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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - MEDICINA - BIBLIOTECA NM
Santa Casa de Misericórdia (30-M)

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Em 1943, o mais antigo hospital e a primeira Irmandade da Misericórdia do Brasil completou 400 anos de atividade, sendo redigidas e compiladas por Álvaro Augusto Lopes estas Memórias dos Festejos Comemorativos do 4º Centenário da Fundação da Santa Casa de Misericórdia de Santos - Novembro de 1943. A obra de 235 páginas foi impressa na Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais Ltda., da capital paulista, em 1947.

Um exemplar foi preservado na Biblioteca Pública Alberto Sousa, que por sua vez o cedeu a Novo Milênio para digitalização, através da bibliotecária Bettina Maura Nogueira de Sá, em maio de 2010 (ortografia atualizada nesta transcrição - páginas 202 a 212):

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Santa Casa de Misericórdia de Santos

Memórias dos festejos comemorativos do 4º centenário da fundação do hospital - Novembro de 1943

Alvaro Augusto Lopes

Redação e compilação

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15 de novembro de 1943

Encerramento das comemorações

Encerraram-se no dia 15 de novembro os festejos comemorativos do 4º centenário de fundação do hospital da santa Casa da Misericórdia de Santos.

Vários atos assinalaram o coroamento das comemorações do importante acontecimento histórico e social, cujo êxito se assegurava desde a cerimônia inicial.

Nesse dia, pela manhã, o novo hospital do Jabaquara, em adiantada fase de construção, foi franqueado à visitação pública, sendo elevado o número de pessoas de todas as classes sociais que percorreram as dependências do majestoso edifício hospitalar.

Comemoração da placa comemorativa

Às 10 horas, no novo hospital, foi realizado o ato inaugural de uma placa de bronze comemorativa do 4º centenário de fundação da Santa Casa.

Além do provedor, mordomo, conselheiros e consultores da tradicional casa de caridade, assistiram à cerimônia, entre outras pessoas gradas, os srs. dr. A. Gomide Ribeiro dos Santos, prefeito municipal; d. Idílio José Soares, bispo diocesano; Polidoro de O. Bitencourt, prefeito de S. Vicente; sr. Nelson da Veiga, representando o delegado auxiliar de Polícia; prof. Clementino Fraga, prof. Ernesto de Sousa Campos, tenente-coronel Pinto Pessoa, comandante interino do 1º Grupamento de Artilharia de Costa; dr. Euclides de Campos, diretor do Fórum; dr. Ismael Coelho de Sousa, inspetor geral da Cia. Docas; prof. Luis Damasco Pena, delegado regional do ensino; representantes de entidades culturais e trabalhistas, legionárias e socorristas.

Com a presença de autoridades militares, civis e eclesiásticas, magistrados, Mesa Administrativa da Santa Casa, classe médica de Santos e grande número de pessoas de representação social, foi realizada, às 10 horas, a cerimônia da inauguração da placa comemorativa da passagem do quarto centenário da nobre instituição, fixada no hall de entrada do novo hospital.

Em nome da Mesa Administrativa da Irmandade, fez uso da palavra o dr. Silvio Fortunato, 2º secretário, que pronunciou significativa oração. S.s. acompanhou a laboriosa existência da Irmandade e o desenvolvimento do hospital, que não desmentiu os nobres ideais de solidariedade humana de seu fundador e que, com auxílio de limitado número de corações generosos e abnegados, pode, durante quatro séculos, conservar suas portas abertas, de geração em geração, atenuando o sofrimento e a dor de um sem número de enfermos.

Acentuou que a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Santos se sentia orgulhosa pela satisfação do dever cumprido e ao mesmo tempo reconhecida pelo auxílio recebido dos poderes públicos federais, estaduais e municipais, motivo por que, prevalecendo-se do ensejo, e traduzindo seu júbilo e gratidão, perpetuava no bronze que se inaugurava o seu perene reconhecimento.

A convite do sr. Benedito Gonçalves, provedor da Irmandade, procedeu ao descerramento da placa o revmo. d. Idílio José Soares, bispo diocesano.

A placa inaugurada contém as seguintes inscrições, em alto relevo:

"1543 - 1943 - IV Centenário - Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos - Getúlio Dorneles Vargas, presidente da República - Fernando de Souza Costa, interventor federal em São Paulo - A. Gomide Ribeiro dos Santos, prefeito municipal - d. Idílio José Soares, 3º bispo diocesano - Ciro de Ataíde Carneiro, presidente do Conselho Geral - Henrique Solér, presidente do Conselho Deliberativo.

"Mesa Administrativa - Benedito Gonçalves, provedor; J. J. Azevedo Marques, vice-provedor; Gervásio Bonavides, 1º secretário; Silvio Fortunato, 2º secretário; Sinval B. Coelho e Melo, 1º tesoureiro; Josino Araujo Maia, 2º tesoureiro; Vidal Behor Sion, mordomo geral.

"Manoel Hipólito do Rego, consultor; Lincoln Feliciano, consultor; Pedro Borges Gonçalves, consultor; Alberto Aulicino, consultor; Sócrates Aranha de Menezes, consultor.

"Othon Feliciano - diretor clínico; A. Guilherme Gonçalves - vice-diretor clínico".

Chegada do embaixador Macedo Soares

O embaixador Macedo Soares, representante especial do presidente da República, chegou às 12 horas à nossa cidade para presidir aos atos de encerramento das comemorações, sendo s. excia. aguardado na estação da Inglesa pelos mesários da Santa Casa, pelo representante do prefeito municipal e por um grupo de amigos e admiradores.

Almoço oferecido pela Prefeitura Municipal

Em ambiente de acentuada distinção e intensa cordialidade, foi realizado, às 13,30 horas, no Parque Balneário Hotel, o almoço oferecido pela Prefeitura Municipal de Santos em homenagem à Mesa Administrativa da Irmandade e às altas personalidades que participaram das festividades comemorativas.

O ágape, que constituiu acontecimento de expressiva sociabilidade, teve a participação de altas autoridades civis e eclesiásticas, as figuras mais representativas dos nossos meios sociais e comerciais, classe médica de Santos, exmas. damas de nossa sociedade, Mesa Administrativa e corpo clínico da Irmandade aniversariante, representantes da imprensa e demais pessoas gradas.

À mesa principal, tomaram lugar as seguintes pessoas: embaixador José Carlos de Macedo Soares, representante especial do presidente da República; dr. Antônio Gomide Ribeiro dos Santos, prefeito municipal, e exma. sra. d. Ambrosina Sales Gomide Ribeiro dos Santos, presidente do centro municipal da Legião Brasileira de Assistência; professor Clementino Rocha Fraga, da Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil e da Academia Brasileira de Letras e que presidiu a Semana Médico-Social; d. Idílio Soares, bispo diocesano; exma. sra. Clementino Fraga; tenente-coronel Paulo Rosas Pinto Pessoa, comandante da Fortaleza de Itaipu e comandante interino da Guarnição Militar de Santos, S. Vicente e Guarujá e do 1º Grupamento de Artilharia de Costa e representando o ministro da Guerra; capitão-de-mar-e-guerra Francisco Pedro Rodrigues da Silva, capitão dos Portos do Estado e representando o almirante Aristides Guilhen, ministro da Marinha; professor Ernesto de Sousa Campos, do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e representando o dr. Gustavo Capanema, ministro da Educação; exma. sra. Ernesto de Sousa Campos; dr. Afonso Celso de Paula Lima, delegado auxiliar divisionário de Polícia e exma. sra.; sr. Benedito Gonçalves, provedor da Irmandade e exma. esposa; monsenhor Luis Gonzaga Rizzo, vigário geral da diocese; dr. Euclides de Campos, diretor do Fórum; dr. Lincoln Feliciano, presidente da Sub-Seção de Santos da Ordem dos Advogados do Brasil; sr. Henrique Soler e exma. sra.; sr. Francisco Paino, diretor administrativo da Prefeitura Municipal; sr. João Teófilo de Medeiros, inspetor da Alfândega, representando o dr. Artur de Sousa Costa, ministro da Fazenda; sra. Sinval B. Coelho e Melo; sra. Hernani Boto de Barros; sra. Pedro Borges Gonçalves; dr. Polidoro de Oliveira Bitencourt, prefeito municipal de São Vicente.

À sobremesa, oferecendo o almoço em nome da Prefeitura Municipal, falou o dr. Antônio Gomide Ribeiro dos Santos, que proferiu brilhante oração, pondo em relevo o significado da efeméride que se comemorava. Enalteceu a presença do embaixador José Carlos de Macedo Soares, representante especial do chefe da Nação, ressaltando ainda o notável trabalho de benemerência social empreendido pela Santa Casa nestes quatro séculos de sua profícua existência. Encareceu a atuação desenvolvida pela Mesa Administrativa da quadri-secular instituição.

Seguidamente, interpretando os agradecimentos da Mesa Administrativa, fez-se ouvir, em expressivo discurso, o dr. Gervasio Bonavides, curador geral da comarca e 1º secretário da Irmandade, que assim se exprimiu:

Discurso do dr. Gervasio Bonavides

"Ao encerrar-se hoje o ciclo das memoráveis solenidades com que o engenho humano brindou na mais alta expressão verbal, por dias sucessivos e faustosos, na poeira dourada dos aplausos, a multi-secular instituição da Misericórdia de Santos, pelo transcurso de sua recuada longevidade, a serviço de Deus pelo bem geral da humanidade, trouxe-nos o sr. prefeito municipal, o dr. Antônio Gomide Ribeiro dos Santos, para esta festa de marcantes ressonâncias em nosso meio social.

"O açoite traiçoeiro das circunstâncias imprevistas, privou-nos, por um acidente ocasional, do grande orador desta cerimônia. O dr. Antônio Feliciano da Silva, conselheiro administrativo, afeiçoado carinhosamente a esta terra e à sua gente, e representante do exmo. sr. dr. Fernando costa, interventor federal deste Estado, fora antecipadamente indicado, com os louvores unânimes da Mesa Administrativa, para se fazer ouvir, em nome dela, no desfecho desta festa, de tão altas magnitudes pela representação mental dos valores que a enriqueceram.

"E a sua palavra e a sua voz e o gênio de sua eloqüência seriam necessariamente o esplendor da inteligência a sacudir a alma humana no mesmo ritmo das belas vibrações com que nos acostumáramos a escutá-lo na tribuna judiciária, na tribuna parlamentar e nos comícios populares.

"Porém, sr. prefeito municipal, ainda agora, as suas palavras fizeram eco, encheram a nossa sensibilidade em tocante harmonia sentimental, pela alta compreensão que decorre do homem público na direção do governo. Palpitante de atualidade, orientada, sobretudo, pelo bom senso e pelos superiores propósitos de elevação moral e política, a palavra de v. excia. foi uma clareira de realidades plenas, nos domínios da administração pública.

"De resto, a ação de v. excia. em relação à Santa Casa, em nome da qual me incumbe o dever de expressar o seu profundo e desmedido reconhecimento, é decisiva e de apoio material relevante, por isso que ganha altura, nas planícies imortais do Jabaquara, o novo edifício do hospital, a cujas primeiras pedras se deve a abnegação daquele varão ilustre, que foi Alberto Baccarat, e será ele, em breve, uma ponta luminosa no curso sensacional da civilização contemporânea.

"Com a mesma coordenação de idéias, agem os mais altos poderes públicos da República e do Estado. O chefe da Nação, sr. dr. Getúlio Vargas, aqui tão bem representado pela figura insinuante do exmo. sr. embaixador José Carlos de Macedo Soares, voltou-se para esta obra, tão superiormente identificado com a assistência particular e assistência pública, dando-lhe respeitável contribuição, que veio arrancá-la da lamentável e angustiosa tirania orçamentária. E o sr. interventor Fernando Costa abriu-lhe os braços, em largo amplexo, amigo e generoso, para que se generalizasse a sementeira ideal da caridade cristã.

"Por todas essas manifestações, que são o doce apanágio da alma viril da nacionalidade, não há de perecer, jamais, o sodalício que homenageamos, em cujas arcadas seculares se agasalham, arquejantes, os gemidos e as dores dos pobres sofredores.

"O alegre semblante desse meio-ambiente, ornado de tantas flores, par que, no delírio de suas cambiâncias, a visão se perca e se dilua na formosura dos seus painéis, é bem uma força emocional, a convidar evocações, onde a inteligência vai cavar, nos recôncavos de sua fluência nervosa, o sulco de bondade, que vincula os homens às coisas superiores do pensamento.

"Desse jeito, e por essa forma, entretém-se o espírito, a largos fôlegos, nas miragens interiores, donde reflui o milagre dos sentimentos comuns de solidariedade.

"Leão XIII, no grandioso portento de seu gênio criador, entendeu que a caridade não exclui a justiça, por isso que ambas se completam, e Cartier, insigne pensador gaulês, afirma que 'a justiça de hoje é a caridade de ontem, a caridade de hoje será a justiça de amanhã'.

"Justiça e caridade são virtudes morais, que a consciência universal consagrou como os mais sábios princípios que inspiram a vida dos indivíduos e das sociedades.

"A caridade se contrapõe ao orgulho e ao egoísmo, ainda na lição de Leão XIII, e é grande força espiritual que o fenômeno jurídico, na variedade dos seus aspectos, precisa para disciplinar e dirigir a comunidade humana.

"A psicologia social contemporânea assiste, atônita e estarrecida, o evolver truculento da Força, esmagando povos, derrubando civilizações, à passagem das hordas bárbaras, caldeadas na nevrose mental de hegemonia ou, como melhor diga, o espírito de principado da teologia cristã, desejo de poder, na expressão de Hobbes, vontade, mando, na conceituação de Nietzche, ou ainda, imperialismo, força bruta, como quer Plissier. Elas passarão, decerto; e, sobre as suas ruínas, como a arca santa, iluminando o mundo, a consciência jurídica assentará de novo os alicerces de um mundo melhor e mais perfeito, porque ela organiza a vida social e assegura a atividade dos indivíduos.

"Se a floresta é densa e vasta, sobre ela se derrama abundante a fúlgida luz do sol, luz que se insinua pelas clareiras que a rasgam, e pelos caminhos que a sulcam em todas as direções.

"A conseqüência, lógica e fatal, dessa desordem que enrola o mundo numa fogueira crepitante - digamos, com coragem e sem respeito humano - é a destruição do reinado de Cristo e a sua ausência, no meio social, pela concepção dos Estados modernos naturalistas, que destroem a formação espiritual que ele criou e fomentou, com seu sofrimento, com o seu sangue, sem azedumes, em benefício da rendição do gênero humano.

"Desde o fim da Idade Média entram pela história moderna essas desordens que se apóiam na violência, por meio de um agnosticismo grosseiro, que,  bem dizer, não seduz e nem se apóia em sérias especulações filosóficas.

"Certo, meus senhores, nesse remate final, tenho os meus olhos voltados para Deus, no instante em que cultuamos a caridade, em emulação piedosa, no interesse da indigência, que o generoso povo santista acode com uma soma apreciável de esforços para que Ele derrame, sobre nós, a unção de suas bênçãos e faça com que, à sombra dos seus ensinamentos sábios e eternos, realize o Brasil, no templo da paz, ou nas asperezas da guerra as suas heróicas predestinações históricas".

Palavras do embaixador Macedo Soares

O embaixador Macedo Soares, de improviso, agradeceu as palavras com que o prefeito municipal e o porta-voz da Santa Casa se referiram à sua personalidade.

Em seguida, disse s. excia.: "Poucos sabem que a vida política de José Bonifácio de Andrada e Silva durou 2 anos, 5 meses e 22 dias. Foi depois para o exílio, o que não impediu que o povo o consagrasse e o abençoasse como Patriarca da Independência. Espírito regionalista, José Bonifácio tudo fez no sentido de que a independência se proclamasse em Santos, sua terra".

E contou o orador curioso episódio sobre um convite que José Bonifácio fizera a d. Pedro para visitar a Fortaleza de Santos, não com esse propósito explícito, mas para propiciar a proclamação da independência, naquela ocasião, em terras santistas. Um contratempo, entretanto, impediu que se efetivasse o propósito louvável de José Bonifácio, de maneira que a independência, ardentemente sonhada e forjada pelo grande estadista, não teve seu berço no solo santista.

Continuando, o embaixador Macedo Soares afirmou que S. Paulo é a quarta República da América: a primeira, os Estados Unidos; a segunda, o Brasil; a terceira, a Argentina; e a quarta, S. Paulo. São Paulo, que orgulha todo povo brasileiro pela potencialidade do seu parque industrial, pela sua vida pecuária, agrícola e comercial. E Santos, diante do extraordinário progresso do estado de S. Paulo, evidencia-se como grande porto, o primeiro da América Latina.

Homenageando a mulher santista, o embaixador Macedo Soares convidou o sr. Lima Neto a declamar Religião, de Martins Fontes.

E o sr. Lima Neto disse não só aqueles maravilhosos versos do grande poeta de Santos, mas também Nosso Brasil, de sua autoria.

Encerrando a reunião, dr. A. Gomide Ribeiro dos Santos levantou o brinde de honra ao presidente da República, representado pelo embaixador Macedo Soares.

Durante o almoço, foi servido o seguinte cardápio: "Medalhões de Fígado de Ganso em Geléia, Delícias Mascote, Presunto à São Daniel, Língua Tártara e Ovos Suzy; Suprème de Robalo, Cleópatras e Croquetes Bristol; Folheados Financeira; Peru Assado e Legumes Parisiense; Bolo Nevado Surpresa; Café e Vinhos".

Te Deum

Às 17 horas, na capela do hospital da Santa Casa, foi celebrado solene Te Deum pelo bispo diocesano, d. Idílio José Soares.

Assistiram ao imponente ato religioso todos os membros da Mesa Administrativa da Santa Casa, conselheiros e consultores, autoridades civis e militares, examas. senhoras, representantes de entidades culturais e conservadoras.

O Te Deum foi celebrado com toda pompa e imponência litúrgicas, constituindo uma das mais brilhantes cerimônias que marcaram as comemorações do 4º centenário de fundação da Santa Casa.

Sessão solene de encerramento no Consistório da Irmandade

Constituiu acontecimento da mais alta significação social a sessão solene de encerramento das festividades comemorativas do IV centenário de fundação da Irmandade de Santa Casa da Misericórdia de Santos, realizada à noite, com início às 21,30 horas, no consistório "João Batista Ribeiro".

A brilhante solenidade teve a assisti-la autoridades civis, militares e eclesiásticas, as figuras mais representativas de nossa sociedade, classe médica de Santos e avultado número de pessoas gradas.

A cerimônia foi presidida pelo embaixador José Carlos de Macedo Soares, representante especial do presidente da República, tomando ainda lugar à mesa de honra as seguintes pessoas: dr. Antônio Gomide Ribeiro dos Santos, prefeito municipal; d. Idilio José Soares, bispo diocesano; sr. Benedito Gonçalves, provedor da Irmandade; sr. Clementino Fraga; sr. João Teófilo de Medeiros, inspetor da Alfândega de Santos e representando o dr. Artur de Sousa Costa, ministro da Fazenda; capitão-de-mar-e-guerra Francisco Pedro Rodrigues da Silva, capitão dos Portos do Estado de São Paulo e representando o sr. ministro da Marinha; tenente-coronel Paulo Rosas Pinto Pessoa, comandante da Guarnição Militar de Santos, S. Vicente e Guarujá e representando o general Eurico Gaspar Dutra, ministro da Guerra; prof. Ernesto de Sousa Campos, representando o ministro da Educação; prof. Cândido Mota Filho, diretor geral do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda; e dr. Ciro de Ataide Carneiro, presidente do Conselho Geral da Irmandade.

Inicialmente, fez uso da palavra o embaixador Macedo Soares, que declarou aberta a sessão, em nome do presidente da República.