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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Famosos relógios públicos da cidade (III-A)

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Quem hoje tem a hora exata a um toque no telefone celular e vive cercado de meios de obter essa informação mal imagina como, em tempos idos, uma torre com relógio, os sinos de uma igreja dobrando nas chamadas horas canônicas, a sirene apitando para chamar os trabalhadores, tinham significação extraordinária para a população de uma cidade que mal contava com sistemas de telefonia razoáveis.

Um dos mais famosos relógios públicos de Santos foi o da Western Telegraph. Depois de anos abandonado, ele começou a ser recuperado em 2006. O trabalho continuou no ano seguinte, como registrou o jornal santista A Tribuna, em matéria de 25 de abril de 2007:


CLICK - Relíquia histórica - O antigo relógio da Western Telegraph passa por minucioso trabalho de restauração, tarefa confiada ao artesão Antonio Rodrigues de Lima
Foto: Fernanda Luz, publicada com a matéria

RESSURREIÇÃO. Relíquia voltará a funcionar
Quarta-feira, 25 de Abril de 2007, 07:46
Relógio da Western passa por restauração

César Miranda
Da Redação

Com meio século de experiência no ramo, o artesão relojoeiro Antônio Rodrigues de Lima, de 60 anos, está escrevendo um capítulo da restauração de uma relíquia da história de Santos, ou melhor dizendo, colocando para funcionar os ponteiros do antigo relógio da Western Telegraph. E depois que estiver recuperado, Lima terá outra responsabilidade: a manutenção.

Enquanto o relógio não está pronto, esse alagoano de Palmeiras dos Índios permanece dois dias da semana em Santos, desde março, para conseguir concluir o trabalho até julho nas dependências do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), na Ponta da Praia.

O atual estágio é de montagem do mecanismo. Uma estrutura metálica foi construída para suportar o equipamento de 80 quilos que aciona a máquina. Quando estiver concluído, deverá ficar em uma base de 14 a 20 metros de altura.

Lima foi responsável por colocar em funcionamento o relógio de Vila de Paranapiacaba, situado em Santo André, que permaneceu desativado por 11 anos.

Criado entre ponteiros, ele não esconde a satisfação de ver a relíquia de Santos tendo a função para a qual foi criada. "Meu maior prazer será quando colocá-lo para funcionar depois de vários anos parado", afirma.

Foto: Fernanda Luz, publicada na versão eletrônica

Especialista no conserto de peças antigas e raras, Lima diz que primeiramente fez um trabalho de pesquisa para conhecer o relógio. "Pelo que pesquisei, não consta nenhum igual no Brasil. Semelhança só existe com o de Paranapiacaba", observa. "Essa é uma máquina horária, sem som. Não bate a hora".

O relojoeiro explica que algumas partes do relógio já não existem mais e por isso precisarão ser criados o pêndulo, o peso do pêndulo e também recuperado um dos quatro mostradores. Depois da fase de montagem da parte mecânica, será iniciada a restauração das quatro faces dos mostradores. Por causa da dificuldade de encontrar a porcelana inglesa que era usada no mostrador antigamente, a peça será substituída.

Sugestão - Segundo Lima, a idéia é trabalhar com uma espécie de vidro leitoso para facilitar a iluminação e dar destaque ao relógio. Se pudesse escolher o local onde o equipamento ficará, "gostaria de vê-lo próximo do Aquário".

Waldemar de Oliveira Júnior, diretor da Escola Senai Antônio Souza Noschese, foi o responsável por encontrar o artesão relojoeiro, depois de lembrar que o relógio da Western apresentava semelhanças com o de Paranapiacaba.

Para ele, Lima era o profissional dentro do perfil por causa da coincidência dos relógios. "Esse não é um trabalho apenas mecânico, é um trabalho artesanal".

Companheiro de tarefa do artesão relojoeiro, o instrutor de mecânica de usinagem do Senai, André Luiz de Oliveira, diz que, em 24 anos de experiência, essa é a primeira vez que desenvolve um trabalho de restauração de um patrimônio histórico. "Aqui, sou um aprendiz". As informações técnicas absorvidas, segundo ele, são repassadas para os alunos da instituição.


A missão de colocar os velhos ponteiros para trabalhar está nas mãos do artesão relojoeiro Antônio Rodrigues de Lima (à direita), de 60 anos
Foto: Fernanda Luz, publicada com a matéria

Quarta-feira, 25 de Abril de 2007, 07:47
Peça está desativada há 34 anos

O relógio da empresa inglesa Western Telegraph funcionou por 43 anos em Santos. Era comum as pessoas acertarem o relógio de pulso ou de bolso com base nele. Foi desativado em 25 de abril de 1973.

Após a demolição do prédio da Western, que ficava na esquina das ruas Tuiuti e Frei Gaspar, no Centro, o relógio foi desmontado. Desde então, permaneceu sob responsabilidade da Codesp. Em 92, a companhia acenou com uma possível restauração, mas não foi adiante por causa de problemas financeiros.

No ano passado, após um acordo com a companhia, o Rotary Club de Santos abraçou o projeto e fez um acordo, assumindo a captação de recursos para a recuperação.

Em seguida, o Rotary escolheu o Senai para coordenar a restauração, levando em conta a capacidade técnica reconhecida pela formação de profissionais.

Frase

Meu maior prazer será quando colocá-lo para funcionar depois de vários anos parado. Esse relógio é história viva. Passou a ser um filho por causa do carinho que estou dedicando.

Antônio Rodrigues de Lima, relojoeiro

Torre - Quando estiver concluído, o relógio será colocado sobre uma torre que irá ficar na faixa portuária, segundo o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa).

A Prefeitura já sinalizou neste sentido, informou o arquiteto do Condepasa Edson Sampaio. Ele diz que a Administração Municipal está esperando a finalização do processo de cessão dos armazéns da Codesp para anunciar o local onde será erguida a torre.

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