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Edição 147 - Dez/2005

Construção

Drywall - Sistema gera economia

Comparação com método convencional aponta economia de 20 a 25%

O seminário "Drywall maximiza resultados na construção civil" foi realizado no dia 8 de dezembro de 2005, em Santos, numa promoção da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall. O sistema construtivo drywall - tradução literal para parede seca - se caracteriza pela montagem industrial em substituição aos tradicionais métodos artesanais, e é aplicado nas vedações internas de quaisquer tipos de edificações, como paredes, forros e revestimentos.

O evento em Santos encerrou o ciclo de seminários que a associação Drywall fez durante 2005 nas principais cidades brasileiras. A entidade é composta por produtores europeus de chapas para drywall com fábricas no Brasil – Lafarge Gypsum, Placo e Knauf –, e executa um trabalho de divulgação do sistema construtivo, tentando maximizar o seu uso, como ocorre em outros países. Em Santos, o seminário contou com apoio do SindusCon-SP, Assecob e as Associações de Engenheiros e Arquitetos de Santos, de São Vicente e de Praia Grande.


Encontro encerrou um ciclo de seminários da Associação Drywall
Foto: Sandra Netto

O tema "Impacto econômico-financeiro: maior rentabilidade e adequação do fluxo de caixa" foi apresentado por José Francisco Pontes Assumpção, professor da Ufscar/USP (MBA) e diretor da Analisy’s Gerenciamento de Processos, Assessoria e Planejamento. Ele mostrou como podem ser avaliados os ganhos na construção civil, mais especificamente no mercado imobiliário, e demonstrou que inovações tecnológicas, do tipo drywall, trazem ganhos para o empreendedor e vantagens para o consumidor.

Assumpção detalhou uma forma de cálculo, que aponta a margem de lucro que pode ser obtida com o uso do sistema. De forma didática, ele traçou comparações entre fazer a obra com paredes tradicionais, de blocos de concreto ou blocos cerâmicos, ou fazê-la com drywall, e concluiu que aquela que utiliza drywall tem uma economia na construção em torno de 20 a 25%.

Tal economia leva em conta que, além das paredes, o sistema envolve os elementos que vão embutidos, como as instalações hidráulicas e elétricas. "O uso de drywall permite se construir a obra de uma forma diferente, potencializando os ganhos financeiros", enfatizou, ao lembrar que, além de ser uma obra seca e mais limpa, ela gera ganhos indiretos, pois oferece menos risco de acidentes de trabalho.

Ao comparar as duas alternativas, uma construção tradicional e outra com as vedações internas em drywall, ele tomou como exemplo um terreno com 1.300 metros quadrados, no valor de R$ 1,3 milhão, para implantação de um projeto com 64 apartamentos, cada com três dormitórios, sendo uma suíte, com duas vagas de garagem, 85 metros quadrados de área privativa, com o empreendimento totalizando 9 mil metros quadrados área construída.

Por meio de gráficos, Assumpção demonstrou que o drywall possibilitou um aumento da margem de lucro e um crescimento da taxa interna de retorno, ou seja, a rentabilidade do dinheiro, passando de 1,75% ao mês para 2,37%. Ele também constatou uma melhora no fluxo de caixa durante as fases de construção e vantagens apenas com a mudança da maneira de fazer a obra.

Numa das simulações, o professor apurou inclusive ganho de área útil: assim, o apartamento que era de 85 metros quadrados de área útil, passou a ter 87,5 metros quadrados, o que vai se refletir no preço de venda, significando a possibilidade de ter mais receita para o mesmo custo. Noutra simulação, constatou a redução de custos de manutenção e de custos indiretos.

Ao concluir que o drywall possibilita ganhos substanciais, ele deixou a mensagem: "Ao se analisar a evolução tecnológica em construção civil, é importante aplicar o enfoque sistêmico, e não ficar só na comparação pura de uma para outra alternativa. Quanto analisamos a solução drywall sob vários fatores, chegamos a conclusão de que o ganho potencial é grande".

Outra palestra do seminário focalizou o "Impacto tecnológico: da concepção do projeto ao usuário final" e foi proferida por Carlos Roberto de Luca, membro da Comissão Técnica da Associação Drywall. Ele frisou que o sistema utiliza placas de gesso que revestem toda a parte interna da construção, proporcionando a divisão de todo e qualquer ambiente, com bom resultados no isolamento acústico e término. Na aplicação em áreas úmidas, como banheiro e cozinha, é utilizada uma chapa especial.

De Luca recordou que no Brasil o sistema drywall existe desde 1972, mas sempre foi usado sem muita intensidade. A situação começou a mudar a partir de 1995 com a entrada no mercado das três multinacionais fundadoras da associação. Elas vieram com tecnologia, suporte técnico e financeiro. Num primeiro momento, o drywall teve mais aceitação nos empreendimentos comerciais, shoppings, escritórios, sendo muito utilizado na construção de flats e hotéis. Mais recentemente passou a ser também utilizado na área residencial, crescendo, de forma especial, no mobiliário, na confecção de armários, estantes, prateleiras, e nas reformas, para retrofit em construções antigas.

De Luca também detalhou o funcionamento da Astic, da qual é presidente. Trata-se da Associação de Tecnologias Integradas na Construção, que congrega fabricantes de novos sistemas construtivos e integrados na construção civil, e que tem a Drywall como uma das associadas. Outras sócias, por exemplo, contemplam tecnologias diferentes, como as tubulações flexíveis, tipo Pex, um sistema muito utilizado na condução de água quente e fria. Há também associadas que focam a utilização de madeira tratada, de reflorestamento, em várias fases da construção, como na parte estrutural.

Já o tema "Impacto mercadológico: consumidor final: da compra à utilização" foi desenvolvido pela arquiteta Maria Elisa Miranda, membro da Comissão de Comunicação da Associação Drywall. Ela destacou os esforços mercadológicos da associação, para dar apoio, tranqüilidade e segurança aos investidores que optarem pela nova tecnologia, e detalhou que por meio de seminários a entidade apresenta as vantagens do sistema.

Maria Elisa fez uma retrospectiva do trabalho da associação nos últimos cinco anos, desde a sua fundação, com ênfase em 2005: "Há um pacote de ações, com o objetivo de disseminar a tecnologia drywall, seu impacto no mercado, focando os diferentes públicos da associação, como o mercado especializado, imobiliário, parceiros comerciais, canais de vendas, através de distribuidores e instaladores e consumidores finais".

O ciclo incluiu Florianópolis, Londrina, Curitiba, Vitória, Recife, Fortaleza, Goiânia, Distrito Federal. "Nossa receptividade está sendo muito boa, com um índice de adesão em torno de 70%", avaliou Maria Elisa, citando que Santos e os Municípios que compreendem a Região Metropolitana da Baixada Santista possuem representantes comerciais das empresas associadas à entidade, projetando um mercado muito grande para ser trabalhado: "Alguns empreendimentos, em especial os comerciais, já adotam o sistema. Mas estamos dando uma ênfase maior, pelo potencial do mercado imobiliário da região".


Os parceiros Knauf, Imcon e Angelmar: Paulo Mauro Rodrigues Torres, 
Angelina de Lourdes T. Marcondes dos Santos, Marcelo, Valéria Eiras e Lito
Foto: Sandra Netto


Residencial pioneiro em Praia Grande

Confiante na economia proporcionada pelo sistema drywall, a Angelmar Engenharia e Construções vai aplicá-lo na obra do Residencial Saint Germain, em Praia Grande. O empreendimento está sendo implantado na Avenida São Paulo, a 600 metros da Praia, e será o primeiro residencial na Baixada Santista a adotar o drywall.

Conforme detalhou a engenheira Angelina de Lourdes T. Marcondes dos Santos, diretora da Angelmar, a empresa atua há 18 anos em Praia Grande, período em que entregou vários prédios residenciais. "O drywall é o futuro da construção. Tenho certeza que o sistema facilitará o meu empreendimento", afirmou, na expectativa de ter serviços mais rápidos, racionalização no transporte de material e mão-de-obra, economia no consumo de massa, menos desperdício e mais limpeza depois de pronto.

Para viabilizar a utilização da tecnologia, a Angelmar está fazendo parceria com a Imcon, de Santos, representante comercial da Knauf, um dos principais fabricantes de gesso acartonado. Segundo a engenheira Angelina, o empreendimento iniciará em breve o fechamento externo, com blocos de concreto, e a partir daí poderá começar a aplicação do sistema drywall internamente, na divisão dos ambientes. Na parte hidráulica, também será adotado o sistema flexível Pex.

Antes de conhecer as vantagens do sistema de construção a seco, uma das preocupações da engenheira Angelina foi com o conceito que o drywall desfruta no mercado imobiliário, já que muitos corretores o desconhecem. Ela participou do seminário promovido pela Associação Drywall, e foi informada de que a entidade faz um trabalho junto aos profissionais de venda de imóveis, desmistificando o sistema e destacando suas vantagens.

Ao mesmo tempo, teve o compromisso da Imcon de que serão programadas palestras exclusivas para esclarecer o segmento dos corretores de imóveis. A partir dos resultados no Residencial Saint Germain, a Angelmar pretende adotar o sistema drywall nos empreendimentos seguintes.


Palestrantes Drywall: De Luca, Assumpção e Maria Elisa
Foto: Sandra Netto