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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - II GUERRA
Santos na II Guerra Mundial (15)

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A Segunda Guerra Mundial foi traumática para os santistas, que temiam ataques por submarinos alemães ao porto e pela aviação nazista à Usina Henry Borden ou à própria cidade. Japoneses, italianos e alemães tiveram de deixar a região às pressas, pelo receio que colaborassem com seus países de origem, então inimigos do Brasil. Só seis anos após o final dessa guerra um navio do Japão voltou a aportar em Santos, como registrou o jornal santista A Tribuna, na página 18 (última) da edição de 1º de março de 1951 (ortografia atualizada nesta transcrição):


Imagem: reprodução da matéria original

PELA PRIMEIRA VEZ, DEPOIS DA GUERRA, ENTROU NO PORTO UM VAPOR JAPONÊS - Pela primeira vez, desde o último conflito mundial, entrou, ontem, à tarde, em nosso porto um vapor de nacionalidade japonesa. É ele o Kobe Maru, de 6.600 toneladas brutas, tendo como agentes em Santos a firma Wilson, Sons e Co. Ltd.

O Kobe Maru, que procede de Yokohama, escalou em Cingapura, Durban, na África do Sul, e Buenos Aires, vindo daí diretamente para o nosso porto. Trouxe para Santos 2.200 toneladas de carga diversa, entre a qual máquinas de costura, de tricô, de cortar panos, 16 caixas com despertadores, numerosos teares, 66.000 sacos de adubos químicos, além de outras mercadorias.

A entrada do Kobe Maru em nosso porto foi um verdadeiro acontecimento na colônia japonesa de nossa cidade e do litoral, tendo elevado número de nipões alugado lanchas para se aproximar do navio, que se encontra ainda ao largo, nas proximidades da ilha Barnabé, saudando efusivamente os seus patrícios que se encontravam a bordo.

Numerosos foram também os japoneses que vieram de São Paulo e outras localidades, a fim de visitar o primeiro barco nipônico a chegar ao Brasil após a última guerra.

No próximo dia 15, entrará em Santos outro barco japonês, o Osaka Maru.

- No clichê, o Kobe Maru, fundeado nas proximidades da ilha Barnabé.

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