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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [40-C]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho é a seguir reproduzido, em suas páginas 760 a 765, referentes ao Estado (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

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Representantes das profissões liberais no estado: 1) Dr. Alfredo Teixeira Baeta Neves; 2) Dr. Nelson de Senna; 3) Dr. Jovelino Mineiro; 4) Dr. Francisco Cleto Toscano Barreto; 5) Dr. Joaquim Furtado de Menezes; 6) Dr. Francisco de Assis Fonseca; 7) Dr. Hugo Werneck; 8) Comendador José Pedro Xavier da Veiga; 9) Antonio Baptista Vieira; 10) Dr. Affonso Penna; 11) Dr. Custodio da Silva Braga; 12) Dr. Gabriel Junqueira; 13) Dr. Eduardo de Menezes; 14) Dr. Domingos José da Rocha; 15) Dr. José Botelho Reis; 16) Dr. Joaquim C. da Costa Senna; 17) Dr. Polycarpo Rodrigues Viotti; 18) Dr. Francisco de Paula Rocha Lagoa
Foto publicada com o texto, página 760. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Minas Gerais (cont.)

Cargos e profissões

Dr. Olyntho Meirelles - O dr. Olyntho Deodato Meireles, prefeito de Belo Horizonte, é filho do coronel Antonio Belisario dos Reis Meirelles e de d. Josephina Firmina de Rezende pertencentes a duas das mais antigas e importantes famílias do estado de Minas Gerais.

O dr. Meirelles nasceu em São Sebastião da Encruzilhda, no município de Baependi, a 11 de fevereiro de 1864. Foi educado no Caraça e no Colégio Paixão, de Petrópolis, concluindo os preparatórios em 1885. Matriculou-se, no ano seguinte, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou em 1891. Abriu consultório médico e cirúrgico em Cravinhos, no estado de S. Paulo, onde residiu 2 anos. Em 1893, casou-se com d. Evangelina Werneck, da conhecida família Werneck, e passou a clinicar na nova capital do estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, que então estava ainda em construção. Hoje tem o dr. Olyntho Meirelles um dos mais importantes consultórios médicos da cidade e do estado.

Entre os cargos públicos que exerce, está o de médico da Santa Casa, na capital, instituição a que tem dedicado grande parte do seu tempo e acompanhado, desde a sua fundação.

Convicto republicano, tem o dr. O. Meirelles, na sua vida política, ocupado elevadas posições no seu estado; ocupa uma cadeira do parlamento mineiro. Muito tem feito em prol da Instrução Pública; e como inspetor dos estabelecimentos de educação, cargo que ocupa há 5 anos, tem mais do que ninguém animado e espalhado a instrução, por todo o estado. Tem sido por muitos anos membro e vice-presidente do Conselho Deliberativo de Belo Horizonte.

Senador Dr. Levindo Ferreira Lopes - O senador dr. Levindo Ferreira Lopes é presidente da Municipalidade de Belo Horizonte, desde 1900, tendo sucedido ao dr. Affonso Penna, falecido presidente da República. Nascido no Rio de Janeiro, em 1843, formou-se em Direito em São Paulo, em 1866. Como magistrado, serviu no Império em diversas províncias, e durante algum tempo foi chefe de polícia do Ceará e de Minas Gerais. Deixou a magistratura em 1889 para exercer a advocacia em Ouro Preto.

De 1891  1894, foi deputado e em 1895 foi eleito senador estadual. Neste posto, tem sido reeleito diversas vezes até hoje. É lente, desde 1892, de Teoria e Prática do Processo Civil, Criminal e Comercial da Faculdade de Belo Horizonte, da qual é um dos fundadores. O dr. L. F. Lopes é proprietário de diversos prédios em Belo Horizonte.

Dr. Pedro Segaud - O dr. Pedro Segaud, engenheiro e membro da Municipalidade de Belo Horizonte, nasceu no Rio de Janeiro em 1869. Fez os seus estudos no Colégio D. Pedro II e na Escola Politécnica da sua cidade natal, onde se formou em Engenharia em 1894. Vindo então para Belo Horizonte, durante 4 anos fez parte duma comissão construtora da cidade, como encarregado da edificação de diversos prédios públicos.

Nomeado diretor de Obras Públicas pela prefeitura dessa cidade, conservou-se 9 anos neste cargo e executou diversas obras importantes; as instalações hidráulicas para fornecimento da força e luz elétrica em Rio das Pedras foram feitas sob a sua direção; essas obras levaram 3 anos.

Resignando esse cargo, iniciou construções por conta própria e empreitou a construção de parte da linha férrea de Sabará a Santa Bárbara e atualmente, na E. de Ferro Central, parte da linha entre Lafayette e Belo Horizonte.

Em 1893, quando ainda estudante, fez parte das tropas legais contra os revolucionários, na qualidade de voluntário, e obteve o título de tenente honorário. Em 1908 foi eleito conselheiro municipal.

O dr. Pedro Segaud é sócio da Empresa Stearica Mineira, lente da Escola de Engenharia de Belo Horizonte e tenente-coronel da Guarda Nacional desde 1904. É proprietário de diversos prédios e terrenos e reside na sua propriedade, Rua Alagoas, 669.

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Estabelecimentos de ensino, Belo Horizonte: 1) Instituto João Pinheiro; 2) Ginásio Mineiro; 3) Colégio D. Viçoso; 4) Instituto Floriano Peixoto; 5) Escola de Música; 6) Colégio Isabella Hendris; 7) Colégio Santa Maria
Foto publicada com o texto, página 761. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Major Alberto Cintra – Nascido em Ouro Preto,  antiga capital do estado de Minas Gerais, o major Alberto Cintra, conselheiro municipal, fez os seus estudos preparatórios na sua cidade natal, cursando o antigo Liceu Mineiro. Durante 3 anos exerceu as funções de procurador na velha cidade; e veio para Belo Horizonte em 1897, onde continuou no mesmo mister. Em 1905, foi eleito, por 3 anos, conselheiro municipal, sendo reeleito para o triênio seguinte de 1908-10, prazo que foi prolongado pelo governo até março de 1912. o major Alberto Cintra reside na sua propriedade, à Rua Aymorés, 1.220.

Dr. Affonso Penna Jr. – Filho do falecido dr. Affonso Augusto Moreira Penna, presidente da República no período de 1906-1910, nasceu o dr. Penna Jr. em Santa Bárbara, em 1879. Formou-se pela Faculdade de Direito de Belo Horizonte, em 1902; e aí começou a exercer a sua profissão, sendo advogado de várias companhias inglesas e americanas. Exerceu o mandato de deputado estadual de 1903 a 1907 e novamente foi eleito para o período 1908-1912. Em 1911, porém, renunciou ao seu lugar na Câmara Estadual e abandonou totalmente a política. Foi nomeado lente da Faculdade de Direito de Belo Horizonte em 1907, cargo que ocupa ainda. Faz parte do Conselho Fiscal do Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais. É proprietário em Belo Horizonte. (N.E.: segundo retificou em 10/6/2012 seu neto Affonso Augusto Moreira Penna, bisneto do presidente Affonso Penna, em mensagem a Novo Milênio, Affonso Penna Jr. voltou à política após a publicação deste livro em 1913. Foi "Secretário do Interior (1918/1922) do Governo MG de Arthur Bernardes; Deputado Federal, membro da Comissão de Finanças e relator da Receita (1922/1925); Ministro da Justiça e Negócios Interiores (1925/1926) na presidência de Arthur Bernardes; Presidente da Comissão Executiva do Partido Republicano Mineiro e da Aliança Liberal (1930); signatário do Manifesto dos Mineiros (1943).").

O pai do dr. Penna Jr. foi eleito presidente da República para o período 1906-1910, não completando, porém, esse tempo, devido à sua morte, ocorrida em meados de 1909. A sua carreira pública, já no tempo do Império, já na República, foi das mais brilhantes. Numa e noutra situação ocupou sempre os mais elevados cargos e foi considerado um político de caráter ilibado, faculdades brilhantes e honestidade irrepreensível. Deixou um nome acatado não só no seu estado como em todo o Brasil.

Coronel Emygdio R. Germano – O coronel Emygdio R. Germano, cavalheiro conhecidíssimo em Minas Gerais, é comandante da Guarda Nacional no estado. É também tesoureiro da Delegacia Fiscal em Belo Horizonte. Fundou, em 1900, a Santa Casa de Misericórdia da mesma cidade, da qual é hoje contratante. O coronel Germano nasceu e foi educado no Rio Grande do Sul; e começou a negociar em Belo Horizonte, em 1894.

Dr. Hugo F. Werneck – O dr. Hugo Werneck nasceu em 1878 no Rio de Janeiro e aí se formou, pela Faculdade de Medicina, em 1900, servindo no Hospital da Maternidade. Foi cirurgião do Hospital da Santa casa, da Policlínica de Botafogo e outros hospitais do Rio durante 5 anos. Indo à Europa por motivos de saúde, visitou todos os principais hospitais; e de volta ao Brasil, veio residir em Belo Horizonte, em razão do clima seco desta região.

Foi então nomeado diretor da Santa Casa de Belo Horizonte (1908), cargo que ainda hoje ocupa. É especialista reputado em Ginecologia e Cirurgia Abdominal. O hospital da Santa Casa tem 230 leitos, divididos em 3 classes: 1ª classe, um leito em cada quarto, custando a diária Rs. 10$000; 2ª classe, 2 leitos por quarto, Rs. 7$000; e 3ª classe, 6 camas em cada sala, Rs. 4$500. Há ainda as enfermarias gratuitas, com 31 camas cada uma. As enfermarias gratuitas são 5: duas para doenças internas (uma para homens e outra para mulheres); duas para operações (uma para homens, outra para mulheres); e uma enfermaria especial para maternidade, a cargo de uma parteira sob as vistas do dr. Werneck.

A instalação do hospital é completa e muito moderna, com todos os aparelhos e utensílios para operações; e existe em cada enfermaria uma sala anexa para operações ligeiras. Há uma sala para o tratamento por eletricidade. Os edifícios, inteiramente novos, foram construídos expressamente para este fim. Tem o hospital, como enfermeiras, 13 irmãs de caridade alemãs, a cujo cargo se acham quase todos os serviços, tais como ministrar os remédios, ajudar nas operações, fazer a cozinha do hospital etc.

O corpo médico se compõe de 16 doutores. Há também uma enfermaria especial para tuberculosos. O hospital ocupa uma área de 14.000 metros quadrados e fica a pequena distância do centro da cidade.

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A Guarda Civil, Belo Horizonte
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Coronel Emygdio R. Germano – O coronel Emygdio R. Germano, cavalheiro conhecidíssimo em Minas Gerais, é comandante da Guarda Nacional no estado. É também tesoureiro da Delegacia Fiscal em Belo Horizonte. Fundou, em 1900, a Santa Casa de Misericórdia da mesma cidade, da qual é hoje contratante. O coronel Germano nasceu e foi educado no Rio Grande do Sul; e começou a negociar em Belo Horizonte, em 1894.

Dr. Hugo F. Werneck – O dr. Hugo Werneck nasceu em 1878 no Rio de Janeiro e aí se formou, pela Faculdade de Medicina, em 1900, servindo no Hospital da Maternidade. Foi cirurgião do Hospital da Santa casa, da Policlínica de Botafogo e outros hospitais do Rio durante 5 anos. Indo à Europa por motivos de saúde, visitou todos os principais hospitais; e de volta ao Brasil, veio residir em Belo Horizonte, em razão do clima seco desta região.

Foi então nomeado diretor da Santa Casa de Belo Horizonte (1908), cargo que ainda hoje ocupa. É especialista reputado em Ginecologia e Cirurgia Abdominal. O hospital da Santa Casa tem 230 leitos, divididos em 3 classes: 1ª classe, um leito em cada quarto, custando a diária Rs. 10$000; 2ª classe, 2 leitos por quarto, Rs. 7$000; e 3ª classe, 6 camas em cada sala, Rs. 4$500. Há ainda as enfermarias gratuitas, com 31 camas cada uma. As enfermarias gratuitas são 5: duas para doenças internas (uma para homens e outra para mulheres); duas para operações (uma para homens, outra para mulheres); e uma enfermaria especial para maternidade, a cargo de uma parteira sob as vistas do dr. Werneck.

A instalação do hospital é completa e muito moderna, com todos os aparelhos e utensílios para operações; e existe em cada enfermaria uma sala anexa para operações ligeiras. Há uma sala para o tratamento por eletricidade. Os edifícios, inteiramente novos, foram construídos expressamente para este fim. Tem o hospital, como enfermeiras, 13 irmãs de caridade alemãs, a cujo cargo se acham quase todos os serviços, tais como ministrar os remédios, ajudar nas operações, fazer a cozinha do hospital etc.

O corpo médico se compõe de 16 doutores. Há também uma enfermaria especial para tuberculosos. O hospital ocupa uma área de 14.000 metros quadrados e fica a pequena distância do centro da cidade.

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Cavalaria da Polícia, Belo Horizonte
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Bancos, indústria e comércio

Banco de Crédito Real de Minas Gerais – Este importante banco, com sede em Juiz de Fora, estabeleceu a sua filial em Belo Horizonte, em 1897. Esta filial está situada à Rua Bahia, 1.604. O banco, que negocia com o capital de 7.000:000$, efetua transações com a Itália, Portugal, França, Inglaterra e com todos estados da União. Os negócios em Belo Horizonte estão a cargo do sr. dr. José Pedro Drummond. Além da sede em Juiz de Fora e da filial de Belo Horizonte, tem ainda o banco agências no Rio de Janeiro, Cataguazes, Ouro Fino, Uberaba e Lavras.

Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais – Obra de capitalistas franceses e brasileiros, fundou-se ultimamente em Belo Horizonte – sede, Avenida Affonso Penna, 976; caixa do Correio, 13 – o Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais, instituição de crédito que faz transações bancárias de toda espécie com todas as praças do Brasil e muitas do estrangeiro.

O banco se propõe a fazer empréstimos à lavoura e à indústria, com garantia hipotecária ou pignoratícia; descontos de leras e notas promissórias; adiantamentos sob caução de apólices federais ou estaduais e outros títulos de primeira ordem; cobrança e transferência de fundos para qualquer praça; e recebe depósitos com e sem limite.

O banco saca sobre os seguintes estabelecimentos:

França: Paris – Perier & Cia.; Bordeaux – Banque de Bordeaux; Le Havre – Comptoir d'Escompte de Mulhouse; Marseille – Idem.

Inglaterra: Londres – London County and Westminster Bank, Limited.

Itália: Gênova – Banca Commerciale Italiana; Milão – Zaccaria Pisa; Napoles – Banca Commerciale Italiana; Roma – idem; Turim – Jn. De Fernex & Ci8a.; e qualquer outra praça de Itália.

Espanha: Barcelona – Banca Arnus; Bilbao – C. Jacquet e Hijos; La Coruña – Sobriños de José Pastor; Madrid – Banco Hispano Americano; Saragoça – idem; Sevilha – idem; Vigo – Banco de Vigo; e qualquer outra praça de Espanha.

Portugal: Lisboa – Silva Beirão, Pinto & Cia.; Porto- Borges & Irmão; e qualquer outra praça de Portugal.

Alemanha: Berlim – Bank für Handel und Industrie; Hamburgo – Dresdner Bank; Frankfurt – Deutsche Bank.

Bélgica: Antuérpia – Banque Générale Belge; Bruxelas – Banque Internationale de Bruxelles.

Suíça: Basiléia – Banque Commerciale de Bâle; Genebra – Comptoir d'Escompte de Genève; Zurique – Societé de Crédit Suisse.

Áustria: Trieste – Banque Union; Viena – Société I.R.P. Autrichienne de Créditt pour le Commerce et l'Industrie.

E. U. da América do Norte: Nova York – MM. G. Ansinck & Co. e Royal Bank of Canada.

O presidente do banco é o dr. Juscelino Barbosa, antigo secretário das Finanças do estado de Minas. São diretores no Brasil os srs. dr. Francisco Mendes Pimentel, dr. Estevão Leite de Magalhães Pinto e Albert Landsberg. O comitê de Paris é constituído pelos srs. F. Monvoisin, administrador da Société Générale de Crédit Industriel et Commercial, presidente da Société des Mines de Malfidano e cavalheiro da Legião de Honra; Henry Bauer, cavalheiro da Legião de Honra; Charles Marchal e Gabriel Henriot, este cavalheiro da Legião de Honra e ambos banqueiros, estabelecidos à Rue de Provence 59.

O dr. Francisco Mendes Pimentel é filho do falecido dr. Francisco de Paula Prestes Pimentel, presidente do Tribunal da Relação, e d. Maria Mendes Pimentel. Nasceu em 1869, na cidade do Rio de Janeiro; foi educado em Barbacena e fez o curso de Direito na Faculdade de S. Paulo, onde se formou em 1889. Voltando a Barbacena, aí exerceu a sua profissão, durante 6 anos. Foi eleito deputado estadual em 1895 e depois deputado federal, cargo a que renunciou, abandonando a política e dedicando-se inteiramente à sua profissão. É lente da Faculdade de Direito de Belo Horizonte e também professor do Ginásio Mineiro. Reside em Belo Horizonte, à Rua Paraíba, 1.061.

Companhia Minas Fabril – Esta companhia, cujo capital é de 300:000$, que será gradualmente aumentado para 1.000:000$, possui uma fábrica em Prado, subúrbio de Belo Horizonte, a 10 minutos, em tramway, do centro da cidade, e aí possui 18.500 metros quadrados de terras. Acaba de ser montada uma nova fábrica aparelhada com maquinismos os mais modernos; a área ocupada pelas duas fábricas é de 1.400 metros quadrados. Os maquinismos são acionados por motores elétricos da força de 200 cavalos, e por um motor a vapor de 50 cavalos de força.

Manufatura a companhia toda a sorte de tecidos de meia; e a sua produção diária vai a 120 dúzias de artigos de meia de várias espécies e de 25 a 30 dúzias de camisas de meia. A companhia fabrica também toalhas de felpo, das quais produz diariamente 200 dúzias. Emprega de 140 a 150 homens, mulheres e meninos. Todos os seus maquinismos são de manufatura inglesa. A companhia está também montando uma nova fábrica para fiação de algodão e vende todos os seus produtos a negociantes por atacado no Rio e em outros pontos do Brasil.

Fundaram a cia. os seus atuais diretores, srs. Cesar Bracces e Adolpho Braga. O sr. Adolpho Braga, presidente da companhia, é português e nasceu em 1872. Veio para o Brasil em 1893; trabalhou no Rio, como empregado da Companhia Braga Costa, durante 9 anos; entrou depois para a casa Seabra & Cia., da qual foi representante no estado de Minas, e que deixou, para se associar com o sr. Cesar Bracces e fundar a Cia. Minas Fabril.

O sr. Cesar Bracces é italiano e nasceu em Lucca, em 1856. Foi engenheiro naval da Marinha Italiana; e deixado esse posto, foi para a África do Sul, onde trabalhou como engenheiro. Veio para o Brasil em 1885, para a Estrada de Ferro do Paraná, de onde se retirou, depois de esta construída, para prestar seus serviços na E. de Ferro Leopoldina. Quatro anos depois, foi exercer o cargo de chefe geral da linha na E. de Ferro Sorocabana. Veio para Belo Horizonte em 1900, estabelecendo aqui uma pequena fábrica de tecidos de malha, origem da companhia de que é hoje diretor.

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A serraria da empresa Prado Lopes
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Empresa Prado Lopes – Esta empresa, fundada em 1905, em Belo Horizonte, possui um estabelecimento de serraria, marcenaria e carpintaria e é empreiteira de obras. O estabelecimento, situado na Praça da Estação, cobre uma área de 4.000 metros quadrados e é provido do maquinismo mais aperfeiçoado. Ali funcionam 26 máquinas diferentes, que preparam diariamente de 8 a 10 metros cúbicos de madeira, na sua maior parte nacional. O maquinismo é acionado parte por um motor elétrico de 65 hp e parte a  vapor. Trabalham no estabelecimento 102 pessoas.

A empresa tem construído várias obras importantes, entre as quais o edifício do Correio de Belo Horizonte, avaliado em Rs. 500:000$000; atualmente, está construindo a Câmara Municipal. Desde a sua fundação, tem a empresa efetuado a construção de mais de 400 casas. Numa pedreira de sua propriedade, sita em Alagoinha, emprega 115 trabalhadores.

O proprietário da empresa, dr. Prado Lopes, tem ainda um bem montado armazém com todas as espécies de mercadorias para uso dos seus empregados e no qual está empregado um capital superior a Rs. 200:000$000.

O engenheiro dr. Prado Lopes nasceu no estado do Pará, em 1863. Formou-se em Engenharia pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1889. Durante alguns meses, trabalhou em Pernambuco e mais 6 meses no Ceará. Indo depois para Minas Gerais, foi um dos construtores da cidade de Belo Horizonte, em comissão do governo durante três anos. Esgotado este prazo, principiou a trabalhar por conta própria, como engenheiro industrial; e em 1906 montou a serraria atual, continuando, porém, a ocupar-se de construções.

Em 1907, entrou na política, sendo eleito deputado e presidente da Câmara dos Deputados do Estado de Minas, cargo que ainda hoje ocupa. Durante as últimas eleições para a presidência da República, o dr. Prado Lopes exerceu, por 45 dias, as funções de presidente do estado, isto em vista de se ter o presidente, dr. Wenceslau Braz, ausentado, para pleitear a sua eleição à vice-presidência da República.

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Estabelecimento Industrial Mineiro, de Paulo Simoni
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Estabelecimento Industrial Mineiro – Este importante estabelecimento de Belo Horizonte, propriedade do sr. Paulo Simoni, negocia em massas alimentícias, brancas e amarelas, bebidas de todas as qualidades, vinagres branco e tinto, vinho de cana, gêneros esses de sua fabricação; e compra, em grande escala, aguardente e álcool.

A fabricação do macarrão obedece ali aos processos mais aperfeiçoados. O maquinismo, do tipo mais moderno, acionado por um motor elétrico de 50 hp, produz diariamente 1.200 quilos daquele artigo.

A cervejaria e fábrica de águas minerais e licores produzem mensalmente 20.000 litros de cerveja, igual quantidade de águas minerais,  3.000 litros de licores de diversas qualidades, 10.000 litros de vinho branco e 3 a 4.000 litros de vinagre. Ali se fabricam também chocolates e doces, e a produção destes atinge 3.000 a 4.000 quilos por mês. E há ainda uma seção de fabrico de cigarros e charutos, indo a produção dos primeiros a 100.000 e dos segundos a 50.000, mensalmente.

Para esses diversos misteres emprega a firma cerca de 40 pessoas. Na sua filial de Barbacena, igualmente se ocupa o sr. P. Simoni da fabricação dos gêneros acima mencionados, mas em menor escala.

A matriz em Belo Horizonte funciona à Rua da Estação, 446, onde também há uma instalação para fubá e refinação de sal, que produz diariamente 200 sacos de 60 quilos de sal e 80 sacos de fubá de 60 quilos cada.

Pelos seus produtos, já a firma obteve prêmios em diversas exposições: na de S. Luiz, em 1904, quatro medalhas, sendo uma de ouro, uma de prata e duas de bronze; na do Rio de Janeiro, em 1908, uma de ouro e outra de prata; em 1909, na Exposição de Higiene, também do Rio de Janeiro, uma de prata; e na de Turim, duas de ouro e duas de prata.

O sr. Paulo Simoni obteve da Prefeitura de Belo Horizonte a concessão, durante 10 anos, dum terreno de 5.400 metros quadrados, para construir um moinho para farinha de trigo, obrigando-se a mesma prefeitura a fornecer a força elétrica de 400 hp de força motriz para o referido estabelecimento. Esgotado o prazo de 10 anos, a Prefeitura cobrará o fornecimento da força, mas pela taxa mínima.

Atualmente, está o sr. P. Simoni empenhado na organização duma companhia para construção e exploração do moinho em questão. A sua concessão não permite a outras pessoas estabelecer ali moinhos nestes próximos 10 anos. O terreno fica apenas a 50 metros da Estação de Belo Horizonte; e se for necessário, pode-se fazer ali um desvio.

O sr. Paulo Simoni nasceu na Itália em 1875. Vindo para o Rio de Janeiro, principiou a sua vida como empregado. Ano e meio depois, mudou-se para Juiz de Fora, onde se estabeleceu em 1892, modestamente, no ramo em que atualmente negocia. Tendo os seus negócios aumentado, resolveu abrir uma casa em Barbacena. Em 1906, vendeu o seu negócio em Juiz de Fora, ficando unicamente com a casa de Barbacena; e, em 1909, estabeleceu a casa matriz e fábrica na cidade de Belo Horizonte.

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Cia. Industrial de Belo Horizonte
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Silverio Silva & Cia. – Esta firma acumula diferentes ramos de negócio, como sejam: fábrica de cigarros e outras manufaturas de fumo, serraria e fornecimentos de matérias para construção. Na fábrica de cigarros, à Avenida Tocantins, onde se empregam umas 20 pessoas, a fabricação diária atinge a 35.000 cigarros, a maior parte dos quais são feitos com fumo do Rio Grande do Sul e outros estados do País. Em algumas de suas marcas, é empregado o fumo turco e essas são vendidas em todo o Brasil e especialmente no Rio de Janeiro.

A serraria, montada com todos os melhoramentos, dispõe de 21 máquinas diversas, acionadas por um motor elétrico de 20 hp e outro, a vapor, de 25 hp. Cerca de 250 metros cúbicos de madeira aí são manipuladas mensalmente; 75% de madeiras nacionais e 25% estrangeiras. Além disso, a fábrica fornece grande quantidade de lenha para venda. As oficinas estão instaladas num terreno de 5.000 metros quadrados de propriedade dos sócios srs. Silverio Silva e Aurelio Lobo, ambos brasileiros.

O sr. Silva há 40 anos que se dedica ao comércio e é atualmente interessado em diversos negócios. Recomenda-o uma inexcedível atividade aliada à inteligência empreendedora. O sr. Lobo negociava há 15 anos, quando foi nomeado tesoureiro da Municipalidade de Belo Horizonte em 1901, posição que hoje ainda ocupa. Desde 1911, faz parte da presente firma e é, como o seu digno sócio, cavalheiro que se distingue, além doutros dotes muito recomendáveis,pela inteligente operosidade.

Mecânica de Minas – Há nove anos, fundou o sr. Victor Purri, em Belo Horizonte, um pequeno estabelecimento para fundição de vários metais, com oficina mecânica; e de ano para ano tem tido a satisfação de ver ao cabo a sua casa aumentar de importância. Atualmente emprega ela 33 homens e as suas oficinas produzem 15 a 16 contos de réis mensais, em trabalho.

O estabelecimento acha-se atualmente instalado à Rua da Bahia, 508, mas o sr. Purri, que comprou um terreno vizinho, com 6.000 metros quadrados, está agora construindo novas oficinas; e o antigo edifício ficará para depósito e escritório.

O sr. Purri, que hoje tem a coadjuvação de seu irmão sr. Francisco Purri, é natural da Calábria, Itália. Veio para o estado de São Paulo, com a idade de 16 anos. Empregou-se mais tarde em Juiz de Fora, donde veio para Belo Horizonte. Quando começou o negócio, possuía, por único capital, a quantia de Rs. 28$000. Hoje, ao cabo de 8 anos de trabalho árduo, a sua empresa é avaliada em Rs. 130:000$000 e figura entre as mais bem instaladas do estado.

Garcia de Paiva & Pinto – Uma das serrarias mais importantes da cidade de Belo Horizonte é, sem dúvida, a de propriedade dos srs. Garcia de Paiva & Pinto. Este estabelecimento, fundado em 1903, sob a razão de Garcia de Paiva & Cia., passou em 1908 a girar sob a forma atual. Negociam também os srs. Garcia de Paiva & Pinto em materiais de construção e são grandes construtores de prédios. Os seus depósitos e escritórios acham-se instalados em prédio próprio, à Rua da Estação, 409, e ocupam uma área de 1.200 metros quadrados. Em breve, nova serraria será instalada nas proximidades da atual, num terreno de 10.000 metros quadrados, ocupando o edifício uma área de 3.000 metros.

A serraria prepara diariamente 5 metros cúbicos de madeira nacional e 3 de estrangeira; para este fim, há 25 máquinas de todas as espécies, acionadas, parte a eletricidade por um motor de 150 hp, e parte a vapor, por outro motor de 24 hp. A firma, desde a sua fundação, tem construído cerca de 200 casas; e vende anualmente para cima de Rs. 700:000$000 de madeiras.

Incluindo o pessoal empregado nos serviços externos, de construções etc., a firma ocupa cerca de 250 pessoas. Para o transporte de materiais emprega 13 carroças e 36 animais e em breve este material será substituído por automóveis.

A firma é composta de dois sócios, os srs. Antonio Garcia de Paiva e Augusto de Souza Pinto. O primeiro nasceu em Minas e principiou a sua carreira comercial e industrial na idade de 19 anos. Em 1889, iniciou-se em negócios de madeiras; e em 1903, de sociedade com o sr. Augusto de Souza Pinto, estabeleceu a serraria atual. O sr. Antonio Garcia de Paiva é major da Guarda Nacional e proprietário de muitos prédios.

O seu sócio, sr. Augusto de Souza Pinto, nasceu na cidade do Porto (Portugal) em 1870 e veio para o Brasil em 1891. Em 1895, fixou residência em Belo Horizonte.

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Fábrica de tijolos e telhas de Lunardi & Machado
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Lunardi & Machado – Esta importante firma de Belo Horizonte, que tem o seu estabelecimento à Rua dos Caetés, 391, negocia em ferragens, tintas, papéis pintados, vidros, espelhos, louças sanitárias, molduras para quadros, cimento, cal, manilhas de barro, tubos de ferro etc.

Os srs. Lunardi & Machado são também importantes industriais, proprietários duma das melhores fábricas de ladrilhos e mosaicos do estado. Esta fábrica foi fundada em 1889 sob a firma Lunardi Estevão, passando em 1905 a girar sob a razão atual. O estabelecimento industrial acha-se instalado no centro mais comercial da capital de Minas Gerais, à Rua Curitiba, 158, prédio pertencente à própria firma, e ocupa uma área de 4.000 metros quadrados. Ultimamente reformado, foram adquiridos e nele instalados os mais aperfeiçoados maquinismos da conhecida fábrica A. Gillon et Fils, de Avignon (França), movidos a eletricidade, os quais podem produzir diariamente 4.000 ladrilhos de variadas cores e artísticos desenhos.

O maquinismo da fábrica se compõe das seguintes máquinas: 8 prensas hidráulicas, 1 bateria de bombas hidráulicas, 1 acumulador, 1 moinho para tintas, 1 britador, 1 máquina para telha (sistema francês), tudo acionado por um motor inglês de 20 cavalos.

A empresa fabrica artefatos de cimento armado, como sejam: manilhas de qualquer diâmetro, soleiras, banheiras, portais, degraus, ornatos para fachadas de prédios etc. Dispõe duma bem montada oficina de marmorista para confecção de monumentos, cruzes, anjos, bustos e pedras para sepulturas. São sócios da firma os srs. Lunardi Estevão, Alfredo Machado e o interessado sr. Eduardo Dalloz Furett, que ocupa as funções de guarda-livros. Dirige o estabelecimento industrial o sr. Lunardi Giovanni, pai dum dos sócios e sogro do outro sócio e do interessado.

O sr. Lunardi Estevão é de nacionalidade italiana e reside no Brasil há 25 anos. Foi estabelecido em Juiz de Fora e S. João d'El-Rei, e transferiu-se para Belo Horizonte, quando foram iniciados os seus trabalhos. O sr. Alfredo Machado é de nacionalidade brasileira, nascido no estado de S. Paulo. Iniciou a sua vida comercial aos 18 anos em Ouro Preto; e veio depois para Belo Horizonte, onde ainda reside. São ambos proprietários e gozam da geral estima.

Baptista Junior & Cia. – Estabelecida em 1908 com o capital de Rs. 300:000$, compõe-se esta sociedade em comandita dos sócios solidários srs. Antonio Baptista Vieira Junior e Francisco Luiz Camargo, que representam 100 contos do capital, sendo o resto dividido em ações de Rs. 200$ cada uma. O fim da sociedade é o comércio, por importação, de todos os artigos de consumo, como sejam fazendas finas e grossas, armarinho, roupas feitas, chapéus de sol e de cabeça, calçados nacionais e estrangeiros, roupas sob medida, gêneros de estiva, secos e molhados, ferragens, cimento, arame farpado, sal, farinha de trigo, querosene, velas etc.

Os armazéns e escritórios da firma são situados na Avenida do Comércio e neles se empregam 22 pessoas. Em breve a sociedade Baptista Junior & Cia. aumentará o seu capital e edificará um novo armazém no centro da cidade. A maior parte dos gêneros importados são comprados nas praças do Rio e São Paulo e os vinhos em Portugal e França.

O fundador e chefe da firma, sr. Antonio Baptista Junior, nasceu na capital de Minas Gerais, em 1880. Iniciou a sua carreira comercial como empregado da casa Benjamim, Carvalho & Cia., da qual, em 1900, passava a ser interessado e, em 1907, sócio. Dessa casa se retirou em 1908, para estabelecer a firma atual.

Gomes Nogueira – Esta importante casa de Belo Horizonte, fundada em 1889, tem passado até hoje por diversas alterações de firma. Girou primeiro sob a razão social de Benjamin & Carvalho; de 1889 a 1900 passou a Benjamin carvalho & Cia.; de 1901 a 1903, Benjamin & Cia.; de 1904 a 1905, Carvalho Nogueira & Cia.; de 1906 a 1910, Gomes Nogueira & Cia; e de então para cá, à firma atual.

Anteriormente, negociava a casa em fazendas, armarinho, ferragens, roupas feitas etc. e tinha uma refinação de açúcar e uma fábrica de biscoitos; ultimamente, porém, abandonou esses ramos e dedicou-se exclusivamente à venda de mantimentos, molhados finos e especiarias. A firma, cujas transações vão a Rs. 600:000$000 anualmente, emprega 16 pessoas.

O tenente-coronel Gomes Nogueira, único proprietário da casa, é igualmente dono de três cinematógrafos, o do Comércio em Belo Horizonte e dois em Juiz de Fora. Nessa indústria, tem empregado um capital de Rs. 300:000$000; e trata agora de formar uma companhia com o capital de Rs. 500:000$000, que tomará a si os três estabelecimentos.

O tenente-coronel Gomes Nogueira nasceu em 1865 na cidade de Sabará e aí fez os seus estudos. Na idade de 14 anos, iniciou a sua carreira comercial, como empregado em Vila Nova de Lima. Quinze anos depois, era sócio da casa; passado, porém, mais algum tempo, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde entrou na Casa Barbosa Albuquerque & Cia. como interessado e depois foi a sócio; e aí esteve 10 anos. Vindo para Belo Horizonte em 1904, organizou a firma carvalho Nogueira & Cia. comprando a casa dos srs. Benjamin & Cia. O sr. Gomes Nogueira é substituto do juiz seccional federal (cargo esse que lhe foi conferido pelo então presidente da República, dr. Rodrigues Alves), tenente-coronel da Guarda Nacional e proprietário de diversos prédios e terrenos.

Benjamin & Cia. – Esta casa foi fundada em 1897 pelo coronel José Benjamin; e dela são sócios hoje este sr. e seu irmão José Isaac Benjamin. A firma negocia em fazendas, roupas feitas etc.; e tem uma bem instalada refinação de açúcar e sal. O maquinismo desta refinação, movido a eletricidade, produz diariamente 120 sacos de açúcar de 60 quilos cada e 500 quilos de sal. A refinação e armazém funcionam num terreno de 3.000 metros quadrados; este e os prédios que são de propriedade do sr. coronel José Benjamin, fazem frente para as ruas Caetés e S. Paulo à Avenida do Comércio.

O coronel José Benjamin nasceu na Bahia em 1860. Iniciou a sua carreira comercial, como empregado, em 1880, na cidade de Queluz, E. de Minas Gerais, onde esteve três anos; e daí, foi para ouro Preto, onde principiou a negociar por conta própria. Em 1892, estabeleceu-se em Sabará; e em 1897 mudou-se para Belo Horizonte. Foi um dos primeiros a abrir negócio e a edificar prédio na nova capital de Minas Gerais. Em 1904, passou a sua casa, comanditando-se, e retirou-se para a Europa temporariamente. Em 1911, estabeleceu-se novamente, com o negócio atual de fazendas, armarinhos e modas. O sr. José Benjamin, proprietário de diversos prédios e terrenos, é coronel da Guarda nacional e já foi presidente da Junta Comercial e conselheiro municipal.

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Pavilhão de corridas, Belo Horizonte
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