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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CORREIOS
Carteiro! (1)

Correio regular só começou em Santos em 1798
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A cidade de Santos teve três instalações principais do Serviço Postal: em dependências do antigo Colégio de Jesuítas (atual Praça da República), num prédio ainda existente na Praça Rui Barbosa e as atuais, inauguradas em 1924 na Rua Cidade de Toledo, ao lado do Paço Municipal.

Sobre este serviço, relembra Fernando Martins Lichti, em sua Poliantéia Santista (volume III, 1996, publicado junto com a 2ª edição da História de Santos de Francisco Martins dos Santos, Editora Caudex Ltda., São Vicente/SP):


O serviço de Correio funcionou primeiro no prédio do antigo Colégio dos Jesuítas, no século XIX
Foto: Indicador Santense - 1912, publicado em Santos/SP por Laercio Trindade

Serviço Postal de Santos

Até o final do século XVIII, não existia em Santos nenhum serviço regular de correios, quer marítimos ou terrestres, fato que prejudicava não só os interesses locais, como os de toda a Capitania de São Paulo, concorrendo para a decadência progressiva de todas as atividades de produção, pela falta de comunicação entre o interior paulista e a praça santista com o seu porto.

O estabelecimento do serviço de correios na Capitania de São Paulo foi terminantemente proibido por Ordem Régia de 26 de abril de 1730, por D. João V, no tempo em que Antônio da Silveira Caldeira Pimentel era o capitão-general da Capitania.

Depois de várias tentativas de estabelecimento do serviço de correios na Capitania - como a nomeação a 16 de dezembro de 1734 de João de Azevedo Loureiro para o cargo de Correio-Mor, entre a Vila de Santos e a Capitania de S. Paulo para o Reino, cargo que ocupou somente a 28 de fevereiro de 1736 -, foi no reinado de D. Maria I, sob a regência do seu filho D. João, que, por alvará de 20 de janeiro de 1798, ficou instituído - em caráter permanente - um serviço postal entre a Metrópole e o Brasil e entre as diversas capitanias deste.


O Correio no prédio do antigo Colégio dos Jesuítas, na atual Praça da República
(detalhe da foto superior)

O correio da Capital a Santos foi inaugurado a 27 de julho de 1798. A correspondência devia seguir por via marítima de Santos até o Rio de Janeiro. Entretanto, o governador Antônio Manuel de Mello Castro estava empenhado em instalar um outro que fosse por terra, de São Paulo ao Rio de Janeiro, de modo a facilitar as comunicações entre o interior paulista e os principais portos, nos quais se achavam embarcações para levar a correspondência recebida destinada à Metrópole.

Depois da instalação dos correios entre a Capital e Santos - a 27 de julho de 1798 -, no dia seguinte, 28 de julho, por decreto do capitão-general Antônio Manuel de Castro e Mendonça, foi nomeado administrador para o Correio da Vila de Santos o capitão João da Costa Aguiar.

A 14 de outubro de 1800 o mesmo capitão-general Antônio Manuel de Mello estabelecia as linhas postais entre as vilas de São Paulo, Itu, Paranaguá e S. Sebastião, favorecendo a comunicação de Santos com esses pontos da capitania.

O serviço de entrega de correspondência em domicílio, em Santos, foi iniciado a 21 de dezembro de 1844, pelo decreto nº 399. Embora o quadro de carteiros se encontrasse instituído pelo decreto nº 255, de 29 de novembro de 1842, só começou a funcionar com a vigência desse regulamento.


Prédio dos Correios no Largo do Rosário (atual Praça Rui Barbosa), cerca de 1910
Foto: coleção Werner Vana/SP

No começo deste século (N.E.: século XX), o correio santista estava localizado na Praça Rui Barbosa, onde funcionou até a inauguração do seu prédio próprio, a 30 de novembro de 1924, localizado na Praça Mauá, entre as ruas D. Pedro II e Augusto Severo, onde funciona ainda hoje (N.E.: esse trecho de rua tem o nome de Cidade de Toledo; já na Praça Mauá funcionou, até a década de 1970, o serviço de recepção e expedição de telegramas).

O "Colix Posteaux" foi instalado em 23 de dezembro de 1924, pelo decreto-lei que regulamentou este serviço, autorizando a sua execução diretamente à administração de Santos, assim como ao de outras localidades.

A 20 de março de 1969 foi criada a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em substituição ao antigo Departamento de Correios e Telégrafos (DCT) do Ministério da Viação.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos se caracteriza por ser uma empresa pública, vinculada ao Ministério das Comunicações, regida pela legislação federal e por estatuto próprio, aprovado em 17 de julho de 1969, através do decreto-lei nº 72.897, de 9 de outubro de 1973.

A antiga denominação de Zona Postal de Santos foi extinta em 1990, passando a ser chamada Região Operacional-11-Santos (Reop-11-STS), subordinada à Diretoria Regional de São Paulo. Em 1990, foi incorporada à subordinação da Reop-11-STS a região correspondente ao Litoral Norte do Estado de São Paulo (Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela), anteriormente subordinada à Região Operacional de São José dos Campos.[...]

Atualmente (N.E.: 1996), na cidade de Santos, são entregues diariamente, em média, 270.000 objetos por dia (encomendas, cartas, telegramas etc.), com um efetivo de 134 carteiros e 11 mensageiros. A Região Operacional de Santos abrange, na atualidade, a Baixada Santista, Litoral Sul e Norte de São Paulo e o Vale do Ribeira. [...]


Prédio atual dos Correios e Telégrafos na Rua Cidade de Toledo, inaugurado em 1924
Foto: cartão postal da década de 1930, coleção Laire Giraud

Vale recordar que Santos foi um dos pontos mais importantes na costa brasileira para o correio marítimo, em toda a história brasileira. Essa importância continuou durante o ciclo da economia cafeeira, simultâneo com o desenvolvimento do serviço telegráfico, pois a necessidade de rapidez no envio e na recepção de mensagens com as cotações do café tornou Santos ponto estratégico para as telecomunicações nos tempos do telégrafo.

Com o surgimento do correio aéreo, novamente a baía de Santos serviu como local de pouso dos primeiros hidroaviões que estabeleceram linhas regulares de correio e passageiros com a América do Norte, a Europa e demais países sulamericanos. Essas histórias estão na série Nas asas da Panair, dos franceses e do Condor. Na mesma época, também os balões dirigíveis (zepelins) fizeram transporte de correio e passageiros nessas rotas internacionais, com escala em Santos, como é relatado na série No tempo dos zepelins.


Selo comemorativo dos "200 anos do Regulamento Provisional da Administração Geral dos Correios", obliterado na agência dos Correios da Avenida Pedro Lessa, em Santos, em 25/5/2009


Peça postal alusiva ao cruzeiro Shakedown realizado pelo navio estadunidense Phoenix em 23 de dezembro de 1938, expedido na manhã desse dia no porto brasileiro de Santos

Imagem: captura de tela, site de leilões EBay, em 12 de março de 2010

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