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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Clubes
AMS - Associação dos Médicos de Santos (2)

Este histórico foi assim publicado em 1999 no site da própria Associação dos Médicos de Santos (consulta ao site feita em 27/4/2008):

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   Associação dos Médicos de Santos - AMS
   OS TEMPOS HERÓICOS
O Parque Balneário Hotel, no coração do Gonzaga, na década de 30      1939 foi um ano complicado. Havia dois anos que a Polaca, a Constituição autoritária de Getúlio Vargas, instalara o Estado Novo e seu Tribunal de Segurança Nacional aplicava o conceito de um governo "liberto das peias da democracia liberal", a torto e a direito - "muito torto e nenhum direito", garantia o escritor Graciliano Ramos, desde o fundo da cela da prisão. Ou como preferia Carlos Drumond de Andrade retratando a época: "O espião janta conosco".

     Santos ainda espiava as conseqüências da revolução de 32. Mas o fazia ao som das "ondas radiofônicas", o novo e poderoso meio de comunicação que trazia os discursos de Getúlio, mas trazia também Chico Alves, Araci de Almeida, Carmem Miranda, Dalva de Oliveira, Ataulfo Alves, Lamartine Babo, Pixinguinha... Cantava-se "Camisa Listrada", o grande sucesso da época, como uma homenagem a Noel Rosa, que partira, para nunca mais, em 37.

     Era uma cidade em vertiginoso crescimento, acompanhando a Capital do Estado, onde "eram caminhões bondes autobondes anúncios-luminosos relógios faróis motocicletas telefones gorjetas postes chaminés... eram máquinas e tudo na cidade era só máquina", nas palavras de Mário de Andrade, que dispensou as vírgulas para imitar, no papel, o ritmo frenético da vida.

Para os jovens paulistanos, Santos era uma aventura serra abaixo com seus automóveis.      Santos era o paraíso dos dândis paulistas com seus hotéis de luxo, uma ilha dos mais iguais que os outros, que podiam ver "The Public Enemy", filme censurado pelo Departamento de Imprensa e Propaganda, em sessões privadas. Uma transgressão chic, que ajudava a trazer James Cagney e a "vênus platinada" Jean Harlow, para o centro dos modismos. Os "despachos telegráficos" dos jornais, substituídos rapidamente pelo "jornal da tela". E bom mesmo eram as noites regadas a champanhe no Miramar, na Conselheiro Nébias - "vá ainda que chova", dizia o slogan - para ver o must do momento: Carlos Gardel. Fazia um ano que o Porto de Santos fora elevado à condição de terminal de primeira classe e o café jorrava o dinheiro que gerava famas, enchia cassinos, lotava as ruas de Motoblocks e Fords, aquelas "máquinas maravilhosas".

 

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