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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SEU BAIRRO/mapa
Macuco: história, gente e folclore (3)

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Publicado em 6/5/1982 no jornal A Tribuna de Santos

 Leda Mondin (texto) e equipe de A Tribuna (fotos)

 


Na casa verde da Rua Borges, o casal posa ao lado de parte dos descendentes

Netos e bisnetos, o que não falta

Quarenta e seis netos e quarenta e três bisnetos, fora os quatro que nascerão este ano. Um recorde em Santos? Benedita Rosa Carvalho, 72 anos, acha que sim, por isso está esperando um concurso tipo Avó do Ano para se candidatar. Ela e o marido Antônio, o Antônio Peixe-Galo, como é conhecido, 76 anos, jamais imaginaram que daquela casa verde da Rua Borges, 102, surgisse família tão numerosa.

Ele, estivador aposentado, faz o percurso do Macuco ao Centro, a pé, em 10 minutos, e não demora mais do que 15 para chegar ao Campo Grande. Ela, dona-de-casa daquelas que não sabe o que fazer quando o marido se ausenta. São 54 anos de casamento.


Nesse bar, o clima é de brincadeiras, todos são iguais e não há preconceitos

Os velhinhos, que brincam, feito crianças

Amizade, brincadeiras e dominó. São esses ingredientes que atraem diariamente dezenas de velhinhos para o Bar do Chapéu-de-Sol, na Rua Borges com Manoel Tourinho. Eles começam a chegar às 9 horas, com muito custo param para o almoço e retornam à tarde.

"A gente já tem aquela obrigação. Até passar vassoura no chão eu passo, coisa que não faço em casa", afirma Manoel Leonor dos Santos, aposentado. Ali todos são iguais, não há preconceitos quanto a idade, e o dono do bar, o Boi, brinca, dizendo que vai mandá-los para as Malvinas (N.E.: na época em que a matéria foi publicada, estava em curso a guerra entre Argentina e Inglaterra pela posse das ilhas Malvinas ou Falklands, no Atlântico Sul). Em resumo, um grande encontro entre amigos.

O Júlio Alvarés ganhou até o apelido de Julinho do Chapéu-de-Sol, pois não sai do bar, desafiando sua habilidade contra a do Abel Teixeira, Babá e Corintiano, seus adversários prediletos. É brincalhão, mas fala a sério quando conta que não vai ao Centro à noite há 20 anos, com medo de ser assaltado. Enquanto manifesta seus temores, alguém interrompe: "Não esqueça de falar da Sua Mãe; não esqueça dela". Sua Mãe é só o nome da cadelinha, mascote do grupo.


Nesse bar, o clima é de brincadeiras, todos são iguais e não há preconceitos

Corrida São Risal, uma tradição

O grupo dispara, meio zonzo, pela Avenida Siqueira Campos, enquanto a torcida barulhenta grita e gesticula. É mais uma São Risal, similar da São Silvestre, que começa, reunindo velhos, jovens e crianças. Organizada há 18 anos por Maurici Alfame, surge como mais um exemplo de tudo que tem e acontece no Macuco.

Para participar, basta ser do bairro e ingerir uma mistura de cachaça, Martini, Campari, Sonrisal, pimenta-do-reino e outras bebidas. E alguém consegue correr depois dessa "super-dose"? Saem feito foguete, dizem os organizadores. É tradição na São Risal que ninguém fique sem prêmio. Banana, ovos, pimenta, tudo serve para contemplar os concorrentes. E, como não podia deixar de ser, o "lanterninha" ganha um abacaxi.

Veja as partes [1] e [2] desta matéria
Veja Bairros/Macuco

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