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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ASSISTÊNCIA
Sociedade Beneficente Síria

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Texto publicado no jornal santista A Tribuna, em 11 de setembro de 1929 (ortografia atualizada nesta transcrição):


Imagem: reprodução da matéria original

Sociedade Beneficente Síria

25º aniversário de sua fundação

Engalanam-se, hoje, os salões da Sociedade Beneficente Síria para festejar a passagem do 25º aniversário da sua fundação, realizando às 20,30 horas uma sessão solene comemorativa da data, na qual falarão vários oradores, achando-se convidadas as nossas autoridades e grande número de pessoas gradas.

A Sociedade Beneficente Síria é, sem dúvida, um dos bons empreendimentos de que se acha dotada a nossa cidade, e que tanto contribuem para amainar as desgraças alheias.

Fundada, graças à iniciativa do sr. José Elias Smaili, a 11 de setembro de 1904, por um grupo de sírios desejosos de amparar e socorrer os seus compatriotas recém-chegados, facilitando-lhes a locomoção para qualquer parte do país, destinaram-na a ajudar e assistir os necessitados e os enfermos.

Esta instituição fez sentir a sua influência benéfica, desde os primeiros dias de sua fundação, pelos benefícios prestados à causa da pobreza, granjeando-lhe estes atos de benemerência a simpatia e o apoio de toda a colônia.

Em 1908, o seu benfeitor e presidente de honra, sr. comendador Júlio Conceição, doou-lhe o terreno onde se acha instalada.

Esse gesto repercutiu entusiasticamente no seio da colônia, ao ponto de, poucos anos depois, ser colocada a pedra fundamental de seu edifício social, começando a construção do mesmo, sob aplausos gerais da comunidade.

Surpreendida pela grande guerra, viu-se obrigada a suspender as obras para atender, com maior eficácia, à enorme multidão de necessitados que batiam diariamente à sua porta, tendo desenvolvido naqueles dias sombrios uma atividade enobrecedora, contribuindo poderosamente para a diminuição dos sofrimentos do próximo.

Terminada que foi a conflagração européia, a colônia síria soube apreciar e recompensar a atitude de sua sociedade, amparando-a com numerosos donativos vindos de todos os pontos de nosso Estado, notadamente desta cidade e da capital, recomeçando, logo depois, as obras, orientadas pela dedicação de seu presidente, sr. Gandur Arbid, e inaugurando, a 26 de agosto de 1922, o seu edifício social, confortavelmente instalado à Rua Amador Bueno n. 260.

Para tornar a sua ação benéfica de maior eficiência, a Sociedade Beneficente Síria fundou, a 12 de março de 1923, numa das suas dependências, uma escola, dotando-a de todos os requisitos necessários, e entregando a sua direção a competentes professores, escola essa que continua a manter ainda, e que está sendo freqüentada por 60 alunos de ambos os sexos, aproximadamente.

A Sociedade Beneficente Síria, agindo de acordo com um dos artigos fundamentais de sua lei básica, concorreu para a consolidação da amizade sirio-brasileira, tendo se associado a todas as manifestações da nação, tanto nas demonstrações de júbilo, como nas de pesar.

A Sociedade Beneficente Síria representa a opinião unânime da colônia síria aqui domiciliada, interpretando os seus sentimentos em todas as suas manifestações.

É pois uma grata efeméride, a que essa instituição hoje comemora.

- Durante o festival tocará a banda do Corpo de Bombeiros, gentilmente cedida pelo exmo. sr. prefeito municipal.


Sr. Abalam Salami, o primeiro presidente da diretoria da Soc. B. Síria
Foto e legenda publicadas com a matéria


Sr. Gandur A. Arbid, atual presidente da S. B. Síria
Foto e legenda publicadas com a matéria


Fachada principal do edifício da Sociedade Beneficente Síria, à Rua Amador Bueno n. 260
Foto e legenda publicadas com a matéria


Aspecto do salão da escola mantida pela instituição síria, durante uma aula
Foto e legenda publicadas com a matéria

No dia seguinte, 12/9/1929, o mesmo jornal A Tribuna publicou (ortografia atualizada nesta transcrição):

Sociedade Beneficente Síria

Comemoração do 25º aniversário de sua fundação

A Sociedade Beneficente Síria esteve, ontem, em festa, por motivo da passagem do 25º aniversário de sua fundação.

A confortável sede própria da sociedade engalanou-se para receber os seus inúmeros associados e convidados.

A parte interna estava caprichosamente ornamentada, com inúmeras flores. A fachada do edifício destacava-se, iluminada com lâmpadas polícromas, oferecendo aspecto festivo.

Quando ali estivemos, à noite, o vasto salão estava repleto, notando-se várias autoridades, os membros mais proeminentes da colônia síria de Santos e de São Paulo, numerosas famílias, representantes da imprensa etc.

No salão térreo achava-se a banda do Corpo Municipal de Bombeiros, que alegrava os convidados com escolhidas peças do seu repertório.

Às 20,30 horas, realizou-se a anunciada sessão solene, presidida pelo sr. Gandur Arbid, que, depois de explicar os fins daquela importante assembléia, passou a presidência do sr. Júlio Conceição, sócio benemérito.

Assumindo a presidência, este cavalheiro deu a palavra a quem dela quisesse fazer uso.

Levantou-se, então, o sr. Rezk Coury, orador oficial da Sociedade, que pronunciou o seguinte discurso:

"Sr. Presidente:

"Minhas senhoras:

"Meus senhores:

"No fundo do Mediterrâneo, olhando para o ocidente, em socalcos de montanhas sucessivas, com uma perspectiva risonha que encobre as monótonas regiões da Arábia, está a Síria, antiga terra dos fenícios, na palavra eloqüente e substanciosa do eminente historiador luso Oliveira Martins. É como um fundo de verdura na longa cena do Mediterrâneo, o dessas encostas dominadas pelo Líbano, cujos cedros simbólicos e seculares se celebrizaram na construção das, então, gigantescas embarcações fenícias, e na ereção do histórico e grandioso templo de Salomão.

"De ocidente para oriente, a respiração do mar beija as florestas viçosas e a onda breve, roça, meigamente, saltitando  nos calhaus da praia reunida, onde se levanta o Carmelo, onde Tiro, Sidon e Biblo se vêm ainda cidades – monumentos das eras remotas, e onde Beirute é ainda o maior porto da Síria e o seu mais importante empório comercial.

"Embora fértil e até ubérrima a sua terra, os sírios, na penúltima década do século passado, cansados pelas exaustivas guerras e pelas mortíferas revoluções de que eram teatro os imensos territórios da Turquia asiática, havia longos anos, não podendo mais suportar o despotismo que lhes infligia o jugo do domínio otomano, fascinados pelo desconhecido, e levados pelo destino vago e onipotente, voltaram os seus olhos para a terra de Colombo... e, a exemplo de seus ascendentes, os fenícios, lá se foram, porém, sem navios e sem armas, levando somente uma grande fé que os iluminava e uma férrea vontade que os dominava, à procura de novas plagas onde pudessem desenvolver o seu gênio industrial e o seu instinto comercial, e onde pudessem viver e progredir na sombra miraculosa da Deusa Liberdade, que tanto ansiavam.

"E as ondas impiedosas iam arrancando, continuadamente, centenas de milhares de sírios resolutos e destemidos, arrojando-os nas regiões férteis e encantadoras das Américas.

"Efetivamente, srs., a emigração síria para o Brasil data de há pouco mais de meio século. O primeiro sírio que teve a suprema ventura de pisar na abençoada terra de Santa Cruz foi o bispo monsenhor Basílio Hajjar, que visitou o Rio de Janeiro em 1874, demorando-se poucos meses, tendo tido, segundo as crônicas da época, uma acolhida encantadora e cativante, e S. M. o bondoso imperador d. Pedro II houve por bem condecorá-lo e cumulá-lo de honrarias e magnanimidades. Nesse mesmo ano, foram vistos a percorrer as ruas da capital os dois irmãos Zakharias, originais de Bethleem, vendendo objetos santificados por eles trazidos da Terra Santa.

"E foi somente três anos depois, isto é, em 1877, que aportaram na majestosa Guanabara os sírios Bulos Lucia e Mansur Abdessalam, sucumbindo este último três meses depois, vitimado pela febre amarela. Foi ele o primeiro sírio que repousou num plácido e infindável sono, sob a terra brasileira, e na sombra protetora do Cruzeiro do Sul.

"O ano de 1880 viu chegar, ao Rio, Nakhlé Zibara, e o de 1882 mais cinco sírios acompanhados de suas famílias; eram estas as primeiras famílias sírias que aqui aportaram. Em 1883 desembarcaram no Rio 20 pessoas, e em 1884 outras treze, seis das quais vieram, algum tempo depois, para Santos. Eram eles: Malek Mattar, sua progenitora e sua esposa; José Trif e Elias Auad. São estes os primeiros sírios que se instalaram na bendita terra dos Andradas, há exatamente 45 anos.

"Em 1885 desembarcaram nas praias brasileiras 13 pessoas, e em 1886 mais cerca de 40, de ambos os sexos. E com o decorrer dos anos, ia aumentando, gradualmente, a emigração síria para o Brasil, orçando, atualmente, em cerca de 200.000 pessoas, o número dos sírios que vivem ao abrigo do glorioso pendão auriverde.

"Em Santos, também aumentava o número de sírios, e, ao raiar a aurora do século XX, eles constituíam uma colônia assaz numerosa, pois o recenseamento procedido por esta Sociedade, em 30 de abril de 1905, dava como residentes em Santos 406 sírios, entre homens, mulheres e crianças. Presentemente, a colônia síria aqui domiciliada conta perto de 2.000 almas.

"Os primeiros sírios que aportaram na cidade de Bartolomeu de Gusmão, desconhecendo por completo o idioma e os costumes do país, e não estando providos de recursos que lhes assegurassem a existência por algum tempo – sofreram toda sorte de privações e tiveram pela frente imensas dificuldades, porém, à custa de árduos trabalhos e pesados sacrifícios.

"Era um quadro desolador, de dor e de miséria, que se deparava aos olhos do observador, o de ver esses infelizes, que deixaram o seu lar e a sua pátria, e, quiçá, parte da sua própria alma, à procura duma sorte melhor – chegarem abatidos e exaustos pela viagem áspera e tormentosa de vários meses, e desembarcarem com a alma turva duma dor consternadora, à cata de trabalho para seu sustento... Quantos sofrimentos... quantas privações... quantos sacrifícios... quanta miséria...

"Era necessário criar uma instituição para assistir e amparar esses pobres recém-chegados... e, foi daí que nasceu a idéia, que, graças à iniciativa, atividade e esforço do sr. José Elias Smaili, se tornou em realidade palpável.

"1904 – décimo primeiro dia do mês de setembro, numa encantadora tarde dominical, banhada pelo sol ardente dos trópicos, há precisamente 25 anos, numa ampla sala da Praça da República n. 12, em casa do falecido sr. Alexandre Zain – nesta mesma praça onde, 360 anos antes, o capitão Braz Cubas fundava o primeiro templo, de todo o Brasil, destinado a aliviar os males dos que sofrem e que fora o Hospital de Todos os Santos – algumas dezenas de sírios, ali reunidos, discutiam animadamente, com ar grave. Reinava grande entusiasmo entre os convivas. Não era a mera e costumeira conversa, tão comum entre compatriotas. Era, pelo contrário, algo de nobre, algo de sublime, aquilo que se discutia, com o ardor próprio dos grandes momentos.

"Realmente, estavam sendo assentados os alicerces duma instituição destinada a suavizar as dores dos que sofrem, a enxugar as lágrimas dos que choram, a mitigar as penas dos que padecem, a praticar, enfim, a caridade, esta filha dileta das almas grandiosas, esta virtude sublime e angelical, que é o bálsamo dos infelizes – erram estes os alicerces da Sociedade Beneficente Síria!

"Srs.: é uma data gratíssima a que hoje comemoramos, e que tantas e tão gratas recordações traz aos corações de todos que cooperaram pelo progresso e grandeza deste templo do bem.

"Não pretendo, neste momento, expor a este nobre auditório a relação detalhada da obra grandiosa realizada por esta Sociedade, desde a sua fundação; pois isso demandaria mais de um grosso volume. O que vou relatar, é unicamente, uma recapitulação generalizada, da vida desta casa, nos 25 anos de existência, benéfica e proveitosa.

"Como era natural, os primeiros anos da sociedade foram inçados de algumas dificuldades, mas a sua ação fez-se sentir no seio da colônia desde os primeiros dias. Animava a todos os seus associados um grande desejo: o de serem úteis aos seus conterrâneos, auxiliando-os em suas necessidades. E esse desejo, viram-no concretizado, graças aos esforços dos mentores da sociedade, que não esmoreceram e foram vencendo galhardamente os obstáculos que se antepunham aos seus nobres intuitos. Em 1907, o grande benfeitor, fervoroso apóstolo da caridade e paladino extremado do bem, sr. Comendador Júlio Conceição, numa bela demonstração de sua espontânea generosidade, doou a esta casa o terreno, para nele erigir o seu edifício.

"A 14 de julho de 1914, com uma pomposa solenidade, foi colocada a pedra fundamental deste edifício, levada a efeito pelo então esforçado e dedicado presidente da sociedade, sr. Assad Chaddad, sob os aplausos unânimes da colônia, iniciando-se imediatamente a construção, e chegando a ser levantada boa parte do prédio.

"Surpreendida pela grande conflagração européia, que tantas desgraças arrastou, a Sociedade Beneficente Síria, mantendo-se sempre fiel aos seus ideais e suas nobres tradições, e vendo aumentado o número dos necessitados, decidiu suspender as obras, para, com maior eficiência, atender aos pobres que lhe batiam às portas a cada momento; e assim preferiu sacrificar, se preciso fosse, seu edifício social, que esteve ameaçado de ruína, em benefício dos necessitados.

"E lá estava ela reunindo os recursos pecuniários que possuía e que conseguiu angariar, desenvolvendo uma atividade enobrecedora, prestando à pobreza, naqueles dias sombrios, relevantes e assinalados serviços de toda a espécie, chegando a instalar, à Rua General Câmara, 157, um posto de abastecimento gratuito, onde distribuía mantimentos a uma onda sem fim de pobres, sem distinção de nacionalidade ou de credos.

"Em 1918, por ocasião da terrível epidemia de gripe que grassava assustadoramente nestas hospitaleiras regiões, ceifando milhares de vidas preciosas, nesses dias tenebrosos em que a miséria e o infortúnio acampavam em muitos lares, via-se a Sociedade Beneficente Síria, representada na pessoa de seus dedicados e extremados diretores, a percorrer as casas dos enfermos, sem distinção de suas condições sociais, levando-lhes com o consolo animador de suas palavras, assistência, medicamentos e alimentos; era o anjo da guarda personificado que zelava, carinhosamente, pela vida dos acometidos por aquele terrível mal.

"Esses belos e admiráveis exemplos de beneficência repercutiram agradavelmente no seio de toda a colônia, e essa colônia soube apreciar e recompensar os atos heróicos de sua sociedade, e mal terminada a guerra, recomeçaram as obras com grande entusiasmo, tendo a ampará-las as numerosas e valiosas contribuições vindas de todos os pontos do Estado, notadamente desta cidade e da Paulicéia, e a orientação segura e sábia, o esforço admirável e a abnegação personificada do seu então presidente, sr. Gandur Arbid, que teve na pessoa do vice-presidente, sr. Chucri Tumani,um auxiliar dedicado e infatigável. E a 26 de agosto d 1922, viu coroados de pleno êxito os esforços despendidos, inaugurando, por essa ocasião, esta sua sede.

"A eficaz ação desta instituição pia, para a proteção dos pobres da colônia, é significativamente assinalada pela não existência, de longos anos, e que muito nos desvanece, de compatriotas a perambularem, de porta em porta, e pelas vias públicas, de mãos estendidas, a mendigar, intimando os transeuntes.

"A instrução não foi esquecida por esta Sociedade, pelo contrário, ela mereceu o especial cuidado de várias diretorias.

"Em 1905 funda-se uma escola, que infelizmente pouco tempo de vida teve, devido ao diminuto número de crianças então existente na colônia, na idade de serem instruídas, e que não passava de 17 alunos.

"Entretanto, a 12 de março de 1923, inaugurava esta Sociedade, numa de suas dependências, a florescente Escola Síria 'Júlio Conceição', por ela ainda mantida, e que está sendo freqüentada por 60 alunos de ambos os sexos, estando aparelhada com todos os requisitos necessários e entregue aos cuidados de competentes professores, nela vigorando o programa do ensino oficial do Estado, além da parte concernente ao ensino da língua árabe.

"A par destes principais acontecimentos, os volumosos arquivos registram, entre outros, o seguinte rosário de benefícios:

"- A repatriação, por conta da Sociedade, de centenas de pessoas desafortunadas, que a sorte não lhes sorriu, ou que as doenças as colheram de surpresa;

"- O internamento em hospitais e a medicação de centenas de enfermos;

"- A intervenção da Sociedade em favor de muitos presos;

"- A locomoção de milhares de recém-chegados, desprovidos de recursos, para várias partes do país e do estrangeiro, notadamente para as repúblicas do Prata;

"- O auxílio a milhares de famílias necessitadas;

"- O enterramento de dezenas de pobres;

"- A mediação e conseqüente liquidação pacífica de questões suscitadas entre compatriotas;

"- A representação da colônia em todos os seus gestos;

"- e finalmente, a ação profícua da Sociedade para o estreitamento dos laços de amizade sirio-brasileira.

"Esta última parte, aliás a que se refere o artigo 2º da lei básica desta casa, mereceu, de todas as diretorias, em todos os tempos, atenção especial e devida, registrando o arquivo social a este respeito centenas de demonstrações, e desnecessário será recordar fatos, os quais são do domínio público, bastando dizer que esta Sociedade associou-se em todas as demonstrações do nobre povo brasileiro, tanto nas manifestações de júbilo como nas de pesar, tendo festejado todas as datas nacionais, com grande carinho e afetuosidade, promovendo sempre festas de confraternização sirio-brasileira.

"Terminada esta exposição, venho, com a alma jubilosa e o coração fremente de prazer, trazer, em nome da diretoria da Sociedade Beneficente Síria, o nosso eterno reconhecimento às preclaras autoridades e distintos convivas, que nos concederam a subida honra de abrilhantarem a nossa festa com a presença de suas ilustres personalidades.

"Desejo, também em nome desta Sociedade, evidenciar, ao amigo sincero e dedicado, ao cidadão patriota e filantrópico, ao coração benfazejo e piedoso, representado na personalidade eminente do comendador Júlio Conceição, a nossa solene gratidão pela imensa série de serviços prestados a esta instituição.

"Congratulo-me com os srs. diretores e consócios pela passagem desta auspiciosa data, que tão de perto nos fala à alma, recordando-nos a história gloriosa de 25 anos de vida da nossa Sociedade; e praza aos céus que esta data se repita centenas de vezes e que este templo beneficente, apoiado na dedicada previdência, zelo e carinho de todos os sírios, continue galgando os degraus da benemerência.

"Aos nossos consócios, que foram descansar na graça do Senhor, deixamos aqui a nossa sentida homenagem de veneração e o nosso preito de saudades.

"A todos que nesta casa trabalharam, dedico as minhas últimas palavras de admiração e de reconhecimento, certo de que no íntimo de suas consciências murmuram, como uma aragem benigna e afetuosa, levantada por esta comemoração, os versos do grande Camões:

"Quão doce é o louvor e a justa glória
Dos próprios feitos quando são soados""

As últimas palavras do orador foram abafadas por prolongadas palmas.

A seguir, falaram os srs. Sadik Khoury, Rachid Salin Suri, dr. José Canan, prof. Taufic Corban e Nagib Tranjan, sendo todos calorosamente aplaudidos.

Terminada a sessão, a diretoria ofereceu aos convidados uma taça de champanha e lauta mesa de doces, trocando-se, por essa ocasião, novos e amistosos brindes.

E, dessa forma, terminou a bela festa da Sociedade Beneficente Síria, comemorativa do 25º aniversário de sua útil e benfazeja existência.


A atual diretoria da Sociedade Beneficente Síria
Foto e legenda publicadas com a matéria

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