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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - RADIOFONIA
Rádio Popular do Dique

Na Zona Noroeste de Santos, usando sistema de alto-falantes, em 1993

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Uma emissora de "rádio", com transmissão por sistema de alto-falantes, foi criada em 1993 no Dique do Rio do Bugre, Zona Noroeste de Santos. O fato foi assim noticiado pela publicação Zona Noroeste, encarte do diário oficial D.O. Urgente, em uma sexta-feira, 25 de junho de 1993:


A Rádio Popular, a princípio, funcionará três vezes por semana, às quartas, sábados e domingos
Foto: José Herrera, publicada com a matéria

No ar, a partir de domingo, a Rádio Popular do Dique

Para que a população tenha acesso à Rádio Popular e se transforme em agente de sua programação, o Departamento de Cultura da Regional promoverá cursos para o ensino de técnicas radiofônicas

"A radiodifusão poderia ser o mais eficiente meio de comunicação imaginável na vida pública... se conseguisse que o ouvinte não se limitasse a escutar, mas também falasse, não ficasse isolado, mas relacionando..."
(Bertold Brecht, Radiotheorie, 1932).

Um novo som vai se espalhar ao longo do Dique do Rio do Bugre. A partir das 9 h desse domingo, dia 27, entrará no ar a Rádio Popular, um veículo alternativo de comunicação, com preocupações voltadas para a comunidade e com participação ativa da população. Uma rádio que chega num momento de grandes mudanças na região, a partir do Projeto de Urbanização do Dique, e que se propõe a informar à comunidade todo esse processo, esclarecendo suas dúvidas e expectativas.

Um sistema de alto-falantes instalados em postes desde a Vila Telma até o Conjunto Dale Coutinho transmitirá os sons gerados a partir de um estúdio montado na Casa Kolping, no Caminho São José, 125. A rádio, que terá mais de mil watts de potência, começará a funcionar com 19 alto-falantes, mas o técnico de som, Ygor Barbosa, prevê para breve a instalação de mais 31 desses equipamentos.

"É uma rádio a serviço do Dique, que tem como objetivo aumentar o volume de informações e lazer da população", explica o administrador regional da Zona Noroeste, José Salan B. Melo. O conceito de rádio popular será fielmente aplicado. O nome, horário e a programação já estão sendo discutidos com a comunidade.

A princípio, a rádio funcionará três vezes por semana: às quartas-feiras, das 17 às 18 h; aos sábados, das 12 às 14 h e, aos domingos, das 10 às 12 h. Horários que poderão ser alterados de acordo com os interesses dos moradores, conforme observa Sandra Maria A. de Magalhães, que, junto com Ana Lúcia de Oliveira, responde pela coordenação do programa. A rádio poderá ir ao ar em edições extras, dependendo da importância da informação.

O programa de estréia terá a presença do prefeito David Capistrano, informações, música ao vivo, radionovela e humor.


As obras do Dique serão acompanhadas e fiscalizadas pelos moradores
Foto: Francisco Lopez Rúbio, publicada com a matéria

Moradores vão definir projeto de urbanização

Os moradores das favelas ao longo do Dique do Rio do Bugre vão dividir com a Prefeitura as tarefas de acompanhar, fiscalizar e definir as regras do Projeto Dique. Desde a semana passada, representantes de todos os setores das favelas já estão integrando a Comissão por Caminhos, que vai discutir com a Prefeitura e os moradores as melhores soluções para os problemas decorrentes da execução do projeto de urbanização.

Reuniões realizadas com moradores da Vila Telma II, Mangue Seco e dos cinco Caminhos tiveram a presença de mais de mil pessoas, numa demonstração do interesse da comunidade com o futuro da região. Em eleição proporcional foram escolhidos 33 representantes das áreas aterradas e de alagados. Essa comissão antecede a formação da Comissão de Urbanização e Legalização (Comul), prevista para julho, e que irá fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das obras.

Da Comissão fazem parte três representantes do Caminho da Capela; um do Caminho da União; três do Mangue Seco/Vila Telma; 12 do Caminho São José e 12 do Caminho São Sebastião. Francisco dos Anjos Silva e Idalice Dias de Moura Romualdo, moradores do Caminho da Divisa, foram os mais votados com 116 e 106 votos, respectivamente. Entre os integrantes da Comissão, que já são lideranças comunitárias, deverão sair os oito representantes da população que, junto com a Prefeitura, Cohab, Câmara Municipal e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), farão parte da Comul.

O mesmo D.O. Urgente, na edição de 30 de junho de 1993:


A Rádio funciona em um mini-estúdio na Casa Kolping, transmitindo por alto-falantes
Foto: Francisco L. Rubio, publicada com a matéria

Um veículo alternativo de comunicação

Moradores do Dique ouvirão novela, música, informação, na Rádio Popular inaugurada domingo

A Rádio Popular do Dique entrou no ar oficialmente domingo, dia 27, às 10 h, com música, informação e radionovela. O novo veículo alternativo de comunicação tem por objetivo entreter e informar os moradores do Dique da Vila Gilda, especialmente sobre o projeto de urbanização que se inicia no local.

O mini-estúdio está instalado na Casa Kolping (Caminho São José, 125). Na entrada, um painel pintado pela Oficina de Grafite da Secretaria de Cultura, e uma urna onde são depositadas sugestões para escolha de um nome para a Rádio. O novo veículo funcionará em sistema de alto-falantes, a partir de hoje, dia 30, das 17 h às 18 h, e, aos sábados, das 10 às 12 h.

Primeiro entrevistado da Rádio, o prefeito David Capistrano foi taxativo na defesa do mais novo empreendimento: "Nós somos gente, não somos bichos. A Prefeitura está gastando sim, porque a população merece cultura e esclarecimento, e nós temos que infernizar a vida de quem reclama do investimento da Administração com a população carente e enquanto gasta dinheiro passando férias nos Estados Unidos e Europa".

Capistrano falou da importância do veículo de comunicação lembrando a frase de Chacrinha (N.E.: um dos mais importantes comunicadores da televisão brasileira) - "quem não se comunica se trumbica" -, e ainda pediu a música Asa Branca, de Luiz Gonzaga. A festa de instalação da Rádio Popular teve a presença do administrador regional da Zona Noroeste, José Salan B. Melo, da presidente da Câmara, Maria Lúcia Prandi, do presidente da Cohab-Santista, Alfredo Buso, e de representantes de outras secretarias municipais.


O prefeito, primeiro entrevistado, lembrou o velho Chacrinha: 
"Quem não se comunica se trumbica"
Foto: Francisco L. Rubio, publicada com a matéria

Em 1993, na gestão do então prefeito de Santos, David Capistrano Filho, a Companhia de Habitação da Baixada Santista (Cohab-ST), presidida por Alfredo Buso, apresentou o Projeto de Urbanização Integrada da Favela do Dique - Ação multi setorial sobre uma área degradada, com 10 páginas.

Para atender a uma população estimada de 22.500 pessoas, sendo 3.244 famílias em Santos e 1.299 em São Vicente, numa área de 700 mil m² (incluindo dique, mangues e o lixão de Sambaiatuba em São Vicente), o projeto incluía como uma das ações a promoção da cidadania e da participação popular, compreendendo a criação da Rádio Popular do Dique e do Jornal do Dique, entre outros instrumentos.

O projeto faz parte do PTdoc, um banco de dados virtual de projetos de leis, políticas públicas e programas de governo do Partido dos Trabalhadores (PT). Clique na imagem abaixo para obter o arquivo PDF correspondente (acesso: 13/4/2013):

Clique na imagem para obter o arquivo em formato PDF
A área do Dique e sua favela em 1996, na Zona Noroeste de Santos
Foto: publicada com o projeto

Clique >>aqui<< ou na imagem para obter o arquivo PDF do projeto (1,17 MB)

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