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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [46-B]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho é a seguir reproduzido, em suas páginas 959 a 962, referentes ao Estado (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

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Cruz Machado, um próspero centro colonial: 1) Caminho para a colônia, em Alto da Serra da Esperança; 2) Ponte do Rio Claro; 3) Experiência de plantação do trigo; 4) Imigrantes em caminho para a colônia; 5) Uma nova plantação de centeio
Foto publicada com o texto, página 954. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Paraná (cont.)

Os progressos do Paraná

Pela segura orientação que vai tendo, pelo critério dos seus primeiros atos e pelo cunho prático das suas medidas, o atual governo do Paraná vai sendo o reflexo da opinião pública de todo o estado. A agricultura, outrora seguida pelos métodos rotineiros, apresenta-se hoje em via de completa reforma e com promissores resultados. Para isso foi criada a Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio.

Até então a indústria, a agricultura e o comércio estavam afetos à Secretaria de Finanças, da qual constituíam uma dependência. Criado este novo e importante departamento da administração pública, o novo presidente escolheu para superintendê-lo um homem conhecedor desse ramo administrativo.

Foi nomeado para o cargo de secretário de Agricultura o dr. Ernesto Luiz de Oliveira, moço inteligente, de renome nos centros intelectuais do país. Conhecedor profundo da agricultura, à qual devota uma dedicação inquebrantável, o novel secretário tem procurado incutir o novo cunho à agricultura do estado, sendo seu escopo a produção do trigo em escala tal que possa tornar o Paraná um preferido competidor dos mercados argentinos e norte-americanos.

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Colônia Irati
Foto publicada com o texto, página 955. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Incontestavelmente, o trigo viceja no Paraná. Pelo Instituto Agronômico do Bacacheri tem-se ensaiado a plantação de algumas variedades excelentes, as quais medram com exuberante viço.

As variedades que se têm melhor adaptado ao nosso clima são algier e barletta. O trigo algier parece ser o melhor para este estado, por não ser atacado pelos pássaros, nem pela ferrugem. Suas espigas são grandes e os grãos são grossos. O trigo barletta, muito plantado na República Argentina, também é isento da ferrugem, porém perseguido pelos pássaros.

A cultura do trigo para o Paraná não é uma novidade. É sabido como estas terras produziram esse precioso cereal nos tempos coloniais. Aí estão as crônicas do século XVII, que constatam esse fato. As terras da antiga vila de Curitiba constituíam o celeiro das capitanias de São Vicente e Santo Amaro.

Se em tempos passados a terra produziu o cereal desejado, porque não produzirá ainda, quando não se notou convulsão geológica nenhuma que modificasse as condições de estrutura do solo? As condições climatéricas foram naturalmente modificadas pelas devastações de matas, para levantamentos de povoações e cidades, pelas queimadas para as roças etc., mas o clima não sofreu alteração capaz de esterilizar o solo, ainda mais tratando-se do trigo, que, segundo as afirmações de Saint-Pierre, foi crido pela natureza para medrar em todas as regiões, desde a linha até as margens do Mar Glacial.

A cultura do trigo depende, pois, de observação. É necessário que se estude e se observe o seu plantio, desde as semeaduras até à maturação de suas messes. Atualmente, as poucas plantações de trigo não chegam a termo; dizem os lavradores que as hastes crescem, porém as espigas apresentam-se completamente vazias. Isto é devido unicamente aos pássaros. É evidente que, sendo as plantações diminutas e distantes dezenas de léguas umas das outras, os pássaros se concentrem em um determinado ponto, dando sobre as searas e devastando-as.

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Casas de colonos na Colônia Senador Correia
Foto publicada com o texto, página 956. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Além do trigo, o Paraná produz, em condições lisonjeiras, o centeio. Este cereal se adequou tão bem ao solo do Paraná como o colono eslavo, seu patrício. Não se conhecem terras no planalto do Paraná, onde o centeio não se tenha dado perfeitamente. Nenhuma praga o aniquila, nenhum terreno lhe é ingrato.

A Secretaria de Agricultura, que o dr. Carlos Cavalcanti criou logo ao iniciar o seu governo, reerguerá essa cultura tão promissora ao estado quanto o trigo. Com as vistas diretas do governo, a agricultura tomará impulso, saindo da rotina em que se encontra. O fornecimento de maquinismos próprios, o ensinamento de modestos métodos de cultura, o sistema mais prático e econômico do arroteamento das terras, o encorajamento do lavrador, tudo isso será realidade no governo do novo presidente.

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Colônia Jesuino Marcondes
Foto publicada com o texto, página 956. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Logo após a emancipação política de 1853, uma das primeiras medidas administrativas do conselheiro Zacarias de Góes e Vasconcellos, então presidente da nascente província, foi a decretação dos estudos para o traçado de uma estrada de rodagem entre a capital e a cidade de Antonina. Começada a construção da Graciosa, em 1854, somente ficou terminada em 1873, tendo custado mais de mil e quinhentos contos de réis aos cofres da nação, em um percurso de cem quilômetros.

Data da conclusão dessa estrada o renascimento da província. Curitiba prosperou de uma maneira admirável, recebendo o influxo da civilização trazida de longínquas paragens pelas embarcações que, aportando à cidade de Antonina, lhe levavam as suas novas, os seus carregamentos, os seus passageiros a novecentos metros de altitude, canalizados por essa ampla via de penetração.

Começaram a brotar povoações florescentes às margens da nova estrada e linhas de diligências diárias entre Curitiba e o mar foram estabelecidas. Tomou incremento o comércio importador e exportador. A indústria do mate se desenvolveu e a imigração veio fornecer os braços para os primeiros arrancos de progresso.

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Colônia Itapará, onde os imigrantes estão construindo as suas confortáveis vivendas: 1) Plantação de milho e feijão; 2) Construindo um moinho; 3) Colhendo o trigo; 4) O colégio; 5) Uma vista da colônia
Foto publicada com o texto, página 957. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

A província progrediu tanto com a estrada da Graciosa que, finalmente, em 1880, já insuficiente essa via de comunicação para atender às necessidades do comércio e ao progresso que havia chegado ao período do seu maior desenvolvimento, tiveram início os trabalhos da linha férrea, até que, em 1885, o trem transpunha as serranias, fazendo ecoar pelos valados e pelas gargantas dos despenhadeiros o silvo da locomotiva, prenunciando uma nova era de prosperidade.

Com o advento da estrada de ferro, a estrada de rodagem caiu em abandono. Um dos primeiros atos do atual governo foi a reconstrução desta importante estrada de rodagem, a qual, apesar de se achar abandonada há mais de 30 anos e em parte coberta pela vegetação e com os pontilhões destruídos, ainda assim apresentava um leito bastante firme, devido à sua esplêndida construção.

A estrada será reconstruída de modo a permitir o tráfego de automóveis e virá prestar bons serviços à capital, ligando-a aos portos de mar e tornando a viagem possível em duas ou três horas, em automóvel. Além disso, as povoações ao longo da estrada receberão um certo impulso, novas colônias serão estabelecidas e as indústrias terão também um certo incremento.

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Vera Guarani, florescente centro colonial: 1) Plantação de trigo; 2) Vista da colônia; 3) Cultura de morangos; 4) Plantação de centeio; 5) Um boa colheita de trigo; 6) A vila
Foto publicada com o texto, página 958. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

O governo do dr. Cavalcanti compreendeu bem que a agricultura, a indústria e o comércio não podem prosperar sem que tenham bons meios de transporte e comunicação e, de acordo com este princípio, empreendeu a construção e reconstrução de estradas e pontes. Foram também dadas numerosas concessões para estradas de ferro e muitas destas se acham já em estudos. Virão estas estradas trazer novas fontes de prosperidade para o estado.

Todos estes trabalhos exigem, naturalmente, um grande emprego de capital, que o estado não pode tirar de seus recursos normais e, em conseqüência, foi preciso que o Poder Legislativo autorizasse o Executivo a contrair um empréstimo nacional ou estrangeiro para ocorrer às despesas que os novos melhoramentos acarretam. Este empréstimo será empregado em melhoramentos dependentes da Secretaria da Agricultura e em fazer empréstimos aos municípios para obras de saneamento e embelezamento e outras de interesse público.

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Exploradores construindo suas vivendas
Foto publicada com o texto, página 959. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

As condições financeiras do Paraná, quando o atual governo assumiu a sua administração, eram as seguintes: despesas a serem feitas com as secretarias de estado, 524:099$958; existência em bônus do Tesouro, emitidos, 999:750$212; dívida fundada com o Banco União de S. Paulo, 601:621$055; responsabilidade do empréstimo externo contraído em 1905, até sua final liquidação no prazo de 45 anos, incluídos os juros totais, 21.066:911$098 - representando uma cifra total de 23.192:382$323.

Eis a quanto monta a dívida geral do estado. Apesar disso, a confiança que inspira o atual governo é tão forte que inúmeros oferecimentos têm sido dirigidos ao sr. presidente e seus secretários. Esses oferecimentos são vantajosos ao estado, pois os seus juros são os mais módicos possíveis: 4 e 5 por cento.

O governo, naturalmente, para executar seu plano de administração, terá que lançar mão da autorização legislativa, contraindo um empréstimo. Com esse empréstimo será unificada a dívida do estado, isto é, a dívida externa proveniente do empréstimo com a Banque Privée de Lyon et Marseille será liquidada mediante acordo, restando ao estado um saldo avultado ainda para o desenvolvimento da agricultura, abertura de estradas, localização de imigrantes, embelezamento de cidades, construções de edifícios públicos etc.

Demonstrada como ficou a situação financeira do estado do Paraná, a 25 de fevereiro deste ano, quando o dr. Carlos Cavalcanti assumiu o alto cargo de seu presidente, resta saber se esse estado foi devido à má orientação de seus governos ou às péssimas condições econômicas do Paraná.

As administrações passadas sempre tiveram em vista o progredimento do estado, e a prova mais eloqüente desse fato foi o levantamento do empréstimo externo de 800.000 libras em 1905. Com esse empréstimo, o governo executou as obras de saneamento de Curitiba e unificou a dívida do estado, reduzindo-a a um tipo de juro e de amortização.

A importância desse empréstimo, até à sua final liquidação, no prazo de 15 anos, incluídos todos os juros futuros, é a que mais avulta no balanço; a sua cifra de 21.066:911$098 assusta a quem inesperadamente a lê. No entanto, essa quantia, em 1915, poderá ser paga com oito mil contos, aproximadamente, visto o respectivo contrato estipular que, antes do prazo de dez anos, o governo não poderá resgatar, de uma só vez, a totalidade do empréstimo, salvo acordo entre as artes contratantes.

Quanto aos 2.125:471$225 restantes, são devidos por despesas ordinárias e extraordinárias efetuadas até aquela data, com os serviços afetos às três secretarias de estado, sendo que 999:750$212 representam títulos de dívida emitidos por antecipação de receita. É uma operação muito comum aos Tesouros do país ou dos estados, quando necessitam efetuar pagamentos de ocasião, sem numerário existente, mas certo, em vista das arrecadações dos meses subseqüentes.

Para completar o total da dívida restam ainda 524:099$958, que representam as despesas efetivamente feitas com as três secretarias e 631:621$045, saldo restante de um empréstimo contraído em 1892 com o Banco União de S. Paulo.

Quanto aos títulos emitidos (bônus), o Tesouro tem em saldo de conta-corrente com o London and Brazilian Bank Limited o numerário necessário para o seu resgate. Fica assim demonstrada a razão da dívida do estado, verificada até 25 de fevereiro de 1912.

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Uma boa estrada
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Os dinheiros públicos tiveram sempre a aplicação que deviam ter e o atestado, como resultado dessas administrações, apresenta-se hoje em alto grau de desenvolvimento, prometendo um futuro grandioso e oferecendo vantagens a todos os que têm aplicado ou venham aplicar seus capitais no Paraná. As condições financeiras do estado têm se mostrado sempre em escala de ascendente progredimento.

O que fica exposto, pode-se verificar por meio de dados demonstrativos. Tomando por ponto de partida o ano financeiro de 1900-1901, verifica-se o progresso sempre crescente do estado refletindo-se em suas condições financeiras. A partir desse ano, a receita arrecadada é sempre superior à orçada, e esta, cada ano, cresce nos orçamentos.

Em 1900-1901 a receita foi orçada em 2.547:570$067; em 1901-1902, em 2.844:813$101. Nesses dois exercícios, porém, a arrecadação, por motivos que não se explicam, não atingiu ao orçamento, havendo uma diferença para menos, nos dois anos, apenas de 251:472$215. De um ano para outro, porém, nota-se um aumento, no orçamento, da quantia de 297:243$034.

De 1902-1903 para cá, o aumento de renda tem sido sensivelmente satisfatório, orçada a receita em 2.759:740$293. No exercício de 1902-1903, atingiu a sua arrecadação a 3.145:072$621, e assim por diante, nas seguintes condições: 1903-1904, orçada, 2.823:212$665, e arrecadada 3.390:911$098, com a diferença para mais de 567:698$433; 1904-1905, orçada, 3:122:571$910 e arrecadada 3.452:446$347, com a diferença para mais de 329:374$437; 1905-1906, orçada, 6.762:633$755 e arrecadada 7.204:079$112, com diferença para mais de 441:445$357; 1906-1907, orçada 6.604:260$ e arrecadada 8.927:132$778, com a diferença para mais de 2.322:872$778; 1907-1908, orçada, 7.402:550$ e arrecadada 8.137:000$, com a diferença para mais de 593:913$742; 1909-1910, orçada, 8.195:707$277 e arrecadada 7.152:331$457; 1910-1911, orçada, 4.696:063$837 e arrecadada 5.579:063$837, com a diferença para mais de Rs. 883:000$000.

Vê-se, perfeitamente, pelo que fica exposto, que o Paraná é um estado cheio de vida e de elementos para ocupar papel saliente na federação brasileira; todas estas condições naturais exigem apenas um homem que as aproveite, com dedicação e interesse. Felizmente, à frente de seu governo se encontra atualmente esse homem - o dr. Carlos Cavalcanti de Albuquerque.

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Governo do estado do Paraná: 1) Dr. Affonso Alves de Camargo (1º vice-presidente); 2) Coronel Claro Americo Guimarães (2º vice-presidente); 3) Dr. Carlos Cavalcanti de Albuquerque (presidente); 4) Dr. Arthur Martins Franco (secretário das Finanças); 5) Dr. José Niepce da Silva (secretário das Obras Públicas)
Foto publicada com o texto, página 960. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Dr. Carlos Cavalcanti - O dr. Carlos Cavalcanti veio para o Paraná quando contava apenas 8 anos de idade. Em Curitiba, nos antigos estabelecimentos de ensino, colégios Serapião e N. S. Luz, fez o curso de primeiras letras, concluído o qual seguiu para o Rio de Janeiro, matriculando-se na Escola Militar e depois na Escola Superior de Guerra, onde, após brilhantes estudos, se formou em Engenharia Militar e se bacharelou em Matemática, Ciências Físicas e Naturais. Hoje é major do Exército.

Deputado estadual à Assembléia Constituinte, nela tomou parte ativíssima, interessando-se, com decisão e patriotismo, na organização constitucional que até hoje vigora, felicitando o estado com as medidas mais liberais do regime. O seu mandato se prolongou nos biênios legislativos seguintes, até 1903, inclusive, exceção do de 1897-1898. De 1898 a 1903 foi o líder da maioria congressista.

Deputado federal de 1900 a 1906, tendo sido membro da Comissão de Marinha e Guerra da Câmara dos Deputados, durante o tempo de seu mandato, e temporariamente, das comissões de Fazenda, de Poderes, de Montepio dos funcionários federais e de reforma da lei eleitoral, nelas trabalhou com dedicação, tendo sido relator, entre muitos projetos de lei, dos relativos à reorganização geral do Exército, a equiparação dos vencimentos militares, a reforma do Corpo de Engenheiros Navais, a reforma da instrução nos institutos militares de ensino, a reforma do regime eleitoral da União etc. Em 1911 foi eleito presidente do estado do Paraná.

Dr. José Niepce da Silva - O dr. José Niepce da Silva nasceu em Curitiba a 21 de outubro de 1876. Foi para o Rio em 1895, formando-se na Escola Politécnica dessa cidade em Engenharia Civil, no curto espaço de três anos. Serviu em seguida na Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, como engenheiro ajudante da construção. Em 1901, trabalhou na Leopoldina Railway, voltando ao Paraná em 1903, quando foi nomeado comissário de terras. Em 1905, foi nomeado engenheiro da Câmara Municipal de Curitiba, e em 1912 chamado a exercer o cargo de secretário do Comércio e Indústria do estado do Paraná, no governo do dr. Carlos Cavalcanti.

Dr. Ernesto de Oliveira - O dr. Ernesto Luiz de Oliveira nasceu na cidade da Lapa e foi educado em Curitiba. Tomou parte na revolução federalista e, como tenente do exército revolucionário, distinguiu-se naquela campanha. Indo mais tarde para o Rio, dedicou-se aos estudos de sua predileção, sendo pouco depois, por concurso, nomeado lente catedrático do Ginásio de Campinas. Em fevereiro de 1912 foi convidado pelo dr. Carlos Cavalcanti para secretário da Agricultura do estado do Paraná, cargo que hoje exerce.

Dr. Marius Alves de Camargo - O dr. Marius Alves de Camargo nasceu em Guarapuava, a 22 de fevereiro de 1882, e fez os preparatórios em Curitiba, formando-se em Direito pela Faculdade de São Paulo, em 1903. Voltando a Curitiba, começou a advogar e ocupou mais tarde, interinamente, durante um ano, o cargo de promotor público da capital do estado. Dirigiu também, brilhantemente, o Ginásio curitibano e, por ocasião da última mudança de governo, no estado do Paraná, foi convidado pelo dr. Carlos Cavalcanti, presidente do estado, para secretário do Interior e Justiça.

Dr. Arthur Franco - Nascido em 10 de abril de 1876, em Curitiba, o dr. Arthur Franco, atual secretário da Fazenda do estado do Paraná, ali fez os seus primeiros estudos, com distinção. Matriculando-se em 1896 na Politécnica de São Paulo, fez-se contador em 1897, engenheiro-geógrafo em 1899, condutor de trabalhos em 1901 e engenheiro civil em 1902.

Formado, voltou em seguida para sua terra natal e em agosto de 1902 foi nomeado comissário de terras, cargo em que se manteve até 1905, sendo em junho desse ano nomeado chefe da Seção Técnica da Câmara Municipal da capital. Depois de exercer esse cargo durante dois anos, foi nomeado pelo governo federal chefe da comissão fundadora do núcleo colonial Ivaí (ex-Miguel Calmon), fundando também, mais tarde, o núcleo Taió, próximo da vila do Ipiranga.

Removido, em dezembro de 1910, para o mesmo cargo na comissão fundadora do núcleo Cruz Machado, aí esteve até 1912, tendo exercido também durante um ano, nesse tempo, a chefia interina do núcleo Vera Guarani. Ao seu grande esforço e à sua competência se deve o rápido desenvolvimento desses núcleos coloniais do estado. Como reconhecimento aos seus méritos, a Academia Físico-Química de Palermo (Itália) o elegeu seu membro honorário, com medalha de primeira classe.

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