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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM...
1912 - por Laércio Trindade (Indicador Santense)

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Ao longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas Clique aqui para voltar à página inicial do 'Indicador Santense 1912'condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Em 1912, Laércio Trindade era o redator do anuário Indicador Santense, propriedade do "Bureau Central" Agência Central de Negócios, empresa concessionária pela Câmara Municipal, com sede na Praça da República, 16 ("telephone 257, Caixa do Correio  361"). A obra foi impressa na Typ. da "Casa Rembrandt", na Rua 15 de Novembro, 80, Santos. O exemplar, com 620 páginas (entre fotos, anúncios e textos, divididos em seis capítulos e apêndice) foi cedido a Novo Milênio para cópia pelo professor e pesquisador Francisco Carballa.

O texto a seguir integra a 2ª Parte (grafia atualizada):

Companhias, Sociedades, Instituições, Cultos e Associações em geral
[...]


Associação Protetora da Infância Desvalida
Foto: Indicador Santense 1912

Associação Protetora da Infância Desvalida
Fundada em 21 de abril de 1888
Sede: Avenida Taylor (Vila Macuco) prédio próprio

A Associação Protetora da Infância Desvalida foi instalada oficialmente no dia 13 de maio 1889, no salão do Teatro Guarany.

A epidemia da febre amarela que então grassava nesta cidade fez inúmeras vítimas, deixando muitos lares envoltos em crepe e centenas de crianças desamparadas.

A 18 de março chegava a esta cidade o sr. conde d'Eu, que vinha patentear o interesse que a família imperial havia tomado pelo sofrimento que acabrunhava a população de Santos.

Entre os srs. conde d'Eu, dr. José Xavier Carvalho de Mendonça e Aureliano Nogueira da Gama, este guarda-mor d'Alfândega e aquele, juiz de Órfãos de então, houve uma conferência na qual foi lembrada pelo sr. Nogueira da Gama a criação de um Asilo Provisório para os órfãos, idéia essa aprovada por todos e aceita carinhosamente pela população desta cidade.

Foi então aberta uma subscrição para tal fim, iniciando-a o sr. Conde d'Eu.

Em 20 de março desse mesmo ano, eram recolhidos ao prédio n. 4 da Rua Xavier da Silveira, asilo provisório, seis órfãos desamparados, filhos do infeliz escriturário da Alfândega, o velho Neiva, vítima da epidemia.

A primeira comissão diretora do Asilo foi composta de 20 membros, dentre os quais os srs. dr. José Xavier Carvalho de Mendonça, Aureliano de Souza Nogueira da Gama, dr. João N. Freire Júnior e dr. João Galeão Carvalhal, ficaram incumbidos de confeccionar os estatutos e os srs. Júlio Conceição, cel. Proost de Souza e comendador Saturnino Gomes, constituíram uma sub-comissão encarregada de angariar donativos.

Em 7 de maio foi eleita a primeira diretoria, composta dos srs. dr. Carvalho de Mendonça, presidente; Nogueira da Gama, vice-presidente; Francisco Martins dos Santos Júnior, 1º secretário; F. Machado Reis, 2º secretário; cel. Proost de Souza, tesoureiro.

O Conselho que dirigia a Associação e que elegeu a primeira diretoria compunha-se dos seguintes cavalheiros: Aureliano de Souza Nogueira da Gama, dr. J. Xavier Carvalho de Mendonça, Francisco Martins dos Santos Júnior, dr. João Freire Júnior, cel. J. Proost de Souza, Júlio Conceição, com. J. M. Albuquerque Bloem, Narcizo de Andrade, major Xavier Pinheiro, Raymundo G. Corvello, Affonso Francisco Veridiano, comendador Saturnino Gomes e Francisco P. Machado Reis.

Diretoria atual:

Presidente sr. dr. Victor de Lamare
Vice-presidente sr. comendador João Manoel Alfaya Rodrigues
1º Secretário sr. Arlindo Aguiar Júnior
2º Secretário sr. Álvaro Bittencourt
Tesoureiro sr. Guilherme Santos

Conselho Geral: srs. dr. Ulrico Mursa, dr. João N. Freire Júnior, dr. Victor de Lamare, comendador João Manoel Alfaya Rodrigues, coronel Francisco Corrêa de Almeida Moraes, Arlindo Aguiar Júnior, Guilherme Santos, Álvaro Bittencourt, Nicanor do Amaral, major Joaquim Fernandes Pacheco, Antonio Jacintho de Oliveira, Antonio de Freitas Guimarães Sobrinho, comendador Ernesto Bormann, Viriato Corrêa.

Conselho Fiscal: srs. Antonio de Freitas Guimarães Sobrinho, Júlio Torres Rangel, Antonio Jacintho de Oliveira.

Conselho de Sindicância: srs. dr. João N. Freire Júnior, relator; Antonio Jacintho de Oliveira, Ernesto Bormann.

Protetoras: dd. Amélia de Souza Mursa, Ernestina Gomes Ratto, Júlia Vasconcellos, Elvira Corrêa da Costa, Elisa Sodré Affonseca, Adelina Lapetina França dos Santos, Castorina Leite do Amaral, Constância Barretos de Carvalho, Laura Campos Weber, Leopoldina Janckens, Iva Bormann, Elvira Raumer.

São representantes da Câmara Municipal o sr. Benedicto Pinheiro, vereador; e do juizado de direito, o sr. Júlio Conceição. Os dois orfanatos, Dr. Eduardo Ferreira (sexo masculino) e Viscondessa de Embaré (sexo feminino), que constituem o Asylo de Orphãos, estão confiados aos carinhos das Irmãs da Congregação do P. P. do Coração de Maria, tendo por superiora a Irmã Maria Clementina dos Anjos.

O número de irmãs é de 15 para o serviço dos orfelinatos. A Capelania está a cargo do rev. padre Brocardo de Vliegler.

Os cuidados médicos do Asylo estão confiados ao ilustrado facultativo sr. dr. Soter de Araújo.


Associação Predial de Santos
Fundada em 10 de janeiro de 1907
Fins: facilitar aos seus associados a aquisição de propriedades para domicílio por meio de cooperação
Sede: Largo Moreira Cezar (Rosário) n. 12, altos

Os srs. João Osório da Fonseca e Alberto Veiga, o primeiro, iniciador da organização da "A Previdente" e desta Associação, apresentaram ao 1º Congresso do Mutualismo Sulamericano um memorial do qual extraímos com a devida vênia o seguinte tópico, que explica a razão da fundação desta útil associação:

"Em virtude do rápido e intenso desenvolvimento da vida comercial em Santos - escoadouro da produção do Estado e por onde transita a quase totalidade da sua importação -, a propriedade urbana começou a valorizar-se e tanto mais quanto menos correspondia a oferta à procura. A população, atraída pelo progresso marítimo e comercial do primeiro porto do Estado de S. Paulo e segundo da República, aumentou rapidamente, sem que a rede predial urbana correspondesse a este brusco crescimento, do que se originou, como é de ver a carestia dos aluguéis, provocada pelas próprias ofertas altas dos pretendentes. Chegaram-se a pagar aluguéis de casas em construção para garantir a preferência da lotação de tais casas; deram-se 'luvas' avultadas para obter moradias ocupadas por outros locatários. E, em geral, tratava-se de prédios sem conforto, sem comodidade, opostos às necessidades e à natureza do clima.

"Dentro em pouco, a propriedade urbana em Santos tornou-se valorizadíssima, proporcionando compensações quase inacreditáveis ao capital empregado. Apesar disso, o número de casas não correspondia às necessidades da população, cada vez mais crescente e ativa. A tal ponto chegou a escassez de casas e o preço alto dos aluguéis, que a moradia em Santos converteu-se em um verdadeiro problema de economia doméstica a resolver. A procura determinou a necessidade, quiçá a conveniência para o próprio capital, de alargar a área das construções; não obstante, porém, nunca o desenvolvimento da rede predial correspondeu à intensidade da procura, porque se muitos prédios se constituíam, muitos outros eram condenados ou demolidos, e, não raro, alguns convertidos em casas de negócios.

"Quem conhece, há vinte anos pelo menos, sobretudo depois da extinção das epidemias que a assolaram, a cidade de Santos, sabe que nesse relativamente curto período a área urbana dilatou-se a olhos vistos, os seus arrabaldes se povoaram rapidamente, numerosas ruas foram abertas e marginadas de nova casaria, e a população estendeu-se, habitando pontos, anos antes, inteiramente abandonados. Pois bem: a 'crise predial' não cessou, e ainda hoje, como ontem, subsiste a mesma falta de prédios em relação à intensidade da procura. O problema da moradia continua insolúvel, e a carestia do aluguel persiste como uma ameaça permanente à economia dos menos abastados".

Foi em face deste temeroso problema que surgiu a Associação Predial.

Diretoria atual:

Presidente sr. Oswaldo Cochrane (reeleito)
Secretário sr. Lúcio Loyola (reeleito)
Tesoureiro sr. Ataliba de Seixas Pereira (reeleito)
Vogais:
Grupo I Benedito Pinheiro
Thomaz Catunda
A. J. Morgado
Grupo II Benjamim T. Standen
Harold Charles Cross
Lincoln da Fonseca Leite
Grupo III Esaú Silveira
Antonio D. Martins Sobrinho
Graciliano de Oliveira
Grupo IV Delfino S. Lima
dr. Egydio J. Ferreira Martins
José G. de Arruda Leite
Grupo V Adolpho Pujol
dr. Alfredo Tabyra
Charles Murray
Grupo VI Antonio Raposo A. Filho
Accindino de Andrade
João Guimarães Júnior
Grupo VII Adolpho Eduardo da Rocha Soares
Faustino Ferro Fernandes
Orozimbo Guanabara dos Santos

Conselho Fiscal:

Em assembléia geral realizada em 15 de dezembro, foi eleito o seguinte Conselho Fiscal para o exercício de 1911:

Grupo I - Abelardo Costa
Grupo II - Frederico E. A. Witacker
Grupo III - José de Almeida Mello
Grupo IV - Pedro Lucovich
Grupo V - dr. Alberto de Campos Moura
Grupo VI - Álvaro Pereira Guimarães
Grupo VII - Odilon Rodrigues Chaves

Empreza Nova Cintra
Diretor: sr. Luiz de Mattos

A Empreza mantém um serviço de bondes por tração hidráulica, no plano inclinado que liga a Vila Mathias à Nova Cintra.

O horário é nas horas e meias horas, sendo a estação inicial no sopé da montanha onde se chega por correspondência com os bondes da Vila Mathias e José Menino, de cuja estação parte ainda à tração animal o ramal Nova Cintra, que conduz passageiros até a estação do Plano.

Na linha Nova Cintra o preço das passagens é de 100 réis e no Plano inclinado - 200 réis.


Companhia Moinho Santista
Sede: S. Paulo
Moinho e depósitos: Rua Conselheiro Nébias esquina da Rua Xavier Silveira
Escritório: Rua Xavier Silveira n. 106


Companhia Santista de Tecelagem
Fundada em 1902
Sociedade anônima - Capital 800:000$000
Com fábrica de aniagens e sacarias
Telefones: 243 e 310 - Caixa postal 256
Códigos usados: A 1 e Brazileiro Universal

Diretores: srs. dr. Joaquim Miguel Martins de Siqueira, presidente; Ernesto Bormann, secretário; Frederico Junqueira, superintendente.
Gerente - sr. Francisco Martins dos Santos.
Administrador - sr. José Ayres Júnior
Fábrica: Rua Xavier Pinheiro (Vila Macuco)
Escritório: Rua 15 de Novembro, 81 (altos)
Depósito: Rua 15 de Novembro, 81 (baixos).


The Brazilian Excursion Company
Sociedade anônima - Capital Rs.: 400:000$000
Filial em Santos: Rua 15 de Novembro n. 30 - Caixa 358
Fins: consta do memorial que a Companhia publicou, o seguinte trecho que explica os seus fins

"As belezas encantadoras do nosso solo, os aspectos pitorescos das nossas marinhas, os maravilhosos e sugestivos panoramas das nossas montanhas, o verde intenso e a calma fascinadora das nossas ubérrimas e luxuriantes plantações de café, cana-de-açúcar etc., fazem com que o Brasil possa ser uma meta incessantemente procurada por grande número de touristes estrangeiros, os quais, além de poderem gozar da docilidade do nosso clima, adquirir inesquecíveis recordações, impressões e conhecimentos úteis, poderão na volta à sua pátria fazer conhecer as grandes fontes de riquezas naturais, das quais a Natureza, com prodigalidade mais única que rara, dotou esta afortunada Nação.

"Encorajar e facilitar estas visitas, de estrangeiros, significa cumprir uma ação benéfica e patriótica, significa conquistar duplo título de benemerência; pois enquanto de um lado se estimula a corrente cada vez mais crescente da próspera e remuneradora indústria de forasteiros, assegura d'outra parte novas e crescentes simpatias para o nosso país, o qual tem tudo a ganhar quando possa ser visto e julgado de perto."

Diretoria:

Presidente sr. cel. Francisco da Cunha Bueno
Vice-presidente sr. dr. Regino Aragão
Tesoureiro sr. cel. Antonio Gordinho Filho
Diretor-gerente sr. José Castiglione

Conselho Fiscal: srs. dr. Rogério O'Connor de Camargo Dauntre, dr. Francisco Jardim do Nascimento, Ernesto Cocito, Armindo Cardoso, Ranulpho de Campos Salles, dr. Carolino da Motta e Silva


Club Recreativo "26 de dezembro"
Fundado em 26 de dezembro de 1904
Sede: Rua General Câmara n. 140

Diretoria atual:

Presidente sr. Pedro de Araújo
Vice-presidente sr. Antonio R. Castellar
Tesoureiro sr. João Gonçalves
Secretário sr. Alfredo Ruiz
Vice-secretário sr. Hamilton Guimarães

Conselho: srs. José Maria, Arthur Amado, João Fernandes, José Rodrigues Sobreira, João Martins.


Sociedade Recreativa "Estudantina Apollo"
Sede: Rua S. Francisco n. 63 (sobrado)
Fim: musical e recreativa
Fundada em 11 de março de 1908

Primeira diretoria:

Presidente sr. José Nascimento Tavares
Secretário sr. João A. Villela
Vice-secretário sr. Manoel Alves Nogueira
Tesoureiro sr. Antonio M. Atahyde
Vogais: sr. Joaquim S. Moreira
sr. Carlos Rizzo
sr. Álvaro J. Tavares
sr. Henrique Justino

Diretoria atual:

Presidente sr. Manoel Alves Nogueira
Vice-presidente sr. Abílio Vaz Colaça
Secretário sr. Joaquim E. Miranda
Tesoureiro sr. Francisco Lucas França
Procurador sr. Joaquim da Silva
Vogais: sr. Abílio Mathias Pereira
sr. Marcelino Gonçalves
sr. Antonio Gomes
sr. Henrique Justino
sr. Luiz Liberato
sr. Eduardo Mendes
Suplente sr. Fernando de Almeida

Comissão de Contas: srs. Lizardo Gonçalves, Manuel Arruda Furtado.
1º Mestre de sala: sr. Guilherme Soares
2º Mestre de sala: sr. Fernando Castilho
Regente da Estudantina: sr. Jadel Mendes


Sociedade Beneficente D. Pedro II
Fundada em 28 de dezembro de 1904
Sede: Rua General Câmara n. 79

Fins:

Socorrer os sócios enfermos, com auxílios médicos, farmacêuticos e pecuniários;

Manter, quando permitirem os fundos sociais, uma escola para os filhos dos sócios, ou dar auxílio para instrução deles;

Criar uma biblioteca e um gabinete de leitura;

Socorrer, por tempo indeterminado, com uma pensão mensal, as viúvas dos sócios, necessitadas, enquanto merecerem;

Prestar auxílios pecuniários para o funeral dos sócios que falecerem;

Proteger os sócios presos ou processados, quando a causa não seja desonesta ou infamante;

Procurar colocação para os sócios que perderem o emprego por motivo que não os desabone, de acordo com as informações da Comissão de Sindicância.

Atual diretoria:

Presidente sr. Jasmelino Barbosa
Vice-presidente sr. Júlio Pereira Caldas
1º Secretário sr. A. D. Martins Sobrinho
1º Tesoureiro sr. Antonio Domingues
Procurador sr. Marcos Hugo Praun
1º Beneficente sr. Mário Max Pavão
2º Beneficente sr. Joaquim Lopes dos Santos
Visitador sr. Arthur Alves Wright

Assembléia geral:

Presidente sr. João Guilherme Martins
Vice-presidente sr. Luiz Antonio da Silva
1º Secretário sr. José Lopes Coelho
2º Secretário sr. José Campos Júnior

Sociedade Muzical Colonial Portugueza
Fundada em 25 de abril de 1897
Sede: Rua do Rosário n. 73
Fins: beneficência

Diretoria atual:

Presidente sr. Antonio Monteiro da Fonseca
Vice-presidente sr. André Caetano
1º Secretário sr. Manoel Joaquim Corrêa
2º Secretário sr. João Boturão
1º Tesoureiro sr. Fernando Figueiredo Queiroz
2º Tesoureiro sr. Manoel Cardoso Loureiro
Beneficente sr. Alexandre Pinto Ferreira

Conselheiros: srs. Antonio Reis Castanho, Antonio Figueira Chaves, Eduardo Ferreira, Joaquim Fernandes Rocha, Manoel Dias Novo.


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