turma de 10 homens experientes, chefiados por uma pessoa de reconhecida competência, para levantamento do material necessário. Reclamava, também, a ausência de um corpo de bombeiros na Cidade.

No ano da fundação do Corpo de Bombeiros, registrada a 20 de fevereiro por ter sido o dia em que foi apresentado o parecer do Intendente, o serviço de extinção de incêndio dispunha do seguinte: uma bomba manual, um carro com seis mangueiras, 13 mangueiras, três cordas salva-vidas, duas ligas, um carro de quatro rodas com duas escadas a tração animal.

O material dos bombeiros voluntários ficava guardado por um zelador numa das dependências do Arsenal da Marinha, no Largo do Carmo, Praça Barão do Rio Branco. Já por volta de 1895, o grupo de bombeiros de Santos passou a ter caráter militar, pois ficou sob a chefia de um tenente.

Essa era a situação em 1897, quando ocorreram oito incêndios na Cidade. Para combatê-los, foi preciso aceitar a ajuda do Terceiro Batalhão de Policial, pessoal da limpeza pública e populares. Apesar disso, a corporação foi extinta pela Lei nº 109, de março de 1898, apresentada na Câmara pelo vereador Antônio Iguatemy Martins, que justificou com o envolvimento do grupo em questões políticas.

Ficou determinado que a Câmara convocaria a formação do Corpo de Bombeiros quando achasse necessário. O material de extinção de incêndio foi entregue ao administrador da limpeza pública, Quintino de Lacerda. A 5 de maio o grupo foi formado, recebendo atenção do Intendente até que finalmente se firmasse como uma corporação imprescindível à Cidade.

(Fonte para pesquisa: Bombeiros de Santos para o Litoral, síntese histórica apresentada na edição comemorativa do 153º aniversário da Polícia Militar do Estado de São Paulo, escrito por José Muniz Júnior).

No mesmo jornal A Tribuna, no dia seguinte, 21/2/1990, o registro começava na primeira página e continuava na página 5, referindo-se inclusive a uma placa de cristal, que com seu pedestal formava um monumento, colocada no centro da Praça Tenente Mauro Batista de Miranda, e ali permanecendo por cerca de 15 anos, até ser destruída por vândalos:


Uma festa de luzes na Praia do Gonzaga encerrou as comemorações pelo centenário do Corpo de Bombeiros

Foto: Adalberto Marques, publicada com a matéria

Corpo de Bombeiros festeja centenário de sua criação

As comemorações pelo centenário do Corpo de Bombeiros de Santos, na manhã de ontem, no quartel do 6º Grupamento de Incêndio, transformaram-se numa grande festa, onde não faltaram elogios à atuação da corporação. Vários políticos e comandantes militares estiveram presentes, ocasião em que foram agraciados com a Medalha do Centenário.

A festa começou às 5 horas, com uma clarinada festiva. Às 10h30, o quartel do grupamento recebeu cerca de 400 pessoas, entre familiares dos bombeiros, convidados e populares.

A prefeita Telma de Souza descerrou uma placa de cristal, idealizada pelo gravador Ângelo Bartolotto, na Praça Tenente Mauro Batista Miranda, reurbanizada especialmente para a solenidade, enquanto um pelotão de soldados e várias das viaturas usadas nos trabalhos de salvamento desfilaram pela Avenida Senador Feijó. A festa foi concluída à noite, no Gonzaga, com a apresentação do espetáculo Bombeiros de Santos, 100 anos de água e luz.


As comemorações tiveram início às 5 horas e se estenderam por quase todo o dia, reunindo diversas autoridades civis e militares da região e Capital

Foto: Walter Mello, publicada com a matéria

Centenário dos bombeiros reúne autoridades

O Corpo de Bombeiros de Santos comemorou ontem 100 anos de existência. A festa pelo centenário do 6º Grupamento de Incêndio do Litoral foi realizada no quartel da corporação, no prédio em frente à Praça Tenente Mauro Batista Miranda. Várias personalidades foram homenageadas. Políticos, militares, autoridades, religiosos e parentes dos soldados estiveram presentes. A festa terminou com o desfile dos bombeiros e das viaturas pela Rua Senador Feijó.

As comemorações começaram às 5 horas, com a clarinada festiva. Às 10h30 começava a festa no interior da corporação. As cerca de 400 pessoas presentes ocuparam a entrada do quartel, parte do pátio interno da corporação e os dois palanques montados. "A festa é um bondoso reconhecimento público das pessoas que muito nos admiram pelo pouco que fazemos", disse, emocionado, o comandante do 6º GI, major Nélson Francisco Duarte.

Para o deputado Rubens Lara, "a festa há de ser um momento inesquecível, porque são poucas as instituições que fazem 100 anos". O deputado federal Del Bosco Amaral (PMDB-SP), presente à comemoração, disse que "essa corporação merece todo o respeito dos homens públicos" e que "sua importância pode ser medida pelas autoridades presentes".

Durante seu discurso, o comandante geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, coronel Celso Feliciano de Oliveira, afirmou que "o primeiro centenário é uma promessa de que o GI viva mais 100 anos para servir a cidade de Santos e região". Feliciano disse também que o "maior presente que o 6º GI recebeu foi o aplauso e a presença maciça da população" ao festejo.

Homenageados - Várias autoridades foram homenageadas durante as comemorações dos 100 anos do Corpo de Bombeiros. Os destaques foram para o comandante do grupamento, major Nélson Francisco Duarte. Ele recebeu a Medalha do Primeiro Centenário José Bonifácio das mãos do comendador Oswaldo Nascimento.

O tenente Ronaldo Lima Teixeira, que está prestes a entrar para a reserva, recebeu uma homenagem surpresa. Além da medalha, em reconhecimento pelo tempo e dedicação ao grupamento, Teixeira ainda recebeu um capacete usado pelos soldados da Revolução Constitucionalista de 1932. Depois da homenagem, o tenente saiu chorando do centro do pátio.

O diretor-presidente da Tribuna, Giusfredo Santini, convidado para receber a medalha do Centenário do 6º GI, foi representado pelo neto e coordenador do Sistema A Tribuna de Rádio, Roberto Clemente Santini. O jornalista Hamleto Rosato, da Tribuninha, e o poeta Aristeu Bulhões também foram agraciados com a medalha.

Dirce Quidíquimo Gaia, viúva do primeiro comandante do 6º GI depois da incorporação à Força Pública, em 1946, Armínio Melo Gaia Filho, foi lembrada e recebeu a Medalha do Centenário. Diversas autoridades militares receberam a homenagem, entre elas o ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, coronel Carlos José Schimidt, e o atual, coronel Carlos Assumpção.

Depois da entrega de medalhas, os presentes passaram para o lado de fora do quartel, para o descerramento da placa de cristal oferecida pela Prefeitura em homenagem ao centenário do grupamento de incêndio. A placa, idealizada pelo artista Ângelo Bartolotto, foi colocada na Praça Tenente Mauro Batista Miranda - reurbanizada pela Prefeitura especialmente para as comemorações.

Depois desse ato, houve desfile dos soldados do Corpo de Bombeiros e das viaturas do 6º GI pela Rua Senador Feijó. Ainda estava programado para ontem à noite, a partir das 21 horas, o espetáculo Bombeiros de Santos, 100 anos de água e luz, promovido pela Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Santos, em frente à Praça das Bandeiras, no Gonzaga.


Várias personalidades foram agraciadas com medalhas, entre elas Telma de Souza, Ricardo Tremura, Roberto Clemente Santini e Hamleto Rosato

Fotos: Walter Mello, publicadas com a matéria

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