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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - EMISSÁRIO
Geisel inaugura emissário de esgoto (5)

Foi em 21 de julho de 1978
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Origem de uma polêmica que atravessou as décadas seguintes - o que fazer com a plataforma resultante do enrocamento protetor das tubulações - o emissário submarino de esgotos na praia do José Menino foi inaugurado solenemente em 1978 com a presença do presidente da República, Ernesto Geisel, que também esteve nesse dia em Cubatão para inaugurar um laminador de aço e as obras do terceiro estágio de expansão da Cosipa.

O editor de Novo Milênio, então repórter do jornal santista A Tribuna, registrou no Boletim Jornacoop (órgão oficial da Cooperativa dos Jornalistas de Santos Ltda.) de agosto de 1978 (Ano I, nº 15), um comentário sobre a visita presidencial e o relacionamento então reinante entre autoridades e imprensa:

Uma experiência diferente

Carlos Pimentel Mendes

Confesso que fiquei meio preocupado, quando pela primeira vez fui escalado para a cobertura de uma visita presidencial, no caso a de Ernesto Geisel ao emissário submarino e à Cosipa. Lembrava-me de casos acontecidos com vários colegas, de atritos com a equipe da segurança do presidente. Do chiqueirinho a que foram submetidos os jornalistas, quando de recente visita de Geisel a São Paulo. Ou do caso que me contaram - não sei se verídico - de um fotógrafo que espocou um flash na cara de um ex-presidente e foi detido pela segurança, como se fosse um subversivo.

Mas, tudo bem. Resolvidas as formalidades para obtenção da credencial (fornecida pelo Serviço de Imprensa da Presidência), o terno obrigatório, o gravador - que sempre ajuda muito nesses casos -, pauta na mão, fui designado para cobrir a visita ao emissário, em conjunto com outros colegas.

A segurança - como já esperava - era férrea, no local da cerimônia, tanto que vários vereadores e alguns secretários municipais não puderam ingressar na área das autoridades: tiveram que ficar no meio do público, pois não tinham a tal credencial, apenas o convite. Em Santos, não houve o chiqueirinho, mas os jornalistas tinham que se manter dentro de uma área delimitada por uma fita colante no chão, área essa defronte do palanque.

Dois pódiuns foram montados para os fotógrafos e cinegrafistas. Se para eles ainda havia alguma condição de trabalhar - embora aquela talvez não fosse a solução ideal - para o pessoal de rádio a situação era péssima. O serviço de som foi tão mal executado que nem o próprio assessor de imprensa da presidência da Sabesp acreditava ser a concessionária a responsável pela instalação.

Faltava junto ao palanque pelo menos uma caixa de som, para que a turma do rádio e da TV pudesse gravar os discursos das autoridades. E o pessoal de rádio se queixava da falta de telefones à sua disposição, para que as emissoras pudessem transmitir ao vivo os acontecimentos.

Para remediar a situação, essa turma tentou pôr seus gravadores - e eu, no meio deles, também tentava colocar o meu - junto aos microfones da Agência Nacional, já que corriam fortes rumores de que o presidente falaria de improviso. Começava o longo discurso do governador, e apesar do quase desespero dos colegas de rádio e TV, a segurança se mantinha inflexível - "Não, não e não. Não pode colocar os gravadores perto do microfone".

Felizmente, o locutor da Agência Nacional intercedeu, pegando nossos gravadores e aproximando-os dos microfones. Assim, o pessoal da segurança, bastante irritado, teve que ceder. Foi dessa forma que consegui fazer uma das matérias da cobertura - a íntegra do discurso de Geisel. Não houve maiores novidades, além do discurso de improviso, dos abraços do Maluf e da briga Carvalho-Mehanna, tudo conforme o já esperado. Valeu como experiência.


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