Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0127.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/25/03 16:54:23
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Adivinhe o que teremos para o jantar

Comemorando um aniversário de Santos, a historiadora e professora Wilma Therezinha F. de Andrade divulgou este conto no jornal santista A Tribuna, em 26 de janeiro de 1997 (caderno AT Especial):

Adivinhe o que teremos para o jantar

Wilma Therezinha F. De Andrade (*)
Colaboradora

- Está tudo pronto?

- Sim, graças a Deus, desde as formigas até o aluá. Você pode servir o refresco, quando os convidados chegarem?

- Posso, mas espero que eles gostem de aluá. Nem todo mundo aprecia esse refresco feito com milho cozido e água, adoçado com mel.

Suponhamos, para melhor compor o ambiente, que os convidados para o jantar sejam José Leitor e sua mulher Mariana. Entraram no túnel do tempo e chegaram, em 1758, na Vila de Santos, então com 1.600 habitantes. Agora estão na porta da casa dos anfitriões, é um sobrado, na Rua Direita, a principal da vila (hoje, XV de Novembro).

O sobrado, caiado de branco com portas e janelas em azul anil, bem construído, com tijolos e telhas (fabricados pelos jesuítas, em Santos continental), localiza-se próximo à casa do negociante Bonifácio José de Andrada, a segunda fortuna de Santos (oito contos de réis).

Bem recebidos pelos donos da casa, o tenente da infantaria João de Góis e Araújo e sua mulher d. Ana Bárbara, os convidados são levados à sala principal.

Caiada de branco, está mobiliada com mesa grande de jacarandá da Bahia e cadeiras de couro de espaldar alto. A sóbria decoração fica por conta de dois quadros de santos, na verdade, estampas vindas de Portugal. Indicando, também, as devoções dos moradores, vê-se num oratório duas imagens em barro. Uma pequena de Santa Gertrudes; outra maior, de Santa Bárbara, bela escultura, em várias cores (será a que está hoje no Museu de Arte Sacra?). No centro, Jesus Crucificado, em marfim, vindo da Índia, via Portugal, preciosa herança de família. Requinte obrigatório, destaca-se, na mesa principal, a toalha em linho com vistosos bordados da Ilha da Madeira e grandes guardanapos. Vê-se a porcelana colorida com flores e pássaros, ao gosto europeu, fabricada na China e chamada de porcelana Companhia das Índias. Ainda, um luxo incomum: talheres de prata. Em duas mesas menores, de jacarandá, junto à parede, dois vasos de prata com rosas cor-de-rosa e cravos vermelhos.

Três candeeiros de vidro, dois castiçais grandes de estanho e - coisa rara - um lustre prometiam garantir a iluminação, quando chegasse a noite.

Após cumprimentos e conversas iniciais com os donos-da-casa, os convidados ficam sabendo que João de Góis, de 37 anos, e Ana Bárbara, de 28, uma bonita mulher, têm quatro filhos, pequenos. A mais velha com 7 anos e três meninos - um com seis, outro um ano, e um recém-nascido -, todos já recolhidos pela babá, que o jantar é para adultos.

Bem amigas, as mulheres elogiam mutuamente seus vestidos. Ana Bárbara, deixando de lado a blusa e o saiote de algodão feitos em Lisboa, do dia-a-dia, vestia-se com elegância. Recebia, num traje verde de seda da França, com rendas feitas em Santos, próprio para a ocasião. Era um vestido justo até a cintura; uma ampla saia, aberta na frente, deixava ver outra saia por dentro. As mangas três quartos eram finalizadas, com graça, por rendas, soltas, largas. Duas tiras de rendas, como galões, desciam dos ombros, verticalmente, marcando as laterais de decote e debruando a ampla saia, chegavam até os pés. Os sapatos, símbolos de status, eram enfeitados com fivelas de prata. Trazia os cabelos presos, deixando livre a nuca. O conjunto se completava com brincos de crisólitas vindos de Portugal e uma tira larga de seda no pescoço que, assim como o modelo, vinha da corte francesa, via Lisboa.

À altura da ocasião, a Leitora Mariana usa brincos e pingentes de filigrana completados por um xale de lã.

As escravas Rosa Maria, de 55 anos, e Teresa de Jesus, de 40, que servirão o jantar, usam roupas mais simples: saia comprida e blusa de decote largo e redondo bem folgada, tudo em algodão feito em tear, na própria Vila de Santos. Enfeitavam-se com brincos de búzios, pulseiras e corrente de prata com crucifixos, para demonstrar a riqueza de seus donos. Cá entre nós, estavam mais bem preparadas para enfrentar o calor do que as senhoras.

João de Góis usa o uniforme de tenente: dólmã azul debruado de botões dourados em toda volta e nos punhos; colete escuro marcado, verticalmente, por botões dourados; calças de cor mais clara do que o colete; meias compridas de arremate branco e calçado. Uma faixa branca, larga, atravessava o tórax em diagonal, de ombro à cintura. Outra faixa branca, na cintura, com duas pontas caindo de lado até as coxas, completava a elegância militar.

O Leitor, vestido para uma saída à noite, traz camisa branca de linho, jaqueta e calça de brim, tecido já utilizado no tempo das bandeiras.

José Leitor e Mariana experimentam o aluá, cujo sabor lhes agrada. Executa-se um ritual. Uma escrava parda apresenta água numa bacia de prata onde todos lavam as mãos, que enxugam numa toalha de algodão terminada com abrolhos, aquele trabalho parecendo uma rede, feita com fios desfiados.

A dona da casa manda vir canja de galinha com presunto, bem cheirosa, servida numa sopeira de Macau, azul e branca.

- As aves vieram de São Paulo, informa Ana Bárbara, que anuncia o prato seguinte: formiga tanajura assada com toucinho.

A tanajura ou içá, formiga saúva, voadora, é considerada fino petisco. Valorizando o prato, João de Góis lembra que, no Nordeste e Amazônia, é adicionada ao molho do tucupi.

- É muito gostoso, mas precisa ser bem preparado, diz Ana Bárbara. Mandei tirar a cabeça e as patas de cada formiga. Assim só se come o abdômen.

Os convidados comem as formigas e elogiam a iguaria.

- Tem gosto de manteiga, diz Mariana.

- Para mim, lembra um pouco o gosto do cravo, opina o Leitor.

A anfitriã, satisfeita com os sucessos iniciais, reforça as opiniões.

- Era um dos pratos favoritos do padre Anchieta, que escreveu: "Não pensamos que temos pouco quando as temos", considerando essa formiga um manjar delicado.

- Para mim tem gosto de passas de Alicante, diz João de Góis.

- Quem começou este costume? - pergunta Mariana.

- Os índios, que comem as formigas - içás torradas -, ensinaram aos brancos esta comida e eles a acharam saborosa, responde Ana Bárbara.

- Ouvi falar que o chá de formiga é ótimo para os males da garganta, diz Mariana, para não ficar atrás.

Já o dono da casa cochicha para José Leitor:

- Males da garganta, pois sim! Dizem que a tanajura é afrodisíaco!

Agora, vem o prato principal: um suculento assado de carne de macaco, cuidadosamente escolhida entre as quatro qualidades consumidas na Vila.

- Esta carne é especial - informa Ana Bárbara, não sem uma ponta de orgulho -; encomendei a um caçador de Santos que trouxe o macaco de Bertioga.

José Leitor não é funcionário do Ibama, mas tem suas restrições:

- D. Ana, desculpe-me, mas o dr. René, meu médico, proibiu-me carne de macaco, se não se incomoda...

- De forma alguma, tenho outro assado que, espero, possa comer: tatu à moda brasílica.

- Tatu! Aprecio muitíssimo carne de tatu - responde aliviado José Leitor.

Todos comem a carne de macaco, inclusive Mariana, que aprecia muito - menos, é claro, o Leitor que trincha à vontade o tatu, cujo gosto lembra a carne de leitão. Tem sorte de estar numa casa rica: há uma faca para cada um. O comum era uma faca compartilhada por duas ou mais pessoas, que se revezavam no uso. Também foi servido arroz cozido, úmido, quase um pirão, e pão de farinha de trigo, importada de Portugal, um luxo, já que o comum era o pão de farinha de mandioca, o pão da terra.

Durante o jantar, o vinho tinto, português, como era uso corrente, foi servido em copos de vidro, objeto caro por ser importado.

Com o tempo, as formalidades se abrandam e a conversa, animada com o vinho, fica mais solta.

- Vocês conhecem o caso da Maria Catarina? - indaga Ana Bárbara.

- Não; o que aconteceu? - pergunta o Leitor.

- Um rapaz está preso na cadeia de Santos, por causa dela - responde João de Góis.

- Também, quem mandou prometer casar com uma jovem donzela e, depois de seduzi-la, faltar ao compromisso! Isto é crime de sedução. Bem reza o ditado: "a mulher que se fia do homem jurar, o que ganha é chorar", acrescenta Ana Bárbara.

Mariana apóia Maria Catarina, a seduzida, um pouco por solidariedade ao mesmo sexo.

- Também penso assim. E quando ele vai sair da cadeia?

João de Góis explica:

- Só depois de pagar duas dobras de indenização a Maria Catarina, conforme a sentença do Tribunal Eclesiástico de São Paulo.

- E quanto vale uma dobra? - quer saber o Leitor.

- Bem, uma dobra vale $ 12.800 (doze mil e oitocentos réis), portanto o rapaz tem que pagar $ 25.600 (vinte e cinco mil e seiscentos réis).

Outros assuntos animam a reunião.

- Nossa Vila de Santos está em crise, lamenta João. Há um marasmo por aqui, o porto tem pouco movimento. E a cidade de São Paulo faz pressão, junto a Lisboa, para que a Capitania de São Paulo volte a ser autônoma, pois continua subordinada à Capitania do Rio de Janeiro.

Mariana, desembaraçada:

- Eu acho um absurdo a Capitania de São Paulo estar sujeita à do Rio de Janeiro só porque é pobre. Devia voltar a ter um governador só para ela.

- Sim, minha cara, mas se isto ocorrer, a sede da Capitania sai da Vila e Praça de Santos e volta para São Paulo. Aí Santos perderá a função administrativa, prevê João de Góis. E fica praticamente com a função militar, importante por causa das lutas contra os espanhóis e índios na região do Prata. Ainda agora, duas companhias de infantaria de Santos estão no Rio Grande do Sul. Comandadas pelo governador e capitão-general do Brasil, Gomes Freire de Andrade, lutam contra os índios das Missões para garantir a nova demarcação de nossas fronteiras, por causa do Tratado de Madrid. Tenho sorte de não ter sido convocado. Essas tropas estão lá faz quatro anos e parece que só voltarão no ano que vem.

- Que tempos! - se lamuria Ana Bárbara -. Eu me lembro de que meu pai - que Deus o tenha! - elogiava a época (cinqüenta anos atrás), quando Santos era o porto por onde saía o ouro das Minas Gerais!

A chegada do quarto prato tornou o ambiente mais leve. Trata-se de churrasquinho de papagaio com guarnição de mandioca cozida, à moda tupi.

Sucesso. Todos comeram e gostaram.

Um brinde é proposto pelo anfitrião em honra de Mariana.

O moral do grupo animou-se. João de Góis, mais otimista, fala:

- A construção da Casa do Trem, em 1734, e perto dela a da Matriz de N. Senhora do Rosário, o ano passado, 1757, deu empregos em Santos, pois nem em tudo se emprega mão-de-obra escrava.

Ana Bárbara tem devoção à N. Senhora do Carmo, lembra a capela da Ordem Terceira e a Igreja da Ordem Primeira, ambas recém-construídas.

- As duas fachadas ficaram muito bonitas e modernas e a torre, no meio, deu imponência ao centro da Vila!

- O mosteiro de São Bento é também bonito, lembra Mariana, e é construção mais antiga que a do Carmo.

- E sem falar no convento franciscano de Santo Antônio do Valongo, que tem uma linda fachada e torre bem elegante. A Vila de Santos tem belas construções, conclui José Leitor.

Com pretexto para um brinde, desta vez em homenagem a José Leitor, é servido aromático vinho espanhol, das Ilhas Canárias.

João de Góis toca em outro problema de Santos.

- E o Caminho do Mar que vai para São Paulo? Não passa de uma trilha no meio da mata. Leva-se dois dias para ir de Santos a São Paulo. Até Cubatão, não é nada, é um passeio de barco do Valongo até o Porto Geral. Mas, depois de Cubatão! É tão dura a subida que muitas pessoas não agüentam fazer a viagem a pé e têm que subir e descer a Serra do Mar em redes carregadas por índios! Devíamos ter um caminho calçado com pedras para que se pudesse subir e descer a serra, montados em mulas. Do jeito que está, é uma vergonha!

Chega a hora das frutas: ananás, araçá, banana.

José Leitor e Mariana preferem experimentar o araçá, que não conheciam e apreciaram bastante.

Agora, as sobremesas: doce de abóbora, marmelada de cambuci, de ibá (pinhão) e doce de coco com ovos.

Querendo agradar, José Leitor dá um fora e pergunta à dona de casa:

- Estão deliciosos, foi a senhora que fez os doces?

- Eu? Não senhor! Eu não cozinho! Tenho escravas que fazem isto. Aliás, as marmeladas mandei vir de São Vicente, as doceiras de lá usam receitas tradicionais de mais de 200 anos, do tempo dos Afonsinhos!

Não esquenta a cabeça, José Leitor! Afinal, quem não comete uma gafe na vida?

Diplomata, João de Góis propõe outro brinde, desta vez, em homenagem à sua mulher, com um rutilante vinho da Madeira, o que contribui para o apaziguamento dos espíritos.

Enquanto as mulheres comentam sobre a alimentação do povo, os homens logo voltam à política.

João de Góis, como sempre, informadíssimo.

- Alguns capitães de navios que conheço dizem que o Marquês de Pombal está convencendo o rei D. José a repudiar os jesuítas, a quem odeia. Qualquer dia desses, não sei não, a Companhia de Jesus será expulsa do Império Português. Aí os jesuítas terão de sair de Santos e de Cubatão, deixando tudo que têm: casas, igrejas, sítios, negócios. Escreva o que eu digo.

Não espere, José Leitor, que o simpático anfitrião lhe ofereça café. Este ainda não existia em Santos, 1758. Só uns quarenta anos depois, no final do século XVII, é que o café será exportado pelo Porto de Santos.

É servido um vinho do Porto, cor de rubi, macio e aveludado, ocasião em que o Leitor faz um brinde em homenagem aos donos da casa e agradece, em nome também de Mariana, o prazer de um jantar tão significativo e a honra de uma companhia tão especial.

Novamente o ritual de lavar as mãos na bacia de prata, necessário apesar do uso dos grandes guardanapos.

Após o jantar, um mulato, Caetano do Carmo, de uns 35 anos, canta e toca, numa viola, modinhas agradáveis de se ouvir que falam da beleza da mulher e do amor. José Leitor, ligado em música, faz perguntas e fica sabendo que as composições eram da autoria do cantor, que tocava também guitarra e rabeca. O Leitor se lembra de que rabeca é hoje chamada de violino. João de Góis comenta que as músicas eram executadas, na sua maioria, pelos negros e mulatos que recebiam encomendas e contratos para as festas das igrejas e das Irmandades.

- Eles vivem de música? - pergunta o Leitor.

- Não, responde João. Todos têm uma profissão, a música é só complemento. O Caetano é pobre, trabalha como carpinteiro, o que recebe a mais, junta para comprar sua carta de alforria. Mora na travessa do Carmo, que sai no caminho que vai para a fonte do Itororó, junto com a mulher Rita que está prestes a obter sua alforria, também.

- Pelo visto, todos os escravos trabalham por isto, para serem livres - comenta Mariana.

- Sem dúvida - concorda Ana Bárbara. Rosa Maria e Teresa trabalham fora, vendendo doces, aos sábados e domingos, para pagar a liberdade. Não as impedimos, pensamos que é normal.

Curioso, o Leitor pergunta:

- E a viola? É sua ou de Caetano?

- É minha, mas é usada por Caetano - responde João de Góis. Pedi a um dos meus vizinhos que foi a Portugal que a trouxesse para mim de Lisboa, junto com outras coisas. Ele comprou para si vários instrumentos musicais, inclusive um cravo.

- Pouca coisa se produz no Brasil, quase tudo é importado - observa José Leitor.

- É verdade - concorda João -, até o sal vem de fora, sendo monopólio português, torna-se caro e falta muitas vezes. Temos pouca coisa para exportar, precisa-se dar um impulso à economia paulista, talvez produzindo novamente açúcar...

- E o comércio? -  indaga o Leitor.

- É uma da fontes de renda; mas a Vila é pobre, há pouco dinheiro - responde João de Góis.

Faz tempo que o sino da Matriz tocou nove vezes, o toque de recolher. É tarde, partir é preciso. Agradecimentos e despedidas.

Um jovem escravo negro, chamado Manuel, vestido com uma espécie de bermuda clara e um blusão avermelhado, descalço, acompanha José Leitor e Mariana. Leva um bilhete do senhor, autorizando-o a sair depois do toque de recolher com dois archotes, pois não há iluminação nas ruas.

Caminham em direção à Matriz e Manoel, depois de abrir uma porta lateral, os deixa com um dos archotes, junto do altar-mor, uma lousa funerária indica a entrada de um túnel. O casal desce por uma escada até um patamar, onde Leitor aciona um pequeno dispositivo eletrônico que traz consigo - sua invenção - e que funciona como transportador no tempo.

Mariana, de mãos dadas, confessa:

- Estou com medo. Voltaremos em segurança?

- Sossegue. Já fiz esta viagem duas vezes. Foi assim que vim para o século XVIII a primeira vez, fiz amizade com João de Góis e voltei para a nossa época.

Retornaram à atualidade, perto da estátua de Braz Cubas. A Matriz não mais existe, foi demolida.

Comentam, animados, a aventura vivida na Vila de Santos, há quase 250 anos. Lembram: as pessoas que conheceram; a casa, os costumes, os fatos do século XVIII, as iguarias que saborearam, algumas bem exóticas, a canja de galinha paulista; as deliciosas formigas; a carne de macaco e a de tatu, o churrasquinho de papagaio, as frutas tropicais, os doces variados. E as bebida: o aluá, os vinhos da Madeira, Canárias e Porto.

Mariana, comentando o jantar, conta ao Leitor que o povo, em geral, alimentava-se de feijão, farinha de mandioca, arroz; a  carne de gado era cara, daí a caça - macaco, tatu, veado, capivara - e a pesca para reforçar as refeições. Os índios preferiram o milho; os negros, a mandioca; os do Norte e Nordeste, a carne seca, chamada charque no Rio Grande do Sul.

José Leitor também sabe das coisas.

- E a bebida popular era a aguardente, pois a cerveja só se divulga no Brasil no final do século XVIII.

Mariana diz para o companheiro:

- Que experiência! Aprendi bastante. Nunca mais vou esquecer o sabor da carne de macaco.

Aí, na Praça da República, encontram um grupo de amigos e eles convidam José Leitor e Mariana.

- Que bom encontrá-los! Vamos terminar a noite numa pizzaria?

Fontes e bibliografia:

Brizola, Ciro Monteiro, Música do Brasil Colonial, in: Revista do Instituto Histórico e Geográfico da Guanabara (I.H.G.G.B.) (12), pp. 105-121, 1981.

Cardim, Fernão (pe.), Tratados de Terra e Gente do Brasil, 1585, III, São Paulo: Nac/Mec, 1978.

Cascudo, Luís da Câmara, História da Alimentação no Brasil, Cozinha Brasileira, São Paulo: Nac. 1968, 2º v. (Col. Brasileira).

Entrevista, com Lila Fernandes de Andrade, nascida em Santos em 7/10/1913, realizada em 6 de janeiro de 1996.

Goldschmidt, Eliana M.R., Donzelas Seduzidas e a Restauração da Honra. Comunicação no Congresso Internacional: os rostos femininos da expansão portuguesa. São Paulo, 29 de agosto de 1995.

Laver, James. A Roupa e a Moda: Uma História Concisa. São Paulo: Companhia das Letras, ilust.

Leite, Serafim, S. J. Cartas dos Primeiros Jesuítas do Brasil. São Paulo: Comissão do 4º Centenário da Cidade de São Paulo, 1954, v. 2 e 3

Lima, José Joaquim da Costa. O Vinho do Porto. Porto: Instituto do Vinho do Porto. 1937, ilust.

Listas Gerais da Ordenança da Vila de Santos, 1765. Em Os Andradas, A. Souza, 3º v.

Lopes, Eliana Cristina. Mulheres Exploradas nas Intenções de Casar, séc. XVIII. Comunicação no Congresso Internacional: os rostos femininos da expansão portuguesa, São Paulo, 29 de agosto de 1995.

Rodrigues, J. Wasth, Tropas Paulistas de Outrora. São Paulo: Governo do Estado, 1978, ilust.

Saga. A Grande História do Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1981, ilust. v.2.

Silva Sobrinho, Costa e. Santos Noutros Tempos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1953, ilust.

Silva, Maria Beatriz Nizza da. Cultura no Brasil Colônia. Petrópolis: Vozes, 1981, Cap. 2, Estilo de vida de um negociante.

Sousa, Gabriel Soares de. Tratado Descritivo do Brasil, 1587, São Paulo: Nac. 1971.

Souto Maior, Mário, O Sabor Exótico da Tanajura, São Paulo: D.O. Leitura II (128), janeiro 1993.

Souza, Alberto, Os Andradas, São Paulo: Câmara Municipal de Santos, 1922, 1º e 3º v. ilust.

(*) Wilma Therezinha F. De Andrade é historiadora e secretária municipal de Cultura.


Ilustrações da equipe de Arte de A Tribuna, publicadas com o texto em 26/1/1997

QR Code - Clique na imagem para ampliá-la.

QR Code. Use.

Saiba mais