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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - PASSEIOS
Pelas calçadas da cidade (3)

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O vandalismo é um dos problemas que Santos enfrenta para a conservação de suas calçadas, como citou o jornal santista A Tribuna, na página A-3 da edição de 7 de setembro de 2011:
 


Calçadas receberam rosáceas de latão, símbolo do Alegra Centro

Foto: Walter Mello, publicada com a matéria

Onde foi parar o símbolo que estava aqui?

Eduardo Brandão

Da Redação

O vandalismo está mudando o cenário do Centro Histórico de Santos. Somem das calçadas, arrancados, os símbolos do renascimento da região: a rosácea de latão emblema do Alegra Centro.

Em uma das ações do programa municipal de revitalização da área central da Cidade, foram fixados em calçadas reurbanizadas os selos que representam a iniciativa. No entanto, a beleza e o material da marca simbólica chamaram a atenção de vândalos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Infra-estrutura e Edificações (Siedi), das 47 peças que foram fixadas em calçadas reurbanizadas, ao menos 22 foram furtadas.

Considerando que cada peça (incluindo o bloco de concreto e a arte) sai por R$ 3.750,00, o vandalismo custou R$ 82.500,00 aos cofres santistas.

O que lucra quem pratica ato de vandalismo ou de furto ao patrimônio público? Algumas (pouquíssimas) moedas, talvez.

O preço do objeto artístico não é recompensado por quem furta e revende as peças. Em ferro-velho, por exemplo, o valor de um quilo do cobre e suas ligas (como latão e bronze) é de, no máximo R$ 3,50. A parte de metal da escultura tem menos de um quilo.

Porém, esse tipo de ação nem um pouco cívica tem um elevado preço para a população: a perda de parcela da história e da identidade de uma sociedade.

Sumindo – Andando pelo Centro é possível constatar que são raríssimas as calçadas que ainda conservam algum vestígio do selo original. Em muitos locais, restam somente as marcas delimitadas sobre o concreto, restos do detalhe artístico.

E é justamente a beleza das peças que encanta o caminhoneiro Pedro Henrique Mattos. "E olha que eu nem sabia do que se tratava", revela ele, ao ser informado da simbologia do objeto.

A ausência do selo nas calçadas que foram saqueadas, porém, registra uma imagem negativa da Cidade para o caminhoneiro. "Uma judiação. As pessoas estão perdendo o respeito com o próximo. Não tem mais lugar livre desta falta de educação", completa.

Indignação – Em um trecho da Rua Dom Pedro II a Reportagem localizou parte da peça comemorativa.

"Este selo ainda não foi furtado, por conta das câmeras de monitoramento da Petrobrás. Se não tivessem (as câmeras), sequer teríamos este pedaço do selo", alerta a comerciante Meire dos Santos.

O desrespeito ao bem coletivo revolta a comerciante. "Uma vergonha. É ainda mais grave: trata-se de um crime contra o meu, o seu e os nossos bolsos".

A vendedora Helena Prezado compartilha da mesma opinião. "Furtar algo público é tão grave – ou mais – que jogar lixo nas ruas ou desrespeitar as regras de trânsito. É muita falta de cidadania", frisa.

No final, o furto ao patrimônio público acaba se revelando uma pedra no caminho da cidadania.

Selo de R$ 3.750 é furtado das ruas e deve virar sucata por trocado

Foto: Walter Mello, publicada com a matéria

No futuro, novo modelo nas calçadas

Devido aos constantes furtos das peças, a Administração santista descartará o uso do selo representativo do Alegra Centro com as atuais características. Um novo modelo para o marco comemorativo será analisado pela equipe técnica da Seidi.

Em algumas vias, como na Rua Dom Pedro II, as placas de concreto com a arte foram furtadas duas vezes no mesmo local. Isso motivou desistência do atual modelo. A Rua Tuiuti, no entanto, é a que mais teve peças subtraídas: seis.

Sem uma definição sobre o selo, as próximas licitações para a reforma do calçamento não mais incluirão o logotipo. A decisão também teve como base o não cumprimento contratual da empresa responsável pela reforma das calçadas, já que a empreiteira não acabou a obra, foi notificada para finalizar o serviço, mas o prazo expirou.

A reurbanização, que se encontra em fase de licitação, terá uma nova etapa ainda este ano. Pelo cronograma, as ruas Itororó e Martim Afonso (entre a Avenida São Francisco e a Rua General Câmara) serão as próximas a passar por intervenções.

CRIME

O artigo 163 do código Penal Brasileiro define dano como "destruir,inutilizar ou deteriorar coisa alheia, prevendo pena de detenção, de um a seis meses, ou multa". No caso de delitos contra o patrimônio público (União, Estado ou Município), classifica-se "dano qualificado", cuja pena é de detenção de seis meses a três anos, além de multa

 

Já do outro lado do mundo…

Enquanto placas de metais comemorativas são furtadas das vias centrais de Santos, no Japão as ruas são enfeitadas com cores e vida. Nas calçadas de grandes centros japoneses, as tampas de esgoto alegram a paisagem urbana recebendo imagens pintadas em relevo. O trabalho e uma verdadeira obra de arte, já que cada peça é produzida individualmente. Os objetos servem de quadros e esculturas, a sintetizar que a harmonia e a perfeição devem estar presentes no cotidiano.

Foto: reprodução, publicada com a matéria