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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - RADIOFONIA
Rádio Atlântica de Santos (5)

PRG-5, depois ZYK-534
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Na edição especial comemorativa de seu cinqüentenário (exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda), em 26 de março de 1944, o jornal santista A Tribuna registrou (ortografia atualizada nesta transcrição):
 


Uma vista do espaçoso auditório da Rádio Atlântica, no Edifício do Rádio,
com lotação para 650 pessoas
Foto e legenda publicadas com a matéria

Santos projeta-se cada vez mais no cenário radiofônico nacional

O que tem sido a atuação da Rádio Atlântica, PRG-5, como elemento de recreio, cultura e informação para o público ouvinte

Santos, que se tornou internacionalmente conhecida por possuir o porto de maior movimento da América do Sul, conta, também, no complexo de seus empreendimentos culturais e econômicos, fatores outros que a distinguem como cidade dinâmica e progressista, ombreando-se, mesmo, sob vários aspectos, com S. Paulo e o Rio de Janeiro.

Um dos fatores com que Santos bem depressa conquistou um lugar de relevo no cenário continental é, sem dúvida, o radiofônico. Por isso, o fato merece um registro especial, sabido como é que o rádio já hoje desempenha, ao lado da imprensa, um papel preponderante na obra de aproximação dos povos e de sua educação, numa atuação ao mesmo tempo cultural e recreativa.

Com efeito, desde que se fundou nesta cidade a Rádio Atlântica, entramos a presenciar um fenômeno em cuja concretização não sabemos o que mais admirar, se a vitalidade com que as forças econômicas santistas souberam responder ao empreendimento, ou se a tenacidade e a visão de seu idealizador, de Carlos Bacarat, superintendente da emissora da Praça Corrêa de Melo, 1.

O fato, porém, é que, devido a um ou outro fator - ou, mais acertadamente, à conjugação feliz de ambos - pôde Santos, desde então, ostentar entre os seus grandes fatores de progresso uma estação de rádio à altura das mais adiantadas do país e do continente.

A parte técnica - Ao entrarmos na análise de um empreendimento radiofônico, devemos, naturalmente, examinar em primeiro lugar seu aparelhamento técnico, base de todo e qualquer desenvolvimento da emissora em suas finalidades culturais e artísticas.

Compreendendo a importância primordial da parte técnica, Carlos Bacarat dotou a Rádio Atlântica de moderno equipamento de estúdio, assim como de um compressor para os transmissores, que automaticamente aumenta ou diminui o nível do volume, dando um sinal de saída 30% maior e com uma fidelidade absoluta. Esse equipamento, adquirido da RCA Victor, é idêntico ao usado pelas mais poderosas estações de rádio dos Estados Unidos.

Mas não se deteve aí a ação realizadora da direção da Rádio Atlântica. Não se submetendo ao imediatismo de lucros, abalançou-se, há questão de um ano, a um empreendimento que seria verdadeiramente temerário para os espíritos menos afeitos à visão confiante do futuro: no prédio sito à Praça Corrêa de Melo n. 1, que passou a ocupar, levou a efeito um esforço de adaptação de grande valor, ao ponto de poder cognominá-lo, com propriedade de expressão, "O Edifício do Rádio".

A programação - A Rádio Atlântica muito cedo começou a "fazer rádio" em Santos, para usar da linguagem familiar dos broadcastings - o que quer dizer: contratou novelistas, redatores de sketchs, comentaristas, técnicos em arranjos musicais, orquestras, cantores, regionais etc., apresentando ao público programas interessantes de rádio-teatro, variedades, revistas e shows, muitos dos quais tiveram repercussões fora do comum nos meios radiofônicos do país.

Essa tem sido a norma da Rádio Atlântica. Na vanguarda sempre dos empreendimentos radiofônicos, até mesmo do serviço noticioso, irradiado diretamente da redação desta folha, foi ela a pioneira, abrindo um novo horizonte às relações entre a imprensa e o rádio.

Os frutos de tal iniciativa não tardaram a demonstrar que ambas as partes só teriam a lucrar com essa colaboração, pois a massa de ouvintes, sob a atuação dos programas noticiosos e adquirindo, assim, maior educação política e, conseqüentemente, maior curiosidade pelos fatos nacionais e exteriores, tende a engrossar cada vez mais as fileiras dos leitores de jornais, visto que são estes que lhes satisfazem o desejo de saber, pelo noticiário completo e detalhado dos acontecimentos.

A serviço do momento atual - Combinando suas finalidades recreativas com a missão cultural e patriótica do rádio, a PRG-5 não tem descurado, também, de seus deveres cívicos.

Seu microfone tem estado sempre ao serviço dos poderes públicos, das associações de classe, dos grêmios estudantis e esportivos, enfim, de todos os órgãos particulares ou oficiais, nas iniciativas e campanhas de interesse coletivo.

Além dessa colaboração, constante e desinteressada, tem realizado, também, por iniciativa própria, campanhas de caráter humanitário, cultural e patriótico.

E é assim que Santos, desde a fundação da PRG-5, tem uma estação de rádio que não só projeta permanentemente o nome de nossa cidade para muito além de suas fronteiras, diverte, informa e educa o público-ouvinte, como, também, concorre eficientemente, ao lado da imprensa, para o êxito de todos os cometimentos que visem o progresso de nossa terra ou o bem-estar de nossa gente.


Carlos Bacarat, superintendente da Sociedade Rádio Atlântica
Foto e legenda publicadas com a matéria

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