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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ESTRADAS
Rodovia Rio-Santos (1)

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Com a sigla BR-101, denotando o prolongamento da estrada federal que acompanha o litoral brasileiro, desde o Nordeste até o Rio Grande do Sul, a Rio-Santos recebeu no final do século XX obras para a interligação dos vários trechos isolados, permitindo enfim concretizar a ligação rodoviária de 505 quilômetros entre as duas pontas, Rio de Janeiro e Santos (a outra ligação, interiorana, já era feita pela BR-116, que na Baixada Santista tem o nome de Rodovia Regis Bittencourt).

Ponte sobre o rio Itapanhaú, Rio-Santos, em uso desde 1984, permitiu acesso rodoviário a Bertioga (Foto: Almanaque da Baixada Santista 1976, de Olao Rodrigues, Santos/SP)
Ponte sobre o rio Itapanhaú, na Rio-Santos, em uso desde 1984,
permitiu acesso rodoviário a Bertioga
Foto: Almanaque da Baixada Santista 1976, de Olao Rodrigues, Santos/SP

Junto com as rodovias estaduais Anchieta (SP 150), dos Imigrantes (SP 160), e dos Caiçaras (SP 148), a Rio-Santos é uma das quatro formas principais de acesso rodoviário à Baixada Santista, interligando-se ainda a rodovias como Piaçaguera-Guarujá e Padre Manuel da Nóbrega (ambas com a sigla SP-055).

Obras da rodovia Rio-Santos, em 1972
Obras da rodovia Rio-Santos, em 1972

 Em 8 de novembro de 1985, o jornal santista A Tribuna noticiava:

Governo entrega trecho paulista da Rio-Santos

O governador Franco Montoro e o secretário dos Transportes, Adriano Murgel Branco, entregam hoje ao tráfego, oficialmente, o trecho paulista da Rodovia BR-101, a Rio-Santos, em cerimônia prevista para as 17 horas na Praia da Juréia. Na obra foram aplicados recursos de Cr$ 23 bilhões, provenientes do Fundo Especial de Vias expressas do Governo Federal.

O trecho a ser inaugurado possui 98,4 quilômetros e vai de Bertioga até a Praia do Toque-Toque, sendo que a etapa seguinte, até chegar a São Sebastião - de 21,5 quilômetros - já está implantada. Para que o projeto de complementação da BR-101 no território paulista pudesse se concretizar, o DNER e o DER realizaram vários estudos, resultando na compatibilização do traçado da via estadual já existente nessa etapa (SP-55) com a via idealizada pelo Governo Federal, cujas pistas eram praticamente paralelas.

Para evitar dispêndio desnecessário, foram aproveitadas algumas pontes de concreto já implantadas, mudaram-se rotas para evitar obras-de-arte dispendiosas e adotaram-se soluções construtivas mais simples, porém de acordo com a atual realidade brasileira. A segurança não foi comprometida, segundo a Secretaria dos Transportes, e a rodovia atenderá à demanda turística para a qual foi projetada.

O trecho a ser entregue oficialmente - e tanto o governador como o secretário visitarão vários locais além da Juréia, até o Porto de São Sebastião - teve sua etapa inicial, de 23,7 quilômetros, a partir da Cubatão-Guarujá, entregue ao DER. Esse segmento termina após a Ponte de Itapanhaú, em Bertioga, e a partir daí o DER cuidou da sua construção. Os 74,7 quilômetros a cargo desse órgão foram executados em quatro frentes: Bertioga até Praia de Itaguaré; Itaguaré-Praia de Boracéia; Boracéia até Praia de Camburi, e Camburi até a Praia de Toque-Toque.

Novas pontes foram feitas sobre os rios Itaguaré, Guaratuba - só esta com 140 metros -, Boiçucanga e córregos de Boracéia e Parateus. As obras foram iniciadas em janeiro de 82, e durante cerca de três anos, mil operários, 500 máquinas e caminhões estiveram em atividade.

Durante a construção, o DER teve que enfrentar diversos problemas, sendo a água o maior deles, não só da chuva, como também de córregos e rios, descendo das montanhas, vindas do mar ou mesmo brotando dos lençóis freáticos. Além disso, as condições geológicas da região - com mangues, rochas e pedras envoltas em terra - trouxeram dificuldades na época do asfaltamento.

Para os moradores de Bertioga, entretanto, o Governo do Estado entrega uma obra sem se preocupar com o principal: a infra-estrutura turística inexistente no Distrito. Segundo vários deles, o governador deve observar a necessidade urgente de se construírem balneários populares nas praias atendidas pela estrada e aumentar a segurança dos moradores fixos, pelo menos para que o objetivo principal da rodovia - atrair turistas - não se transforme em transtorno permanente para a região.

Melhorias junto ao Porto de São Sebastião terão inauguração simbólica
Foto: Luigi Bongiovanni, em A Tribuna de 8/11/1985

São Sebastião

Às 18h30, Franco Montoro seguirá para o Porto de São Sebastião, onde às 19 horas inaugurará o pátio de armazenamento e o novo acesso ao porto. Com esta obra, toda a movimentação do pessoal que trabalha com barcos pesqueiros e de apoio operacional deixará de ser feita dentro do pátio de armazenamento, fato que dificultava as operações de carga e descarga dos navios de grande calado que operam naquele terminal.

Ainda no porto, o governador inaugurará simbolicamente os novos escritórios que serão ocupados pelos sindicatos da Estiva, Capatazia, Bloco e Consertadores de Cargas. Neste conjunto haverá ainda uma cantina que será usada pelos operadores do porto, que eram obrigados a comer em áreas inadequadas. Segundo o engenheiro Antônio Barreto, que administra o Porto de São Sebastião, com a inauguração dos escritórios, os sindicatos e os trabalhadores terão melhores condições de trabalho e alimentação, já que não terão que deixar a área.

Ainda dentro do porto, o governador inaugurará a iluminação de uma ampla área de 43.000 metros quadrados. As autoridades locais e os trabalhadores esperam que, nesta breve visita ao Município, Franco Montoro anuncie a liberação de verbas para as obras de ampliação do cais. Esta é uma antiga reivindicação do Município e a plataforma de todos os candidatos que pleiteiam a Prefeitura na eleição do dia 15. Com a ampliação do porto, o Estado de São Paulo arrecadaria divisas, já que atualmente as cargas são desviadas para os municípios de Angra dos Reis, Sepetiba e Rio de Janeiro, que oferecem melhores condições aos usuários - que, em sua maioria, são das cidades que compõem o Vale do Paraíba.

Depois desta etapa, Montoro seguirá para a Avenida Dr. Altino Arantes, trecho da praia, e, na Praça dos Canhões, apresentará o início dos seguintes projetos: reurbanização total da Avenida Dr. Altino Arantes, construção do Centro Cultural e, finalmente, a ampliação e implantação do conjunto esportivo do Balneário dos Trabalhadores.

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