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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ESTRADAS
Mata Atlântica e os caminhos na serra (3)

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No livrete Notícias do Mar & Mata Atlântica, publicado em novembro de 1994 pela Editora Segmento Ltda. como projeto da Secretaria dos Negócios dos Transportes do Estado de São Paulo (exemplar gentilmente cedido a Novo Milênio pela professora Maristela Craveiro Santoro, de Santos), foi contada a história dos caminhos da Serra do Mar na região entre Santos e São Paulo e sua influência na economia e sociedade paulista. O relato continua:
 


Evangelista de Souza: o entroncamento da Sorocabana
Foto: Roberto Bandeira/Integração Natureza - publicada com o texto

A Inglesa e sua trilha de ferro - A força do café impôs o estabelecimento das ferrovias na Província. A construção da primeira estrada de ferro, de Santos a Jundiaí, começou em 24 de novembro de 1860. E em menos de quatro anos inaugurou-se o primeiro plano inclinado da Serra, que funcionava com um sistema funicular. Dois anos depois, a linha atingia São Paulo e no dia 16 de fevereiro de 1967 chegava a Jundiaí. A "trilha de ferro" tinha 139 quilômetros com bitola (largura) de 1,60 metro.

Até a década de 1930, o sistema São Paulo-Santos da chamada São Paulo Railway, uma companhia formada por capitais ingleses, teve o monopólio dos transportes ferroviários entre o litoral e o planalto. A Inglesa, como ficou conhecida, acabou praticamente com o sistema viário tradicional de transposição da serra.

Tanto a Calçada do Lorena quanto a Estrada da Maioridade deixaram de ser freqüentadas. A primeira quase desapareceu: redescoberta, é hoje patrimônio histórico do estado e ponto de atração turística. A Estrada da Maioridade foi ressuscitada, mais tarde, por causa do automóvel.


Viaduto da Sorocabana em construção
Foto: Acervo RFFSA/SP, publicada com o texto

Na década de 1930, a Sorocabana construiu a ligação Mairinque-Santos e quebrou o monopólio da Inglesa. A serra, como sempre, manteve suas resistências contra a construção da nova estrada de ferro, na época considerada um dos melhores exemplos da capacidade da engenharia brasileira.


A Sorocabana foi construída a meia encosta, com muitos viadutos e muros de arrimo
Foto: Tchô Moioli/Integração Natureza - publicada com o texto

Foi preciso perfurar 31 túneis e construir vários viadutos para deitar os trilhos de forma a que convivessem até hoje com a Serra do Mar. Na parte baixa, em 1933, a ameaça da malária aos trabalhadores só foi dominada à custa de muito quinino e permanente assistência médica.

Além de tudo, o ramal da Sorocabana permitiu que muitos caminhos se encontrassem, pois a largura entre seus trilhos era a mesma das demais estradas de ferro do interior de São Paulo, com exceção aos da Companhia Paulista, cuja linha-tronco e alguns ramais com bitola 1,60 metro só podiam servir à Inglesa.

Estrada de Ferro Sorocabana
Foto: Tchô Moioli - publicada com o texto

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