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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - GREVE!
Jornais operários santistas

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Santos já teve muitos jornais dedicados às causas dos trabalhadores. Muitos deles estão relacionados no livro História da Imprensa de Santos, publicado em 1979 pelo jornalista Olao Rodrigues e impresso na Gráfica A Tribuna, em Santos/SP. São dessa obra os tópicos referentes a esse tema:

O Caixeiro - 1879 - Sob o título O Caixeiro, o minúsculo jornal, em seu cabeçalho, assinalava: "Jornal comercial, noticioso, literário e recreativo. Publicidade de uma associação anônima. Advogado dos caixeiros. Redação: Rua General Câmara, 63. Publica-se aos domingos. Ano I - Santos, 7 de setembro de 1879 - Número 1"

Abrindo o jornalzinho, o artigo-programa: "Não é com interesse que sempre se estão dando a aparição de jornais, livros e periódicos de todos quantos os vêem. O Caixeiro não intervirá nos negócios políticos. É exclusivamente criado para estudar por meio do trabalho relativo à vida dos empregados no novo sistema consentâneo com a vida do homem".

Transcirto ipsis-literis. Circulava com 4 páginas. A Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos, que os guarda avaramente no cofre, como preciosidade, dispõe dos números 1 a 9 e ainda do 11, faltando, portanto, o 10.

Só saíram 11 números. No número 9, o jornalzinho rejubilava-se com a fundação da Associação Humanitária dos Empregados no Comércio, por cuja instituição pugnou e foi o escopo de seu surgimento. Sua tiragem foi de 1.000 exemplares. Porém, do número 6 por diante, mais 1.000.

Agora que a gloriosa Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos comemora o centenário de sua fundação, o velho jornal dos caixeiros - como se chamavam os empregados no comércio -, o velho jornal, repetimos, ganha maior saliência e mérito porque, como acentuamos, muito se bateu pela união da categoria e pela fundação de uma entidade que os amparasse e protegesse os seus elementos.

Em 1890 surgiu outro jornalzinho com igual nome, dirigido e redigido por Alfredo Ramirez Esquível, curiosamente também diretor, e ativo, da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio.

O Tipógrafo - 1885 - No dia 18 de outubro de 1885 foi lançado o pequeno jornal O Tipógrafo. Era jornalzinho feito por tipógrafos com o louvável escopo de propagar a união e a defesa da classe. Mas não pegou. Ou por insuficiência de receita ou por omissão da própria classe, certo é que O Tipógrafo viu-se obrigado a cessar a publicação. Velhos cronologistas dizem que houve outros motivos mais sérios que impediram a circulação do jornalzinho.

A Ação Social - 1892 - Em 1892 o dr. Silvério Fontes, genitor do poeta Martins Fontes, lançou o primeiro jornal de doutrina socialista sob o título de A Ação Social. Não foi bem compreendido nem entendido pelo público santense da época, mas deixou as raízes de que Santos se tornara a pioneira no Estado e no País do movimento socialista, não o radical, o comunizante, mas o de conceito filosofal pregado e professado por Karl Marx.

Anos depois surgiu A Questão Social, órgão oficial do Centro Internacional, dirigido também pelo dr. Silvério Fontes, com o concurso do professor Carlos de Escobar e dr. Raimundo Sóter de Araújo.

O alheamento do público serviu para convencer Silvério Fontes de que o Socialismo constituía doutrina assaz avançada para a época. Ele se adiantara!

O Operário - 1892 - O Operário era outro órgão de publicidade de formato minúsculo. Semanário. Circulava aos domingos. B. Figueiredo Ramos seu redator principal. Folha de tendência socialista, com alguma penetração nas classes trabalhistas. Temos em nosso poder a xerox de número 3, editada a 30 de outubro de 1892. A assinatura custava 4$000 por três meses e o número avulso 400 réis. Segundo o expediente, a folha aceitava anúncios. Todo negócio de interesse deveria ser tratado provisoriamente no Restaurante Socialista, à Rua General Câmara, 108. A redação, chefiada por Benedito Figueiredo Ramos, solicitava aos jornais em geral o serviço de permuta.

Nesse número 3, do 1º ano, inseria-se artigo de fundo com este trecho inicial: "Os horizontes mostram-se turbados, as nuvens correm de sul a leste, e o câmbio que parecia conservar-se tranqüilo já não confia em seu apoio. Triste! Os governos não inspiram confiança e o crédito do Brasil, como o de toda nação que se regula pela confiança externa, parece que vai desaparecendo. Muito triste! A República, que era esperada para salvar a Pátria, não correspondeu à expectativa: os vendilhões do templo têm-se incumbido de prostituí-la! Tristíssimo".

Ainda na primeira página dessa edição, notícia sobre conflito entre praças de linha e política, ocorrido a 23 de outubro daquele ano de 1892, em que os policiais foram completamente batidos e a razão estava com os elementos de linha. O Operário profligou o acontecimento, acentuando "que não é para fazer badernas e demonstrações de força que o Governo paga a essas praças. Enquanto brigam, o povo, pobrezinho, fica desprotegido e sem qualquer segurança!".

A Questão Social - 1895 - Em 1895-1896 preponderava entre a classe dos trabalhadores - trabalhadores inteligentes que se interessavam pela evolução social da sua categoria e sabiam de sua força coletivista - o jornal A Questão Social. Órgão do Centro Socialista de Santos, eram seus diretores Silvério Fontes, Raimundo Sóter de Araújo e Carlos de Escobar. Publicava-se quinzenalmente. Sua redação ficava na Praça da República, 48. No cabeçalho do jornal, baixo do título, o famoso preceito: "Um por todos e todos por um".

Em seu primeiro número, saído a 15 de setembro de 1895, o artigo de apresentação assim começava: "Apresenta-se hoje na arena jornalística A Questão Social defendendo uma causa justa - a reivindicação dos direitos do proletariado. Na Europa, onde o Socialismo chegou a seu período de maturação histórica, a propaganda vem fazendo grande proselitismo. Ali, como na América do Norte, não se confunde a doutrina, que já entrou em sua fase positiva, como a idealizou Thomaz Morus".

E concluindo: "Oxalá o esforço que ora fazemos, pugnando pela doutrina regeneradora, encontre eco em todos os que compreendem o alcance das leis altruísticas, em todos os que combatem pelo nivelamento das classes, entrando com o contingente de sua colaboração para que se levante, em breve, o majestoso edifício da solidariedade e da justiça social".

Santos foi o primeiro núcleo do Socialismo no Brasil e, por certo, na América do Sul. Aqui entre nós se instituiu o Centro Internacional por iniciativa de Silvério Fontes, que veio a ser genitor do poeta Martins Fontes. Socialismo marxista, filosófico, e não o Socialismo político, radicalizante ou comunisante. Silvério Fontes, o grande santista de Sergipe, por sua vez, foi o primeiro socialista no Brasil.

Como sublinhou o erudito Hugo Santos Silva em conferência realizada na Associação dos Médicos de Santos, a 11 de fevereiro de 1958, sobre a vida e a obra de Silvério Fontes, o médico, sociólogo e livre-pensador sergipano foi "uma anterioridade de experiência, tanto quanto representação apriorística do que se julgara estar demonstrado. Dessa antecedência, considerada como fundamental, no conhecimento da evolução psicológica, que está à base de todos os instintos e mesmo de inúmeros fenômenos orgânicos, o Manifesto Social que Silvério Fontes lançou, muito se distanciou. Ali, muito mais tarde, aí por volta de 1923, o próprio Silvério Fontes, com aquela franqueza tão sua, reconheceu que sua profissão de fé socialista era, para a época, muito avançada, sobretudo pelo seu feitio nitidamente coletivista. Silvério Fontes foi um antecipado!".

Voltando ao tema A Questão Social, o jornalzinho de 28x17, de Silvério Fontes, Sóter de Araújo e Carlos de Escobar, diremos que seu número 15 abria com artigo e notícia sobre 1º de maio de 1896, preconizando que estaria breve a fase do reconhecimento dos direitos dos trabalhadores, "merecedores de uma existência farta e feliz".

A redação da folha já então ficava na Rua General Câmara, 158. A assinatura por série de 24 números custava 5$000 e o número avulso $200.

A Greve - 1897 - A Greve era órgão das classes trabalhadoras, reconhecida como defensora intransigente de seus interesses. Formato de  25x37. 4 páginas. A classe patronal respeitava-o e até o temia, numa época em que não havia direitos nem deveres à categoria trabalhista. Dirigia-o B. Figueiredo Ramos. Seu primeiro número saiu a 19 de outubro de 1897.

O Proletário - 1911 - Surgiu a 3 de junho de 1911 o jornal O Proletário, que, como indica o título, era folha de união e defesa operária de Santos. Em seu artigo de apresentação sublinhava que os proletários ganharam, enfim, um elemento de comunicação que lhes protegerá e preservará os legítimos direitos, mas para tanto devem constituir-se em bloco coeso, uno, valoroso e, acima de tudo, pacífico e respeitador dos preceitos político-sociais.

Registrando o lançamento de O Proletário, A Tribuna assim se manifestou em sua edição de 4 de junho de 1911: "Apareceu ontem nesta cidade mais um jornal, cujo programa é a defesa das classes trabalhadoras, para cuja emancipação trabalhará à medida de suas forças. De feitio pequeno, porém cheio de boa colaboração, O Proletário está sujeito a brilhante futuro, pois para isso logo concorrerão os esforços dos seus redatores e a boa aceitação que lhe dispensou o público santense. E isso é o que almejamos nós".

Tribuna Proletária - 1920 - No dia 8 de novembro de 1920 circulou pela primeira vez Tribuna Proletária, que apresentava muita matéria sobre as classes operárias, sublinhando em seu artigo de apresentação que o jornal pertencia aos trabalhadores, "sempre esquecidos, sempre postergados e sempre injustiçados em suas pretensões de melhor vida social".

Jornal do Chauffeur - 1921 - No ano de 1921 foi editado o Jornal do Chauffeur, órgão de defesa dos interesses profissionais dos motoristas. Jornal da Noite assim noticiou o aparecimento desse periódico, em sua edição de 14 de março de 1921: "Recebemos exemplares dos números 1 e 2 do Jornal do Chauffeur, que acaba de iniciar sua publicação nesta cidade, como órgão defensor da classe dos chauffeurs de Santos. João Cruz Gomes é seu diretor-responsável. Registrando o aparecimento, desejamos-lhe vida longa e próspera".

O telegrafista - 1924 - Em janeiro de 1924 foi lançado o primeiro número de O Telegrafista, órgão informativo dos funcionários da The Western Telegraph Inc., o antigo telégrafo inglês. O segundo número desse jornal, que saía mensalmente, circulou no dia 12 de fevereiro do mesmo ano. Jornal da Noite e A Tribuna acusaram o recebimento do número inicial e disseram palavras de incentivo aos editores.

O Solidário - 1924 - Em 1924 foi publicado O Solidário, órgão oficial dos trabalhadores em produtos alimentícios. Em sua edição de 19 de junho de 1924, Jornal da Noite noticiou a circulação do periódico, acrescentando ser "órgão de defesa dos legítimos interesses de uma classe honrada e mal paga".

Ação Operária - 1925 - Na segunda quinzena de maio de 1925 publicou-se Ação Operária, que circulava aos sábados. Jornal feito por trabalhadores para trabalhadores. Pugnava pela defesa dos interesses da classe operária, mas, como afirmava, estava também à disposição de outras categorias profissionais, cujas reivindicações protegia com afinco, sobretudo as de natureza econômica em face do alto custo de vida. Ação Operária apresentava mensagem de saudação aos trabalhadores de Santos - o esteio da pujança econômico-social do Município.

O Comerciário - 1931 - O Comerciário, órgão da Liga dos Empregados no Comércio de Santos, foi boletim, jornal e depois revista. No dia 1º de maio de 1932 publicou edição comemorativa do Dia do Trabalhador, num domingo, correspondendo ao número 7. Redação e administração ficavam na Rua General Câmara nº 146, sobrado. Compunha-se de 12 páginas, de grande formato, aparecendo na 1ª página alegoria ao trabalhador, com esta legenda: "Na oficina do trabalho é que se forja a civilização do povo!" No pé, a inscrição: "1886-1932 - 1º de maio - Dia do Sangue e da Glória".

Antes de virar revista, o órgão classista foi jornal, sob a direção de Antônio Tiago de Carvalho, Leonel Silva e dr. Ademário da Silveira, quando presidente da Liga dos Empregados no Comércio o sr. Alberto Dias Rebouças (sindicato profissional). Não demorou e transformou-se em revista, com bons colaboradores, como Mariano Laet Gomes, Miroel Silveira, João de Freitas Guimarães e Herculano Craveiro Júnior.

O Comerciário não foi folha de efêmera duração. Pelo contrário, durou muito tempo, pois o Sindicato dos Empregados no Comércio, inclusive a Liga, sempre contou com a dedicação, zelo e operosidade de seus dirigentes.

Vários números lemos e relemos, como especialmente os de 1937 e 1942. Naquele, por exemplo, correspondente ao ano VI, número 43, do mês de junho, apreciamos a matéria bem distribuída e compreendia edição comemorativa do 5º aniversário de sindicalização quando, em junho de 1932, o ministro da Indústria, Comércio e Trabalho, dr. Waldermar Falcão, conferiu à entidade representativa da nobre classe comerciária a respectiva carta de reconhecimento sindical, em cuja presidência se encontrava o sr. Alberto Dias Rebouças.

O Idealista - 1933 - Havia o Grêmio do Esforço Cultural dos Funcionários da Companhia Docas de Santos que, em dezembro de 1933, lançou a revista O Idealista, por iniciativa de Adolpho Coutinho, Miguel Antônio Lopes e Nilo Ferreira da Silva. A revista obedecia à direção de Adolpho Coutinho e responsabilidade jornalística de J. Lima. Durou por espaço de 1 ano, quando J. Bento, também funcionário da Companhia Docas de Santos, sugeriu que, embora bem redigido e de feição gráfica agradável, o órgão deveria ganhar maior amplitude técnica e redacional. Dessa forma, O Idealista foi transformado em Estrela Azul, que lançou seu primeiro número em dezembro de 1934 sob a direção de J. Bento.

O Grêmio do Esforço Cultural dos Funcionários da Companhia Docas de Santos, como o próprio nome insinuava, foi agremiação de desenvolvimento intelectual e literariamente promocional dos funcionários da empresa portuária. Patrocinava um curso que preparava os trabalhadores para seu ingresso no quadro de funcionários. E preparava-os com tal eficiência e valimento que os pretendentes à melhoria hierárquica, por meio de concurso, todos eles, foram aprovados. Era uma das atividades do grêmio superiormente dirigido por Adolpho Coutinho.

Estrela Azul - 1934 - Sucedendo à revista O Idealista, órgão do Grêmio de Esforço Cultural dos Funcionários da Companhia Docas de Santos, Estrela Azul começou a publicar-se em dezembro de 1934. Dirigida por J. Bento, essa revista apresentou-se com apreciável disposição gráfica, além de bem escolhida colaboração literária. Em sua fase final, a redação situava-se na Rua General Câmara, 102, ao lado de A Tribuna. J. Bento teve diversos cooperadores.

Ação Proletária - 1934 - Ação Proletária era órgão da coligação das Associações Proletárias de Santos. Seu primeiro número foi distribuído no dia 17 de março de 1934, compondo-se de 4 páginas. Diretor-responsável o dr. Raphael Sampaio Filho, estabelecendo-se sua redação e administração na Rua Augusto Severo nº 29. Entre a matéria publicada nesse número inicial é de apontar: Leis Sociais; Comercial; Rumos Novos?; Um caso de honra e o Proletarismo Nacional.

O dr. Raphael Sampaio Filho vive hoje exclusivamente de sua nobre profissão de advogado, dos mais antigos de Santos e consultor jurídico do Sindicato do Comércio Varejista, ademais de servir profissionalmente a outras entidades. Cidadão culto, espírito nobre, prestadio e probo.

O Estuário - 1934 - O Estuário era revista dirigida e redigida por guardas da Alfândega, de cuja classe se tornou órgão representativo. Não cuidava apenas de temas fiscais, frios e de interesse exclusivo de uma corporação, senão divulgava matéria de ordem geral, sobretudo vinculada à Arte e à Literatura. No dia 11 de dezembro de 1934 deu número especial comemorativo da inauguração do novo edifício da Alfândega, hoje Delegacia da Receita Federal, publicando reportagem pormenorizada sobre o acontecimento que foi prestigiado por dois ministros de Estado, o da Viação e o da Fazenda. Foi duplicada a tiragem, mas ainda assim faltaram exemplares.

O Pequeno Trabalhador - 1946 - Fundado em 1946, O Pequeno Trabalhador atravessou alguns anos. Saía quinzenalmente como órgão oficial da União dos Pequenos Trabalhadores, na qual se agregavam menores de todas as classes do trabalho, sob a responsabilidade do padre Antônio Olivieri. Tivemos oportunidade de ler o número 90 do quarto ano, correspondente ao dia 30 de julho de 1950, de que era diretor-responsável Antônio Olivieri. Tinha formato minúsculo e compunha-se de 4 páginas. Publicava matéria interessante, como curiosidades, bom humor, adivinhações, artigos e comentários tendentes a conduzir o pequeno trabalhador para o bom caminho, o caminho seguro e honesto, o caminho certo e feliz, que é o caminho de Deus. Em 1950 estava no quarto ano.

Havia o Clube dos Pequenos Trabalhadores na Rua Constituição, 190, que abria as portas aos sábados, das 14 horas em diante, onde os associados se entregavam a jogos e divertimentos sãos. E não cobrava mensalidade!

Folha Trabalhista - 1951 - Em formato tablóide - 33x17 - Folha Trabalhista iniciou sua circulação a 12 de novembro de 1951. Hebdomadário. Seu diretor responsável o moço Rui Ferreira Santos, amigo pessoal dos redatores de A Tribuna. O periódico de Rui circulou até o número 28. Ou melhor dizendo, viveu de novembro de 1951 a 21 de maio de 1953. De todos os órgãos de publicidade de que foi diretor, esse acusou maior duração. Compunha-se de oito páginas.

O Jovem Trabalhador - 1952 - Jornal representativo da Juventude Operária Católica do Macuco, de que era diretor responsável o padre Antônio Olivieri. A 12 de julho de 1952 circulou seu número 10, correspondente ao primeiro ano de fundação. Matéria curiosa de interesse geral, além de crônicas e artigos doutrinários.

O Expresso - 1954 - Fundado a 5 de dezembro de 1954, quando também circulou seu primeiro número, O Expresso era dirigido por Oduvaldo Batista. Com 8 páginas e Deonato Ribeiro na redação comercial, o periódico localizava-se na Rua General Câmara, 99, sala 9, transferindo-se depois para a Rua Amador Bueno, mais tarde para a Rua João Pessoa e, afinal, para a Rua General Câmara, nas proximidades do Paço Municipal.

De início, o jornal foi impresso na Gráfica São Vicente Jornal Ltda., na Rua 15 de Novembro, 637, em São Vicente, passando a partir de 12 de dezembro de 1954 a ser composto e impresso na Linotécnica, de Gaudêncio Thomaz, que, a 5 de dezembro de 1955, veio a ser gerente do jornal de Oduvaldo Batista.

Muitos de seus colaboradores, entre os quais Ney Guimarães, Luiz Antônio Ribeiro, Gastone Righi, Antônio José Brandão, Luís Soares, Nivaldo Lima, Jaime Franco, Gilberto Freitas Guimarães, Ivo Roma Nóvoa, Carlos Eduardo Murray, José Luís A. P. Vancone, Antenor Rodrigues Duarte, Elói Alves, Nemésio Prado, Rafael de Lóssio, Dorothéa Notari, Bento A. Cintrão, Amorim Filho e Clóvis Pereira de Carvalho.

O Expresso circulou até 30 de novembro de 1956 sob a responsabilidade de Oduvaldo Batista. Voltou a circular a 15 de abril de 1957 sob a propriedade de nova firma pertencente a Antônio Alves Figueiras e Nélson Alves Figueiras, quando o jornal passou a sair como órgão sindicalista com redação e administração na Rua Braz Cubas, 33, 10º andar, sala 8. Sob a propriedade dos irmãos Filgueiras, O Expresso, impresso no jornal Última Hora, de São Paulo, circulou até fevereiro de 1962.

Oduvaldo Batista era um idealista da imprensa. Dedicado, inteligente e operoso. Passou pela redação de O Diário, foi para Recife, onde permaneceu durante seis meses. Voltando à capital de Sâo Paulo, trabalhou em Última Hora, revista O Espelho e Diário da Noite, onde se manteve durante 10 anos, atuando ainda em A Gazeta, O Dia e no setor de jornalismo da Rádio Nacional e Televisão Excelsior. Em fins de janeiro de 1976, transferiu-se para João Pessoa, onde em 1978 dá à luz da sua experiência e talento ao moderno jornal O Momento. Excelente profissional, Oduvaldo Batista é como já dissemos um dos raros idealistas da imprensa, essa imprensa de hoje, do século XX, onde se multiplicam os jornalistas com jota minúsculo e assim mesmo só o são porque a carteira de trabalho lhes define a profissão...

SMTC - 1952 - O Serviço Municipal de Transportes Coletivos tinha um boletim informativo, que apareceu em julho de 1952. Formato: 25x36. Órgão informativo dos funcionários dessa autarquia municipal.

Gráfico Santista - 1955 - Houve mais de um jornal da simpática classe dos gráficos. Porém o mais importante deles e o de melhor feição técnica foi o Gráfico Santista, que iniciou em 1955 sua publicação. Órgão oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Santos, com redação na Rua Braz Cubas, 68. Tinha e ainda deve ter uma particularidade esse jornalzinho. Não incluía matéria rigorosamente administrativa, senão de sentido diverso e até literário. Como órgão representativo de classe, pujante, enérgico e simpático.

Sindipetro Jornal - 1965 - Órgão oficial dos trabalhadores na indústria de refinação de petróleo de Cubatão, Santos e São Sabastião. Distribuição interna e gratuita. Começou a circular por volta de 1965. Pelo menos em 1971 Sindipetro era composto e impresso em Comercial e Editora São Vicente Ltda., em Santos, à Rua General Câmara, 216.

O Metalúrgico - 1974 - Órgão oficial do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos. Publicado semanalmente. Seu primeiro número foi distribuído a 10 de novembro de 1974. Em nova fase, como Jornal do Metalúrgico, editado de dois em dois meses, teve seu primeiro número correspondendo a maio-junho de 1978.

Sintius - 1978 - Órgão informativo do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Baixada, editado por Jornacoop (Cooperativa dos Jornalistas de Santos Ltda.), 1978.

Sinpresan - Órgão de divulgação do Sindicato dos Professores de Santos, cuja editoria foi confiada à Jornacoop (Cooperativa dos Jornalistas de Santos Ltda.).

Portuários - O jornal Portuários, órgão oficial do Sindicato dos Empregados na Administração dos Serviços Portuários de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão, vai de vento em popa. Manuseamos ocasionalmente o número 28, ano V, correspondente aos meses de junho e julho de 1978. A primeira página inteiramente dedicada às eleições no Sindicato. Nos dias 14 e 15 de agosto de 1978, houve pleito para renovação da diretoria, verificando-se a 17 do mesmo mês e ano a apuração final. Antônio Gonçalves Pires Júnior, da Oposição, logrou vencer, sendo portanto o atual presidente da simpática entidade sindical. Em suas 10 páginas, com papel superior, Portuários cuida de matéria de elevado interesse do seu grande número de associados.

Outros jornais - A Aurora foi jornal da classe trabalhista dirigido e redigido por Luís La Scala e Elídio César Antunha. Luiz La Scala, empreiteiro de obras, tornou-se figura saliente no Município, exercendo durante 16 anos a vereança e participando da Comissão do Plano da Cidade, por lei de sua autoria, além de fazer parte do Plano de Expansão e Melhoramentos de Santos. Prestou assinalados serviços à Sociedade União Operária e à Santa Casa da Misericórdia, de cuja irmandade se tornou provedor. A Aurora foi lançada em 1907.

Outros jornais publicados em Santos, todos eles de tendência trabalhista: A Tribuna Operária, editada pela União dos Operários em 1909; A Revolta, editada em 1911 por Florentino de Carvalho; Dor Humana, editada em 1911 por João Perdigão Gutierrez; A Aurora Social, editada em 1910/1911; A Rebelião, editada em 1914 por Florentino de Carvalho.

Esses apontamentos estão registrados no livro A Imprensa Operária no Brasil (1880-1920), da professora Maria Nazareth Ferreira, professora da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Nesse livro também está incluído o jornal A Razão, de Francisco Sá, lançado em 1919. Em nossas pesquisas, no entanto, nada encontramos sobre essa publicação do saudoso jornalista e teatrólogo, desconhecida, por sinal, do seu próprio filho e secretário Marinho Sá. Mas aí fica o registro.

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